domingo, 29 de abril de 2018

O QUE É GESTÃO ESCOLAR?

O termo Gestão Escolar foi criado para se diferenciar da expressão Administração Escolar e trazer para o contexto educacional elementos e conceitos fundamentais para aumentar a eficiência dos processos institucionais e melhorar o ensino.
Sendo assim, conforme destaca a especialista em educação Heloísa Lück, a Gestão escolar relaciona-se a uma atuação que foca em promover a organização, mobilização e articulação das condições essenciais para garantir o avanço do processo socioeducacional das instituições de ensino e possibilitar que elas promovam o aprendizado dos estudantes de forma efetiva.
A gestão escolar aborda questões concretas da rotina educacional e busca garantir que as instituições de ensino tenham as condições necessárias para cumprir seu papel principal: ensinar com qualidade e formar cidadãos com as competências e habilidades indispensáveis para sua vida pessoal e profissional.
O foco da gestão escolar é a orientação para resultados, busca pela liderança, motivação da equipe para alcançar os objetivos, ênfase na qualidade do currículo e foco na participação dos pais para atingir excelência no ensino.
A gestão se divide em 6 pilares principais que buscam a autonomia administrativa, financeira, pedagógica e a otimização de tempo e processos nas instituições de ensino regular e cursos. Esses pilares são interdependentes e o bom funcionamento entre essas esferas é vital para a instituição. Sendo assim, o gestor deve dedicar-se com empenho em diferentes áreas de atuação.

Os 6 pilares da gestão de escolas e cursos

Os pilares da gestão escolar

1- Gestão Escolar Pedagógica

A gestão pedagógica é o pilar mais importante da gestão de escolas e cursos, sejam eles cursos profissionalizantes, cursos livres, cursos de idiomas ou de ensino superior.
Afinal está diretamente ligada à atividade fim do setor educacional. Gerir essa área está relacionada com a organização e planejamento do sistema educacional, o gerenciamento de recursos humanos e a elaboração e execução de projetos pedagógicos. Também fica a cargo da gestão pedagógica estabelecer metas que tenham como foco melhorar as práticas educacionais nas instituições de ensino e descobrir outras maneiras de ensinar mais e melhor.Para garantir que toda essa didática funcione, é essencial a atuação dos líderes educacionais.

Os diretores e coordenadores de escolas e cursos são responsáveis por ações vitais para o desenvolvimento da instituição, tais como:

  • Articular as concepções, estratégias métodos e conteúdos no ambiente educacional
  • Definir as metas necessárias para otimização dos processos pedagógicos
  • Conseguir fazer com que os profissionais de ensino e a comunidade escolar assumam esse compromisso como seu o objetivo de melhorar a educação
  • Despertar no professor a vontade de ensinar e no aluno a vontade de aprender.
  • Avaliar o trabalho pedagógico exercido por professores e praticados na instituição
  • Estabelecer formas de envolver mais os docentes na educação
  • Criar um ambiente estimulante e motivador para a comunidade escolar
É importante também que o diretor escolar esteja em contato aberto com os educadores para estabelecer o foco da aprendizagem e promover a educação como um todo, dando atenção ao currículo escolar e metodologia de ensino em vigor e sugerindo eventuais mudanças.

2- Gestão Escolar Administrativa

A gestão administrativa é requisito para a qualidade da gestão pedagógica e da educação
O objetivo da gestão escolar administrativa nos colégios e cursos é cuidar dos recursos físicos, financeiros e materiais da instituição, zelar pelos bens e garantir que eles sejam bem utilizados em prol do ensino. Para que ela funcione, é necessário estar atento às rotinas da secretaria, legislação educacional, processos educacionais, manutenção patrimonial e várias outras tarefas e atribuições fundamentais para que tudo flua bem e para que os professores tenham tudo o que precisam para ensinar com qualidade.

Entre as principais atribuições da gestão administrativa nas escolas e cursos estão:

  • Organizar e administrar os recursos físicos, materiais e financeiros da escola ou curso>
  • Organizar a necessidade de compras, consertos e manutenção dos bens patrimoniais
  • Manter o inventário dos bens e patrimônios da instituição atualizados
  • Manter o ambiente limpo e organizado
  • Garantir a correta utilização dos materiais da instituição de ensino
  • Garantir  o cumprimento das leis, diretrizes e estatuto do colégio ou curso
  • Utilizar as tecnologias da informação para melhorar os processos de gestão em todos os segmentos da escola
Gestão Escolar Administrativa

Na escola conservadora, a gestão administrativa era considerada o eixo mais importante da gestão, pois acreditava-se que garantindo bons materiais e recursos o processo educacional fluiria naturalmente e o ensino seria de qualidade. Atualmente, com o amadurecimento dos processos educacionais,
há um consenso  por parte dos gestores de que não basta apenas ter bons recursos. Para garantir a qualidade do ensino, é preciso saber utilizá-los. Ou seja, é preciso pensar instituição de forma inclusiva e abrangente, colocando a necessidade do aluno no centro do interesse da gestão e tendo os recursos materiais como ferramentas para alcançar as melhorias necessárias.

3- Gestão Escolar Financeira

Se por um lado a gestão escolar administrativa levanta as necessidades de colégios e cursos, por outro, a gestão financeira organiza os proventos, prioriza os gastos e distribui de forma ordenada o orçamento da instituição para que todos os setores tenham as suas necessidades atendidas.
Por isso, ter um setor financeiro capaz de tomar decisões rápidas e certeiras é fundamental para garantir que as áreas pedagógica e acadêmica funcionem bem e a escola cresça com segurança.

Especialistas em finanças educacionais apontam que 5 pilares precisam ser monitorados constantemente para colégios e cursos não irem à falência. São eles:

  • Calcular corretamente os gastos
  • Resumir as entradas e saídas financeiras da instituição – manter o fluxo de caixa organizado
  • Manter a inadimplência sob controle
  • Definir orçamentos por centro de custo
  • Prestar contas e dar retorno sobre os gastos
Uma gestão escolar financeira bem feita permite que a instituição de ensino consiga controlar suas contas à pagar e a receber, possa administrar seus custos fixos e, principalmente, possa controlar o número de alunos inadimplentes para tomar medidas corretivas antes que o problema se agrave. A gestão financeira deve andar de mãos dadas com a gestão administrativa para que os gastos sejam dimensionados de maneira correta. Para isso, você deve investir em ferramentas que possibilitem uma visão ampla e integrada de todos os setores da sua instituição. Os softwares de gestão escolar são uma boa escolha para manter tudo sob controle.

4- Gestão de Recursos Humanos nas escolas e cursos

Nenhuma instituição pode ser melhor do que as pessoas que nela atuam e do que a competência que põem a serviço da educação.Heloísa Lück
Além da gestão pedagógica, administrativa e financeira, a área de recursos humanos também deve ser uma preocupação constante no trabalho do gestor escolar. Afinal, por lidar diretamente com o relacionamento de alunos, funcionários, educadores e a comunidade de pais e responsáveis, ela representa uma área bastante sensível da gestão.
Além de manter o bom relacionamento entre todas as partes, a área da gestão escolar voltada para a administração dos recursos humanos tem como papel fundamental motivar a equipe de colaboradores e manter os professores engajados com o projeto de ensino adotado. O gestor deve criar um ambiente no qual todos se sintam estimulados para contribuir com o rendimento da escola ou curso como um todo.

Para garantir um bom entrosamento entre sua equipe, os líderes escolares devem:

  • Engajar os docentes com o ensino, a proposta da instituição e os resultados
  • Saber distribuir as tarefas entre os setores e pessoas
  • Investir em ferramentas que facilitem o trabalho da equipe
  • Incentivar a formação continuada e investir no aprimoramento dos  colaboradores
  • Avaliar os funcionários e orientá-los sobre como corrigir seus erros
  • Ressaltar os pontos fortes e parabenizar os colaboradores por seus acertos
  • Manter um clima de cooperação, entrosamento e respeito entre os colaboradores
Ou seja, no exercício de sua liderança, os diretores e coordenadores devem pautar seu trabalho de desenvolvimento humano na motivação da equipe, compartilhamento de responsabilidades, capacitação profissional, desenvolvimento de habilidades e, é claro, em uma comunicação eficiente para que todos estejam alinhados e trabalhando por um mesmo ideal.

5- Gestão da comunicação

A gestão da comunicação está diretamente relacionada com a gestão escolar de recursos humanos, mas ela não se basta apenas em garantir que os colaboradores estejam satisfeitos e motivados. Ela se projeta para além dos muros das instituições e envolve toda a comunidade escolar.

Uma boa comunicação garante que:

  • Os  professores estejam alinhados com a proposta da instituição
  • Os setores saibam quais são suas prioridades
  • Os colaboradores entendam que suas tarefas influenciam na realização do todo
  • Os alunos se mantenham engajados e focados no aprendizado
  • Os pais entendam a importância do seu papel no processo de ensino
E também que os pais e responsáveis tenham um retorno adequado sobre o investimento que estão fazendo e vejam a instituição como sua parceira nessa difícil jornada que é educar e formar cidadãos de bem, preparados para o mercado de trabalho, e para a vida.

Entre algumas tarefas competentes à área de comunicação no ambiente educacional estão:

  • Manter os responsáveis informados sobre as atividades da instituição
  • Manter os responsáveis  informados sobre as atividades e tarefas dos filhos
  • Informar aos responsáveis  se os alunos estão realizando as tarefas propostas pelos professores
  • Informar aos responsáveis sobre notas, frequência e ocorrências disciplinares dos alunos
  • Manter o aluno informado sobre o calendário de provas e atividades da instituição
  • Manter o aluno informado sobre eventos e comunicados da instituição
Por envolver e integrar todos os setores, realizar uma boa gestão da comunicação ajuda escolas e cursos a acabarem com problemas conhecidos na rotina escolar e desenvolver a sua instituição de ensino.

Entre os benefícios de ter um setor de comunicação atuante estão:

  • Prevenção da evasão
  • Controle da indisciplina
  • Redução da inadimplência
  • Aumento da produtividade dos professores
  • Aumento  do engajamento dos alunos
  • Aproximação com os responsáveis
  • Melhora na relação entre a comunidade escolar
  • Aumento da confiança dos pais na instituição de ensino

6- Gestão de tempo e Eficiência dos processos

Por último, mas não menos importante, a gestão do tempo está diretamente relacionada com a produtividade dos setores e com a eficiência dos processos da instituição. Os setores da escola funcionam como as engrenagens de um relógio e, se algo não funciona, ou funciona mal, gera atrasos ou até a parada dos ponteiros.
É comum que, por realizarem diariamente os mesmos processos, os professores e a área de secretaria acabem se acostumando com o modo de fazê-los e não percebam que algo está errado ou que poderia ser melhorado. Aproveitar bem o tempo de trabalho é saber utilizá-lo para realizar as atividades com maior prioridade na instituição, por isso, cabe ao diretor e ao coordenador escolar saber organizar, delegar e priorizar as tarefas de sua equipe para que seus dias sejam mais produtivos.
Como os bons relojoeiros, os gestores precisam manter os olhos e ouvidos bem atentos e prestar atenção em todas as etapas do processo para conseguir mapear e identificar quais engrenagens que atrasam ou prejudicam cada setor. Esse é um trabalho árduo, afinal essas  engrenagens podem ser tarefas, processos, modo de execução e até mesmo pessoas. Mas fazendo as perguntas certas, tudo fica mais fácil

Vamos fazer um exercício. Pense em cada setor da sua instituição e pergunte-se:

  • Quais são os maiores problemas da minha escola ou curso hoje?
  • A quais setores esses problemas estão relacionados?
  • Quais tarefas demandam mais tempo para serem concluídas?
  • Quais tarefas envolvem muitos colaboradores?
  • Quais colaboradores estão envolvidos com essas tarefas?
  • Quais tarefas trazem mais retorno para a instituição?
  • Quais tarefas podem ser automatizadas?
  • Como posso tornar esses processos mais eficientes?
Esse é um exercício básico de reflexão que você pode realizar diariamente e com certeza vai ajudar muito a melhorar a sua gestão escolar Sabemos que fazer tudo funcionar em compasso depende da boa administração de muitos fatores e que isso demanda tempo. Mas gerir com excelência é se manter na busca constante pela desenvolvimento da equipe e pela melhoria dos processos e quanto mais você se esforçar, melhor serão os resultados da sua instituição.

o que é gestão escolar

Esses são alguns dos pilares que orientam a engrenagem de ensino da comunidade escolar.  Para saber mais, baixe grátis um ebook completo de Gestão Escolar e confira outros  elementos que podem garantir, na prática,  uma gestão escolar eficiente!

FONTE:
WPensar

terça-feira, 24 de abril de 2018

10 DICAS PARA PRATICAR DE FATO A INCLUSÃO EM SUA ESCOLA

Muito se tem falado e discutido sobre inclusão. Atualmente, alunos com necessidades especiais são uma realidade nas escolas. Ao recebê-los, os professores sentem-se muitas vezes perdidos, sem um rumo que os norteie. Como podemos realizar realmente a inclusão, de modo que os alunos deficientes sintam-se verdadeiramente parte da turma em que estão inseridos? Eis aqui os passos para que sua aula seja efetivamente inclusiva:

1. Saiba quem são seus alunos

Conheça previamente o histórico de seus alunos especiais. Isso pode ser obtido através do diálogo com seus responsáveis, cuidadores e professores anteriores. Indague sobre seus interesses, dificuldades, facilidades e progressos. Por meio dessas informações, será possível elaborar um plano individual de objetivos, que permitirá a você acompanhar a evolução de seu aluno.

2. Pense sobre a intencionalidade

Reflita sobre a razão de dar determinada matéria. Esse conteúdo é relevante para meu aluno? Se não, como tornar esse assunto útil para ele, de alguma forma?

3. Trate seu aluno sem pré-conceitos

Não devemos sentir dó ou, no outro extremo, rejeitar o aluno especial. O aluno deficiente, respeitadas obviamente suas condições, deve ser tratado com igualdade. Desnecessário dizer que rejeitá-lo significa excluí-lo. Por outro lado, superprotegê-lo também não é uma atitude sensata: nosso dever enquanto professores é prepará-lo para a vida em sociedade.

4. Estabeleça critérios de inclusão

Alunos com deficiência sentem-se seguros quando o professor estipula regras de comportamento e convivência. Assim sendo, deixe claro que em sua sala nenhuma pessoa pode ser humilhada, sofrer bullying, etc. Para alguns estudantes, como os portadores de autismo, por exemplo, o ideal é que se tenha uma rotina estipulada.

5. Use múltiplos recursos

Alunos especiais aprendem melhor quando são expostos a materiais que explorem seus sentidos. Quanto mais os sentidos forem utilizados, melhor. Sempre que possível, opte pelo uso de objetos concretos ao invés de conceitos abstratos. Use múltiplos recursos, como os visuais, orais, táteis e auditivos. Varie as atividades dadas aos alunos. Você pode usar de recursos como impressos, discussões, leitura, desenhos, vídeos curtos e uso da internet, por exemplo. A diversidade tornará sua aula sempre interessante. Quando escrever algo, fale também, e gesticule, se necessário, para que haja uma maior compreensão.

6.  Use o recurso da repetição

Ao delegar determinada tarefa, peça para que dois ou três alunos expliquem novamente o que deve ser feito, dessa forma os alunos serão expostos a uma maior variedade de explicações.

7. Ensine os alunos a se respeitarem

As crianças não sentem diferença entre as especiais ou não. Na verdade, qualquer diferenciação acontece por interferência dos adultos. Ao olhar para seu aluno deficiente, enxergue nele a criança ou adolescente que ele é, e não o rotule por sua condição. Se você agir assim, certamente os demais alunos procederão da mesma forma.

8. Crie um ambiente de cooperação

Sempre que possível, proponha atividades em duplas ou grupos, a fim de auxiliar a classe no processo de interação. Pense previamente, com base no histórico de seu aluno especial, em como ele poderá auxiliar na tarefa do grupo, de acordo com as habilidades dele. Varie os grupos de tempos em tempos – mensalmente, por exemplo – a fim de promover um convívio maior.

9. Construa a parede tijolo por tijolo

Se seu aluno apresenta dificuldades em compreender determinado tema, talvez ele ainda não esteja preparado para tal. Se necessário, parta das tarefas mais elementares para, aos poucos, introduzir as mais complexas, quando ele já tiver dominado o conteúdo anterior. Assim sendo, para que um aluno aprenda uma equação, é necessário que ele conheça primeiro os números, depois saiba adição, subtração, etc. Dê sempre tarefas curtas, para que ele possa manter-se concentrado e motivado.

10. Meça o progresso de seu aluno e cumprimente-o

Use o plano individual de seu aluno para verificar seu progresso e elogie-o com sinceridade pela evolução que teve. Isso o motivará a conseguir avançar cada vez mais.
O que faz com que pessoas que sofrem de AVC consigam recuperar movimentos perdidos? A neuroplasticidade, capacidade que o cérebro tem de reaprender ações. Assim sendo, nunca duvide da capacidade de aprendizagem e superação de seu aluno. Nunca perdemos nossa capacidade de aprender, durante toda a vida, portanto, o céu é o limite!
FONTE:
EscolaWeb

domingo, 22 de abril de 2018

COMO TRABALHAR COM ALUNOS SUPERDOTADOS?

Como trabalhar com alunos superdotados?


Sem sombra de dúvida, os alunos mais difíceis para um professor lidar são aqueles que acabam as atividades em menos de cinco minutos e requerem nossa constante atenção. O que fazer para que alunos superdotados(alto desempenho escolar) fiquem ocupados, porém não entediados, e que seu potencial seja aproveitado ao máximo?

1. Conheça o potencial de seus alunos

O ideal é que você dê uma pré-avaliação com partes de todo o conteúdo que será dado durante o ano. Diga a todos eles que a nota em si não é importante, mas que você apenas deseja conhecê-los melhor. Certamente por meio deste teste, será possível detectar alunos com alto desempenho. Uma vez identificados, será mais fácil trabalhar com eles durante o ano letivo.

2. Dê mais difícil em primeiro lugar

Ao dar um determinado tópico, dê aos seus alunos de altas habilidades os exercícios mais desafiadores primeiro. Se eles não conseguirem executá-los, não há problema algum. Você poderá dar outros menos complexos. Se eles conseguirem resolvê-los, deixe-os livres para optarem por atividades que sejam do interesse deles, como leitura, projetos, ou alguma outra atividade que não perturbe os demais alunos.

3. Diferencie, mas não acrescente

Os conteúdos dos currículos escolares podem ser adaptados para melhor atenderem aos alunos superdotados. Desafie estes alunos com perguntas usando as palavras: como, por que ou deveria. Descubra seus interesses pessoais e peça que eles desenvolvam projetos que utilizem estes temas. Não é justo dar mais exercícios, sobretudo repetitivos, para alunos que terminam as atividades primeiro.

4. Use e abuse da variedade

Você pode dar a eles várias escolhas. Ao dar determinada atividade, dê opções diversificadas para demonstrar que eles compreenderam. Eles podem, por exemplo, escrever um panfleto, criar uma dramatização. Use meios não tradicionais.

5. Mude a abordagem
Ao invés de dar informações a seus alunos com alto desempenho, seja um professor facilitador. Deixe que eles descubram as informações. Mantenha-os focados, por meio de atividades desafiadoras.

6. Ofereça oportunidade para pensamentos de alto nível

Utilize palavras e frases que induzam ao pensamento crítico e introduza conceitos e termos, tais como: possibilidades futuras, tendências, presumir, finalidades e analogias. Discuta com eles temas globais e incite-os a pensar. Enriqueça o vocabulário deles com termos mais rebuscados.

7. Estipule atividades em pares

Um erro comum que cometemos, enquanto professores, é fazer com que os alunos mais habilidosos ajudem os demais. Como estes alunos pensam diferentemente dos demais, isso causa desconforto e frustração de ambos os lados. Ao invés disso, você poderá estipular atividades em pares, contanto que sejam pares com o mesmo nível de conhecimento e de pensamento. Desta forma, poderão surgir ideias muito interessantes.

8. Conheça os pais de seus alunos superdotados

Por meio dos pais, é possível obter preciosas informações sobre os interesses de seus alunos, bem como suas habilidades. Compartilhar ideias e fazer com que os pais se sintam parte do progresso educacional de seus filhos é muito gratificante.
Às vezes, há a necessidade de se criar um currículo individual adaptado, voltado para alunos com inteligência acima da média. O que não se pode, em hipótese alguma, é fazer com que tais alunos se sintam entediados. É o mesmo que imaginar o que sentiria um aluno de ensino médio nos primeiros anos do ensino fundamental. Desafio e criatividade são as palavras-chave para manter seu aluno com alta habilidade motivado. Deixá-lo alçar voo, sem, entretanto, exigir o que ele não pode nos dar, é a função de um educador consciente. Ao buscar por mais informações a esse respeito, você já deu o primeiro passo!
FONTE:
EscolaWeb

COMO PROMOVER A INTERAÇÃO ENTRE OS ALUNOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS E OS PROFESSORES

A educação inclusiva é uma realidade atualmente, e isso é muito bom. Trabalhar com portadores de necessidades especiais traz benefícios aos alunos especiais, aos demais alunos e aos professores. Essa interação gera crescimento das habilidades cognitivas e emocionais.
Porém, para alguns educadores, esse processo pode ser meio assustador, pois ao adentrar em uma sala de aula e ter o primeiro contato com os alunos especiais, nem sempre o educador sabe como lidar com ele, e sente-se despreparado, sem saber ao certo como será a aprendizagem e a interação com estes alunos.
Surge também a dúvida a respeito de qual tipo de necessidade especial determinado aluno possui, e isso pode causar certo desconforto, e o próprio aluno pode sentir-se ansioso, quando não conhece o professor.
Descrevemos aqui um meio da escola minimizar estes sentimentos. Saiba como:

Promova a interação com um coffee-break especial

Antes do início das aulas, nos meses em que os professores estão reunindo-se, o coordenador pedagógico pode separar um dia para preparar um chá especial. Os procedimentos são simples:
  • Combine com os pais um dia, umas duas horas antes da reunião de professores, para receber os alunos especiais na escola;
  • Selecione um ou mais funcionários da escola, que não sejam professores, para organizarem um chá;
  • A escola deverá ter pelo menos duas garrafas térmicas, uma ou duas jarras de suco, guardanapos e copos descartáveis, utensílios grandes de plástico, uma toalha, uma mesa vazia em um canto na sala dos professores, uma ou duas carteiras escolares, notas de brinquedo, receitas de patês;
  • Os alunos deverão ir à um supermercado com os funcionários, e comprar pães, bolos e ingredientes para fazer patês, sucos, chá e café;
  • Se for possível, os alunos deverão auxiliar os funcionários ou fazerem por si mesmos os patês e sucos. É até possível fazer biscoitos ou bolos na própria escola, contanto que isso não seja perigoso para os alunos;
  • Os alunos irão elaborar o menu com as bebidas e as comidas, e preço delas, de acordo com a quantidade de dinheiro de brinquedo que tiverem, e vales onde estejam escritos, por exemplo: vale um pão com patê;
  • Pegando os professores de surpresa, os alunos entrarão na sala dos professores junto com os funcionários, colocarão a toalha na mesa e farão a disposição dos pães e patês e dos bolos;
  • Um dos alunos deve ser o porta-voz do grupo, convidando os professores a tomarem um café;
  • Os alunos distribuirão uma determinada quantia em dinheiro que será a mesma para cada um dos professores;
  • Os professores então se dirigirão às carteiras, onde ficarão os alunos que serão os caixas, que cobrarão pelas bebidas e alimentação;
  • Um outro aluno entregará o vale, de acordo com o que foi comprado.
  • Se necessário, o aluno caixa deverá somar ou dar troco. Se necessário, providencie uma calculadora
  • Os demais alunos servirão os professores, que não poderão tocar na mesa. A intenção é fazer com que os alunos executem todas as ações. Os patês, por exemplo, podem estar em potes, o que fará com que um aluno tenha que passar o patê dentro do pão. O ideal é que os pães sejam cortados com antecedência, para evitar riscos.
  • Após todos estarem servidos, inclusive os alunos, eles e os professores poderão se sentar juntos e conversarem. Dessa forma, a interação que terão depois em sala de aula será muito mais agradável!
  • FONTE:
    EscolaWeb

sábado, 21 de abril de 2018

CUIDE DE SUA IMAGEM

(TROCA-SE EMPRESA POR ESCOLA)

MUDE SUA IMAGEM POR DENTRO E POR FORA


O QUE SUA IMAGEM DIZ


7 PIORES ERROS AO SE VESTIR PARA  TRABALHO


5 DICAS PARA UMA IMAGEM ELEGANTE NO TRABALHO


domingo, 15 de abril de 2018

SAUDOSO PROFESSOR PIER

Professor Pierluigi Piazzi (1943 - 2015)

MANUTENÇÃO DO PATRIMÔNIO ESCOLAR

Prevenir o desgaste, planejar a conservação e engajar a comunidade escolar na detecção de problemas é a garantia de uma boa gestão dos recursos físicos e materiais

Por: Daniela Almeida

Será possível uma escola alcançar bons índices de aprendizagem com alunos e professores convivendo num prédio com paredes rachadas, vidros quebrados e privadas entupidas? Para que a aprendizagem aconteça, é necessário que o ambiente seja propício. "O patrimônio compõe a identidade e a imagem da escola e, por isso, ele precisa estar sempre em ordem, sob pena de colocar em risco a segurança das pessoas e o projeto pedagógico", afirma Amaury Meller Filho, do Instituto Paranaense de Ensino, em Maringá, a 420 quilômetros de Curitiba. O patrimônio é formado por instalações físicas, equipamentos, mobiliário e materiais usados na escola. Com a progressiva autonomia financeira (Programa Dinheiro Direto na Escola e outros), o gestor tem agilidade para fazer a manutenção e realizar pequenas obras. O estado ou o município também podem fornecer recursos por meio do adiantamento de verba para despesas de pronto pagamento (artigo 68 da Lei nº 4.320/64). A seguir, cinco pontos importantes que todo bom gestor precisa saber sobre a manutenção do patrimônio escolar.
1. Raio x e diagnóstico
Faça o levantamento do patrimônio, listando o que a escola tem em termos de instalações físicas, mobiliário, materiais de laboratório, equipamentos eletrônicos, livros didáticos, medicamentos e artigos diversos. Para isso, é interessante envolver os representantes da comunidade: com mais gente participando, fica fácil identificar problemas e soluções. Recomenda-se observar a adequação, o conforto, a segurança, a higiene e a salubridade de obras e instalações elétricas, assim como as normas de qualidade e de segurança de equipamentos e materiais. Esses requisitos devem ser cada vez mais rigorosos, de forma que passem a refletir os (altos) padrões de funcionamento da instituição.
2. Aquisição consciente
Como fazer as crianças trabalharem em grupo com carteiras fixadas ao chão? Como colocar em prática um projeto de leitura sem ter um acervo ou mesmo uma biblioteca organizada? Os recursos materiais disponíveis têm de servir ao projeto pedagógico da escola. Muitas vezes, modificações em conteúdos exigem diferentes materiais didáticos, assim como alterações na metodologia pedem outros mobiliários e equipamentos. É importante também estar atento a normas de segurança e higiene: para a creche e a pré-escola, não são adequados brinquedos de jardim feitos de ferro com quinas que possam representar riscos para as crianças. Vale o ditado que diz que o barato sai caro: de nada adianta consertar um equipamento com profissionais não especializados e que não forneçam garantia do serviço ou comprar equipamentos obsoletos que não atendam às necessidades de aprendizagem.
3. Prevenção vale muito
A precaução deve estar na rotina de todo gestor para que sejam evitados problemas emergenciais. Antes da época das chuvas, providencie a checagem do telhado e das calhas e, durante as férias, faça uma revisão de instalações elétricas e hidráulicas, além da substituição de lâmpadas e torneiras danificadas e da dedetização de todos os espaços. Aproveite para realizar pequenas obras. É obrigação do gestor conhecer as medidas preventivas para a manutenção do patrimônio. Para isso, é possível consultar os manuais que costumam ser elaborados e disponibilizados pelos órgãos competentes (distribuidoras de energia para as instalações elétricas, empresa de saneamento para questões de higiene e limpeza etc.) e se aconselhar com especialistas, requisitando laudos técnicos. Para não se esquecer de nada, coloque tudo o que é preciso fazer no papel: esse será seu plano preventivo. Por fim, crie ações para incentivar a preservação, como campanhas educativas. Uma boa ideia é produzir cartilhas para distribuir para toda a comunidade sobre o bom uso do ambiente escolar, mostrando as consequências da má utilização do patrimônio.
4. Vistoria continuada
Regra de ouro: nunca deixe que os problemas se acumulem. Aos primeiros sintomas de desgaste ou deterioração em qualquer item do patrimônio, tome providências imediatamente para que as questões não se agravem. Uma boa estratégia é estabelecer, dentro do plano preventivo, um cronograma de verificações periódicas e cumpri-lo fielmente. Peça ajuda a diferentes membros da equipe gestora e delegue a eles a responsabilidade pela vistoria de cada área, nos intervalos de tempo estipulados. Depois da inspeção, peça que eles reportem os resultados e tome a decisão sobre as medidas cabíveis. Dessa forma, será possível detectar com rapidez os reparos necessários, aumentando a vida útil do patrimônio e evitando gastar mais para substituir equipamentos ou realizar grandes reformas. "O importante é criar a cultura da preservação, do respeito às pessoas e ao meio em que se vive", diz Anaci Bispo Paim, diretora da organização não-governamental Farol do Conhecimento, em Salvador.
5. Comunidade envolvida
Para Hércules Pereira, diretorpresidente do Instituto de Gestão Educacional Signorelli, do Rio de Janeiro, "só com a conscientização e a soma de esforços é possível melhorar os padrões de uso e a qualidade dos prédios escolares". Uma boa oportunidade para realizar essa tarefa são as reuniões com a comunidade. Que tal criar um comitê para promover ações com o objetivo de sensibilizar e capacitar alunos, professores, familiares e moradores da vizinhança para ajudar na manutenção do patrimônio? Vale, por exemplo, convocar os interessados para fazer um mutirão e deixar nova a pintura das paredes ou para organizar um evento com a finalidade de levantar fundos para melhorar as instalações. O importante é que todos se sintam pertencentes e responsáveis pelo espaço. "Ajudar a manter a integralidade física e cultural da escola leva o indivíduo a legitimar seu papel na comunidade, valoriza o sentimento de pertencimento a um grupo capaz de vencer desafi os, reafirma valores e faz com que todos vejam a escola como um patrimônio da comunidade", diz Anaci.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

11 COISAS QUE NINGUÉM TE CONTA ANTES DE ASSUMIR A DIREÇÃO DE UMA ESCOLA

Conversamos com três gestores e eles compartilharam as maiores surpresas e choques de realidade que tiveram no dia a adia da profissão
Por: Laís Semis
Lúcia Cortez de Barros Santos, diretora da EM Waldir Garcia, em Manaus (AM), assumiu sua primeira gestão à frente de um escola em 1994. Depois de 24 anos, ela ainda se lembra das surpresas que teve ao ingressar na carreira. “Foram muitas”, assegura. Ao longo dessa trajetória e das experiências que teve, também foi ressignificando o que pensava sobre gestão escolar e o próprio modelo de atuação. “Vi, por exemplo, que era muito centralizadora. Não imaginava que seria possível uma relação mais próxima de trocas com o entorno da escola ou mesmo adotar uma gestão democrática. Mas nas experiências que tive e no contato com o trabalho de outros diretores, eu fui mudando minha visão, o que me fez crescer muito profissionalmente”, diz. E apesar de todos os desafios e da rotina atarefada, ela garante que é realizada no que faz.Para quem chegou há pouco tempo no cargo, como é o caso de Priscila Damasceno Arce, da EMEF Sebastião Francisco O Negro, na zona leste de São Paulo (SP), e de Patrícia Francisco, do Centro Educacional Jardim Araruama, em Cotia (SP), essa rotina pode parecer um pouco assustadora. Esse é o segundo ano delas na direção. Frente ao número de demandas, elas aconselham ter paciência e tranquilidade para se adaptar às novas funções. “A dica é começar devagar, sem ir com sede ao pote. Leia muito, busque formação para ser um bom gestor e conte com o apoio da equipe. O diretor não faz a escola sozinho”, diz Patrícia. Abaixo, as três diretoras revisitaram suas memórias para revelar o que ninguém contou para elas sobre a profissão antes de assumirem o cargo.1. Tudo o que você achava que sabia sobre o cargo, não era bem assim.
Você pode estar na carreira docente há muito tempo e acreditar que conhece o trabalho desenvolvido pelo colega diretor que está lá todos os dias ao seu lado. Possivelmente já leu materiais a respeito, teve referências dele na faculdade, conhece as atribuições listadas nos editais de concursos públicos. “Mas a bagagem da faculdade é teórica e ela é muito distante da realidade que se vivencia na prática”, diz Lúcia. “Ser diretora também me deu um outro olhar sobre esse cargo. Como professora, já critiquei diretores muitas vezes. Se um dia eu voltar para sala de aula, os diretores terão meu total apoio e respeito. Nem tudo é tão simples quanto os funcionários da escola pensam”, equilibra Patrícia. Lúcia nunca imaginou que a sua rotina seria o que ela é hoje. “Achava que ia cumprir o expediente, ter a melhor sala e dar ordens. A verdade é que eu tenho uma mesa em que nem consigo sentar pelo tanto de tarefas que demandam de mim!”.LEIA MAIS: É tudo na prática

2. Dificilmente você ficará dentro da sua carga horária na escola todos os dias.
“Depois que assumi o cargo, nunca mais consegui fazer horários de almoço e café direito”, diz Patrícia. Por mais que haja planejamento para a semana ou o dia, imprevistos acontecem com frequência - com alunos, responsáveis, professores, patrimônio, convocações externas… “Cada dia é diferente do outro. Para quem gosta de emoção, é um prato cheio!”, diz Priscila. As demandas têm prazo de entrega e, para dar conta de tudo, há um risco de desequilíbrio entre trabalho e vida pessoal. “Tenho que me policiar sobre as horas de trabalho. Sempre tendemos a acreditar que só vai funcionar se o diretor estiver presente. Mas a escola precisa ter uma rotina que funcione sem ele”, pondera Lúcia. Além disso, as diretoras destacam que o tempo de formação continuada, que precisaria ser feito dentro da escola, acaba ficando para os horários livres fora da instituição.LEIA MAIS: Como organizar as tarefas e a rotina de trabalho do diretor

3. A responsabilidade sobre o patrimônio escolar é sua. E vão te chamar tarde da noite e nos finais de semana se acontecer alguma coisa.
Alguém invadiu a escola, o ar condicionado quebrou, a porta da sala precisa ser trocada, o muro caiu. “Do dia para a noite precisei entender de financeiro, arquitetura e engenharia”, relembra Lúcia. “Quando assumi, não sabia que tinha de entender sobre essa parte de estrutura e eram coisas que eu nem sabia fazer”, fala Lúcia, que assumiu a primeira gestão em 1994, há 24 anos. “Nessas horas, você quer chamar o síndico, só que o síndico é você”, compara Priscila. “A questão do patrimônio só me chocou quando fui chamada às 23h para checar o muro da escola que tinha caído e tive de ir na delegacia fazer um boletim de ocorrência”, relembra.LEIA MAIS: Manutenção do patrimônio escolar

4. A prestação de contas exige muita responsabilidade, é complexa e cada verba funciona de um jeito diferente.
Nem nos cursos de Pedagogia, nem nas licenciaturas é comum ensinar sobre o controle financeiro de uma escola. Muito menos com a detalhação necessária para assumir essas demandas. “Cada verba tem uma regra específica, tem uma forma de aplicar e a prestação de contas é algo muito sério porque envolve o Tribunal de Contas e nada de errado pode passar”, diz Priscila. “Existem muitos manuais para auxiliar nesse trabalho, mas é preciso muita leitura antes de lidar com esses gastos. A Associação de Pais e Mestres (APM) auxilia no gerenciamento dos recursos financeiros, mas nem sempre os integrantes conhecem esses manuais, então precisamos apresentar as regras”, explica. A demanda exige não só conhecimentos administrativos, mas também de informática. “Foi aí que eu descobri que era péssima com as planilhas do Excel”, confessa Patrícia. “Às vezes, a secretaria nos envia uma planilha protegida e para mexer nela só perguntando, pesquisando e testando”.LEIA MAIS: FNDE publica cartilha sobre programas de financiamento

5. A relação com a equipe muda (muito). Você deixa de participar das conversas e passa a “ficar sabendo” da notícia por terceiros.
No início, parece que nada vai mudar na relação com os seus colegas de trabalho. Afinal, vocês deram aula tanto tempo juntos, compartilharam tantas dores e alegrias da profissão naquela escola, não é mesmo? “A mudança de relação é o primeiro choque que um diretor novo toma”, diz Priscila. Nos sete anos em que foi coordenadora, ela conseguiu manter uma relação mais próxima e amistosa com a equipe, em que os professores contavam mais com ela. Já na direção, isso mudou completamente. “Por mais interessante que você seja e por mais experiências que tenha para compartilhar, você sempre será a diretora”, afirma. “A equipe passa a ter ver como chefe e a relação mais horizontal, em que as pessoas chegam para te contar as coisas, deixa de acontecer e você só ‘fica sabendo’ por alguma conversa de corredor”, relata Lúcia. A diretora experiente acredita que esse distanciamento ocorre porque o gestor deixa de ser visto como um colega de trabalho e passa a ser uma “autoridade que dá ordens e aplica cobranças”. Para Patrícia, a mudança de visão sobre os problemas da escola também colabora para esse distanciamento. “Querendo ou não, você passa a rever conceitos e opiniões que tinha em sala de aula. E, às vezes, a equipe te cobra algumas posições – o famoso ‘agora que você é diretora, você fala isso’ –, mas como gestora você deixa de olhar só para sua necessidade e passa a olhar a do coletivo”, explica Patrícia.LEIA MAIS: Profissional, sim. Impessoal, nunca

6. As relações com pais e alunos também não serão mais as mesmas.
Quando Lúcia estava em sala de aula, seus alunos estavam entre o 6º e o 9º ano. As conversas e a forma de lidar com as turmas eram compatíveis com a faixa etária dos alunos. Ao mudar de função, passou a ser responsável por uma escola que tinha da Educação Infantil à Educação de Jovens e Adultos (EJA). “O universo se amplia muito. São idades e necessidades muito diferentes para cada etapa”, aponta. Além da quantidade, assim como acontece com os professores, a relação com alunos e responsáveis também muda. “No início, há um distanciamento, eles te olham com medo. Ao ganhar gradativamente a confiança deles, isso muda”, revela Patrícia. Em relação ao atendimento dado aos pais, ela se surpreendeu com o respeito que o cargo de diretor impõe a muita gente. “Quando você fala que é o diretor, a pessoa te trata com mais educação, chama de senhora. Eu deixei de ser a Patrícia para ser a Dona Patrícia”. E isso também impacta no imaginário das pessoas. “Certa vez uma mãe estava procurando a diretora e me perguntou onde poderia encontrá-la. Quando disse que era eu, ela me olhou um pouco incrédula. Eu estava de legging e tênis. Talvez ela pensasse que as diretoras não deveriam se vestir assim, mesmo havendo um evento esportivo na escola”, lembra.LEIA MAIS: Quatro dicas essenciais para o atendimento à comunidade

7. Ser diretor não é só administrar. Existem demandas pedagógicas atreladas ao cargo que vão exigir sua participação.
“Eu sempre via o diretor muito longe dessa questão pedagógica. Achei que ele ficasse muito mais no burocrático e administrativo”, relembra Patrícia. Como essas demandas tomam bastante tempo, alguns diretores acabam engolidos pela rotina e não conseguem acompanhar o pedagógico. Mas cabe a ele ser parceiro do coordenador na gestão da aprendizagem dos alunos, acompanhar a qualidade do ensino e criar oportunidades de capacitação da equipe. “A surpresa dessa demanda é muitas vezes para a equipe: ‘Mas agora o diretor vai acompanhar isso também?’. Causava um mal estar entre eles porque muitos o veem como um fiscalizador, que está ali para cobrar resultado e não construir esse percurso junto com eles”, considera a diretora Priscila. Para Lúcia, que tem formação em Letras, cuidar do pedagógico foi também um desafio. “Como não sou pedagoga, precisei correr muito atrás de informações, leituras e formações para estar bem inteirada ao lado dos pedagogos da escola e dos professores”, conta a diretora manauara. 

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O diretor também é formador

8. A comunidade externa também precisa da sua atenção – e não vai ser pouca coisa.
A aprendizagem dos estudantes é o objetivo primordial da escola e o que está para fora dela não diz respeito à gestão escolar, certo? Até poderia ser, se esse entorno não influenciasse essa relação ou se a escola não fizesse parte também dessa comunidade. “Às vezes, dá mais trabalho educar o entorno do que os estudantes”, afirma Priscila. Em sua escola, a vizinhança joga lixo na calçada do prédio – incluindo o portão de entrada. “Temos um trabalho de conscientização. Sabemos que é um problema macro, que atinge toda a cidade, mas na porta da escola, isso nos atinge. Jamais imaginei que teria de lidar com essa demanda”. As diferentes relações estabelecidas com o entorno da escola também podem causar um choque. Na primeira escola em que Lúcia trabalhou, em Manaus, a instituição era fechada para a comunidade. Na seguinte, o portão estava sempre aberto aos vizinhos e a relação era de muita troca. “Tive que me adequar, aprender a conviver e ressignificar também. Vi que aquele modelo, com participação, era o ideal”.LEIA MAIS: De portas abertas para a sociedade

9. Os desafios de remuneração, demandas cotidianas, apoio externo e formação são tão grandes quanto os do professor.
O número de demandas que um diretor assume ao tomar posse é grande. Nem sempre existe apoio ou formação – interna e externa – para lidar com os problemas, situações e pessoas. Além das tarefas diárias, a posição exige um constante planejamento. Para Priscila, um dos principais gargalos é a preparação para assumir o cargo. “Se pensa muito pouco na profissionalização do diretor. Não temos formação clara para lidar com as atribuições do cargo”, diz. Outro ponto é a questão salarial. “Não é tão bom quanto eu imaginava! A verdade é que o salário não acompanha o tamanho do aumento das responsabilidades”,  afirma Patrícia.LEIA MAIS: Os diretores precisam se ajudar mais

10. Ser diretor é um ato solitário. Diferentemente do professor, não existe um parceiro que compartilhe as mesmas demandas e problemas.
Quando você está na sala de aula, há muitos colegas compartilhando os mesmos desafios que você. Quando assume a direção, é só você. O sentimento é de solidão, isolamento e até angústia. “Por mais que você tenha um grupo de colegas diretores de outras escolas, no dia a dia é diferente. Por mais que possamos pedir opinião para a equipe, não é o mesmo que vivenciar na pele os problemas. Às vezes, você tem que fazer escolhas difíceis, trazer apontamentos ou orientações para um funcionário”, relata Patrícia. Para Lúcia, é como se a relação fosse um cabo-de-guerra. “De um lado tem uma escola toda puxando a corda. Do outro, só você. A gestão democrática ajuda a tirar um pouco do peso dessa relação desproporcional, mas ainda assim somos muito cobrados por todos os atores e situações da escola”, diz.LEIA MAIS: Poucos querem ser gestores escolares

11. São tantas demandas burocráticas que você perde a conta de quantos documentos assina por dia.
Para quem não tem intimidade com a prática de administração, ser diretor traz a impressão de se resumir a delegar tarefas para a equipe, acompanhar o andamento das demandas, corrigir o que está errado e consertar o que não está funcionando – enfim, organizar tudo e todos. A verdade é que além dessas ocupações, a papelada domina a mesa, gavetas e armários da sala do diretor. Orçamento, projetos, solicitações, autorizações, prestação de contas, relação de bens. Toda essa burocracia das documentações é essencial para o funcionamento da escola. Não há como escapar delas. Sem contar que muitas tarefas contam com prazos inegociáveis, como a prestação de contas dos programas governamentais. “Eu não saberia enumerar em quantos documentos coloco meu nome e assino por dia”, confessa Priscila.LEIA MAIS: Documentos escolares, uma questão de ordem