terça-feira, 31 de outubro de 2017

8 DICAS PARA EVITAR A AGRESSIVIDADE NAS CRIANÇAS

Todas as crianças passam por fases mais agressivas, onde tentam resolver tudo com pancadas, mordidelas ou pontapés, utilizando a agressividade como uma forma de exprimir a sua revolta. Para uma criança mais feliz, saiba como evitar essa agressividade e ajude a criança a lidar com a sua própria raiva.
  1. Estabeleça regras claras. Comunique de forma clara à criança quais as regras relativamente ao seu comportamento, ou seja, se é proibido bater e morder informe-a disso. Explique-lhe ainda quais as consequências desses atos – ficar de castigo na esquina ou não poder ver televisão durante uma noite, por exemplo. Sempre que a criança quebrar essas regras, deve ser logo chamada à atenção e castigada, para que não se sinta tentada a desafiar constantemente os limites.
  2. Ensine à criança o autocontrole. As crianças não têm a capacidade de se auto controlarem, sendo, por natureza, seres impulsivos. Por isso mesmo, no que toca à agressividade, precisam de ser ensinadas a não bater, dar pontapés ou morder sempre que lhes apetecer. Para isso, precisam da orientação dos pais para as ajudar a exprimir o seu descontentamento através da comunicação verbal e de pensarem antes de partirem para comportamentos agressivos.
  3. Não castigue com violência física. Violência física gera violência física, ou seja, se vir o seu filho a morder ou a bater o irmão mais novo, a vontade inicial é dar-lhe uma boa sapatada, mas a verdade é que deve evitar esse impulso a todo o custo. Utilizar a violência física como forma de disciplina é negativo de duas maneiras: pode aumentar a agressividade da criança e pode levá-la a acreditar que essa é a forma correta de lidar com pessoas quando não se gosta do seu comportamento.
  4. Não encoraje a criança a ser um “durão”. A tendência que alguns pais têm é para motivar uma certa agressividade nos filhos – principalmente nos rapazes – de forma a que eles se possam defender em qualquer situação. Porém, encorajar uma criança a ser “durão” ou utilizar essa palavra como elogio, pode levar a criança a sentir que precisa de ser agressiva para ter a aprovação dos pais.
  5. Seja paciente. Não é nada fácil lidar, de forma calma e tranquila, com uma criança agressiva, no entanto, deve dar o exemplo e manter o temperamento controlado. Por norma, as crianças imitam o comportamento dos pais, por isso, se for agressivo com a criança, o mais certo é ela seguir as suas pegadas. 
  6. Mimo e carinho. A agressividade de uma criança também se quebra com mimos e um pouco de carinho – afinal o amor não é mais forte do que tudo? Num momento de raiva e de agressividade, mostre à criança que percebe aquilo que está a sentir e esteja fisicamente presente para lhe segurar a mão, passar a mão no cabelo ou dar-lhe um forte abraço. O poder de um carinho não tem valor e é extremamente potente no que toca a desvanecer e evitar futuras atitudes agressivas.
  7. Ensine a criança a lidar com a raiva de forma positiva. Motive a criança a utilizar as palavras para exprimir os seus sentimentos, em vez de recorrer à violência, ou seja, diga-lhe que está disponível para ouvir porque motivos está zangada e para a ajudar a encontrar uma solução para a situação. Outras formas de lidar com a agressividade incluem: dançar, ir brincar ou correr lá para fora para libertar a energia acumulada; mas também fazer alguma coisa que aprecie particularmente – como ler um livro, desenhar ou brincar com o seu animal de estimação – para dissipar a raiva.
  8. Elogie o bom comportamento. Da mesma maneira que as crianças têm de ser chamadas à atenção quando se portam mal e são agressivas, também precisam de ser elogiadas pelo seu bom comportamento. Faça questão de elogiar a criança quando ela lidar com a sua raiva de forma positiva, ou seja, sem ser agressiva
FONTE:
Pequenada.com

A CRIANÇA VIOLENTA E AGRESSIVA QUE BRIGA MUITO

Como educar a uma criança com comportamento agressivo

 

Quando as brigas da criança são frequentes, o que os pais devem fazer. Os pequenos e as crianças de idade pré-escolar com frequência brigam pelos brinquedos. Algumas crianças são premiadas involuntariamente pelo seu comportamento agressivo. Por exemplo, pode ser que uma criança empurre a outra, jogando-a no chão e pegando seu brinquedo. Se a outra criança chora e se afasta, a criança agressiva se sente vitoriosa, já que conseguiu o brinquedo. É importante identificar se esse padrão está ocorrendo nas crianças agressivas.

O que se deve fazer com as crianças brigonas

 

Quando as brigas são frequentes, isso pode ser um sinal de que a criança tem outros problemas. Por exemplo, pode estar triste ou alterada, ter problemas para controlar a coragem, ter sido testemunha de violência ou ter sido vítima de abuso no cuidado diurno, na escola ou em casa. As pesquisas têm demonstrado que as crianças que são físicamente agressivas em idade muito pequena, têm tendência a continuar com este comportamento quando maiores. Os estudos também demonstraram que as crianças que são expostas à violência e à agressão repetidamente através da televisão, vídeos e filmes, agem de forma mais agressiva.
Se uma criança pequena tem problemas persistentes com a ação de brigar e de morder, ou exibe um comportamento agressivo, os pais devem buscar ajuda profissional de um psiquiatra de crianças e adolescentes ou de outro profissional da saúde mental que se especialize na avaliação e tratamento dos probelmas do comportamento das crianças pequenas.
- A intervenção precoce é muito mais efetiva. Não espere que a criança comece a mostrar comportamento mais agressivo. Intervenha logo que observar que a criança se sinta frustrada ou que esteja se alterando com facilidade.
- Quando as crianças pequenas brigam com frequência, supervisem-nas mais de perto.
- Se uma criança bate em outra criança, de imediato separe os dois. Logo trate de consolar e atender a criança que foi agredida.
- Ao bebê que começa a andar (1 a 2 anos), diga-lhe: “Não bata. Dói quando você bate”.
- À criança pequena (de 2 a 3 anos), diga-lhe: “Eu sei que você tem coragem, mas não bata”. Isso começa a ensiná-la a empatia com as outras crianças.
- Não bata na criança se ela está batendo em outras. Isso a ensinará a utilizar um comportamento agressivo.
- Os pais não devem ignorar ou menosprezar as brigas entre irmãos.
- Ensine-os que a agressão não é a forma correta para conseguir o que se quer. Por exemplo: imaginemos o caso de dois meninos, um de 6 e outro de 4 anos de idade. O maior está jogando bola até que o menor aparece para tirá-la. E ali iniciam-se as brigas e gritos. O pequeno grita e esperneia porque quer a bola. Se intervirmos, exigindo que o maior conceda a bola ao mais pequeno, estaremos reforçando de uma maneira negativa, que o pequeno sempre esperneie e grite para conseguir o que se quer.

FONTE:
GUIA INFANTIL

CRIANÇAS AGRESSIVAS

  1. Crianças que mordem ou empurram amiguinhos, xingam e batem nos pais e outros adultos, fazem birras ou escândalos sem necessidade, podem ser consideradas agressivas? Em qual faixa etária é mais comum a criança ser mais agressiva?
Sem dúvida que as condutas das crianças morderem, empurrarem e baterem são demonstrações de agressividade mais primitiva do que fazer escândalos e birras. A agressividade física ocorre em crianças menores porque a comunicação corporal é anterior ao desenvolvimento da capacidade de falar. As crianças pequenas, de 1 até 3 anos, em geral podem ser mais agressivas porque seu aparelho para pensar ainda está em formação e é primitivo, e a criança não conhece outros meios de conseguir o que deseja ou  rechaçar o que incomoda. Só agredindo fisicamente ou berrando.
2. A agressividade infantil pode ter vários motivos: chamar a atenção das pessoas, fazer birra, nervosismo por alguma frustração, entre outros. Como saber o real motivo dessa agressividade e como lidar com isso?
Olhando para a criança, isto é tentando, de fato, se colocar no lugar dela sendo solidário, desta maneira é possível compreender o que ela está sentindo. Outra forma de compreender a criança é conversando. Pergunte a ela porque você faz isso? Talvez ela ainda não saiba colocar em palavras, então você pode ajuda-la, colocando as suas hipóteses em palavras, até a criança encontrar alivio ao ver que você a compreendeu e traduziu em palavras aquilo que emocionalmente lhe perturbava. O sentimento que era incompreendido e por isso a criança era tomada por ele, ganha uma forma pôde ser expressado e foi compreendido pela mãe ou o pai. Além de ensinar a conduta para o filho que é pensar e falar ao invés de atuar, a mãe traz um grande alivio porque é isto que ele mais deseja quando faz birra – Ser compreendido pela mãe ou pai – Existir para o outro – Reconhecer-se no olhar do outro.
3. É verdade que a agressividade infantil está ligada à dificuldade da criança se expressar?
Sem sombra de dúvida. Dificuldade de se expressar para o outro e principalmente para si mesma. Nosso trabalho é ajuda-la a se expressar e ver-se reconhecida e legitimada em seus sentimentos no olhar do outro – pai, mãe, cuidador…
4. Qual é o papel da escola na hora de lidar com uma criança agressiva?
As escolas precisam ter profissionais que compreendem o universo infantil. Em situação de agressividade este profissional deve ouvir a criança com toda a atenção e auxilia-la a pensar no ódio e na raiva, enfim nesta energia negativa que circula dentro dela e que busca escape na agressividade. Se o sofrimento for intenso e a conversa com o profissional não bastar deve-se encaminhar a criança para um psicólogo infantil que ajude a criança a administrar e organizar seus sentimentos de ódio e que oriente os pais.
5. Como os pais podem castigar uma criança agressiva sem serem agressivos também?
Castigo é agressivo. Se o pai castiga o filho aumenta o ódio dentro dele e ele será mais agressivo e isto se tornará um circulo vicioso. O que fazer? Conversar, explicar, perguntar e encontrar junto com a criança pensamentos e ideias para dissolver o ódio. Em geral as crianças refletem com os outros a conduta de seus pais em casa. Será que os pais de filhos agressivos também não são inconscientemente agressivos? Muito provavelmente!
6. Quando os pais são muito permissivos com a criança agressiva, eles estão piorando este quadro de agressividade no filho?
Sim. Em primeiro lugar porque eles ensinam ao filho que ele vence pelo cansaço. Em segundo lugar se são permissivos, é sinal que não dão à criança o que ela precisa e futuramente esta criança será um adulto muito difícil de lidar.
A criança testa o adulto ela quer ver até onde ele cede e se ela pode confiar no adulto para cuidar dela. Um pai permissivo não coloca limites, e muitas vezes é isso que ela esta pedindo. Ela precisa sentir-se cuidada. Dar tudo o que ela quer é descuidar de uma criança. Deixar que ela faça o que quiser é sinal que ninguém cuida dela. Por isso criança precisa ser cuidada por um adulto para dizer o que pode e o que não pode e o porque, até a criança crescer e aprender a cuidar de si mesma. Ser mãe e pai dá trabalho, precisamos pensar no que é melhor para o nosso filho, pais muito permissivos não estão fazendo o seu trabalho.
7. Levar a criança para brincar ou para praticar algum esporte pode ser uma forma dela descarregar a agressividade? O que mais pode ser feito para melhorar o quadro de agressividade do filho?
Em primeiro lugar conversar. Em segundo lugar pensar no que você chama de agressividade? Será que é muita energia dentro dela e a necessidade de extravasa-la? Então o caminho é praticar algum esporte que ela goste. Lembre-se que nossos filhos não estão no mundo para realizar nossos desejos frustrados, se você quis ser campeão de judô, não imponha isto ao seu filho. Veja o que ele gosta. Atividades livres também são importantes, por isso se ele tem muita energia, não ocupe todo o seu tempo livro praticando esportes dirigidos.  Ele pode fazer um esporte e também brincar ao ar livre com os amigos.

FONTE:
PSICÓLOGA RESPONDE

A CRIANÇA E A LEITURA

Proporcionar a uma criança que ela crie o hábito da leitura é uma tarefa que deve envolver também o hábito daqueles que com ela convive. O universo infantil é cheio de faz-de-conta e a criança sempre leva para o imaginário seu mundo real. Daí a importância de que desde pequenas sejam estimuladas a amarem os livros como forma de incentivar seu potencial criativo.
Nesse processo é de suma importância que os primeiros livros sejam aqueles mais resistentes, para que a criança possa explorá-los de todas as formas que tiver interesse. Comumente vemos pais chamando a atenção dos pequenos para que não façam mau uso dos livros, como riscar, amassar ou rasgar. Mas como a criança irá gostar de um material e se vincular a ele se não puder mantê-lo próximo ou utilizá-lo naquilo que gera prazer, com coisas que já consegue fazer?
Para que a criança sinta-se envolvida pelos livros é importante que possa manifestar suas vontades diante dos mesmos, podendo escrever em suas páginas a história da forma como ela mesma imagina, com rabiscos ou desenhos, que mesmo não tendo significado para o adulto o tem para a criança. Aos poucos o pequeno vai internalizando os conceitos da história além de abrir-lhe a possibilidade de recontá-la do seu jeitinho, de acordo com a sua idade e capacidade, levando-a ao enriquecimento da imaginação, da criatividade e da linguagem. 
É importante também que a criança se torne um bom ouvinte, que ela tenha condições de participar de momentos de narração de histórias, seja pelos pais, pessoas envolvidas em seu processo educativo ou ainda em livrarias, shoppings, teatros, etc. Mas nesse caso, é primordial que o contador já conheça a história, para que não faça a leitura corrida da mesma, de forma fria e sem atrativos, mas que a conte como se estivesse conversando com a criança e com os personagens, criando um fascínio por aquele que a ouve.
Hoje já existem edições de livros que vem com várias formas ativas de participação e envolvimento tanto do leitor como do ouvinte. São livros cheios de estímulos sonoros e mesmo visuais, como figuras tridimensionais, fantoches, sons das vozes dos personagens ou músicas da própria história.
Ensinar os pequenos a amar os livros não é difícil, pois existe um encanto que as histórias sempre transmitem. Aliás, a história por si só, os personagens juntamente com o imaginário de cada um nos conduz a outros lugares, a outras sensações, o que acontece também com a criança. E a partir dessas prazerosas sensações, o desejo de sempre querer mais.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola
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segunda-feira, 30 de outubro de 2017

O QUE DIZ O PROFESSOR PIERLUIGI PIAZZI? (1)










É SÓ PARAR DE PROCURAR , DESVAIRADAMENTE, NOVAS MANEIRAS DE ENSINAR E UTILIZAR EFICIENTES MANEIRAS DE APRENDER.

FONTE DAS FOTOS: Google imagens

BULLYING NA ESCOLA: O QUE É E COMO COMBATER

Muito se fala sobre o bullying, problema que afeta qualquer escola em algum grau. Porém, a compreensão que se tem a respeito do assunto é, em geral, muito rasa, o que impede o desenvolvimento de boas estratégias para lidar com a questão.
Entretanto, o combate ao bullying deve ser uma prioridade das instituições de ensino, pois as práticas de intimidação que constituem o “bullying” podem causar enormes danos a toda a comunidade escolar.
Pensando em te ajudar a tornar sua escola um ambiente mais saudável, preparamos esse artigo com tudo que você precisa saber sobre o bullying: o que é, quais as causas, quais as consequências e como combatê-lo. Acompanhe

O que significa bullying

O termo bullying é uma palavra da língua inglesa, gerúndio do verbo “to bully”, que apesar de não ter uma tradução exata para o português, pode ser entendida com o sentido de “intimidar”, “ameaçar”, “maltratar” e “oprimir”. Desde meados da década de 1990 o termo tem sido usado para descrever agressões físicas ou psicológicas, intencionais e repetidas, praticadas por uma pessoa ou um grupo contra uma vítima que tem menos condições de se defender, em uma relação desigual de forças.
Portanto, “bullying” pode ser entendido como qualquer comportamento que vise causar dor e angústia a outra pessoa sistematicamente, seja através de demonstrações de força física ou de modo a agir sobre o psicológico da vítima.

O que pode ser considerado bullying?

Diversas práticas podem ser usadas com intenção de maltratar uma vítima de bullying. Algumas agressões são mais evidentes, como xingamentos ou uso de violência física, por exemplo. Porém, outros fatores menos óbvios também podem provocar sofrimento intenso, e deve-se, portanto, estar atento a todas essas questões.
Veja alguns exemplos de práticas que devem ser entendidas como bullying:
  • - Xingamentos
  • - Apelidos ofensivos
  • - Ameaças e intimidações
  • - Discriminação de qualquer tipo
  • - Isolamento social
  • - Agressões físicas
  • - Contato físico indesejado
  • Ataques on-line
  • - Invenção de boatos
  • - Humilhação pública
  • - Roubo de objetos pessoais
  • - Destruição de objetos pessoais
Além desses exemplos, qualquer intimidação sistemática que provoque sofrimento deve ser considerada um caso de bullying e deve ser combatida.

Por que o bullying é um problema nas escolas

O bullying é um problema que pode ocorrer em qualquer ambiente onde convivem pessoas. Por isso, há casos de bullying em ambientes de trabalho ou grupos de vizinhos, por exemplo. Porém, quando intimidações ocorrem no ambiente escolar, a instituição de ensino passa a ter responsabilidade e tem que agir para impedir qualquer violência.
Crianças e jovens, ainda em fase de formação, são especialmente suscetíveis ao bullying. Fora isso, em um ambiente como uma escola, que reúne um grande grupo de jovens, é possível que diferenças entre os alunos dêem origem a práticas inaceitáveis de discriminação.
Já existe uma lei antibullying no Brasil desde 2016. Ela prevê que as instituições de ensino tem o dever de promover campanhas de conscientização e desenvolver planos de ações para combater as intimidações no ambiente escolar. A legislação específica sobre o tema ressalta, ainda mais, a importância de combater o bullying.

O silêncio sobre o bullying

O problema se torna ainda maior à medida em que muitos alunos que sofrem ou testemunham o bullying acabam por se calar, com medo de se tornarem as “próximas vítimas”. Assim, muitas agressões que deveriam ser repreendidas não chegam ao conhecimento da equipe da escola.
Todavia, isso não justifica a omissão da instituição ao lidar com casos de intimidações sistemáticas. Cabe aos professores, coordenadores, psicólogos e diretores estar sempre atentos a qualquer problema entre os alunos para agir rapidamente em caso de necessidade.

Causas do bullying

Não há uma única causa para casos de bullying. Porém, na maioria dos casos, alguns fatores psicológicos tanto do agressor quanto da vítima acabam desencadeando o problema. Muitas vezes os agressores são crianças ou jovens que vivem em um ambiente familiar onde há pouco respeito – o que os leva a reproduzir comportamentos violentos na escola. Além disso, há outras razões comuns que levam ao bullying.
  • - Alunos com notas mais altas, por exemplo, podem acabar sendo intimidados por colegas com desempenho acadêmico inferior que invejam as boas notas.
  • - Algumas crianças e jovens, por já terem sido vítimas de algum tipo de intimidação sistemática, tentam inverter a situação e colocar-se no papel de agressor para não sofrer mais.
  • - Estudantes com características físicas diferentes da maioria dos colegas ou diferenças sócio-culturais em relação ao restante da turma às vezes são discriminadas por esses motivos.
  • - A timidez e a dificuldade de relacionamento de algumas crianças pode torná-las mais vulneráveis ao bullying.
Em resumo, o bullying geralmente se estabelece onde há disputas e diferenças entre os estudantes, onde uns procuram se afirmar frente a outros, estabelecendo uma relação de opressor e oprimido. Assim, o importante é combater preconceitos, incentivar a cooperação e trabalhar para criar uma cultura de paz na escola.

Consequências do bullying

A prática de bullying é um problema que traz consequências negativas para todos. A instituição de ensino, as vítimas, as famílias e até mesmo os próprios agressores são prejudicados pela prática de intimidações sistemáticas. Além das sequelas psicológicas, as agressões podem provocar lesões e danos materiais – o que mostra o quão prejudicial pode ser o bullying.

Consequências para os alunos

Intimidações sistemáticas podem produzir consequências imediatas e consequências a longo prazo nos alunos. Quando há brigas e agressões físicas é possível que ocorram lesões – desde arranhões até lesões permanentes. Casos de violência física também podem levar à destruição de objetos pessoais da vítima ou patrimônio da escola, o que acarreta danos materiais. Além disso, problemas do tipo frequentemente chegam à justiça, que pode determinar indenizações, por exemplo.
Entretanto, as piores consequências para os alunos são as sequelas psicológicas causadas, que muitas vezes os acompanham pela vida toda. Vítimas de bullying podem desenvolver problemas de autoestima, fobias, depressão ou transtornos alimentares, por exemplo. Por outro lado, os agressores, se não forem devidamente acompanhados, podem vir a desenvolver comportamentos violentos e antissociais na vida adulta.

Consequências para a escola

O ambiente escolar como um todo é prejudicado pela ocorrência de intimidações sistemáticas, pois ele se torna hostil e pouco convidativo quando está dominado pela violência entre os alunos. Esses casos, quando frequentes, podem tomar muito tempo da equipe da instituição de ensino. Quando se tem que apartar episódios de violência a todo momento, fica difícil pensar em melhorar a qualidade da educação e outras questões importantes podem acabar ficando de lado.
Além disso, a escola têm responsabilidades para com seus alunos e deve garantir a integridade e o bem-estar dos mesmos. Assim, uma escola pode ser até mesmo responsabilizada judicialmente por problemas relacionados ao bullying entre alunos, o que com certeza mancha muito o nome da instituição.

Como identificar casos de bullying

Já explicamos que muitos casos sequer chegam ao conhecimento da direção da escola, pois alunos costumam silenciar esse tipo de caso. Por outras vezes, agressões podem ser “camufladas” e justificadas como simples brincadeiras, o que não diminui a gravidade das mesmas. Assim, é preciso que a instituição de ensino aprenda a identificar o bullying por conta própria, observando alguns sinais que podem indicar problemas.
Uma vítima de bullying pode apresentar os seguintes sinais:
  • - Tristeza e apatia
  • - Medo de ir à escola
  • Faltas frequentes
  • - Isolamento social na turma de colegas
  • - Queda no desempenho escolar
  • - Mudança de hábitos sem explicação aparente
Por outro lado, agressores são, em geral, pessoas que costumam agir agressivamente com colegas e professores e que tentam se colocar em posição de superioridade em relação ao grupo.
Ao identificar esses sinais em vítimas ou agressores, a escola precisa averiguar a situação, a fim de compreender se realmente se trata de um caso de bullying que deve ser tratado.

Como prevenir e combater o bullying

A conscientização e a criação de um ambiente positivo na escola são as melhores maneiras de prevenir problemas. Porém, quando casos desse problema já estão acontecendo, a rápida ação da escola, a adoção de medidas de punição adequadas e o diálogo com as famílias de vítimas e agressores são recursos fundamentais para resolver o problema.
É dever da escola, portanto, montar uma estrutura que permita o combate permanente aos casos de intimidações. Vale criar programas e ações pontuais (como palestras) para conscientizar sobre o bullying. Fora isso, também é importante manter os pais sempre a par da vida escolar dos filhos, pois o contato próximo entre escolas e famílias é um dos melhores meios de identificar qualquer problema. Em resumo, é preciso melhorar a comunicação escolar e investir na prevenção do bullying.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

PONTO DOS FUNCIONÁRIOS

A frequência deve ser acompanhada diariamente e eventuais alterações precisam ser anotadas a fim de evitar mal-entendidos

Não importa se feito em relógio eletrônico ou mecânico ou em livro, o registro do horário de entrada e saída dos funcionários é praxe nas escolas. A responsabilidade sobre o ponto fica a cargo do diretor da instituição. Por isso, ele precisa tomar alguns cuidados para evitar erros. Afinal, a frequência anotada no documento está diretamente relacionada ao pagamento no fim do mês. A primeira medida consiste em instalar o relógio ou dispor o livro em local próximo à entrada da escola para evitar diferença entre o horário em que o funcionário chegou e o que ele assinalou.

Caso o controle seja feito manualmente, o correto é anotar a hora real de entrada. As regras para os servidores públicos variam de acordo com as leis federais, estaduais e municipais. Porém, no caso dos trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), a súmula 338 desautoriza o chamado ponto britânico - no qual se anota o profissional chegando todos os dias exatamente no mesmo minuto. "Trata-se de um documento oficial, que deve condizer com a realidade. Afinal, nada há de anormal em chegar alguns minutos mais cedo num dia e um pouco mais tarde em outro. Não há por que arredondar horários", diz João Batista Berthier, professor de Direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e membro do Ministério Público do Trabalho (MPT). Veja a seguir quatro pontos importantes para acompanhar adequadamente a entrada e a saída dos funcionários.
1Controlar diariamente
Para garantir a legitimidade do documento, é importante que o gestor supervisione a assinatura dos funcionários ou delegue essa função ao secretário da escola. Alguns podem ocasionalmente se esquecer de bater o ponto. Por isso, a pessoa encarregada deve checar, logo no começo do dia, se os espaços em branco correspondem de fato a ausências para que eventuais equívocos sejam corrigidos no mesmo dia. É até possível retificar os dados retroativamente. Contudo, se feito o controle diário, fica mais fácil apresentar evidências de que a pessoa de fato chegou no horário. Ainda assim, vale a pena observar por escrito cada modificação, como você verá nos itens a seguir.
2Explicitar as alterações
Embora cada secretaria estabeleça as próprias regras para faltas e atrasos, o bom funcionamento da instituição de ensino pressupõe uma organização de horários e o mínimo possível de faltas. É interessante, portanto, criar uma cultura de comunicação de forma que todos avisem quando vão se atrasar ou não vão trabalhar. Justificativas como um atestado médico devem ser apresentadas o mais rápido possível para que o ponto seja atualizado, com uma observação - de preferência em cor de caneta diferente - sobre o motivo da ausência ou do atraso. No caso de dispensas com reposição e compensação de horas extras, as mudanças precisam aparecer de forma clara no livro, ainda que a rede de ensino aceite apenas um acordo verbal entre as partes. "As anotações evitam dúvidas e ajudam o gestor a programar a melhor data para que o funcionário compense as horas não trabalhadas ou seja liberado pelo horário extra já acumulado", explica Virginia Nascimento, diretora adjunta de recursos humanos da Secretaria Estadual de Educação do Rio Grande do Sul.
3Respeitar as normas
As regras devem ser claras: se não é permitido deixar horas para serem compensadas no mês seguinte, não pode haver exceção. A folha de pagamento do mês terá como base o tempo de trabalho computado. Logo, faltas não justificadas dentro do prazo - ou que ultrapassarem a cota de injustificadas, quando existente - e o tempo de trabalho não reposto serão descontados dos vencimentos. Além de prejudicar o planejamento, o jeitinho para permitir o rolamento das pendências do banco de horas pressupõe adulterar o ponto. "Isso configura fraude de documento público", afirma Jane Granzoto, professora de direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Se comprovada a alteração, o gestor poderá, dependendo da legislação local, receber uma advertência, ser suspenso ou até mesmo demitido por justa causa.
4Revisar e fechar o ponto
No fim do mês, o diretor tem por hábito conferir o livro-ponto ou os cartões batidos nos relógios antes de encaminhar os dados para a rede de ensino. A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, por exemplo, recomenda que o responsável rubrique todas as páginas do registro. Para atestar a autenticidade das informações, ele deve ainda assinar e carimbar ao fim do fechamento. Em muitas redes, como a do estado de Santa Catarina, os dados são repassados para a supervisão por meio de formulários online. De toda forma, as escolas devem manter o livro arquivado em local seguro para ser conferido em caso de auditoria ou checagem posteriores.

NA AUSÊNCIA DO DIRETOR, QUEM É O RESPONSÁVEL PELA ESCOLA SE ELA NÃO TIVER VICE-DIRETOR, COORDENADOR PEDAGÓGICO OU PROFISSIONAIS EQUIVALENTES?

Apesar de relevante, a existência desses profissionais não é obrigatória no Brasil do ponto de vista legal. Dados do Ministério da Educação (MEC) de 2010 informam que existiam cerca de 195 mil escolas de Educação Básica no país. Dessas, 32 mil com apenas uma sala de aula (e outras 72 mil entre duas e cinco salas). Há redes em que um gestor é responsável por várias instituições. Todo professor, como representante do poder público, é uma autoridade na escola e muitas vezes é quem assume a posição de gestor. Nas escolas pequenas e rurais, o docente é responsável por gerir administrativamente o espaço e garantir a limpeza e a alimentação das crianças. O surgimento das grandes escolas trouxe consigo a necessidade de maior número de profissionais, os quais foram sendo especializados em funções ou atividades. Isso gerou novos cargos e carreiras, o que as diferentes redes de ensino podem disciplinar de acordo com sua realidade.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

DOCUMENTOS ESCOLARES, UMA QUESTÃO DE ORDEM

Manter os documentos organizados é essencial para o bom funcionamento da escola. E, acredite, não é impossível

Prontuários, atas, projetos, fichários, autorizações, planos, prestações de contas... A pilha de documentos em cima (e até ao redor) da mesa do gestor às vezes assusta. Embora a informatização ajude a organizar tudo isso, muitas escolas ainda preferem o papel para elaborar seus registros. Porém, para não se perder em um mar de formulários, é preciso ordem. Quanto mais tempo você passar acumulando papelada, mais difícil será resolver o problema. Ou seja, não vale adiar a arrumação. Até porque a arrumação do ambiente administrativo costuma ser referência para funcionários, professores e alunos. "Uma instituição organizada tem mais credibilidade", diz Mariângela Camba, professora de Gestão Escolar na Trevisan Escola de Negócios, em São Paulo, e ex-dirigente regional da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, com anos de experiência como diretora. 

A boa notícia é que ninguém precisa fazer tudo sozinho, até porque a equipe - que também utiliza os papéis no dia a dia - tem de ajudar. "O diretor pode delegar ao secretário a função de guardião dos documentos e ao coordenador a missão de cuidar dos registros pedagógicos", acrescenta Mariângela.
Para Clóvis Roberto dos Santos, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo, campus Piuma, o gestor deve tratar da burocracia de tal forma que ela não se torne um fim em si mesma: "Eu vejo o diretor escolar como um macrocoordenador, preocupando-se mais com as atividades-fim do que com as atividades-meio, já que essas podem ser perfeitamente delegadas ao vice-diretor e aos auxiliares administrativos", diz.
Uma unidade considerada exemplar quando o assunto é organização é a EMEIEF Professora Mariângela Ferreira Aranda Fuzetto, uma das cinco escolas supervisionadas por Ana Lúcia Toledo dos Santos, coordenadora de serviços educacionais no município de Santo André, na Grande São Paulo. Em duas pequenas salas, onde funcionam a diretoria e a secretaria, arquivos grandes com pastas e livros de atas abrigam toda a vida do colégio, incluindo registros dos estudantes, professores, funcionários e do próprio prédio. "Não adianta ter os documentos se eles não estiverem em ordem para que possam ser encontrados", comenta Ana Lúcia.

Os prontuários dos atuais alunos ficam em envelopes individuais, etiquetados e classificados em ordem alfabética e guardados em pastas específicas para cada classe. Os documentos de funcionários são organizados da mesma maneira e o dos professores, em pastas com plásticos internos, para facilitar a separação dos itens importantes. O arquivo morto - depósito de papéis antigos que, pela importância, não podem ser descartados - fica em um outro espaço, dentro de pastas identificadas pelo ano. "Assim tudo fica fácil de achar. Nunca passei por uma situação de aperto", conta a diretora, Mirian Conrado Wiesmann.
O que guardar?
Confira a sugestão da equipe da EMEIEF Professora Mariângela Ferreira Aranda Fuzetto para guardar os papéis mais importantes 

Mapa de movimento Uma cópia do documento que tem o número de alunos por classe, transferências e mudanças de horário fica em uma pasta. 

Folhas de ponto A escola envia as folhas para a Secretaria todo mês, mas guarda cópias para consultas e controle interno. 

Prestação de contas Uma pasta com plásticos organizados por data fica com as notas fiscais e outros comprovantes de gastos. 

Educação inclusiva O professor faz registros individuais dos estudantes em livros e impressos próprios, que são arquivados separadamente. 

Reunião de pais Um pai faz a ata e a entrega à diretoria junto com a lista de presença. Os professores mantém uma cópia com eles. 

Projeto pedagógico O PPP da escola é gravado em CD, porém uma cópia impressa é anexada aos projetos dos professores. 

Atendimentos à família O registro das conversas particulares com os pais - com data e assinaturas - facilita a montagem do histórico do aluno. 

Formação semanal Em cada encontro, um professor faz a ata, que serve para acompanhar as soluções e as ações encaminhadas. 

Reuniões mensais As atas são digitadas, impressas e coladas em um livro próprio, com a assinatura dos professores presentes. 

Atendimentos a professores Os registros das conversas individuais ajudam no acompanhamento de eventuais problemas com a equipe. 

Conselhos de ciclo Os registros sobre alunos com dificuldades de aprendizagem ficam mais objetivos quando feitos em formulários individuais. 

Conselho de escola A pauta da reunião mensal e as resoluções conjuntas - assinadas pelos presentes - são digitadas e coladas em um livro próprio. 

Pesquisa de orçamento Os orçamentos feitos para a escola, até mesmo pela internet, são agrupados e vão compor o dossiê de cada compra. 

Conselho mirim Atas registram as informações sobre as reuniões mensais do conselho dos alunos, formado por um representante de cada classe. 

Atrasos e saídas antecipadas Uma ficha é colada em cada página, com o nome do aluno, dia, hora e motivo do atraso ou da saída antes do horário. 

Visitas à escola A presença de supervisores, palestrantes e outras pessoas é registrada com a identificação completa do visitante e assinatura.
Arquivos eletrônicos facilitam a consulta e a atualização dos documentos

Na EE Avelino Antônio Vieira, localizada em Curitiba, há dois pequenos ambientes reservados à secretaria: um com registros de estudantes e professores inativos e outro com material dos ativos. Por considerar a documentação o "coração" da escola, a diretora, Tânia Mara Moraes Cordeiro, digitalizou todos os arquivos, aproveitando o fato de o governo do estado do Paraná ter um sistema de processamento de dados para esse fim: "O aluno pode acessar de casa o boletim, com as notas e as faltas. Os históricos escolares também estarão disponíveis no futuro", explica Tânia.

Já na EMEF José Bonifácio, em Novo Hamburgo, a 43 quilômetros de Porto Alegre, a informatização foi mais longe. "Os ofícios, projetos, informativos para as famílias ou para os professores, registros em fotos e históricos estão no sistema online municipal", conta a diretora, Renata Crislaine Schu de Souza. Cada professor e gestor tem um e-mail institucional, que facilita a comunicação interna. "De tempos em tempos, gravamos CDs ou DVDs para arquivar as informações", diz ela. Nesse caso, é importante ordenar os dados, identificar os CDs e DVDs com os conteúdos e as datas e guardá-los corretamente.

Atualmente, o diário de frequência das turmas já vai direto para o sistema e as avaliações individuais - com o parecer dos professores - estão acessíveis na rede virtual da Secretaria Municipal, que disponibiliza um acesso restrito para os gestores: "Dessa forma, qualquer escola da cidade poderá imprimir a avaliação de um aluno recém-transferido, por exemplo. O melhor de tudo é a possibilidade de localizar os materiais a qualquer momento, dispensando buscas em pastas e gavetas. Isso agiliza muito os processos de trabalho", afirma Renata.

A vantagem de manter papéis e arquivos digitais em ordem é exatamente a rapidez. Você pode até gastar algumas horas para classificar a documentação com sua equipe e pensar numa maneira de sistematizá-la. Porém na hora de consultar uma planilha, procurar o telefone de um aluno ou conferir a documentação de um professor, vai perceber que ganhou algo muito precioso: tempo.
Sempre à mão
Uma maneira de organizar prontuários e documentos da equipe e dos estudantes 

Alunos: envelopes pessoais agrupados em pastas de acordo com a sala 
- Ficha cadastral 
- Histórico 
- Registros de ocorrência assinados 
- Comprovante de endereço 
- Relatórios de desempenho 
- Atestados médicos 
- Impresso para compensação de faltas 

Funcionários: envelopes individuais etiquetados 
- Ficha cadastral com foto 
- Atestado médico 

Professores: pastas arrumadas em ordem alfabética 
- Ficha com dados pessoais 
- Diplomas 
- Certificados e comprovantes de cursos 
- Portarias e acúmulos de cargos 
- Guias médicas 
- Contagem de pontos para promoção 
- Avaliações (da equipe de direção)
Mais e mais papéis
Para ficarem acessíveis, documentos de consulta regular podem ser guardados em um arquivo com pastas suspensas, identificadas e organizadas com divisórias e plásticos. São eles: 

- Censo escolar anual 
- Decretos e resoluções da Secretaria de Educação 
- Fichas para o atendimento aos pais 
- Contratação temporária de funcionários 
- Encaminhamento para conselho tutelar 
- Calendário do ano em vigor, do anterior e do seguinte 
- Lei Orgânica do Município 
- Catálogo com os livros da biblioteca e os adotados no PNLD 
- Patrimônio (inventário patrimonial) 
- Planta da construção do imóvel 
- Ofícios recebidos e enviados 
- Quadro de horas extras 
- Quadro de entrega de documentos

ENTREVISTA COM VITOR PARO, PROFESSOR DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA USP

Professor defende a gestão coletiva como a forma de fazer com que todos sejam corresponsáveis pela aprendizagem

Diretor que não decide tudo sozinho, professores que trabalham em parceria e currículo que considera o aluno sujeito de seu próprio aprendizado. Para Vitor Paro, professor titular da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), esses são elementos fundamentais na construção de uma escola democrática. Um modelo de ensino que, ao estimular o trabalho coletivo, forma cidadãos autônomos e críticos.
"Isso contrasta com o que se vê na maioria das escolas, nas quais o poder é centralizado e se tem a falsa ideia de que basta que uma criança esteja na sala de aula para que ela aprenda", afirma o pesquisador, que falou à revista GESTÃO ESCOLAR em novembro por ocasião do lançamento de seu livro Crítica da Estrutura da Escola, escrito com base no trabalho de observação e entrevista em uma instituição pública de Ensino Fundamental da cidade de São Paulo. 

Qual o principal problema da estrutura do nosso sistema escolar?
VITOR PARO 
A escola brasileira erra ao definir seus objetivos. A Educação deve formar personalidades humanas, fazer com que os alunos se apropriem da cultura em seu sentido amplo: valores, Ciência, todos os tipos de Arte. Para isso, o educando deve ser sujeito do processo e precisa querer aprender. Principalmente na Educação Básica, quando a criança é obrigada a frequentar a escola. Nesse segmento, o sistema não se mostra preocupado se ele e sua família estão satisfeitos com o serviço que recebem. É um absurdo que hoje, com todo o desenvolvimento da Ciência, se faça o que se fazia há 200 anos: confinando crianças em um espaço restrito e imutável como a sala de aula. 

É possível mudar isso?
PARO 
As modificações só acontecem quando a Educação é entendida em sua especificidade. Escola não é uma empresa que cumpre metas para alcançar objetivos. Nosso sucesso é saber conviver com a subjetividade do outro, o que só é possível em um ambiente democrático. 

De que forma o diretor pode realizar uma gestão democrática?
PARO 
Abrindo mão de trabalhar num sistema de relação vertical. Gerir não é mandar no outro. Os meios têm de ser adequados aos fins. E a finalidade da Educação, para mim, é formar indivíduos e cidadãos. Ora, isso sim é um objetivo democrático. Então, as maneiras eleitas para atingi-lo não podem ser contraditórias a essa meta. Parece-me muito mais interessante uma escola em que as decisões e as responsabilidades estão a cargo de um coletivo - e não ter apenas uma pessoa respondendo por tudo. Minha proposta é a formação de um conselho com quatro coordenadores: administrativo, financeiro, pedagógico e comunitário. Vi uma estrutura parecida a essa numa instituição da rede pública na cidade de São Paulo no início dos anos 2000. A diretora montou um colegiado com as duas coordenadoras e a vice-diretora. Antes de tomar qualquer decisão, ela conversava com essa equipe.

O trabalho coletivo serve de inspiração também para os professores?
PARO 
A direção tem de se propor a circular pela escola e ouvir os que nela transitam. Em uma reunião com os professores, por exemplo, deve escutar e considerar as inquietações e demandas. Isso já faz com que o grupo se sinta respeitado e valorizado profissionalmente. Outra ideia é promover a leitura de textos críticos entre os docentes e reservar um tempo para conversar sobre o tema com eles, colocando assim todos na posição de sujeitos. Sem imposição, o gestor começa a liderar tanto no sentido técnico como no político. Esse é o primeiro passo para uma estratégia mais ousada, como a de estimular que um professor assista à aula de outro. A resistência inicial é normal, mas, em pouco tempo, eles estarão convidando os colegas para avaliar o seu plano de ensino e dar sugestões. 

Em efeito cascata, esse modo de ação coletiva atinge os alunos?
PARO 
Claro, desde que se mude a forma de avaliar. O teste é um componente importante, mas não pode ser o único a medir o progresso do estudante. Atualmente, as provas oficiais que balizam as escolas do Brasil, como o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) não mostram se o aluno é um sujeito com conhecimento histórico e crítico, que entende de música e cultura. Afinal, é esse repertório que faz com que ele se aproprie dos conteúdos de Matemática e Língua Portuguesa com mais facilidade. Basta olhar as boas notas de estudantes suíços e belgas no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa)

Qual é a melhor forma de avaliar conhecimentos e habilidades?
PARO 
O melhor avaliador é mesmo o professor, não por ser ele a aplicar as provas, mas por ser quem acompanha o aluno diariamente, em todas as suas manifestações, sendo ciente de seus avanços e suas dificuldades corriqueiras. Essa observação é muito mais rica do que qualquer prova escrita. Para que isso aconteça, além de o docente ser muito bem formado e preparado, é preciso que haja uma equipe mais perene nas escolas, capaz de compreender o desenvolvimento da criança ao longo do tempo. 

A alta rotatividade de gestores e docentes nas escolas é um inimigo para a gestão democrática?
PARO 
É um elemento importante. Isso é estimulado pela própria forma de prover o cargo. Nas redes que utilizam o concurso como forma de seleção, é comum o diretor começar sua carreira em uma unidade de periferia e acumular pontos para se transferir para um bairro mais seguro ou próximo da sua casa. Na escola que visitei para escrever meu livro, mesmo sendo em uma região central, isto aconteceu: comecei a pesquisa com uma diretora e terminei com outra. 

Como sua pesquisa foi estruturada?
PARO 
Acompanhei por um ano o dia a dia de uma escola de Ensino Fundamental de São Paulo. Durante esse tempo, assisti às aulas, observei o horário de trabalho pedagógico de professores e entrevistei a equipe gestora, os funcionários e os docentes. Meu objetivo foi, com base no material que já tenho publicado sobre gestão escolar, apontar os problemas e sugerir as possibilidades para que se estruture uma escola mais democrática.

CHICO SOARES: "É PRECISO CONTEXTUALIZAR OS RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES"

Pesquisador defende que notas dos exames externos cheguem a professores e gestores em linguagem acessível

Um dos maiores especialistas brasileiros em avaliação e medidas educacionais é o professor José Francisco Soares, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Chico Soares, como é conhecido, acompanha desde a década de 1990 os exames que periodicamente são realizados pelos alunos para ver a quantas anda o aprendizado na Educação Básica no país. Ele compactua com a opinião de que a introdução dos testes foi um avanço, pois dão uma visão objetiva dos conhecimentos realmente adquiridos, porém está convicto de que os resultados não estão sendo aproveitados em todo o seu potencial. Além de raramente serem usados na concepção de políticas públicas, chegam às escolas em formato pouco útil: "Apenas com a nota média da instituição é impossível dizer em que dimensões curriculares são necessárias ações pedagógicas ou de gestão. Falta traduzir as notas em linguagem próxima dos gestores e professores para que elas promovam as transformações cabíveis no âmbito da escola. O sistema de avaliação é muito caro para ser utilizado somente em parte de seu potencial", afirma o professor. Nesta entrevista a GESTÃO ESCOLAR, Chico Soares sugere modelos para a divulgação dos dados de exames como a Prova Brasil. 

A nota de uma escola na Prova Brasil é dada por meio de uma escala que varia de zero a 500. Essa maneira de divulgar o resultado é eficiente?
CHICO SOARES Sintetizar as respostas dos alunos aos itens do teste, em um único número, é necessário, pois permite verificar a porcentagem de alunos que não aprendeu como deveria e identificar as escolas exemplares e, portanto, as práticas pedagógicas e políticas usadas por elas. No entanto, isso não é suficiente. É preciso traduzir a nota em uma linguagem curricular. Por exemplo, o que sabem exatamente os estudantes que têm nota 180 no descritor 6 de Língua Portuguesa, que é identificar o tema de um texto?
Como esses dados precisariam ser interpretados e comunicados? 
A equipe que consolida os números finais das avaliações deveria providenciar dois relatórios. Um pedagógico, destinado aos coordenadores e aos professores, e outro para o gestor. O primeiro deve ter uma descrição resumida dos conceitos de competência, habilidade e matriz de referência - base da Prova Brasil - e um esclarecimento sobre a metodologia de construção do teste, conceitos ainda pouco conhecidos dos educadores. Depois dessa introdução, viria a explicação pedagógica dos números. Essa interpretação consiste em mostrar a proficiência do aluno em relação a cada item avaliado e a probabilidade de ele acertar outros mais fáceis e mais difíceis. Esse é o chamado mapa de itens. Em seguida, o relatório apresentaria comentários de esclarecimento. 

E o relatório de gestão? 
Esse iria para as mãos do diretor, que deve estar a par de como os alunos estão distribuídos nos níveis. Está se consolidando no Brasil o uso de quatro níveis: avançado, proficiente, básico e insuficiente, que demandam intervenções pedagógicas diferentes - desafio, aprofundamento, reforço ou recuperação. Ao saber a porcentagem de estudantes em cada um deles, o gestor poderá decidir o projeto prioritário para sua escola. Além disso, esse documento apresentaria o cruzamento dos resultados com os fatores sociodemográficos, como gênero, atraso escolar, perfis cultural e socioeconômico dos alunos, envolvimento dos estudantes com os estudos e dos pais com a Educação dos filhos e os hábitos de leitura da comunidade. São fatores externos que influenciam a aprendizagem e, se o diretor não pode controlá-los, pode minimizá-los ou neutralizá-los.
Por que um relatório assim seria mais útil para os educadores? 
Porque embasa a tomada de decisão. Exemplo: uma escola tem 35% dos alunos no nível adequado em leitura, só que, desses, 52% são meninos e 67% meninas. Muitos esperam que o gênero feminino se saia melhor nessa habilidade, mas a diferença é grande, de 15 pontos porcentuais. O gestor atento vai comparar esse dado com o de uma escola semelhante e perceberá que, nelas, a diferença é de sete pontos. Alguma coisa está errada com a escola dele, e ele vai se perguntar: que tipo de texto estamos usando em sala de aula? Eles agradam também aos meninos? O espaço escolar é muito feminino? As habilidades e preferências dos meninos são valorizadas? Assim, é possível entrelaçar os resultados e propor ações específicas no âmbito da gestão que impactarão no desempenho dos garotos. 

A escola não deveria almejar ter todos no nível avançado? 
Não, por causa da diversidade, um valor que precisa ser enfatizado. Em qualquer sociedade, são necessárias pessoas boas em diversas habilidades. Se um estudante quer ser músico, não precisa ter o mesmo conhecimento de Biologia do que o futuro médico, porém terá de adquirir saberes para compreender certos fenômenos e a sociedade em que vive. O que a escola não pode aceitar é ter alunos no nível insuficiente. Perceba que o nível básico não é medíocre. Ele indica que o estudante aprendeu o mais importante. E o adequado, que o aluno está apto a continuar os estudos com sucesso. 

Há algum indício de que o sistema de média será substituído? 
Que eu saiba, não. Ainda vigora a lógica da classificação, e não a do diagnóstico. Muitas redes têm obrigado suas unidades a exibir o número do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb, na fachada. Esse dado diz pouco sobre a qualidade do ensino do estabelecimento e sugere que qualquer um pode obter qualquer resultado. As escolas têm de ser comparadas com outras semelhantes, ou seja, aquelas que têm a mesma complexidade e enfrentam dificuldades parecidas. Senão, um dado diagnóstico passa a ser opressor. É mais difícil obter sucesso em uma escola maior do que numa pequena; as que atendem mais de um segmento correm mais risco de ter problemas na gestão do que uma que receba estudantes de um só; onde há poucos alunos por turma, a realidade é outra; e o nível socioeconômico do público também é um fator determinante. No entanto, o objetivo final, que é o aprendizado de todos, deve ser o mesmo para todas as escolas. 

O que deve mudar na Prova Brasil e nos questionários respondidos pelos gestores, professores e alunos? 
Pouca coisa. Apenas detalhes de redação. As informações importantes estão todas nesses documentos. É preciso contextualizar os resultados e refletir sobre eles com olhar sociológico e pedagógico.