Gardner afirmou que o
conceito de inteligência, como tradicionalmente definido em psicometria (testes de QI) não era suficiente para
descrever a grande variedade de habilidades
cognitivas humanas. Desse modo, a teoria afirma
que uma criança que aprende a multiplicar números facilmente não é necessariamente mais
inteligente do que outra que tenha habilidades mais forte em outro tipo de
inteligência. A criança que leva mais tempo para dominar uma multiplicação
simples, (a) pode aprender melhor a multiplicar através de uma abordagem
diferente; (b) pode ser excelente em um campo fora da matemática; ou (c) pode até estar a olhar e
compreender o processo de multiplicação em um nível profundo. Neste último
exemplo, uma compreensão mais profunda pode resultar em lentidão que parece (e
pode) esconder uma inteligência matemática potencialmente maior do que a de uma
criança que rapidamente memoriza a tabuada, apesar de uma compreensão menos
detalhada do processo de multiplicação.
A teoria recebe reações
mistas da comunidade científica.[1] Muitos psicólogos consideram que existem diferenças
entre os conceitos de inteligência, que não são suportados pela prova empírica. É criticada por alguns, como Perry
D. Klein, por ser uma teoria não falseável. Já Linda
Gottfredson, uma das críticas, afirma que a teoria é bastante
atrativa por sugerir que "todos podem ser inteligentes" de
alguma forma, o que pode enviesar o estudo do tema.
Foram utilizados os seguintes critérios para uma
classificação dos fatores constituintes da inteligência ou habilidades humanas:
·
Existência
de gênios, ou indivíduos eminentes com habilidades especiais onde se pode
observar tal capacidade isolada ou prejudicada;
·
Uma
história de desenvolvimento distintiva para cada indivíduo,
junto com uma natureza definível de desempenho especialista;
·
Ser
possível identificar os passos para atingir tais perícias, uma história
evolutiva e plausibilidade evolutiva, a exemplo das formas de inteligência
espacial em mamíferos ou inteligência musical em pássaros;
As inteligências
Estabelecidos os critérios
acima, a pesquisa identificou e descreveu sete tipos de inteligência nos seres humanos, e, no início da década de
1980, obteve grande eco no campo da educação.
Posteriormente foram acrescentadas à lista original as inteligências de tipo
"naturalista" e "existencial":
Lógico-matemática
A capacidade de confrontar
e avaliar objetos e abstrações, discernindo as suas relações e princípios
subjacentes. Habilidade para raciocínio dedutivo e para solucionar problemas
matemáticos. Cientistas possuem esta característica.
Caracterizadas pelo gosto e pela competência na interpretação e na
categorização dos fatos e da informação, no cálculo, no raciocínio lógico e na
busca de explição para tudo. Sentem-se desafiadas perante problemas envolvendo
raciocínio, que procuram resolver de forma metódica e persistente. Divertem-se
a resolver os “quebra-cabeças” das resvistas e dos jornais, entre outros.
Linguística
Musical
Identificável pela
habilidade para compor e
executar padrões musicais em termos de ritmo e timbre,
mas também escutando-os e discernindo-os. Pode estar associada a outras
inteligências, como a lingüística, espacial ou corporal-cinestésica. É
predominante em compositores, maestros, músicos,
críticos de música como por exemplo, Ludwig van Beethoven, Leonard
Bernstein, Midori, John Coltrane, Mozart, Maria Callas, Luís Miguel.
Espacial
Expressa-se pela capacidade
de compreender o mundo visual com precisão, permitindo transformar, modificar
percepções e recriar experiências visuais até mesmo sem estímulos físicos. É
predominante em arquitetos, artistas, escultores, cartógrafos, geógrafos, navegadores e jogadores de xadrez,
como por exemplo Alexander von Humboldt, Michelangelo, Frank Lloyd Wright, Garry
Kasparov, Louise
Nevelson, Helen Frankenthaler, Oscar
Niemeyer, Marco Polo.
Corporal-cinestésica
Intrapessoal
Expressa na capacidade de
se conhecer, é a mais rara inteligência sob domínio do ser humano pois está
ligada a capacidade de neutralização dos vícios, entendimento de crenças,
limites, preocupações, estilo de vida profissional, autocontrole e domínio dos causadores de estresse,
entre outros diversos comandos de vida que permite a pessoa identificar hábitos
inconscientes e transformá-los em atitudes conscientes.
Interpessoal
Naturalista
Traduz-se na sensibilidade
para compreender e organizar os objetos, fenômenos e padrões da natureza, como
reconhecer e classificar plantas, animais, minerais, incluindo rochas e gramíneas e toda a variedade de fauna, flora, meio-ambiente e seus componentes. É característica
de biólogos, geólogos mateiros, por exemplo. São exemplos deste tipo de
inteligência Charles
Darwin, Rachel Carson, John James Audubon, Thomas Henry Huxley.
Existencial
Trajetória da teoria
Gardner iniciou a
formulação da ideia de "inteligências múltiplas" com a publicação da
obra "The Shattered Mind" (1975). Mais tarde,
conceituou a inteligência como "um potencial
biopsicológico para processar informações que pode ser ativado num cenário
cultural para solucionar problemas ou criar produtos que sejam valorizados numa
cultura".
Em um processo mais recente
de revisão de sua teoria, Gardner acrescentou a "Inteligência
Naturalista" à lista original. O mesmo não ocorreu com a chamada
"Inteligência Existencial" ou "Inteligência Espiritual".
Embora o autor se sinta interessado por este nono tipo, conclui que "o
fenômeno é suficientemente desconcertante e a distância das outras
inteligências suficientemente grande para ditar prudência - pelo menos por ora"
– concluiu na sua obra "Inteligência: um conceito reformulado"
(2001).
= Gardner sustenta que as
inteligências não são objetos que possam ser quantificados, e sim, potenciais
que poderão ser ou não ativados, dependendo dos valores de uma cultura
específica, das oportunidades disponíveis nessa cultura e das decisões pessoais
tomadas por indivíduos e/ou suas famílias, seus professores e outros.
Testando as Inteligências Múltiplas
Embora seja comum no meio
acadêmico desejar quantificar a inteligência (os testes de Q.I. são um
exemplo), Gardner desaprova tais ideias e não propõe nenhum método para
quantificar as inteligências múltiplas. Isto, porém, não impede outros teóricos
de formularem testes.
Alguns pesquisadores buscam
medir as inteligências múltiplas através de perguntas simples permeando cada
conceito de cada inteligência e definindo no que o analisado tem aptidão ou bloqueio.
O mais comum é que pessoas tenham uma das inteligências superior às outras,
grande parte em nível médio e uma ou duas inteligências fracas.
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De uma maneira mais simples, podemos dizer que
cognição é a forma como o cérebro percebe,
aprende, recorda e pensa sobre toda informação captada através dos cinco
sentidos.
Mas a cognição é mais do que simplesmente a
aquisição de conhecimento e consequentemente, a nossa melhor adaptação ao meio
- é também um mecanismo de conversão do que é captado para o nosso modo de ser
interno. Ela é um processo pelo qual o ser humano interage com os seus
semelhantes e com o meio em que vive, sem perder a sua identidade existencial.
Ela começa com a captação dos sentidos e logo em seguida ocorre a percepção. É,
portanto, um processo de conhecimento, que tem como material a informação do
meio em que vivemos e o que já está registrado na nossa memória.
FONTE: https://pt.wikipedia.org