Recesso escolar: o que fazemos nesse período?
Durante esse período, costumamos realizar um check-up nas dependências da escola, sem deixar de lado a parte administrativa, que é o coração de toda instituição.
Inicialmente, costumo me reunir com as funcionárias da limpeza e da cozinha para avaliar o primeiro semestre: o que deu certo e o que não deu? O material recebido foi suficiente? Também abro espaço para que avaliem o trabalho realizado na escola e digam se algum setor deixou algo a desejar, se houve trabalho em equipe e o que podemos melhorar. Após as avaliações, traçamos metas para conseguir oferecer um atendimento de melhor qualidade para os nossos alunos e para os demais membros da comunidade escolar.
Cozinha
Nesse espaço, prestamos muita atenção na forma como a merenda está sendo armazenada. Na despensa, a organização dos alimentos é feita por tipo e data de vencimento dos produtos. Nunca deixamos sobras nas prateleiras. Se há produtos em excesso e que não serão consumidos nas férias, solicitamos o armazenamento no depósito do departamento da merenda escolar.
Com esse espaço organizado, passamos para a lavagem da geladeira e do freezer, que são esterilizados com produtos de limpeza e desligados para a redução do consumo de energia durante o recesso. Uma semana antes de começar as aulas, nós lavamos os equipamentos novamente e os ligamos para receber alimentos. Limpamos também os fogões, azulejos, pisos, mesas, pias, armários, área de serviço e vidros.
Limpeza e manutenção
As funcionárias da limpeza têm inúmeras salas e espaços para limpar, sem contar vidros, carteiras, cadeiras, cortinas, lousas, armários e mesas. Sendo assim, traçamos uma meta para que nada fique de fora. Para isso, destacamos sempre o trabalho em equipe: cada pessoa fica responsável por um setor da escola. Todas as funcionárias utilizam galochas e luvas de borracha durante o trabalho.
Também aproveito esse período para acionar outros setores responsáveis pelas trocas de lâmpadas e consertos na parte elétrica, encanamentos, jardinagem e outros.
Setor administrativo
No setor administrativo, aproveitamos para colocar tudo em ordem: listas de alunos, planilhas do programa Bolsa Família, digitação das notas e frequências dos alunos, arquivos de matrículas, históricos escolares, pastas com documentos internos e externos, resoluções, circulares e memorandos, cobranças e envios de históricos e relatórios de alunos de outras unidades escolares. Durante esse período, também recebemos pais que procuram a escola para pedir transferências, solicitar documentos e realizar novas matrículas.
Ações para o próximo semestre
Depois de organizar toda a escola com as funcionárias, me reuni com os professores para conversar sobre o empenho e a colaboração dos alunos na limpeza dos banheiros e da sala de aula. Ficamos de elaborar durante o período de recesso algo para promover essa ação no semestre que vem.
Também solicitei aos docentes que, na primeira reunião durante as horas de atividade coletiva (HAC) após o regresso, avaliassem o semestre que passou e elaborassem metas e ações para os próximos meses.
Como você pode ver, a escola continua funcionando mesmo sem a presença dos alunos. No entanto, devo destacar que, sem eles, esse espaço fica sem vida e entristecido, porque é a agitação e a energia desses meninos e meninas que nos contagiam de tal maneira que já estamos contando no dedo o tempo para o retorno deles!
(...)
Um grande abraço, Sonia Abreu.
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Arrumando a casa
Um novo ano começa e, com ele, novas tarefas para deixarmos a escola agradavelmente acolhedora para receber os alunos! E é no mês de janeiro que eu costumo planejar junto com a minha equipe de funcionários alguns passeios pelos espaços escolares, durante os quais revemos atentamente cada cantinho, desde as lâmpadas até a dedetização e limpeza do prédio e da caixa d’água.
No final do ano passado, antes do recesso, chamei a Rita, que coordena o setor de limpeza, e a Josemara, do setor da cozinha, para traçarmos uma meta de organização e limpeza. Juntas, percorremos cada setor da escola para analisarmos as necessidades mais aparentes e que requeriam mais empenho. Um exemplo do que encontramos em nossa vistoria foi a necessidade de lavar as paredes das salas de aula, do refeitório, da cozinha e da despensa de alimentos.
Para nos poupar do acúmulo de trabalho em janeiro (neste ano, nosso calendário escolar foi alterado por causa da Copa do Mundo, e todos voltaram a trabalhar neste mês), também pedi aos professores que, antes de saírem de férias, retirassem os cartazes afixados nas paredes e organizassem seus armários. Assim, eles já encontrariam tudo em ordem quando retornassem.
Planejamento da organização
Eu, a Rita e a Josemara fizemos uma lista para facilitar o trabalho de arrumação do grupo, dando ênfase à divisão de funções. Depois do nosso passeio, definimos as seguintes tarefas:
- Salas de aula: lavar paredes, carteiras, cadeiras, piso, vidros, janelas, cortinas, armários, portas, ventiladores;
- Biblioteca: tirar pó dos livros, dos armários, dos ventiladores, das cadeiras estofadas; lavar mesas, cortinas, vidros, janelas, portas e piso;
- Sala de Informática, de vídeo e de música: tirar pó e limpar mesas, cadeiras estofadas, instrumentos musicais, monitores, TV e sons; lavar as cortinas, portas, janelas, vidros, piso de ambas;
- Banheiros: fazer a higienização das portas, paredes, pisos e revestimentos, vasos sanitários e mictórios;
- Refeitório e corredores internos: lavar paredes, pisos, vidros e janelas; higienizar o bebedouro;
- Sala dos professores, diretoria e secretaria: lavar paredes, janelas, vidros, portas e limpar mesas, persianas, cadeiras estofadas, armários e ventiladores;
- Cozinha: as merendeiras ficaram responsáveis pela higienização de tudo – paredes, azulejos, vidros, portas, piso, pias, mesas, cadeiras, geladeiras, freezer, cuba aquecedora, fogão, forno, bancadas. Elas também precisaram higienizar utensílios de cozinha, copos, pratos, talheres, cumbucas e aparelhos eletro domésticos. Na área de serviço da cozinha, será feita a limpeza geral de paredes, azulejos, pisos, tanques, janelas e vidros, tambores de lixo.
- Despensa de alimentos: geralmente, os alimentos são recolhidos quando há excesso na despensa. Se se a quantidade é menor, os produtos permanecem na escola e só o retiramos para que as prateleiras, paredes, janelas, vidros, pisos e portas sejam lavados e higienizados. Após a limpeza, os alimentos são organizados por data de validade, para que os de data mais próximo fiquem na frente para a sua utilização.
- Área externa: lavar pátio, laterais, fachada, calçadas e muros da escola.
- Quadra poliesportiva: o caseiro foi encarregado de mantê-la limpa. Ele também anotou se havia lâmpadas queimadas e qualquer outro objeto que precisasse ser trocado.
Além da limpeza de toda a escola, também investimos no registro de todos os materiais escolares no livro de patrimônio da escola e na arrumação de documentos. A Bruna, nossa auxiliar de escriturário, e a Jéssica, estagiária, arquivaram os papéis e deixaram em ordem as listas de alunos por classe, os arquivos, os históricos escolares, o livro-ponto dos funcionários e a renovação dos envelopes dos contribuintes da Associação de Pais e Mestres. No almoxarifado, a Tânia, nossa auxiliar de educação, apontou todos os materiais que precisavam ser repostos.
Nessas horas, acredito que é importante reservar um pouco do dinheiro Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) para a realização de pequenas reformas e compras de materiais. Sabemos bem que os órgãos públicos vivem de licitações e, por isso, o que necessitamos pode chegar com atraso.
Ufa! Isso é tudo o que planejamos para fazer no final de dezembro e no começo de janeiro. Parece não ter fim, não é mesmo? Por isso, mesmo no período de férias escolares, minha escola continua funcionando com força total. Tudo isso para receber da melhor forma possível nossos alunos!
E você, como organiza a arrumação da escola no início do ano?
Um beijão, Sonia Abreu.
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Gestão do espaço: o que observar em cada ambiente da escola
No post anterior, falei sobre a importância de circular pela escola para verificar como está sendo feita a gestão do espaço. No texto de hoje, minha ideia é ser mais específica: pretendo mostrar os principais pontos de atenção em cada um dos ambientes, sobretudo no que diz respeito aos materiais. Você me acompanha nesse passeio?
• Banheiro: observo bastante a limpeza do local, que precisa ser feita diariamente, porque ele é muito usado. Na falta de material em estoque, algo que não acontece com muita frequência por aqui, , acionamos a Associação de Pais e Mestres, que contribui voluntariamente para a compra de artigos como papel higiênico, papel toalha e sabão. Os professores e os funcionários também participam dessa contribuição.
• Biblioteca: aqui, além da limpeza, precisamos cuidar para que o acervo esteja organizado e em boas condições. Na minha escola, há uma auxiliar que organiza o local e faz a recuperação de livros em mau estado de conservação. Ela também se ocupa da retirada e da devolução de exemplares, fazendo os devidos registros de controle. O esquema tem funcionado bem.
• Sala de informática: os cuidados com o local ficam a cargo de um auxiliar, que faz uma vistoria e liga e desliga os computadores todos os dias. A organização da sala é responsabilidade dos professores que usá-la – após darem aula no espaço, devem deixá-lo em ordem. Já a limpeza é feita pelas funcionárias todos os dias.
• Salas de aula: quase todos os dias, vou às salas para dar bom dia às crianças e passar algum recado. Nessas horas, aproveito para verificar se algum móvel ou objeto está danificado, como carteiras, mesas, portas e cartazes. Quando noto que as luzes estão queimadas, por exemplo, peço às funcionárias que façam uma vistoria nos outros espaços e anotem se há mais salas com o mesmo problema. Assim, posso fazer um memorando e encaminhar ao setor responsável para a compra e troca das lâmpadas.
• Sala dos professores: aqui, é essencial manter a organização e tomar cuidado com o material do colega, porque é um local compartilhado. Por exemplo: recentemente, percebi que os armários da sala dos docentes estavam desnivelados e as portas não fechavam. Para resolver o problema e melhorar o visual, pedi aos professores que os desocupassem para que fosse colocado um suporte mais forte.
• Cozinha: este é um dos espaços que merece atenção especial. É necessário estar sempre atento ao funcionamento da geladeira e do freezer para garantir a conservação dos alimentos. Também é preciso assegurar que não faltem produtos para a limpeza dos pratos, copos, talheres e do próprio local. Na escola, armazenamos na geladeira, em saquinhos datados, pequenas amostras da comida para que, se necessário, elas sejam analisadas pela vigilância sanitária.
• Refeitório: observo se o ambiente está sempre limpo para receber as crianças na hora das refeições. A limpeza é feita a cada 10 minutos, no intervalo entre uma turma e outra. Enquanto duas funcionárias limpam as mesas, outras duas varrem o chão.
• Pátio: novamente, o foco é a limpeza e a conservação. Em um tour, observei que o local acumulava muito lixo e cheguei à conclusão de que era necessário colocar mais latões. Também verifico se as árvores plantadas pelos alunos estão sendo devidamente regadas.
• Quadra: faço a vistoria do piso, das traves e da arquibancada, verificando se não há risco à prática de esportes. Comunico as ocorrências ao caseiro, que faz a manutenção e a lavagem aos finais de semana, quando a quadra não está sendo usada. É seu papel averiguar o funcionamento da chave elétrica que liga as luzes da quadra ou remover objetos pesados.
• Laterais da escola: apesar de, em geral, serem vias de passagem para outros ambientes, também merecem atenção. Por exemplo: ao vistoriar os corredores que dão acesso à parte de trás da escola, percebi que os vidros das salas de aula precisavam ser limpos.
Como vocês viram, cuidar de uma escola não é nada fácil… e eu não faço esse trabalho sozinha. Então, para mim, é essencial contar com uma equipe de funcionários parceira e de confiança. No caso específico da gestão de espaço e de seus materiais, o apoio da equipe de limpeza e do caseiro é essencial.
E na sua escola, há algum espaço mais complicado? Quais as providências que você normalmente toma para resolver os problemas?
Muitos beijos, Sonia Abreu.
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Um tour pela escola: como identificar e resolver problemas
Há algum tempo, uma senhora da comunidade veio me procurar na porta da escola. Com um saquinho de leite na mão direita e a carteira embaixo do braço esquerdo, me alertou que as luzes das laterais permaneciam acesas durante vários dias, mesmo quando estava claro. Ela havia notado isso no último final de semana. Sentiu-se na obrigação de me informar, pois ali estava sendo investido o seu imposto. Ouvi atenta aos detalhes de sua colocação, agradeci pela atitude e garanti que iria tomar providências. Admirei-a quando finalizou com absoluta certeza de que havia cumprido o seu dever: “É só isso, viu! E muito obrigada pela atenção”.
Sorri, enriquecida pela postura de uma moradora do bairro que exerceu o seu papel de cidadã. Também percebi que eu precisava prestar atenção a esses detalhes. Depois desse comentário, percebi que existem aspectos na escola dos quais nunca damos conta. Ou porque já nos acostumamos com eles e não os enxergamos mais, ou porque não circulamos com frequência para percebê-los.
Para evitar casos assim, acho muito importante o diretor sempre caminhar pela escola com olhar atento para capturar qualquer falha e garantir um local limpo, seguro, bem conservado e (por que não?) econômico.
Um tour pela escola
Para deixar tudo sempre nos trinques, resolvi fazer caminhadas pela escola, juntamente com as funcionárias que cuidam da limpeza e da organização, todas as segundas e quartas-feiras.
Nesses dias, passamos por todos os ambientes, dos banheiros à quadra. Ao longo do caminho, eu vou anotando todas as ocorrências que observo, para depois, se necessário, delegar algumas ações aos colaboradores. Por exemplo: as janelas das salas de aula estão sujas? É preciso mobilizar a equipe de faxina. As árvores plantadas pelos alunos estão secas? Vou checar com o caseiro se ele está regando as plantas regularmente. E assim por diante.
Depois de cada tour, pergunto para as funcionárias o que elas acham que podemos fazer para melhorar o ambiente da escola. No primeiro passeio que fizemos, por exemplo, traçamos uma meta: redobrar a atenção à limpeza e na manutenção de portas e janelas, o que colaboraria para uma mudança no visual externo.
Para o trabalho ser efetivo, dividi os espaços da escola. Cada colaboradora passou a ser responsável por um setor e, mensalmente, elas fazem rodízio de horários e afazeres.
Também conto com a ajuda do caseiro, um senhor que cuida da escola há anos. Para ele, abri um caderno para que possa registrar ocorrências como aquela que contei no início do texto, e tomar providências, recorrendo a mim quando necessário.
Aliás, quer saber como terminou o “caso da luz”? Descobrimos que houve uma falha técnica na caixa de eletricidade e, por isso, ela não desligava nunca! Contatei a secretaria de Educação, que me indicou uma equipe de apoio para realizar o conserto. Problema resolvido – com a ajuda da comunidade e a observação atenta da equipe.
E você, costuma fazer um tour pela escola? Como observa problemas e o que faz para resolvê-los? Compartilhe sua experiência!
Muitos beijos, Sonia Abreu.
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Ignorar a equipe
Você sabe como se chama a cozinheira que prepara a merenda? E o rapaz que recebe as crianças no portão? Conhecer os funcionários pelo nome e tratá-los com respeito é essencial para uma boa gestão de equipe. É uma maneira de valorizar o indivíduo e dar o exemplo para que a consideração pelo outro seja a base da convivência escolar. Afinal, o tratamento que o gestor dispensa ao grupo serve de referência aos colegas e alunos.
Qualquer profissional da área administrativa, de limpeza, da cozinha ou da segurança é um educador e sua atuação contribui para a melhoria do trabalho pedagógico. Ao receber bem os alunos e os pais, o porteiro, por exemplo, cria uma relação mais próxima com todos e pode, com isso, ter um controle maior de quem circula por ali, garantindo um ambiente seguro ao aprendizado.
Elogiar um serviço bem feito também é uma forma de reconhecer o funcionário. "Certa vez, um segurança que começou a trabalhar em uma universidade exigiu a identificação do reitor para deixá-lo entrar. Ao perceber o constrangimento do porteiro, o chefe fez questão de parabenizá-lo em público pela seriedade com a qual exerce seu trabalho", conta o coordenador do curso de Gestão de Recursos Humanos da Universidade Metodista de São Paulo, Luciano Venelli Costa. Se o gestor fosse prepotente, teria se sentido ofendido e destratado o profissional.
Para que um funcionário exerça seu papel a contento, é preciso dar condições, valorizando-o e integrando-o ao grupo. Promover encontros periódicos para ouvi-los e discutir questões pontuais, assim como convidá-los às reuniões de equipe, são boas iniciativas. Sugerir ainda que acompanhem os alunos nas excursões, além de melhorar a formação cultural, facilita a interação. Só não vale chamá-los para conversas em que eles não poderão colaborar. "Se o tema não tem a ver com o que fazem, eles podem se sentir deslocados", alerta Costa.
Elogiar um serviço bem feito também é uma forma de reconhecer o funcionário. "Certa vez, um segurança que começou a trabalhar em uma universidade exigiu a identificação do reitor para deixá-lo entrar. Ao perceber o constrangimento do porteiro, o chefe fez questão de parabenizá-lo em público pela seriedade com a qual exerce seu trabalho", conta o coordenador do curso de Gestão de Recursos Humanos da Universidade Metodista de São Paulo, Luciano Venelli Costa. Se o gestor fosse prepotente, teria se sentido ofendido e destratado o profissional.
Para que um funcionário exerça seu papel a contento, é preciso dar condições, valorizando-o e integrando-o ao grupo. Promover encontros periódicos para ouvi-los e discutir questões pontuais, assim como convidá-los às reuniões de equipe, são boas iniciativas. Sugerir ainda que acompanhem os alunos nas excursões, além de melhorar a formação cultural, facilita a interação. Só não vale chamá-los para conversas em que eles não poderão colaborar. "Se o tema não tem a ver com o que fazem, eles podem se sentir deslocados", alerta Costa.
FONTE: GESTÃO ESCOLAR