Gestão escolar: como administrar os livros didáticos?
O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) distribui exemplares de livros para os alunos da educação básica de todo o país. Os segmentos beneficiados por ele se alternam a cada ano, fazendo com que a troca das obras ocorra em ciclos trienais, ou seja, a cada três anos.
A escolha dos livros didáticos é realizada pelos diretores e coordenadores pedagógicos da escola, isto é, pela gestão escolar, que seleciona os títulos aprovados em avaliações pedagógicas e ofertados no guia do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) — instituição responsável pelo PNLD.
Contudo, essa é apenas uma das atribuições dos gestores com relação aos livros didáticos. Isso porque é responsabilidade da gestão escolar receber os exemplares, distribuí-los, orientar os alunos quanto à sua conservação e incentivá-los a devolver o livro ao término do ano letivo.
Sabendo que esse processo pode soar um tanto complicado, decidimos mostrar como uma gestão escolar de sucesso pode administrar os livros didáticos, implementando um PNLD com êxito nas escolas. Ficou interessado? Então confira!
Conferência na entrega dos livros
Antes de receberem os livros didáticos, as instituições de ensino são informadas, por correspondência, quanto à especificação e à quantidade de livros que serão recebidos posteriormente pelo correio em dia e horário predeterminados.
No entanto, é importante salientar que as remessas são enviadas por escala, de modo que os gestores analisem constantemente todos os materiais recebidos, até que cheguem todos os exemplares. Eles são responsáveis pela admissão dos livros e podem responder por algum problema que venha a ocorrer devido à falta de conferência durante o processo.
Desse modo, é interessante que a gestão acesse o site do FNDE. Assim, ela pode não só confirmar a quantidade de livros enviada para a instituição, como também conferir quantos e quais exemplares foram distribuídos para outras escolas incluídas no programa.
Vale lembrar também que as remessas chegam de forma distinta às instituições de ensino localizadas nas zonas rurais. Enquanto elas chegam diretamente às escolas da zona urbana, na zona rural, há a interceptação da prefeitura, que recebe os livros e tem a função de repassá-los às escolas antes do início do período letivo.
Portanto, caso o material não chegue, o gestor deve contatar, imediatamente, o órgão municipal para resolver o problema.
Orientações quanto à utilização dos livros didáticos
Em 2018, por exemplo, cada estudante do ensino médio receberá novos títulos de Língua Portuguesa, Matemática, Geografia, Ciências e História. Todavia, antes de recebê-los, eles devem ser orientados quanto à necessidade de realizar um bom uso dos volumes, o que compreende:
- a conservação dos livros;
- o não encapamento e etiquetamento dos exemplares;
- o impedimento quanto às rasuras e às marcações no texto.
Isso porque todos os livros serão devolvidos ao fim do ano letivo, para que possam ser utilizados por outros dois estudantes nos anos subsequentes.
Para garantir que os títulos sejam bem conservados, a instituição pode convocar uma reunião com os responsáveis, com o intuito de explicar a importância de cuidar bem do livro, e solicitar que um termo de responsabilidade seja assinado. Essa ação pode fazer toda a diferença no fim do ano, diminuindo a inutilização dos livros por má conservação e eliminando os gastos do FNDE com reposições.
A aquisição e a troca de livros didáticos
Para calcular a quantidade de livros que deve ser enviada para as instituições de ensino, alguns fatores precisam ser considerados com base no censo escolar. Entre eles, destacam-se:
- as estimativas de evasão;
- o índice de repetência;
- o crescimento no número de matrículas realizadas pelo Ministério da Educação (MEC).
Como esses dados não são absolutos, é comum que algumas escolas recebam exemplares a mais ou a menos. Nesses casos, é função do gestor acessar, imediatamente, o Sistema de Controle e Remanejamento e Reserva Técnica no site do FNDE. Ao acessar o sistema, o gestor terá acesso às informações sobre os livros didáticos em excesso ou em falta por disciplina e série.
A coleta desses dados é imprescindível para o sucesso da administração de livros, pois permite que o gestor busque instituições de ensino próximas e verifique quais estão com sobra ou falta de livros, facilitando o remanejamento de exemplares entre as escolas.
Entretanto, caso isso não seja possível, é fundamental que a gestão entre em contato com a Secretaria de Educação — que mantém convênio com o FNDE, pois recebe uma reserva dos livros enviados à rede, podendo ajudar na solução do problema.
Ainda que essa tarefa pareça trabalhosa, ela é de suma importância para garantir o acesso de todos os estudantes brasileiros à educação de qualidade, conforme previsto na Constituição.
O retorno dos livros didáticos
Como já foi dito, cada exemplar do PNLD precisa obrigatoriamente durar, no mínimo, três anos, visto que ele será utilizado por três estudantes diferentes, um a cada ciclo do triênio. Portanto, para evitar perdas, é interessante que a escola:
- crie planilhas para o controle de devolução dos livros;
- realize reuniões com os responsáveis para informar sobre a necessidade de realizar a devolução do livro em uma data predeterminada, reforçando que o livro só deve ser mantido em posse do aluno durante o período letivo;
- envie comunicados requisitando a devolução dos volumes ao fim do ano letivo.
É importante também que, após o recolhimento do livro, o gestor armazene os títulos em locais apropriados; do contrário, os livros podem sofrer com a umidade, tornando todo o trabalho de recolhimento inútil.
Nesse sentido, é essencial que a instituição de ensino não se esqueça de catalogar os livros por ano e disciplina, visto que isso facilitará a redistribuição dos livros no ano seguinte e economizará o tempo do gestor.
O destino final dos livros
É notório que muitos títulos ficam sem destino após o ciclo trienal. Para evitar que eles fiquem empilhados em algum depósito ou sala desativada, acumulando poeira e esquecimento, os gestores podem usá-los de outras formas no ambiente educacional. Veja algumas alternativas:
- material de apoio para reforço escolar;
fichas de leitura; - empréstimo para os alunos com deficiência em alguma disciplina;
- acervo para a biblioteca escolar.
Além dessas estratégias, as instituições de ensino também podem contar com a tecnologiacomo aliada na utilização desses livros na biblioteca. Existem novas ferramentas digitais no mercado que otimizam a rotina de uma biblioteca e permitem que a escola:
- consulte o seu acervo por categoria, localização, autor, editora e tipo de mídia;
- imprima etiquetas com código de barras para os livros, com o intuito de agilizar o atendimento;
- aumente o controle quanto aos empréstimos e às devoluções de livros;
- reduza as perdas ou extravios.
Embora os benefícios desse tipo de tecnologia pareçam estar estritamente ligados à rotina administrativa, há também vantagens no âmbito educacional. Com o auxílio da ferramenta tecnológica, os gestores são capazes de conhecer mais profundamente o perfil dos seus alunos como leitores. Isso facilita o planejamento de aulas dos docentes e impacta positivamente o processo de ensino-aprendizagem dos educandos.
FONTE:
EscolaWeb
EscolaWeb
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O que fazer quando o professor não tem condições de ser responsável por uma turma
Há algum tempo, um grupo de mães pediu para conversar comigo, coordenadora pedagógica, e com a diretora da escola. Elas queriam falar sobre a professora de uma das salas de 5 anos. Naquele momento, o pedido não nos espantou, pois já havíamos recebido algumas reclamações de outras famílias. A questão era que, desde que tal docente assumiu a turma, no início daquele ano, ficou visível para nós que ela ainda tinha muitas dificuldades na prática em sala de aula.
Atendemos ao pedido e agendamos um encontro para dali a dois dias. Estávamos numa situação bem delicada, visto que já havíamos feito várias intervenções para nortear o trabalho da professora e qualificar sua atuação, mas não obtivemos sucesso. Ela continuava não conseguindo estabelecer uma boa dinâmica na sala de aula, despertar o interesse das crianças pelas suas propostas e envolvê-las nas atividades. O resultado era a turma “pegando fogo”: os pequenos corriam para o pátio ou para o parque, entravam em conflito e, a todo o momento, desafiavam a educadora, que sequer conseguia perceber tudo o que estava acontecendo no ambiente. Inclusive, algumas colegas que levavam suas turmas para o parque no mesmo horário que essa professora demonstraram muita preocupação com a segurança das crianças sob responsabilidade dela. Essas profissionais tentaram ajudá-la dando dicas, mas também não viram melhora.
Como eu disse, desde a primeira semana de aula estávamos tentando orientá-la. Conversamos pontualmente com a professora sobre como deveria ser a rotina e sobre quais intervenções eram mais adequadas nos diferentes momentos; assistimos a filmagens de outras salas no momento do diversificado (quando as crianças começam a se dispersar) para que ela tivesse uma boa referência de como montar os diferentes cantos e do papel do educador; conseguimos um horário para que ela observasse uma colega do mesmo nível numa atividade coletiva com as crianças; e eu mesma fui contar história para a turma dela duas vezes para que ela observasse como envolver os pequenos. Nossa última atitude havia sido procurar a gestão da escola em que a professora havia atuado no ano anterior para ter mais dados. Descobrimos, então, que a mesma história havia acontecido na outra instituição e, depois de muitas reclamações das famílias e intervenções da instituição, ela entrou de licença médica por muitos meses.
Na rede pública de ensino, resolver uma situação como essa não é nada fácil. Como concursada ficaria na sala de aula mesmo se as crianças estivessem tendo muitos prejuízos de aprendizagem e até mesmo correndo riscos de se machucar. Procuramos a Secretaria de Educação e a orientação foi que registrássemos todas as vezes que orientamos a professora. Todos deveriam assinar os registros, inclusive ela. Só com tudo documentado seria possível abrir uma sindicância para verificar se a docente realmente não tinha condições de permanecer em sala.
Voltando ao encontro com as mães…
Recebemos o grupo sem a presença da professora e ouvimos as preocupações e as queixas. Relatamos nossas ações e fizemos um relatório para deixar a professora ciente do que aconteceu e também para anexar aos outros que seriam encaminhados para a Secretaria de Educação.
Desde a orientação que recebemos da Secretaria, passamos a tratar a situação mais sistematicamente, fazendo registros e orientações pontuais de duas a três vezes por semana. Diariamente, acontecia algum incidente, como precisarmos retornar com grupinhos que estavam fora da sala, perdas de tênis e blusas e até algumas crianças que não queriam ficar naquela sala e choravam na entrada. Esse processo foi bem difícil, já que a professora ora parecia ter ciência de quanto sua atuação deixava a desejar, ora parecia não estar entendendo o que se passava. Seu comportamento não era dissimulado – ela realmente tinha muitas dificuldades.
Após três meses nessa situação e muita pressão das famílias, a docente tomou algumas providências e procurou ajuda médica. Ela recebeu um parecer que a fez ser readaptada, passando a atuar em função administrativa. Chegamos à conclusão de que essa professora não poderia ter sido aprovada no estágio probatório, que é um instrumento de avaliação do desempenho do funcionário público durante os seus primeiros dois anos de atuação.
Toda essa situação foi bem desgastante para todos, mas nós, como gestoras da escola, não poderíamos ter feito diferente, pois a responsabilidade com as crianças, as aprendizagens e o bem-estar delas estavam comprometidos. É claro que tudo foi feito com muito respeito à professora e, depois de algumas semanas, ela nos procurou para dizer que trabalhava mais feliz porque estava conseguindo fazer o que era esperado dela.
E você, já vivenciou uma situação difícil como essa? Compartilhe aqui e ajude outras pessoas.
Um abraço, Leninha
FONTE:
GESTÃO ESCOLAR
GESTÃO ESCOLAR
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5 PASSOS PARA SE TORNAR UM CHEFE INFLUENTE E ADMIRADO PELA EQUIPE
Saiba como gerenciar a sua empresa da melhor forma e servir de inspiração aos seus colegas de trabalho
Muitos profissionais se questionam sobre como se tornar um líder influente, sabendo gerenciar uma equipe da melhor forma. Algumas atitudes, embora pareçam simples, são fundamentais para definir um gestor competente e admirado pelos colegas de trabalho.
Em geral, esse perfil de profissional está sempre disposto a ouvir novas ideias e opiniões, além de saber valorizar os principais talentos e habilidades da equipe com a qual trabalha.
Confira a seguir 5 hábitos que você deve incorporar a sua rotina de trabalho para se tornar um bom chefe:
1-Não sobrecarregue a sua equipe
Não proponha aos seus colegas de trabalho uma grande quantidade de tarefas a serem realizadas em um prazo insuficiente. Certamente, isso sobrecarregará a sua equipe, prejudicando o desempenho e produtividade dos funcionários.
2-Assuma a responsabilidade pelas suas tarefas
Quando determinada meta for proposta por você, busque alcançá-la com todo o esforço possível. Mas lembre-se: caso os seus objetivos falhem, não atribua a culpa aos seus funcionários, e assuma a sua própria responsabilidade.
3-Seja proativo
Não adie as suas tarefas para o último momento. Além de causar uma má impressão e servir com mau exemplo aos demais funcionários, isso prejudicará o seu próprio trabalho. Procure organizar a sua rotina a fim de que as principais atividades do dia sejam concluídas.
4- Seja sincero com a equipe
Um bom chefe sempre fornece um feedback sincero aos seus funcionários. Seja verdadeiro ao expor as suas opiniões, uma vez que isso é fundamental para contribuir para a própria evolução da equipe de trabalho.
5- Valorize os seus funcionários
Procure sempre valorizar quem trabalha com você, identificando as suas principais qualidades. Caso você precise chamar a atenção de algum funcionário, não faça isso publicamente: busque por um espaço e reserve um momento para ter uma conversa a sós com ele (a), explicando o motivo do diálogo.
Se você deseja se tornar não só um gestor competente, como também uma grande inspiração para quem trabalha ao seu lado, experimente seguir esses conselhos!
FONTE:
UNIVERSIA BRASIL
UNIVERSIA BRASIL
6 HÁBITOS DE BONS LÍDERES
Veja que ações incorporar a sua rotina para ser um líder reconhecido dentro da companhia
Ser um bom líder implica conseguir realizar bem as funções determinadas para ele e, consequentemente, obter o respeito dos seus funcionários. A maior parte deles tem alguns hábitos similares que justifiquem o cargo que ocupam. Para que você se torne um líder influente e querido pelas pessoas a sua volta, confira como você deve agir:
1 - Seja íntegro
Aja sempre de acordo com a maneira como você pensa para que consiga construir uma boa integridade para seus funcionários. Assim, você evita que as pessoas questionem suas ações, já que age em total consonância com a forma como você demonstra ser para a equipe.
2 - Preste atenção nas pessoas
Grandes líderes tendem a entender melhor as pessoas, porque prestam mais atenção a detalhes das ações cotidianas. Comumente nota expressões faciais, linguagem corporal e tom de voz, com o objetivo de entender melhor a personalidade de cada um.
3 - Seja positivo
Dentro de uma companhia, você enfrentará muitos problemas de todos os tipos. Por isso, é importante que você seja o mais positivo possível, sempre buscando soluções para os imprevistos. Quanto mais a pessoa acreditar que é possível alcançar determinado objetivo, você se sentirá mais motivado e, possivelmente, terá um rendimento superior.
4 - Crie laços pessoais
Por mais que seja importante ter uma postura profissional dentro do ambiente de trabalho, tente se aproximar dos funcionários. Dessa forma, você conseguirá a confiança deles e poderá executar um trabalho melhor, no qual a equipe é mais integrada. Além disso, demonstrando-se aberto a conversas com os funcionários, você faz com que eles sintam mais prazer em fazer parte da sua equipe.
5 - Valorize o potencial dos outros
Um bom líder é capaz de valorizar o potencial das pessoas que fazem parte da sua equipe. Dessa forma, você faz com que os funcionários sintam-se motivados e ajam mais produtivamente dentro da empresa.
6 - Mantenha o equilíbrio
É importante que você consiga conciliar seus interesses pessoais, os da empresa e dos funcionários. Para que o sistema funcione bem, todos esses pontos devem ser equilibrados. Mostre a todos que você acredita que os interesses devem ser compartilhados e que você está disposto a ajudar para que cada um conquiste o que almeja dentro da companhia.
Competências necessárias aos gestores
As Secretarias de Educação precisam oferecer formação aos gestores durante o exercício da função
A existência de padrões de competência é considerada uma condição básica para orientar e definir a seleção dos diretores escolares. A maioria das Secretarias de Educação que responderam à pesquisa - 19 das 24 estaduais e sete das 11 capitais - afirma ter esses padrões. Porém, ao analisar a lista fornecida por elas, os pesquisadores perceberam se tratar de pré-requisitos, como tempo de serviço, qualificação profissional e experiência docente - que não garantem o domínio das habilidades exigidas para o cargo.
Heloísa Lück, coordenadora do estudo, explica a diferença: "Os requisitos têm a ver com o currículo do educador, coisas que ele tenha feito e experiências vividas. Já as competências estão relacionadas ao que ele vai ser capaz de realizar como responsável pela escola." Ter foco no pedagógico, saber trabalhar em equipe, comunicar-se com eficiência, identificar a necessidade de transformações e estimular a promoção da aprendizagem dos profissionais que trabalham com ele são exemplos de competências que podem nortear a escolha do diretor.
Contudo, devido às diferentes formas de acesso ao cargo existentes no Brasil, nem sempre levando em consideração essas competências, o melhor que as Secretarias de Educação têm a fazer é oferecer aos diretores escolares a oportunidade de adquiri-las durante o exercício da função. "É como tirar a carteira de habilitação para dirigir, mas não saber fazer todas as manobras necessárias para estacionar o carro. O fato de ter a carteira não significa que a pessoa tenha, pelo menos no início, capacidade para conduzir um veículo", compara Gomersinda Adam Morgade, assessora do Núcleo de Solução de Gestão de Pessoas, da Fundação Luís Eduardo Magalhães (Flem), em Salvador.
Por isso, o acompanhamento do trabalho dos gestores é essencial para que as redes de ensino saibam quais são e onde estão as maiores dificuldades da gestão e, assim, utilizar esses dados no delineamento de programas de formação (leia a reportagem). "Ao mesmo tempo, a diversidade de conhecimentos existente num grupo permite que cada um aprenda com as experiências e competências dos outros", afirma Marialice de Carvalho Senna, também da Flem.
No Brasil, algumas Secretarias de Educação já começam a definir critérios - como é o caso do Acre, da Bahia, de São Paulo, do Tocantins e das cidades de Campo Grande e Salvador. Especialistas são a favor de que cada sistema tenha os próprios padrões, que podem, inclusive, constar como exigência, juntamente com os pré-requisitos, nos processos de seleção.
Com base nos dados da pesquisa conduzida pela FVC e em entrevistas com especialistas, selecionamos as cinco competências básicas para uma gestão eficaz, que você lerá a seguir. Saiba também como as Secretarias de Educação podem acompanhar o trabalho dos diretores para melhor planejar a formação continuada e a supervisão do ensino.
Contudo, devido às diferentes formas de acesso ao cargo existentes no Brasil, nem sempre levando em consideração essas competências, o melhor que as Secretarias de Educação têm a fazer é oferecer aos diretores escolares a oportunidade de adquiri-las durante o exercício da função. "É como tirar a carteira de habilitação para dirigir, mas não saber fazer todas as manobras necessárias para estacionar o carro. O fato de ter a carteira não significa que a pessoa tenha, pelo menos no início, capacidade para conduzir um veículo", compara Gomersinda Adam Morgade, assessora do Núcleo de Solução de Gestão de Pessoas, da Fundação Luís Eduardo Magalhães (Flem), em Salvador.
Por isso, o acompanhamento do trabalho dos gestores é essencial para que as redes de ensino saibam quais são e onde estão as maiores dificuldades da gestão e, assim, utilizar esses dados no delineamento de programas de formação (leia a reportagem). "Ao mesmo tempo, a diversidade de conhecimentos existente num grupo permite que cada um aprenda com as experiências e competências dos outros", afirma Marialice de Carvalho Senna, também da Flem.
No Brasil, algumas Secretarias de Educação já começam a definir critérios - como é o caso do Acre, da Bahia, de São Paulo, do Tocantins e das cidades de Campo Grande e Salvador. Especialistas são a favor de que cada sistema tenha os próprios padrões, que podem, inclusive, constar como exigência, juntamente com os pré-requisitos, nos processos de seleção.
Com base nos dados da pesquisa conduzida pela FVC e em entrevistas com especialistas, selecionamos as cinco competências básicas para uma gestão eficaz, que você lerá a seguir. Saiba também como as Secretarias de Educação podem acompanhar o trabalho dos diretores para melhor planejar a formação continuada e a supervisão do ensino.
FONTE:
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ENTRE. A SALA DO DIRETOR TAMBÉM É SUA
A localização, o
mobiliário e mesmo a postura ao atender os pais ajudam o gestor a ter um
ambiente organizado e acolhedor
Ocimara
Balmant
A sala do diretor pode não ser o lugar mais querido (muita gente
ainda quer distância!) nem o mais frequentado da escola, mas nem por isso tem
menos importância do que os outros. Pelo contrário. Por receber toda a
comunidade envolvida no ensino - de pais a alunos, passando por funcionários e
professores -, deve ser um ambiente convidativo, que, inclusive, dissipe a
imagem autoritária que perdurou por séculos, associada, principalmente, à
resolução de conflitos entre alunos.
Fazer com que esse local seja aconchegante não é difícil, porém é preciso estar atento a uma série de fatores, como a localização, a escolha e a disposição dos móveis e objetos e até a postura do gestor. "Desde a forma como cumprimenta até o lugar onde o convidado deve sentar, são informações não verbais que não podem ser ignoradas", diz a psicopedagoga Vera Cyrineu, que trabalhou com formação de gestores em Itapetininga, a 178 quilômetros de São Paulo.
No site e nas páginas das redes sociais de NOVA ESCOLA e de GESTÃO ESCOLAR publicamos durante 30 dias uma enquete perguntando como deve ser a decoração da sala do diretor. No total, 61,5% dos participantes enxergam o local de trabalho como espaço público e, portanto, impessoal, onde devem constar apenas objetos e referências de produção escolar. Os outros 38,5%, entretanto, acreditam tratar-se de área particular, em que o diretor tem liberdade de mobiliar e decorar. Todavia, se levadas em conta as respostas postadas apenas na página do Facebook da GESTÃO ESCOLAR, o resultado muda: 55% dos participantes acham que é uma área particular. Uma opinião que deve ser respeitada, pondera a psicopedagoga Georgia Vassimon, do Grupo de Estudos e Trabalhos Psicodramáticos (Getep), de São Paulo. "Considerar que é privado não implica dizer que o diretor não quer que as pessoas tenham acesso. Não podemos ser rigorosos demais porque faz parte do acolhimento dar pistas do jeito de cada um."
O mais importante, resume Helena de Paulo Albuquerque, professora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), é ter bom senso. "Uma foto dos filhos facilita a proximidade com alunos e pais mais tímidos, mas nada de símbolos religiosos. A escola é laica e apartidária. Não pode ter santo da mesma forma que não deve pendurar uma foto de Che Guevara na parede" (leia quadro desta página).
O mobiliário ideal vai depender do tamanho da sala, contudo, alguns cuidados são essenciais, principalmente no atendimento à família, explica Vera Cyrineu: "É preciso ter poltronas confortáveis para os pais se sentarem. Fora isso, disponibilizar uma caixa com lenço de papel e um copo com água são gentilezas que dão conforto a uma mãe aflita" (veja infográfico na última página).
Em alguns casos, até sair da própria cadeira é um bom sinalizador. "Há momentos em que o diretor precisa estar atrás da mesa, como no atendimento a um aluno que tenha desrespeitado os colegas. Em outros, é melhor ficar ao lado de quem está falando. A posição dele pode passar a impressão de seriedade e hierarquia ou de apoio e conforto - o que muitos pais precisam", afirma Nazareth Mazzega, formadora de gestores da Comunidade Educativa Cedac, em João Neiva, a 76 quilômetros de Vitória.
Essa é uma prática comum na rotina de Elicéia dos Anjos Paula, que dirige a EMEF Pio XII, em Governador Valadares, a 322 quilômetros de Belo Horizonte. Na sala com uma mesa em formato de L e várias cadeiras, muitos pais a procuram para resolver problemas de indisciplina dos filhos e, não raro, chegam nervosos. "Eu saio do meu assento e vou para perto deles. Às vezes, só essa atitude já os acalma", diz. Além da disposição em ouvir, na construção da nova escola, Elicéia pediu para que seu espaço ficasse próximo à recepção para agilizar o atendimento aos pais.
O catálogo técnico que sistematiza a construção dos edifícios escolares da rede estadual paulista orienta que a diretoria fique entre a secretaria e a parte de vivência dos alunos. Uma forma de o gestor estar acessível à comunidade exterior ao mesmo tempo em que consegue observar o movimento da escola. "Criamos uma dinâmica espacial para que o diretor saiba de tudo o que acontece. Ele precisa ver e ser visto", afirma Pedro Amando de Barros, arquiteto do escritório responsável pela reforma da EE Caetano de Campos, na capital paulista.
Fazer com que esse local seja aconchegante não é difícil, porém é preciso estar atento a uma série de fatores, como a localização, a escolha e a disposição dos móveis e objetos e até a postura do gestor. "Desde a forma como cumprimenta até o lugar onde o convidado deve sentar, são informações não verbais que não podem ser ignoradas", diz a psicopedagoga Vera Cyrineu, que trabalhou com formação de gestores em Itapetininga, a 178 quilômetros de São Paulo.
No site e nas páginas das redes sociais de NOVA ESCOLA e de GESTÃO ESCOLAR publicamos durante 30 dias uma enquete perguntando como deve ser a decoração da sala do diretor. No total, 61,5% dos participantes enxergam o local de trabalho como espaço público e, portanto, impessoal, onde devem constar apenas objetos e referências de produção escolar. Os outros 38,5%, entretanto, acreditam tratar-se de área particular, em que o diretor tem liberdade de mobiliar e decorar. Todavia, se levadas em conta as respostas postadas apenas na página do Facebook da GESTÃO ESCOLAR, o resultado muda: 55% dos participantes acham que é uma área particular. Uma opinião que deve ser respeitada, pondera a psicopedagoga Georgia Vassimon, do Grupo de Estudos e Trabalhos Psicodramáticos (Getep), de São Paulo. "Considerar que é privado não implica dizer que o diretor não quer que as pessoas tenham acesso. Não podemos ser rigorosos demais porque faz parte do acolhimento dar pistas do jeito de cada um."
O mais importante, resume Helena de Paulo Albuquerque, professora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), é ter bom senso. "Uma foto dos filhos facilita a proximidade com alunos e pais mais tímidos, mas nada de símbolos religiosos. A escola é laica e apartidária. Não pode ter santo da mesma forma que não deve pendurar uma foto de Che Guevara na parede" (leia quadro desta página).
O mobiliário ideal vai depender do tamanho da sala, contudo, alguns cuidados são essenciais, principalmente no atendimento à família, explica Vera Cyrineu: "É preciso ter poltronas confortáveis para os pais se sentarem. Fora isso, disponibilizar uma caixa com lenço de papel e um copo com água são gentilezas que dão conforto a uma mãe aflita" (veja infográfico na última página).
Em alguns casos, até sair da própria cadeira é um bom sinalizador. "Há momentos em que o diretor precisa estar atrás da mesa, como no atendimento a um aluno que tenha desrespeitado os colegas. Em outros, é melhor ficar ao lado de quem está falando. A posição dele pode passar a impressão de seriedade e hierarquia ou de apoio e conforto - o que muitos pais precisam", afirma Nazareth Mazzega, formadora de gestores da Comunidade Educativa Cedac, em João Neiva, a 76 quilômetros de Vitória.
Essa é uma prática comum na rotina de Elicéia dos Anjos Paula, que dirige a EMEF Pio XII, em Governador Valadares, a 322 quilômetros de Belo Horizonte. Na sala com uma mesa em formato de L e várias cadeiras, muitos pais a procuram para resolver problemas de indisciplina dos filhos e, não raro, chegam nervosos. "Eu saio do meu assento e vou para perto deles. Às vezes, só essa atitude já os acalma", diz. Além da disposição em ouvir, na construção da nova escola, Elicéia pediu para que seu espaço ficasse próximo à recepção para agilizar o atendimento aos pais.
O catálogo técnico que sistematiza a construção dos edifícios escolares da rede estadual paulista orienta que a diretoria fique entre a secretaria e a parte de vivência dos alunos. Uma forma de o gestor estar acessível à comunidade exterior ao mesmo tempo em que consegue observar o movimento da escola. "Criamos uma dinâmica espacial para que o diretor saiba de tudo o que acontece. Ele precisa ver e ser visto", afirma Pedro Amando de Barros, arquiteto do escritório responsável pela reforma da EE Caetano de Campos, na capital paulista.
Os erros mais comuns
Como evitar que o
espaço de trabalho se pareça com a sala de estar de sua casa:
- Símbolos religiosos A Educação brasileira é laica, isto é, não tem formação religiosa. Logo, ainda que você siga alguma fé, não exponha objetos como a Bíblia e o crucifixo, que podem constranger pessoas de outros credos.
- Fotos de família Elas dão um tom pessoal, o que não cabe em um ambiente profissional da escola. Se quiser tê-las, use-as com moderação.
- Bagunça na mesa A papelada passa a impressão de que você é desorganizado e o visitante pode imaginar que o problema dele vai ficar esquecido no meio da confusão.
- Depósito de material É pouco acolhedor ter de interromper uma conversa com um pai para que alguém pegue canetas ou folha de sulfite. Estoque o material de uso diário em outro local.
- Símbolos religiosos A Educação brasileira é laica, isto é, não tem formação religiosa. Logo, ainda que você siga alguma fé, não exponha objetos como a Bíblia e o crucifixo, que podem constranger pessoas de outros credos.
- Fotos de família Elas dão um tom pessoal, o que não cabe em um ambiente profissional da escola. Se quiser tê-las, use-as com moderação.
- Bagunça na mesa A papelada passa a impressão de que você é desorganizado e o visitante pode imaginar que o problema dele vai ficar esquecido no meio da confusão.
- Depósito de material É pouco acolhedor ter de interromper uma conversa com um pai para que alguém pegue canetas ou folha de sulfite. Estoque o material de uso diário em outro local.
Disposição
de materiais facilita a limpeza e a organização
Deixar de forma visível os objetos e papéis mais utilizados
agiliza o trabalho do gestor. É o caso, por exemplo, de um mural com cronograma
de atividades e de um armário onde seja possível encontrar com rapidez os
documentos profissionais (como apostilas de curso de gestão) e aqueles que
precisam ser entregues à Secretaria de Educação.
Decretos e leis de uso frequente também devem ficar sempre à mão. Se a escola veta o uso do celular durante as aulas, por exemplo, vale deixar o regimento interno por perto, assim como todos os comunicados da rede de ensino, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Por outro lado, é preciso atenção para não acumular papéis desnecessários. "Tudo que for de secretaria ou papelaria fica no estoque e é administrado por uma funcionária específica", diz Gisele Aparecida Guilhen Muller, da EMEB Prof. Pedro Clarismundo Fornari, em Jundiaí, a 56 quilômetros de São Paulo.
Deixando a sala em ordem, aumenta a chance de a mesa ficar arrumada. "Para conseguir um equilíbrio, Nazareth Mazzega sugere que o gestor fixe um dia para a faxina: "Na sexta-feira, por exemplo, para começar a semana seguinte com tudo organizado."
Quem economiza nos acessórios, além de ganhar tempo na arrumação, também deixa o ambiente com um ar mais profissional. "Tenho apenas um arranjo de flores, que ganhei dos alunos, e a agenda. Não quero muita coisa na mesa porque é um lugar de trabalho, uma área pública", diz Jussara de Luna Batista, que dirige a EEM Almiro da Cruz, em Barbalha, a 551 quilômetros de Fortaleza.
Decretos e leis de uso frequente também devem ficar sempre à mão. Se a escola veta o uso do celular durante as aulas, por exemplo, vale deixar o regimento interno por perto, assim como todos os comunicados da rede de ensino, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Por outro lado, é preciso atenção para não acumular papéis desnecessários. "Tudo que for de secretaria ou papelaria fica no estoque e é administrado por uma funcionária específica", diz Gisele Aparecida Guilhen Muller, da EMEB Prof. Pedro Clarismundo Fornari, em Jundiaí, a 56 quilômetros de São Paulo.
Deixando a sala em ordem, aumenta a chance de a mesa ficar arrumada. "Para conseguir um equilíbrio, Nazareth Mazzega sugere que o gestor fixe um dia para a faxina: "Na sexta-feira, por exemplo, para começar a semana seguinte com tudo organizado."
Quem economiza nos acessórios, além de ganhar tempo na arrumação, também deixa o ambiente com um ar mais profissional. "Tenho apenas um arranjo de flores, que ganhei dos alunos, e a agenda. Não quero muita coisa na mesa porque é um lugar de trabalho, uma área pública", diz Jussara de Luna Batista, que dirige a EEM Almiro da Cruz, em Barbalha, a 551 quilômetros de Fortaleza.
Um espaço funcional
Todos os detalhes para deixar a sala do gestor mais aconchegante
Todos os detalhes para deixar a sala do gestor mais aconchegante
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OS QUATRO SEGREDOS DA GESTÃO EFICAZ
Pesquisa exclusiva revela a combinação que abre as portas para melhorar cada vez mais o desempenho da escola
Duas escolas com alunos de perfil socioeconômico e cultural semelhante e pertencentes à mesma rede de ensino nem sempre têm o mesmo desempenho nas provas de avaliação externa. O que ocorre em cada uma delas para justificar a diferença? Por acreditar que é a gestão escolar que garante um resultado melhor (ou pior), a Fundação Victor Civita (FVC) realizou o estudo Práticas Comuns à Gestão Escolar Eficaz, com patrocínio da Abril Educação-Ser, do Instituto Unibanco e do Itaú BBA.
Entre abril e setembro, 14 pesquisadores coordenados pelo cientista político Fernando Luiz Abrúcio, professor de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV), de São Paulo, estudaram dez escolas em quatro municípios de São Paulo. Para chegar a elas, foi utilizado um modelo estatístico criado por Francisco Soares, da Universidade Federal de Minas Gerais (leia mais no quadro abaixo).
Divididas em pares (duas unidades em condições semelhantes, mas com resultados diferentes na Prova Brasil), elas foram visitadas e analisadas, e a conclusão é que, sim, as que têm uma gestão mais eficaz são as que obtêm notas melhores. Segundo o estudo, são quatro os "segredos" da boa gestão escolar, aspectos que podem ser replicados em todo o país para melhorar a aprendizagem.
- A formação dos gestores.
- A capacidade do diretor de integrar todas as áreas de atuação no dia a dia.
- A atenção dedicada às metas de aprendizagem, medidas nas avaliações externas.
- A habilidade para criar um clima positivo de trabalho na escola.
As análises mostram que a gestão escolar ainda está em fase de organização e, por isso, aquém do desejável. A grande lacuna é a falta de foco no pedagógico, como comprova outra pesquisa encomendada pela FVC (para o Ibope) com dados sobre o dia a dia de 400 diretores de 13 capitais (leia mais sobre como dar um salto de qualidade no artigo da última página). Veja as outras páginas e saiba o que há de melhor e o que ainda falta no cenário da gestão escolar no país.
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AS RESPONSABILIDADES DO DIRETOR
Entenda o papel do líder da escola, encarregado de orquestrar a administração da instituição, o fazer pedagógico e a relação com a comunidade
Escola organizada e limpa, equipamentos funcionando, contas em dia, funcionários em ação, comunidade participativa - e, acima de tudo, alunos aprendendo. Esse é o cenário ideal para uma instituição de ensino. Não se chega a ele sem muito trabalho e sem a presença de um diretor à sua frente. Ele deve ser um profissional que, na definição clássica do pesquisador Antônio Carlos Gomes da Costa, conjuga três perfis básicos:
- Administrador escolar: mantém a escola dentro das normas do sistema educacional, segue portarias e instruções, é exigente no cumprimento de prazos;
- Supervisor pedagógico: valoriza a qualidade do ensino, o projeto pedagógico, a supervisão e a orientação pedagógica e cria oportunidades de capacitação docente;
- Líder sociocomunitário: preocupa-se com a gestão democrática e com a participação da comunidade, está sempre rodeado de pais, alunos e lideranças do bairro, abre a escola nos finais de semana e permite trânsito livre em sua sala.
As principais funções do diretor
Não é uma tarefa fácil. O diretor precisa ter conhecimento e sensibilidade para lidar com os diversos aspectos que interferem no bom funcionamento da escola que dirige: do domínio das questões financeiras e legais à comunicação com pais, do relacionamento entre os funcionários à gestão da infraestrutura do local. A lista abaixo dá uma ideia da complexidade de sua atuação:
Não é uma tarefa fácil. O diretor precisa ter conhecimento e sensibilidade para lidar com os diversos aspectos que interferem no bom funcionamento da escola que dirige: do domínio das questões financeiras e legais à comunicação com pais, do relacionamento entre os funcionários à gestão da infraestrutura do local. A lista abaixo dá uma ideia da complexidade de sua atuação:
- Cuidar das finanças da escola;
- Prestar contas à comunidade;
- Conhecer a legislação e as normas da Secretaria de Educação para reivindicar ações junto a esse órgão;
- Identificar as necessidades da instituição e buscar soluções junto às comunidades interna e externa e à Secretaria de Educação;
- Prezar pelo bom relacionamento entre os membros da equipe escolar, garantindo um ambiente agradável;
- Manter a escola esteja limpa e organizada;
- Garantir a integridade física da escola, tanto na manutenção dos ambientes quanto dos objetos e equipamentos;
- Conduzir a elaboração do projeto político-pedagógico, o PPP, mobilizando toda a comunidade escolar nesse trabalho e garantindo que o processo seja democrático até o fim;
- Acompanhar o cotidiano da sala de aula e o avanço na aprendizagem dos alunos;
- Ser parceiro do coordenador pedagógico na gestão da aprendizagem dos alunos;
- Incentivar e apoiar a implantação de projetos e iniciativas inovadoras, provendo o material e o espaço necessário para seu desenvolvimento;
- Gerenciar e articular o trabalho de professores, coordenadores, orientadores e funcionários;
- Manter a comunicação com os pais e atendê-los quando necessário.
Todo esse trabalho, no entanto, não pode ser solitário. O diretor, como líder da escola, deve envolver sua equipe de professores, coordenadores, orientadores e funcionários no planejamento e execução das tarefas. Além de garantir uma gestão transparente e democrática, saber delegar é fundamental para dar conta do trabalho.
Essa articulação e parceria entre todos os profissionais deve sempre visar à meta principal de toda e qualquer escola: a aprendizagem dos alunos. Afinal, é função primordial do gestor prezar pela qualidade do fazer pedagógico da instituição que dirige, não sendo apenas um provedor e organizador de recursos.
FONTE: http://gestaoescolar.abril.com.br/formacao/responsabilidades-diretor-755886.shtml
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VICE-DIRETOR: O BRAÇO DIREITO DO GESTOR
Ele
não é só um substituto e pode ajudar você, diretor, em todas as áreas. Veja
como delegar funções e dar
autonomia a ele
Também chamado de adjunto, substituto ou
assistente, o vice é o profissional mais próximo do diretor. No entanto, poucos
sabem ao certo suas funções. Representar a escola em eventos externos?
Coordenar projetos institucionais? Supervisionar as finanças? Todas essas podem
ser atribuições exclusivas dele ou dividas com o diretor, dependendo da
experiência de ambos, do tamanho da equipe de funcionários e das necessidades
da escola. O problema é que a relação da dupla quase sempre é improvisada:
"As redes de ensino dificilmente orientam os gestores e estabelecem
parâmetros de trabalho integrado", afirma Heloísa Lück, diretora
educacional do Centro de Desenvolvimento Humano Aplicado (Cedhap), em Curitiba.
Essa falta de clareza se deve, em parte, ao fato de a função não existir em todas as redes. As Secretarias de Educação geralmente identificam a necessidade de uma equipe gestora maior de acordo com a quantidade de alunos e turnos. Portanto, com a expansão de programas de ensino integral, a presença desse profissional deve aumentar. GESTÃO ESCOLAR mostra como estabelecer uma boa relação de trabalho entre diretor e vice e as características de um bom postulante ao cargo - você pode ter de nomear um.
Essa falta de clareza se deve, em parte, ao fato de a função não existir em todas as redes. As Secretarias de Educação geralmente identificam a necessidade de uma equipe gestora maior de acordo com a quantidade de alunos e turnos. Portanto, com a expansão de programas de ensino integral, a presença desse profissional deve aumentar. GESTÃO ESCOLAR mostra como estabelecer uma boa relação de trabalho entre diretor e vice e as características de um bom postulante ao cargo - você pode ter de nomear um.
Perfil
profissional é parecido com o do diretor
Em determinadas redes, a dupla é eleita; em outras, nomeada. E há casos em que o gestor, independentemente de como chega ao cargo, indica o assistente ao assumir. Qualquer que seja a forma de acesso, a boa convivência e a confiança mútua são fundamentais. "Os dois profissionais precisam compartilhar ideais e visões sobre a Educação", afirma Claudia Coelho Hardagh, coordenadora do curso de pós-graduação em Gestão Escolar do Centro Universitário Senac, em São Paulo. Ao selecionar esse parceiro, o gestor deve considerar a formação, a competência, a experiência e a capacidade de trabalho em equipe - e não só o relacionamento pessoal (leia o quadro abaixo).
A indicação da assistente era uma das preocupações de Penha Casotti Flores em 2012, quando assumiu a direção da EMEF Ezequiel Fraga Rocha, em Aracruz, a 83 quilômetros de Vitória. Experiente como professora, coordenadora e vice, ela chamou Maria Justina Gambarti Alves, que atuava como coordenadora pedagógica. A decisão garantiu a tranquilidade de que Penha precisava para estrear no cargo: "Por serem novas para mim, as questões administrativas são desafiadoras e tomam muito do meu tempo. Com Maria Justina ao meu lado, sinto-me segura pois sei que ela acompanha com atenção o trabalho pedagógico."
Se por um lado a experiência pode ajudar na divisão das tarefas, por outro diferentes responsabilidades precisam ser assumidas com o novo cargo. A própria Justina reconhece que o seu dia a dia precisa de ajustes: "Ainda estou muito ligada à supervisão da formação docente, mas vendo a Penha atribulada, percebo que preciso fazer mais", conta (veja quadro na próxima página). Apesar de trabalharem juntas há vários anos, elas procuram um entrosamento cada vez maior. "Passamos a nos reunir mais somente nós duas para melhor resolver as pendências", conta Penha.
Em determinadas redes, a dupla é eleita; em outras, nomeada. E há casos em que o gestor, independentemente de como chega ao cargo, indica o assistente ao assumir. Qualquer que seja a forma de acesso, a boa convivência e a confiança mútua são fundamentais. "Os dois profissionais precisam compartilhar ideais e visões sobre a Educação", afirma Claudia Coelho Hardagh, coordenadora do curso de pós-graduação em Gestão Escolar do Centro Universitário Senac, em São Paulo. Ao selecionar esse parceiro, o gestor deve considerar a formação, a competência, a experiência e a capacidade de trabalho em equipe - e não só o relacionamento pessoal (leia o quadro abaixo).
A indicação da assistente era uma das preocupações de Penha Casotti Flores em 2012, quando assumiu a direção da EMEF Ezequiel Fraga Rocha, em Aracruz, a 83 quilômetros de Vitória. Experiente como professora, coordenadora e vice, ela chamou Maria Justina Gambarti Alves, que atuava como coordenadora pedagógica. A decisão garantiu a tranquilidade de que Penha precisava para estrear no cargo: "Por serem novas para mim, as questões administrativas são desafiadoras e tomam muito do meu tempo. Com Maria Justina ao meu lado, sinto-me segura pois sei que ela acompanha com atenção o trabalho pedagógico."
Se por um lado a experiência pode ajudar na divisão das tarefas, por outro diferentes responsabilidades precisam ser assumidas com o novo cargo. A própria Justina reconhece que o seu dia a dia precisa de ajustes: "Ainda estou muito ligada à supervisão da formação docente, mas vendo a Penha atribulada, percebo que preciso fazer mais", conta (veja quadro na próxima página). Apesar de trabalharem juntas há vários anos, elas procuram um entrosamento cada vez maior. "Passamos a nos reunir mais somente nós duas para melhor resolver as pendências", conta Penha.
Escolha criteriosa
Ao escolher o vice-diretor, verifique se ele tem:
- Experiência
como docente.
- Formação
em nível superior, preferencialmente com especialização em gestão.
- Boa
organização e bom planejamento.
- Capacidade
de monitoramento e avaliação de indicadores de aprendizagem.
- Espírito
de liderança e bom relacionamento com a equipe.
- Conhecimento
da cultura e do cotidiano da escola.
- Habilidade
em gerir recursos e definir prioridades de gastos.
FONTE: http://gestaoescolar.abril.com.br/equipe/vice-diretor-braco-direito-gestor-equipe-772913.shtml?page=1