terça-feira, 12 de novembro de 2019

COMO SE PREPARAR BEM PARA O ENCERRAMENTO DO ANO LETIVO

Falta pouco tempo e ainda há muita coisa que pode ser feita para consolidar o trabalho da equipe e da escola

Foi num piscar de olhos que novembro chegou e o ano letivo 2019 prenuncia seu fim: faltam apenas 30 dias letivos! 
Lembro-me claramente do estado de euphoria em fevereiro, quando tudo começava: o frenesi para receber bem os alunos, os professores, os pais e a correria para organizar bem todos os pontos e garantir um planejamento que mostrasse o que desejávamos para todo o ano.
Como tudo na vida tem começo, meio e fim – e cada etapa merece ser bem planejada e organizada para o todo ter coerência e ganhar sentido –, na escola não é diferente. Para que o ano tenha o sentido que buscamos com nosso trabalho, há alguns pontos que precisam ser evidenciados para que tenhamos um bom fechamento de ano escolar:
Avaliar se todas as propostas
e objetivos do Plano de Ação 2019 foram alcançados; 
Analisar tudo o que foi realizado, junto aos diversos atores (alunos, professores, equipe pedagógica, funcionários) para ver  o que deu certo e o que precisa ser melhorado;
Realizar um balanço, através de gráficos, para detectar os pontos de avanço no aprendizado dos alunos (através de um simulado e/ou outros mecanismos avaliativos)
Organizar toda a prestação de contas das verbas PDDE E PMALFA (são as duas que a nossa escola recebeu em 2019) e enviar aos órgãos competentes;
Fazer o levantamento de todo material permanente, pedagógico e de expediente para fazer a solicitação à Secretaria de Educação para o próximo ano;
Realizar autoavaliações de toda a equipe, inclusive do gestor para que possamos nos ver no processo e, consequentemente, melhorar no próximo ano;
Coletar sugestões dos professores de sonhos e projetos para o ano letivo de 2020;
Preparar junto ao Pedagógico um Conselho de Classe final bem estruturado e reflexivo, pois este é crucial na  vida escolar de muitos alunos, visto que o CC é majoritário e deliberativo.
Caro gestor, sabemos que são muitas tarefas e que algumas delas, senão todas, acabam sendo importantíssimas para se terminar bem o ano de 2019 e já deixar alguns nortes para 2020. É fundamental lembrar que o gestor não precisará realizar sozinho a maioria dos pontos elencados acima, mas sim juntamente com sua equipe. Esse trabalho conjunto facilitará todo o processo, tornando-o eficaz e dinâmico.
Desejo que tenhamos sucesso nessa etapa e que a nossa principal preocupação seja continuar dando sentido a todo o trabalho realizado no ano letivo.
Um forte abraço,
Marlucia
CRÉDITOS: Gestão Escolar

ABSENTEÍSMO ESCOLAR DEVE SER INFORMADO

A Constituição Federal de 1988, estabelece a responsabilidade do Poder Público e das instituições de ensino privadas sobre o controle da frequência escolar. Você sabia que ela indica a obrigação de aviso aos pais ou responsáveis sobre faltas injustificadas de alunos do ensino fundamental?
Leia a íntegra do parágrafo 3º do artigo 208 da Constituição Cidadã:
3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola.
Não estranhe se desconhecer esse artigo de nossa lei maior. Boa parcela da população brasileira também o desconhece.
Pesquisas constatam o grande desinteresse do brasileiro sobre assuntos importantes como ciência, busca por informação e política, por exemplo. Bastaria pesquisar na internet e você encontraria essa informação disponível, acessível e de forma facilitada pelo serviço de busca do Google.

Faltas não justificadas

Os principais motivos de ausência em sala de aula são problemas de saúde e a desmotivação dos educandos, apontam pesquisas e levantamentos. As faltas motivadas por doenças e indisposições graves são facilmente justificáveis e, na maioria das vezes, são do conhecimento de toda a comunidade escolar (família, professores e escolas).
Portanto, desfaz a natural e inicial ideia de que a maioria das faltas não justificadas ocorreriam por conta da indisciplina de alunos que “matam aulas”. Esses gazeios são minoria, mas nem por isso menos preocupantes. O absenteísmo escolar deve ser observado e notificado, inclusive, em atividades extracurriculares.
É claro que situações extremamente mais graves alertam para ameaças à vida e à integridade emocional e/ou física de crianças e adolescentes. No entanto, boa parte das faltas causadas por esses motivos não são informadas a tempo de surtirem o esperado efeito preventivo. Se perdem pelo anacronismo e ineficiência dos meios utilizados para comunicação, ou acabam sendo recebidos por pais e responsáveis agressores.

Contexto nacional

Em 1990, dois anos após a promulgação da Constituição de 1988, surge o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Ele introduz os Conselhos Tutelares Municipais (CTs) como órgãos competentes e adequados à comunicação quando forem considerados inoperantes os esforços escolares.
No ano de 1996, os textos da Constituição Federal e do ECA foram incorporados à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394/96. Na prática, os Conselhos de Classe (COC) e os Conselhos Escola Comunidade (CEC) ficaram conjuntamente responsáveis pela decisão de informar aos Conselhos Tutelares sobre problemas de frequência.
A grande crítica e discussão que existe sobre a questão do absenteísmo escolar consiste na falta de comunicação das escolas (COCs e CECs) aos Conselhos Tutelares. O que torna ineficaz o sistema, pois a maioria dos processos ainda é analógico. Na realidade, as queixas se avolumam de parte a parte, restando quase estagnado o cumprimento do expresso na Constituição Nacional.
Pesquisas acadêmicas apontam que, na relação entre famílias e escolas, bilhetes em papel são o meio de comunicação utilizado (quando o são). Também, que o “tom queixoso, delator e punitivo por parte de professores” são a tônica dessa ultrapassada e obsoleta forma de comunicação.

Legislação a passos de tartaruga

Situações como essas demandam celeridade e eficácia. É negativamente surpreendente que a maioria dos estados da Federação ainda não aprovou ou sancionou essa lei. A necessidade de comunicação efetiva entre instituições de ensino (públicas e privadas) e as famílias é explícita.
Apenas em maio de 2017, muito recentemente, o Estado do Rio de Janeiro aprovou e sancionou lei que prevê a obrigatoriedade da informação da ausência frequente dos alunos às famílias. Um importante passo para que a saúde, a segurança e a vida desses jovens possam ser preservadas.
No entanto, a Lei nº 7.614/2017, ainda não foi regulamentada. Isto é, significa que não foi normatizada nem regimentada formas e meios para que essa urgente e salvadora comunicação se realize. É de lastimar, pois vidas podem estar sendo perdidas por conta de métodos antiquados e totalmente superados.

Sua escola cumpre o que determina a Constituição?

A maioria dos pais ou responsáveis desconhece a obrigação constitucional de escolas públicas e privadas do ensino fundamental de os informarem adequadamente sobre ausências não justificadas de seus filhos.
O que não é desculpa, plausível ou aceitável, para o Poder Público nem para as instituições de ensino privado. É uma obrigação legal que os governos e escolas não podem desconhecer.
Nesse cenário, estabelecer comunicação direta e ágil com pais e responsáveis se faz urgente. A inovação e a tecnologia estão aí para transformar e contribuir com um mundo e uma Educação muito melhores.
São um caminho sustentável e eficaz que permite a comunicação escolar em tempo real entre as escolas e as famílias. Por meio da tecnologia de agenda escolar digital fica estabelecida a proximidade e promovida a participação ativa dos pais. De maneira rápida e fácil, são implementadas ferramentas facilitadoras do processo de comunicação escolar digital.

CRÉDITOS: DIÁRIO ESCOLA

domingo, 10 de novembro de 2019

SER UM GESTOR ESCOLAR MELHOR

As escolas são, por excelência, locais de aprendizado. Portanto, onde todos aprendem, sem exceções: alunos, professores, colaboradores, famílias e gestores. Inegavelmente, a vivência dentro de uma escola traz inúmeros aprendizados, especialmente para os gestores. Diário Escola trás 5 dicas para você, que está à frente de uma escola e quer se tornar um gestor escolar melhor.

Dicas para ser um gestor escolar melhor


1. Saber lidar com críticas

Todo gestor estuda para saber criticar e, em contrapartida, saber ouvir críticas. Contudo, sabemos, nunca é confortável. Afinal, são ossos do ofício e todo gestor precisa saber lidar e encarar críticas de forma positiva. Sobretudo, é um momento para ouvir a todos, refletir e aprender com erros e equívocos. Errar, além de fazer parte do aprendizado, é o momento mais rico desse processo. Sacuda a poeira, dê a volta por cima e siga em frente.

2. Empatia para dar e vender

Uma das características dos bons gestores é a ponderação. A saber, ser ponderado significa ter a habilidade e o cuidado de, antes de tomar qualquer atitude, pensar e refletir de forma serena e ajuizada. A rotina escolar é profícua em gerar situações limite e estressantes. Saber lidar com elas e com todos os envolvidos de forma empática é uma grande dica para ser um gestor escolar melhor. De novo, escutar e se colocar no lugar do outro é essencial. Afinal, empatia é acolhimento e inclusão.

3. Pontes ao invés de muros

Construa e mantenha ativa uma rede de relacionamentos. Gestão é o esforço organizado realizado por um grupo de pessoas coordenadas por um gestor, com vistas a garantir o desenvolvimento socioeducacional de uma instituição de ensino. Em verdade, escolas não fazem nada… Quem faz são as pessoas que a compõem. Para ser um gestor escolar melhor, aprenda que não se faz nada sozinho. É o esforço conjunto que leva em frente a escola. Estabeleça networking e crie oportunidades para sua escola, desde a comunidade local até parcerias com universidades. Construa pontes, esqueça os muros…

4. Engajamento e cobrança

Ser um gestor escolar melhor significa liderar. E, liderar, é saber reconhecer esforços e cobrar resultados. Aprenda a lidar com sua equipe: incentive, motive e cobre. Acompanhe de perto, auxilie no que for possível, tome as decisões necessárias. Prazos e metas precisam ser cumpridos. É sua função fazer acontecer. No final, a responsabilidade é toda sua. Encontre o meio termo entre elogio e cobrança. Mantenha a comunicação efetiva, com toda a equipe informada sobre necessidades, urgências e avanços. Assim, de forma empática, construa o engajamento e a coesão do grupo.

5. Foco na educação e nos alunos

Querer ser um gestor escolar melhor tem um grande e honroso objetivo: a educação dos jovens alunos. Essa é a condição e premissa que impulsiona todo o crescimento e o desenvolvimento sustentável das instituições de ensino. Também, de sua carreira. Pense grande e trabalhe muito. Assim, com certeza, todo o esforço será recompensado. Os desafios são muitos e devem ser superados, um a um. Tenha em mente que o seu trabalho e de toda sua equipe, contribui para algo maior: o pleno desenvolvimento dos jovens que estão sob seus cuidados por meio de uma educação de qualidade.

CRÉDITOS: DIÁRIO ESCOLA

sábado, 9 de novembro de 2019

ATRIBUTOS QUE FAZEM ESCOLAS DE SUCESSO


Espelhar-se em projetos, cases e escolas de sucesso para crescer e melhorar é uma abordagem da ciência da Administração. Esse estudo se chama benchmarking. Não é copiar nem é vergonhoso. O objetivo é pesquisar, de forma sistemática, as melhores práticas e processos que conduzam à otimização e ao melhoramento organizacional. Em resumo, é identificar atributos que fazem escolas de sucesso no mercado, em um processo de aprendizado.

Vantagens do processo de benchmarking

Benchmarking consiste no acompanhamento consentido de processos de instituições de ensino concorrentes ou não. Essas escolas referência devem ser reconhecidas pela excelência de suas práticas administrativas e/ou pedagógicas.
Em síntese, é aprender com escolas de sucesso que apresentam atributos notáveis e reconhecidos. Verdadeiras representantes do estado da arte em projetos e processos pedagógicos e gestão escolar.
Além disso, o benchmarking é um eficiente método para incentivar o engajamento de colaboradores e do corpo docente. Também, para o estabelecimento de objetivos e metas.

Principais vantagens do benchmarking

  • Trazer para a escola as melhores práticas do mercado.
  • Reforço da cultura de melhoramento contínuo.
  • Melhoria da comunicação interna e externa.
  • Fomento à educação continuada e capacitação do corpo docente.
  • Profissionalização dos processos e da gestão escolar.
  • Caminho para a excelência administrativa e de processos.
  • Redução de custos.
  • Criar vantagens competitivas.

Os atributos que fazem escolas de sucesso

O setor educacional é muito competitivo. A concorrência entre as instituições de ensino deve levar a melhorias significativas e contínuas. Assim, todos ganham com uma educação de qualidade cada vez maior. Saiba mais sobre alguns atributos que fazem escolas de sucesso.

Ambiente inspirador

A escolha precisa ser acolhedora e inspiradora. É nela que professores e alunos trilham, juntos, os caminhos da aprendizagem. Os processos de ensino e aprendizagem são potencializados por essa importante característica das escolas de sucesso.

Qualidade pedagógica

Inegavelmente, esse é um dos fundamentais atributos que fazem escolas de sucesso. É a alma e o norte das instituições de ensino. Nesse sentido, precisa ser claro e coerente. A mesma atenção dedicada a ele deve ser estendida para o currículo escolar, ao material pedagógico e às avaliações.

Capacitação e educação continuada

Os colégios de excelência incentivam a educação continuada e a capacitação do corpo docente. Escolas de sucesso são construídas sobre a solidez do conhecimento, das habilidades e das capacidades de seus mestres. É papel da gestão escolar não apenas oportunizar cursos, eventos e especializações. Como também reconhecer o esforço e dedicação dos professores.

Mais líderes, maior a credibilidade

Em um ambiente propício, a liderança encontra terreno fértil para se desenvolver e distribuir seus bons frutos. De forma empática e apaixonada, professores e gestores devem inspirar seus pares e toda a comunidade escolar. Referenciais para os alunos, representam maior dos atributos que fazem escolas de sucesso: a credibilidade. As famílias precisam de máxima confiança nas escolas para as quais, diariamente, entregam seus filhos.

Diversidade e atividades

Os processos de ensino e aprendizagem fazem muito mais do que ensinar ao transmitir conhecimentos. Inegavelmente, uma boa escola contribui para o desenvolvimento pleno dos alunos. Ela forma seres humanos e cidadãos capazes de darem conta de si e do mundo. Então, quanto mais diversa for a experiência extracurricular, maiores serão as possibilidades de interdisciplinaridade e de uma formação abrangente e criativa. Um dos atributos que fazem escolas de sucesso.

Sem superlotação

A gestão das escolas de sucesso planeja e calcula o número ideal de alunos por turma. Esse cálculo leva em conta a infraestrutura (capacidade das salas de aula), o corpo docente e o número de alunos matriculados. Todavia, nas escolas de sucesso essa equação leva em conta, primeiro, a qualidade dos processos de ensino e aprendizagem e evita a superlotação.

Tecnologia sempre presente

A tecnologia é um dos atributos que fazem escolas de sucesso. O investimento dessas instituições de ensino em soluções e ferramentas educacionais tecnológicas é modelar. Do mesmo modo, a inteligente utilização dos meios digitais e redes sociais oportuniza aos professores e alunos potencializar os processos de ensino e de aprendizagem.

Integração entre famílias e escola

Nas escolas de sucesso, as famílias estão presentes, sempre. Afinal, a família é a responsável direta pela educação dos filhos. Em escolas referência, a formação e o desenvolvimento pleno desses jovens acontece com a participação familiar. Desde questões disciplinares e pedagógicas, até em eventos acadêmicos e festividades. A presença da família é indispensável em escolas que fazem sucesso.

Comunicação efetiva

Comunicação de qualidade é uma poderosa aliada das escolas. Por meio dela é que fica estabelecida a necessária e efetiva comunicação interna e entre as escolas e as famílias. O que gera proximidade e leva à participação ativa dos pais e responsáveis. A utilização de aplicativos de agenda e comunicação digitais são inovações que fazem escolas de sucesso.


Conheça o Diário Escola

Surpreendentemente moderna e sustentável. Assim é a melhor agenda digital de comunicação escolar do Brasil. Por isso ela é uma poderosa aliada para instituir a necessária e efetiva comunicação entre as escolas e as famílias. Por meio da tecnologia de agenda escolar digital fica estabelecida a proximidade e promovida a participação ativa dos pais e responsáveis.
Além disso, o aplicativo Diário Escola é acessível, direto, seguro e com serviços que facilitam e organizam a rotina nas instituições de ensino. Por consequência, o app de agenda digital é rápido, fácil e totalmente eficiente. Com ele, são implementadas ferramentas facilitadoras e efetivas para o processo digital de comunicação escolar.
E o melhor: com toda a segurança e muitas outras funcionalidades que vêm auxiliar a gestão escolar. Sua escola pode até não ter percebido, ainda, mas precisa do aplicativo de agenda digital Diário Escola.
CRÉDITOS: DIÁRIO ESCOLA

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

APRENDER FAZENDO

Fazer e aprender para aprender fazendo. Mais que um jogo de palavras, é um processo do ensino e da aprendizagem muito em voga. Aprender fazendo (learn by doing) é botar a mão na massa e ser agente ativo em seu processo de desenvolvimento intelectual. A ideia é que, por meio da prática, a experiência educacional possa ser mais relevante. Também, que os educandos, estimulados pelo protagonismo da vivência prática, se demonstram mais engajados.
Assim, o resultado esperado é melhor compreensão e maior fixação dos conteúdos. Não é algo novo, mas apenas mais recentemente a inclusão dessa prática pedagógica vem ganhando mais espaço instituições de ensino. Só para ilustrar, filósofos e educadores já defenderam essa ideia: Platão, Aristóteles, Rousseau, Montessori e Freinet são expoentes.

Aprender fazendo e o método tradicional

learn by doing é uma proposta que pode ser complementar ou alternativa ao modelo tradicional de ensino (teórico, expositivo e passivo). Portanto, em ambos casos, o propósito de aprender fazendo é conseguir maior relevância à aprendizagem por meio da prática.
“Aprender fazendo” é um termo criado pelo educador e filósofo John Dewey (1938). De fato, ele reconhece no processo prático o caminho para potencializar as possibilidades e os resultados da educação, pelo envolvimento direto dos educandos nessa experienciação. Igualmente, Dewey acredita que a educação experiencial, por meio de um processo de reconstrução e reorganização dos resultados das vivências, influirá positivamente nas experiências futuras.
Mais recentemente, em 1984, o teórico educacional David Kolb retoma e amplia o conceito de “aprender fazendo” de John Dewey. Em sua teoria, o Ciclo de aprendizagem de Kolb, ele descreve o processo de aprendizagem experiencial como um ciclo contínuo com quatro estágios. Agir (experiência concreta), refletir (observação reflexiva), conceitualizar (conceitualização abstrata) e aplicar (experimentação ativa).
Enquanto John Dewey é reconhecido na educação de jovens (pedagogia), sinal dos tempos, David Kolb é considerado essencial na educação de adultos (andragogia). Inegavelmente, o reconhecimento dos dois americanos na academia e no mercado é notório. Dewey, mais em como auxiliar no processo de aprendizagem e, Kolb, pelo entendimento do comportamental humano ligado à aprendizagem.

5 boas razões para adotar vivências práticas na escola


1. RELEVÂNCIA

Aprender fazendo, evidencia aos estudantes os papéis da teoria e da prática. O porquê e o para quê das “coisas”. A explicação da aplicação prática das teorias torna mais compreensível o aprendizado. Também, as vivências preparam melhor os jovens para o mundo. Assim sendo, eles adquirem maior desenvoltura na hora de enfrentar desafios e resolver problemas.

2. ERRAR FAZ BEM

learn by doing é muito atual no quesito inovação. Uma premissa e princípio comuns a aprender fazendo e aos processos de inovação é que a curva de aprendizagem pode ser maior nos erros do que nos acertos. Aqui, se evidencia o papel fundamental dos professores, como mediadores e curadores dos conhecimentos e teorias. No mundo atual e no futuro, é essencial saber que se pode errar e falhar. O propósito dessa permissão é adquirir o conhecimento necessário para evitar, pelo menos, o mesmo erro ou falha no futuro. Esse é um processo criativo que resulta em alternativas criativas. Com toda a certeza, a escola é o espaço para isso tudo, para testar, errar, aprender e evoluir.

3. INTERDISCIPLINARIDADE

Transitar em várias áreas do conhecimento é uma vantagem desse processo pedagógico. De tal sorte que abordar e buscar a resolução de problemas conectando e integrando várias disciplinas é um pretendido diferencial. Os resultados da vivência prática e resolutiva por meio de conhecimento transdisciplinar são aulas mais dinâmicas, experienciação estimulante e maior absorção e fixação de conteúdos.

4. COOPERAÇÃO E COLABORAÇÃO

O futuro valoriza o trabalho conjunto. Então, saber cooperar e colaborar são habilidades fundamentais no presente e, muito mais, no futuro. Assim como, saber que o conhecimento tem mais valor quando é compartilhado. Aprender fazendo é experienciar o fracasso e transformá-lo em sucesso por meio da atuação integrada de todas as diferentes habilidades presentes em um grupo. É saber que a empatia é um desafio constante no processo de aprender, de conviver e de discutir soluções e alternativas com os colegas. A construção da autonomia e da independência de cada indivíduo anda junto e é resultado da vivência coletiva. Posto que o espírito de nosso tempo valoriza o desenvolvimento pessoal sem esquecer ou descartar o social, o espírito de coletividade e a diversidade e o respeito às diferenças.

5. AUTOESTIMA E CONFIANÇA

Desenvolver um projeto desde a ideação até a realização prática tem repercussão no íntimo dos indivíduos e é, em si, um valor intangível. Sem dúvida, docentes e educandos experimentarão o aumento da autoestima e da confiança ao aprender fazendo. Como mensurar o aumento e a evolução das capacidades analítica, crítica e argumentativa; das habilidades de gestão de recursos e de pessoas e da criatividade? Como avaliar o desenvolvimento intelectual e pessoal gerados pela flexibilidade em se aventurar pelo desconhecido, pelo novo? Quais os benefícios para a vida dos educandos pela confiança e coragem demonstradas em momentos de exposição, tensão e pressão? Em resumo, são capacidades, habilidades, atributos, benefícios e atitudes difíceis de serem mensuradas. Contudo, importantes e propósitos de aprender fazendo.

CRÉDITOS: DIÁRIO ESCOLA

terça-feira, 5 de novembro de 2019

A MELHOR FORMA DE DAR FEEDBACK À EQUIPE

Saiba quais pontos são imprescindíveis nas devolutivas para a equipe, como lidar com os casos difíceis e quem faz a conversa em cada caso.

Há muito planejamento envolvido para dar início às atividades letivas, organizar a equipe, traçar os objetivos do ano e acompanhar os resultados. Mas não é só o esforço de planejamento da gestão que define os resultados da escola. Cada colaborador tem a sua parcela de responsabilidade e investir no desenvolvimento profissional da equipe pode contribuir muito para ter bons resultados. Além da formação continuada durante os horários de trabalho pedagógico coletivo (HTPC), o feedback - a famosa devolutiva - é um recurso que ajuda a desenvolver as competências e habilidades desejadas ao evidenciar caminhos potenciais para  melhoria.
“Se entendemos o feedback como momento formativo e não como ‘chamada de atenção’, temos a oportunidade de melhorar pontos e crescer enquanto profissionais”, diz Muriele Massucato, coordenadora pedagógica da Escola Municipal José Avilez, em São Bernardo do Campo (SP). A devolutiva, diz, é também uma forma de acompanhamento e acolhimento da equipe. “Já estive em escolas em que não havia acompanhamento e há um sentimento de solidão no trabalho. Como na escola somos um coletivo que precisa ter uma consonância, as devolutivas favorecem um alinhamento pedagógico”, explica.Como funciona o feedbackO momento pode se dar de duas formas: estruturada ou pontual. Na escola de Muriele, ele é estruturado: mensalmente, os docentes e equipe de apoio recebem devolutivas sobre suas entregas em um formato pré-estabelecido. Entre os gestores, o procedimento é feito semanalmente. A vantagem de se ter uma frequência de devolutivas é acompanhar o desenvolvimento e seu impacto nos resultados. Além disso, ter uma agenda para esses eventos permite uma preparação maior dos gestores para levantar informações e embasar a conversa, o que facilita o diálogo. “Procuramos sempre nos pautar para essas conversas em documentos oficiais, como as diretrizes curriculares – agora, a Base Nacional Comum Curricular –, o regimento interno da escola ou as orientações da rede, por exemplo”, esclarece a coordenadora. “Mensalmente, os docentes encaminham seus planejamentos. A partir desses materiais e da observação na rotina estruturamos a conversa”, conta. Quando se trata de uma demanda de atenção coletiva, é possível trazer a pauta para o HTPC. “Para tratar do que é pontual e evitar a exposição do professor, fazemos agendamento com pelo menos alguns dias de antecedência”, diz Muriele. A conversa é registrada para futuras consultas de acompanhamento e, inclusive, referência para os próximos feedbacks.Na EMEIF Boa Vista do Sul, em Marataízes (ES), o feedback estruturado acontece uma vez por ano. Todos os funcionários da escola se autoavaliam e são avaliados pela gestão. A devolutiva tem duas partes: uma em que o funcionário avalia suas ações com “sim”, “não” e “ às vezes” e outra aberta para observações escritas em relação às suas ações. “Esse modelo dá subsídios para entendermos o que é preciso melhorar, onde é preciso colocar o pé no freio e onde acelerar”, explica a diretora Marlúcia Brandão.LEIA MAIS: Diminua a resistência à observação em sala de aulaAlém de se pautar nos documentos de referência para a escola, nas atribuições de cada funcionário e entregas, a devolutiva bem embasada deve trazer exemplos concretos para a conversa. Três elementos básicos podem compor o feedback:
  1. Qual é a situação
    Em que momento e onde ela ocorreu
  2. O comportamento que precisa de mudança
    Aqui é importante não focar nos adjetivos – afinal, não se trata de um julgamento de impressões –, mas nos verbos, as ações que não estão de acordo com o esperado
  3. O impacto que aquele comportamento teve nas outras ações e pessoas envolvidas
    Estamos falando das reações de consequência do comportamento. Além de apontar o que precisa ser melhorado, o ideal é trazer orientações sobre como as atividades podem ser melhor realizadas.

As devolutivas também podem acontecer de forma pontual. Na escola de Marlúcia, onde o feedback estruturado acontece apenas uma vez ao ano, as devolutivas pontuais são quase diárias. “Trabalho muito com o reforço positivo sobre as atividades no dia a dia da equipe e sempre pergunto o que estão fazendo e se precisam de ajuda. Isso facilita o acompanhamento do trabalho e ajuda a entender quais são os pontos que podemos desenvolver juntos em cada um”, conta a diretora. A via é de mão dupla. “Dou abertura para a equipe me sinalizar quando eu estiver errando também. Afinal, são eles que me apoiam e vão me ajudam a visibilizar os pontos a melhorar”.
Da mesma forma que é necessário fazer intervenções em sala de aula para guiar a aprendizagem de um aluno de acordo com suas dificuldades, é preciso avaliar quando as intervenções pontuais também são necessárias entre a equipe de funcionários. Dependendo da situação e de seu impacto, não faz sentido aguardar o próximo ciclo de conversas para indicar que, por exemplo, o planejamento de um professor está fora das diretrizes oficiais da rede ou há um problema com a limpeza da escola. Nesse processo, tão importante quanto a própria devolutiva, é o acompanhamento dela.  VEJA TAMBÉM: Como organizo a avaliação da equipe na Educação Infantil

Incluir a equipe todaComo no espaço escolar a aprendizagem é sempre o maior objetivo final, corre-se o risco de acreditar que a proposta é garantir a devolutiva apenas da equipe docente. “Todos os funcionários da escola possuem um plano de ação e precisam ser acompanhados. As reuniões são periódicas, de acordo com a necessidade, para os funcionários de apoio, como limpeza, e oficiais de escola, como o pessoal da secretaria”, explica Muriele Massucato, da Escola Municipal José Avilez. Na instituição, grupos da comunidade escolar como Associação de Pais e Mestres (APM) e conselho mirim, por exemplo, também são incluídos na devolutiva. “É muito interessante porque traz o olhar das pessoas que são atendidas nesse serviço, que é a escola. As crianças têm olhares muito sensíveis sobre como melhorar a rotina, o recreio”, aponta. Por ora, o processo ainda é unilateral, mas a escola já estuda como auxiliar na formação desses grupos.Quem dá o feedbackA equipe gestora é a responsável por guiar a conversa. Pela proximidade maior entre docentes e coordenação, é este último quem faz os feedbacks dos professores. No caso dos funcionários de apoio, fica a cargo do diretor e vice. “Apesar dessa divisão, sempre alinhamos as pautas entre os gestores para garantir que não seja uma visão unilateral”, destaca Muriele. As devolutivas do diretor são semanais e ficam sob responsabilidade do supervisor de ensino. Como a supervisora é externa à escola, os integrantes da gestão, que estão próximos na rotina diária, também fazem esse processo. Quando não há a figura do supervisor, a devolutiva pode vir de outro membro gestor.Na EMEIF Boa Vista do Sul, em Marataízes, na conversa da avaliação anual, a direção também é avaliada pelos funcionários. “Independentemente dos anos de experiência, a gente também erra. O importante é estar aberto para ouvir e tentar ajustar”, acredita Marlúcia.Os casos difíceis e os cuidados na hora da conversaNão é fácil ouvir que você não está indo bem em determinados pontos do trabalho. Por isso, é mais do que válido medir as palavras. Principalmente nos casos em que o feedback não é positivo, é preciso tomar cuidado para não emitir julgamentos ou acusar pessoalmente o funcionário. Frases como “é difícil trabalhar com você”, “você é irresponsável” ou “você sempre faz isso” devem ser evitadas. Generalizar ou exagerar nas ações (usando o “sempre faz” ou “nunca faz”) não é indicado. Para evitar um tom pessoal, o ideal é esclarecer a situação – onde e quando  aconteceu. As críticas devem se fundamentar nas atitudes e não em impressões suas ou de terceiros. Ao fim da conversa, vale perguntar se os pontos ficaram claros e  há dúvidas.Mesmo nas conversas difíceis, não esqueça de destacar os avanços e pontos positivos da pessoa com quem está falando. Seja qual for o caso, ela coloca o gestor na posição de escuta. “Procuro entender o problema e os motivos. Às vezes, partimos da premissa que o funcionário já sabe tudo e que é óbvio, mas pode ser que estejamos cobrando cobrando coisas que eles não têm domínio. Por isso, a escuta é importante. Só depois que você mostrou e deu um tempo ao funcionário para se ajustar, dá para cobrar uma nova postura”, acredita a diretora.Uma estratégia para esses casos mais delicados é fazer a conversa em duplas. “Quando é um caso em que já demos orientações em outros momentos e o funcionário continua agindo da mesma maneira ou uma questão que afeta o pedagógico, como um professor que está sempre atrasado ou é faltoso, preferimos fazer com a presença do diretor”, conta a coordenadora Muriele. Em duas pessoas, é possível elencar mais exemplos sobre o comportamento e justificar o impacto, além de se apoiarem.
CRÉDITOS: Gestão Escolar