EDUCAÇÃO
Este trabalho discute como surgiu e qual é o papel
do coordenador pedagógico no cotidiano escolar frente sua atuação diversificada
dentro da unidade escolar.
ÍNDICE
1. RESUMO:
Este trabalho
discute como surgiu e qual é o papel do coordenador pedagógico no cotidiano
escolar frente sua atuação diversificada dentro da unidade escolar, local do
exercício de liderança deste profissional, certamente se mostram pontuais na
organização e desdobramento das atribuições do coordenador em relação ao seu
papel, em relação ao seu compromisso teórico-metodológico, ao estabelecimento
de ensino um clima organizacional propício ao desenvolvimento de um trabalho
pedagógico que respeite as distintas vozes que se apresentam no âmbito escolar.
Por meio de uma revisão de literatura, de discussões e análise de vivências no
cotidiano da escola, selecionei alguns pontos recorrentes para a discussão do
objeto de estudo, o que me possibilitou a constatar que a prática pedagógica se
constrói pela contribuição de todos os atores sociais, cujo sujeito
facilitador, pode ser materializado, dentre outros, na figura do coordenador
pedagógico.
Palavras-chave:
como surgiu, formação de professores, coordenador pedagógico
2. INTRODUÇÃO
Este
trabalho é resultado de algumas reflexões sobre minha prática como professora,
coordenadora e de minhas inquietações e inconformidade com algumas situações do
cotidiano escolar.
Sou
professora há doze anos na rede estadual de ensino e efetiva há três anos. Fiz
o magistério e logo entrei para a faculdade de história em Mandaguari Pr, no
ano de 2000 mudei com minha família para Mato Grosso em busca de trabalho,mas a
busca pelo saber não parou por ai fiz uma graduação em Educação ambiental, mesmo
sabendo que naquele momento meu esforço não seria valorizado
financeiramente.Sempre tive consciência da necessidade da busca de uma formação
mais ampla, que me fizesse compreender, através da teoria a pratica em sala de
aula.
Durante
algum tempo questionei com minhas coordenadoras pedagógicas a forma como
atuavam, percebia a falta de argumentos, mesmo porque hoje compreendo eram
pessoas que não estavam preparadas para tal função, a interpretação errônea do
verdadeiro papel do coordenador pedagógico,sua valorização como profissional
contribui para que nas escolas ainda continue reproduzindo esse modelo pré
histórico de coordenar, sem qualificação e motivação para melhorar pois a
“gratificação” é insignificante diante da responsabilidade de um coordenador pedagógico,posso
dizer depois de tudo que pesquisei, o papel desse profissional é fundamental
para o bom desenvolvimento da aprendizagem escolar posso dizer que dentro de
uma escola o coordenador pedagógico é a pessoa mais importante,sem ele não há
um ensino de qualidade, foi para melhorar as minha habilidades como
coordenadora que busquei mais uma vez qualificação mesmo sabendo que a
valorização ainda esta longe de ser a ideal,mas a forte do saber,e fazer com
qualidade não pode nunca parar ,pois ainda acredito que um dia essa tão sonhada
valorização profissional chegue.
3. COMO SURGIU E COMO É O DIA DE UM COORDENADOR PEDAGÓGICO.
A figura do
coordenador pedagógico surgiu com as transformações na educação entre as
décadas de 70 a 90. A partir das transformações sociais, políticas, econômica a
mudança de valores, a fragilidade da educação, a desvalorização dos
profissionais provocou situações de desanimo na educação, resultada de
políticas educacionais formatadas e despejada nas escolas sem um planejamento,
sem a participação dos professores. O coordenador professor pedagógico surge em
meios a essas inovações educacionais voltadas para projetos diferenciados,
mudanças, porém sem nenhuma qualificação o que comprometeu o bom desempenho de
sua função. A figura do coordenador foi fruto de um de uma concepção
progressista, onde as novas formas de gestão escolar e processo ensino
aprendizagem foram postas em pratica. E hoje o coordenador convive com adversas
condições de trabalho faltam as condições objetivas, formação técnica,
materiais favoráveis, organização coletiva, entre outros fatores,prejudicando
assim sua real função a de coordenar,planejar e acompanhar todo o processo
didático pedagógico .
Leva–se em
consideração que o atual cenário educacional da gestão democrática busca
desenvolver uma gestão participativa, tendo o gestor e coordenador como o
mediador das ligações entre escola – comunidade – família, onde há relação
orgânica entre a direção e a participação dos membros da equipe escolar. O
século XXI inicia-se com uma bagagem cheia de incertezas políticas,
ideológicas, comportamentais. Essa situação se reflete também na escola,
fazendo emergir sensações de impotência e pessimismo nas pessoas que participam
dessa comunidade. Segundo Kuhn (1970), a superação de um paradigma, é lenta e
encontra grandes resistências. No período de transição convivem elementos do
velho e do novo paradigma que vai progressivamente substituindo, com vantagem,
representações, atitudes e procedimentos. Os novos paradigmas gerenciais requerem
funções descentralizadas, participativas, interdependentes e integradas. O
desenvolvimento organizacional depende da melhoria contínua dos processos de
gestão, apoio e de base. A eficiência dos processos depende dos referenciais e
recursos neles utilizados. Os recursos humanos são determinantes, pois sua
capacitação e motivação é que tornam possível o aumento da eficiência
dos processos. A vontade e a capacidade dos agentes organizacionais, em
última instância, configuram uma cultura organizacional de desenvolvimento,
estagnação ou regressão. Baseado nos estudos realizados, o resultado nos
direciona para uma observação mais profunda no que se refere aos processos de
gestão participativa, uma vez que queremos formar cidadãos conscientes,
críticos responsáveis e capazes de exercerem sua cidadania.
Para isso
precisamos rever a formação pedagógica, articulando a entre as políticas
educacionais e as concepções de formação enquanto processos de construção
coletiva. Com as políticas de reestruturação, ou focalizadas a partir de 2003
essas ações orientadas pelo governo ainda não obtiveram sucesso esperado,do meu
ponto de vista o que mais precisaria nesse momento seria o investimento no
material humano que faz parte desse processo ,resgatar a auto estima do profissional
da educação que apresentar resultados satisfatório no desempenho de sua função
através de projetos que tenha resultado no processo ensino aprendizagem. Desse
modo o PDE funcionaria como carro chefe onde gestão coordenação e professor
conseguisse ver a educação como um bem público, infelizmente o sistema
educacional brasileiro apresenta uma fragmentação de ações e programas e,
conseqüentemente das políticas educacionais que os fundamentaram. Pensar na
qualidade de ensino implica assegurar um processo pedagógico pautado na
eficiência, eficácia e efetividade social ,cultural e econômico de modo a
garantir o ingresso ,permanência e a qualidade em educação,para formar o novo
cidadão brasileiro.
Para que
esse processo se efetive é preciso um trabalho coletivo, onde todos estejam
voltados pelo mesmo objetivo “uma educação de qualidade’’.
3.1 As multi
funções do coordenador pedagógico.
Nesse meio
encontra a figura do coordenador se desdobrando em multi funções em seu dia
escolar.
FALCÃO (1994:42) afirma:Problemas ligados às
características de vida do aluno, o seu ambiente familiar, às suas relações com
os pais, às suas condições de saúde e nutrição; igualmente aspectos ligados à
sua história escolar, seu aproveitamento em outras séries e outras matérias,
suas relações com outros professores e com colegas; todos esses aspectos,
ligados à vida do discente fora da sala de aula, interferem no seu
aproveitamento e, conseqüentemente no trabalho do professor.
desde
conflitos ,sociais, econômicos,familiares, amorosos,violência, drogas,gêneros
entre tantos outros...Como substituir o professor que faltou, organizar e
agendar os horários de uso da biblioteca, ajudar os funcionários da Secretaria
na época da matrícula, controlar a entrada e a saída dos alunos e Infelizmente
o cotidiano do coordenador pedagógico passa bem longe do ideal, estamos
tentando resgatar o que deveria ser um coordenador,na atual condição onde nos
desdobramos para segurar a peteca de uma escola viva como a nossa de ensino
fundamental ,onde os alunos estão passando por um processo de metamorfose
típico da faixa etária de nossos educando,onde estão se descobrindo,deixando os
hábito de crianças para entrar na adolescência , temos que trabalhar não só o
aprendizagem mas de uma forma geral tudo ainda conversar com os pais daquele
garoto que vive brigando com os colegas ou mesmo pais que nunca vem nas
reuniões quando convocados. Várias demandas vão parar nas mãos dos
coordenadores pedagógicos. O resultado é que, atolados em afazeres, muitos
acabam não dando conta de sua função prioritária na escola: a formação
contínua, em serviço, dos professores.
E a atuação
se torna sem foco nem é uma questão de falta de experiência, mas pelo grande
numero de afazeres como ser: o braço direito do diretor, não só para os
assuntos pedagógicos mas também para os burocráticos e financeiros; dos
professores, que costumam elegê-lo como o melhor porta-voz para tratar com a
direção sobre todos os temas da categoria; dos pais, que não sabem direito qual
é a função dele; e das secretarias, que às vezes fazem convocações em excesso e
o obrigam a mal parar em seu local de trabalho.
3.2 O
coordenador sabe qual é a sua função
Segundo Ana
Maria Falcão de Aragão (1998), da Faculdade de Educação da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp). "Eles não sabem os limites de seu papel e,
por isso, aceitam todas as demandas que lhe são dadas, fazendo
coisas demais por não ter a compreensão de que são, antes de tudo,
formadores"
Isso prova
que não sabemos, ou melhor, sabemos, mas não temos condições de exercer somente
a nossa função.
As tarefas
que a coordenação acaba tomando para si poderiam ser passadas para outro
profissional, sobrando mais tempo para o que é primordial. Segundo Coelho 1996
Para as coisas funcionarem bem, deve existir um trabalho colaborativo, com o
envolvimento de todos”. Um exemplo é o atendimento de pais. "É função do
coordenador recebê-los quando se trata de questões pedagógicas", O ideal é
que funcionários da secretaria sejam capacitados para fazer uma triagem dos
telefonemas e dos pedidos . A escola também ganha ao estipular horários fixos
para o atendimento às famílias.
Já as
secretarias podem se empenhar para melhorar as condições de trabalho nas
unidades, tanto no que diz respeito à estrutura física como na composição de
equipes, a fim de organizar e distribuir melhor as tarefas. "Alguns
sistemas prevêem a presença de um profissional responsável por questões
administrativas e pelos processos burocráticos, criando uma divisão automática
de atribuições".
Para Mozart
Neves Ramos (2000), conselheiro do movimento Todos Pela Educação, é preciso
reconhecer a importância do coordenador na gestão escolar. "Ele é o líder
da aprendizagem, o responsável por obter bons resultados com o trabalho de
formação dos professores, e cada unidade de ensino precisa ter ao menos um
profissional", afirma. Ramos (2000) defende ainda ações de legitimação da
função no país. "No Plano Nacional de Educação 2011-2020, a meta que se
refere à profissionalização da gestão democrática nem cita o coordenador. Sem
levar isso em consideração, corremos o risco de ele trabalhar de forma
desarticulada dos objetivos da escola." Sem contar que a valorização do
profissional deveria ser igual do gestor, no entanto é inferior sendo ele tão
importante no processo de ensino aprendizagem do educando por que essa
desvalorização?
E sua
qualidade de vida a falta de tempo para a família?
Atualmente,
estamos vivenciando um tempo de muitas mudanças, via de regra impulsionadas
pela consolidação do sistema capitalista de produção. Esta nova configuração
mundial tem tido reflexos na maneira como ocorre à divisão social do trabalho.
No campo educacional, mais especificamente, não tem sido diferente. As relações
de trabalho, na escola, têm sofrido modificações nas últimas décadas. Assim, se
na gênese da Coordenação Pedagógica, o supervisor era o “fiscal”, o chefe
que gerenciava a produção - tal qual ocorria na indústria - hoje em dia,
almeja-se que este se configure como o que auxilia e contribui para a melhoria
do processo ensino-aprendizagem, objetivando uma educação de qualidade. É nesta
perspectiva, que podemos afirmar que o cargo Coordenação Pedagógica é
necessário no ambiente escolar. Mas a realidade nos indica que, para se
alcançar o papel a que se propõe o Coordenador Pedagógico, hoje em dia, existe
um longo caminho a ser trilhado, uma vez que o almejável depende de compromisso
social, condições materiais favoráveis para o desenvolvimento do trabalho e de
compromisso pessoal, comprometimento dos profissionais da área com a sua profissão,
para que esse sonho seja concretizado.
3.3 Os
coordenadores sabem o que deve ou não fazer como:
-Garantir a
realização semanal do horário de trabalho pedagógico coletivo
-Organizar encontros de docentes por área e por série
-Dar atendimento individual aos professores
-Fornecer base teórica para nortear a reflexão sobre as práticas
-Conhecer o desempenho da escola em avaliações externas
O que não fazer:
-Conferir se
as classes estão organizadas e limpas antes das aulas
-Fiscalizar a entrada e a saída de alunos
-Visitar empresas do entorno para fechar parcerias
-Substituir professores que faltam
-Cuidar de questões administrativas, financeiras e burocracias em geral.
O que nos
falta são condições para isso, uma escola para desenvolver um bom trabalho
necessita de um psicólogo, psicopedagogo e um técnico em saúde ,isso seria o
ideal ,sabemos que existe parcerias mas são insuficientes,estamos findando o
ano letivo e depois de tantos problemas com determinados alunos no decorrer do
ano letivo conseguimos uma consulta por intermédio do conselho tutelar em uma
situação de risco com uma psicóloga. A escola não esta preparada nem equipada
em sua estrutura física e humana para atender as problemáticas da civilização
atual que acompanham nossos alunos, que vão desde a sócios econômicas,
fome, estrutura familiar, gênero, drogas, violências entre outras.Assim se
distribui um coordenador “bom bril”(mil e uma utilidade), para atender os
incêndios diários de uma escola.
Segundo Bartman (1998,p.1):
o coordenador não sabe quem é
e que função deve cumprir na escola.Não sabe que objetivos persegue.Não tem
claro quem é seu grupo de professores e quais as suas necessidades.Não tem
consciência do seu papel de orientador e diretivo.Sabe elogiar,mas não tem
coragem de criticar.Ou só critica,e não instrumentaliza.ou só cobra,mas não
orienta.
Discordo em
parte de Bartman, nós sabemos qual deveria ser nossa função, o problema é que
por falta de uma equipe qualificada em suas áreas especificas ,nós temos que
ser multi uso dentro de uma escola e por conta de tantos afazeres acabamos não
executando a nossa verdadeira função.
Segundo
Novoa (2001), a experiência não é nem formadora nem produtora.É a reflexão
sobre a experiência que pode provocar a produção do saber e a formação”. O
coordenador deve estar sempre preparado para mudanças e sempre pronto para
motivar sua equipe na formação do novo cidadão. O coordenador eficiente
centraliza as conquistas do grupo de professores e assegura que as boas idéias
tenham continuidade.Além do que se passa dentro das quatro paredes da sala de
aula, há muito mais a aprender no convívio do coletivo - no parque, no
refeitório, na rua, na comunidade. É preciso lembrar que só quem não está em
classe, imerso naquela realidade, é capaz de estranhar. E isso é ótimo! É do
estranhamento que surgem bons problemas, o que é muito mais importante do que
quando as respostas aparecem prontas.Só assim é possível que o coordenador
efetivamente forme professores (e esse é o seu papel primordial), diria que no
dia-a-dia de uma instituição educativa é preciso: dispor segundo certa ordem e
método as ações que colaboram para o fortalecimento das relações entre a
cultura e a escola;organizar o produto da reflexão dos professores, do
planejamento, dos planos de ensino e da avaliação da prática; arranjar as
rotinas pedagógicas de acordo com os desejos e as necessidades de todos; e
ligar e interligar pessoas, ampliando os ambientes de aprendizagem. Esse é o
sentido de ser um bom coordenador, não de uma instituição, mas de
processos de aprendizagem e de desenvolvimento tão complexos como os que temos
nas escolas.
4. O TRABALHO DO COORDENADOR
O trabalho
pedagógico deve ser orientado, um bom projeto e a execução do mesmo é a
intenção e a certeza de que a escola e seus profissionais realizem um trabalho
de qualidade. Ele será o resultado de reflexões e questionamentos de seus
profissionais sobre o que é a escola é hoje e o que poderá a vir a ser.
Visando, a inovação da prática pedagógica da escola para elevar a qualidade do
ensino.FALCÃO FILHO (1994:46) ressalta:
do aluno requer um conjunto
de ações que apenas um docente não pode a formação realizar; portanto o
processo de ensino – aprendizagem não se alimenta exclusivamente da
contribuição individualizada de cada conteúdo ou professor isoladamente; pelo
contrário, além dessas contribuições individuais, há aquelas provenientes do
trabalho conjunto de todos os docentes e destes com os demais profissionais da
educação lotados na escola.
O trabalho
do coordenador deve ser orientado e isso, exige um compromisso muito amplo, não
somente com a comunidade na qual se está trabalhando, mas consigo mesmo. Trata-se
de um compromisso político que induz a competência profissional e acaba por
refletir na ação do educador, em sala de aula, as mudanças almejadas. Todavia,
a tarefa do coordenador é muito difícil de ser realizada, exige participação
para a integração em sua complexidade.
Segundo
Gandin (1983, p. 89), esta ação não é fácil, por que:
·
Exige compromisso pessoal de todos;
·
Exige abertura de espaços para a participação;
·
Há necessidade de crer, de ter fé nas pessoas e nas suas
capacidades;
·
Requer globalidade (não é participação em alguns momentos
isolados, mas é constante);
·
Distribuição de autoridade;
·
Igualdade de oportunidades em tomada de decisões;
·
Democratização do saber.
Diante do
exposto até aqui se conclui que a escola, é parte integrante da totalidade social,
não é um produto acabado. É resultado, dos conflitos sociais que os
trabalhadores vivem nas relações de produção, nas relações sociais e nas lutas
de classe. É também fruto das lutas sociais pela escola como lugar para
satisfazer a necessidade de conhecimentos, qualificação profissional, e de
melhoria de suas condições de vida enquanto possibilita melhores empregos e o
acesso a uma maior renda. Não se pode negar este direito aos trabalhadores, e,
por isso, a escola pública, apesar dos pesares, é um espaço de Educação
Popular.Contudo, caracteriza Brandão (1999,em seu artigo p.15):
A educação existe no
imaginário das pessoas e na ideologia dos grupos sociais e, ali, sempre se
espera, de dentro, ou sempre se diz para fora, que a sua missão é transformar
sujeitos e mundos em alguma coisa melhor, de acordo com as imagens que se tem
de uns e outros.
4.1 O Papel
da Escola
Para que a
escola possa cumprir com este papel, será necessário investir na mudança de
atitude do seu professor, do coordenador, no sentido de criar condições que
favoreçam este elo, tendo como objetivo a valorização e a cultura do aluno e
busque promover o diálogo com a cultura. Sem dúvida, é imprescindível a
presença do coordenador, como instigador da capacitação docente, destacando a
necessidade de adquirir conhecimento e condições de enfrentar as dificuldades
próprias de sua profissão, como também, estar preparado para administrar as
constantes mudanças, no contexto escolar. Ressaltando que a LDB, no seu
capítulo IX afirma: “quando se fala em uma nova abordagem pedagógica (...) e
avaliação contínua do aluno, tudo isto exige um novo tipo de formação e
treinamento ou retreinamento de professores”.
A LDB no seu
art. 22 afirma: “a educação básica tem por finalidade desenvolver o educando,
assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e
fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”.
Lembrando que a escola deve trabalhar a educação, de maneira a ajudar de
forma intencional, sistemática, planejada e contínua para os alunos que a
freqüentam. Esta educação deve ser diferente da forma como fazem as outras
instituições como: a família, os meios de comunicação, o lazer e os outros
espaços de construção do conhecimento e de valores para convivência social.
Deve,
portanto, assumir explicitamente o compromisso de educar os seus alunos dentro
dos princípios democráticos. Ela precisa ser um espaço de práticas sociais em
que os alunos não só entrem em contato com valores determinados, mas também
aprendam a estabelecer hierarquia entre valores, ampliam sua capacidade de
julgamento e realizam escolhas conscientes, adquirindo habilidades de
posicionar-se em situações de conflito.
4.2 Como o
fazer do Coordenador pode ajudar.
O
coordenador tem a possibilidade de transformar a escola no exercício de uma
função realmente comprometida com uma proposta política e não com o cumprimento
de um papel alienado assumido. Deve antes de tudo, estar envolvido nos
movimentos e lutas justas e necessárias aos educadores. Semear boas sementes,
onde a educação se faz presente e acreditar veemente que estas surtirão bons
frutos.
A
caracterização da coordenação precisa ser definida e assumida pelo Educador e
pelo coordenador. É uma opção que lhe confere responsabilidade e a
tranqüilidade de poder. O coordenador deverá ser capaz de desenvolver e criar
métodos de análise para detectar a realidade e daí gerar estratégias para a
ação; deverá ser capaz de desenvolver e adotar esquemas conceituais autônomos e
não dependentes, diversos de muitos daqueles que vem sendo empregados como
modelo, pois um modelo de coordenação escolar não serve a todas as realidades.
O
coordenador possui uma função globalizadora do conhecimento através da
integração dos diferentes componentes curriculares. Sem esta ação integradora,
o aluno recebe informações soltas, sem relação uma das outras, muitas vezes
inócua.É preciso que os conteúdos sejam trabalhados por áreas de
conhecimento,sendo assim todos estarão interligados ou seja o conhecimento não
se da como se fosse uma caixa de fósforo ,abre para história e fecha para
português. No planejamento pedagógico, o foco do trabalho deverá estar na
maneira como se dará a sequência de aprendizagem dos conteúdos ao longo
da escolaridade é preciso fazer a adequação dos conhecimentos que precisam
ser trabalhados de forma articulada aos de outras áreas de conhecimento . É
preciso que se tenha uma sequência lógica dos conteúdos que darão continuidade
aos da fase anterior, garantindo ao aluno uma aprendizagem articulada e eficaz
e ao professor, a possibilidade de ações interdisciplinares.
Para que o
conhecimento ganhe sentido transformador para o aluno é necessário ter relação
com a realidade por ele conhecida, e que os conteúdos das diferentes áreas do
conhecimento sejam referidos à totalidade de conhecimento.
4.3 A função
do coordenador dentro da gestão democrática
Acredita-se
que uma das funções específicas do coordenador é a socialização do saber
docente, na medida em que há ela cabe estimular a troca de experiências entre
os professores, a discussão e a sistematização de práticas pedagógicas, função
complementada pelos órgãos de classe que contribuirá para a construção, não só
de uma teoria mais compatível à realidade brasileira, mas também do educador
coletivo.
Esse
profissional tem que ir além do conhecimento teórico, pois para acompanhar o
trabalho pedagógico e estimular os professores é preciso percepção e
sensibilidade para identificar as necessidades dos alunos e professores, tendo
que se manter sempre atualizado, buscando fontes de informação e refletindo
sobre sua prática Segundo Novoa (2001,p.13), “a experiência não é nem formadora
nem produtora. É a reflexão sobre a experiência que pode provocar a produção do
saber e a formação” com esse pensamento, ainda é necessário destacar que o
trabalho deve acontecer com a colaboração de todos, assim o coordenador deve
estar preparado para mudanças e sempre pronto a motivar sua equipe. Dentro das
diversas atribuições está o ato de acompanhar o trabalho docente, sendo
responsável,pelo elo entre os envolvidos na comunidade educacional. A questão
do relacionamento entre o coordenador e o professor é um fator crucial para uma
gestão democrática, para que isso aconteça com estratégias bem formuladas o coordenador
não pode perder seu foco.
O
coordenador precisa estar sempre atento ao cenário que se apresenta a sua volta
valorizando os profissionais da sua equipe e acompanhando os resultados, essa
caminhada nem sempre é feita com segurança, pois as diversas informações
e responsabilidades o medo e a insegurança também fazem parte dessa
trajetória, cabe ao coordenador refletir sobre sua própria prática para superar
os obstáculos e aperfeiçoar o processo de ensino – aprendizagem. O trabalho em
equipe é fonte inesgotável de superação e valorização do profissional.
Assim,
conseguiremos formar o novo cidadão dotado de capacidades e habilidades para
ser inserido na sociedade em que vive, mas para que isso ocorra, as escolas
devem se organizar em cima do que já tem, ou seja,conhecendo a realidade de
seus docentes, pois as escola participam dos mesmos problemas sociais, no
entanto não há receituário para solução dos mesmo,pois cada realidade escolar é
diferente,embora os problemas sejam parecidos.
4.4 A
autonomia escolar
A autonomia
escolar se conquista de acordo com o tempo, tempo de investigar, tempo de
planejar, tempo de executar.
O tempo de
investigar é quando nos propomos a conhecer a realidade de nossos alunos,não
adianta falar em riquezas sabendo o contexto social em que ele vive.Para
desenvolver um bom trabalho na comunidade escolar,precisamos saber quem são e
quais são as necessidades de nossos educados.
Tempo de
planejar é também o tempo de reciclar nossas idéias, buscar algo novo somar ao
que já sabemos desenvolver novas técnicas de aprendizagem, avaliar nossa
metodologia, inovar para não corrermos o risco de ficar na Pré historia.
Tempo de
executar, é o tempo de por em prática tudo aquilo que idealizamos, pesquisamos
é um conjunto de ações que vão culminar no saber adquirido do docente, ou seja,
é um momento de satisfação profissional, onde podemos avaliar o fruto de nosso
esforço enquanto profissionais responsáveis e comprometidos com a educação de
qualidade.
O papel do
coordenador pedagógico é assegurar através de varias ações que esses tempos,
necessário para o bom desenvolvimento escolar seja culminado no PPP e que seja
resultado da participação conjunta de professores, alunos, pais, equipe
pedagógica e os recursos disponíveis, e isso tudo resulte na formação cidadã do
educando.De acordo com Suchodolski (1979, p.477),
O conhecimento da ciência
pedagógica é imprescindível, não porque esta contenha diretrizes concretas
validas para hoje e para amanha; mas porque permite realizar uma autentica
analise critica da cultura pedagógica, o que facilita ao professor debruçar-se
sobre as dificuldades concretas que encontra em seu trabalho, bem como
superá-las de maneira criadora.
A escola
precisa ser de fato, o local do exercício da cidadania, para que isso aconteça
o acesso na escola não é suficiente, é preciso garantir a permanência do
educando tornando o sujeito aprendente capaz de assimilar e construir saberes
com a orientação dos professores, baseando sempre em princípios, valores éticos
e morais.
4.5 Os
valores éticos e morais na profissão
4.5.1 A
ética
Por ética,
podemos entender que seja a persistente aspiração que amolda sua conduta, sua
vida, aos princípios básicos dos valores culturais de sua missão e seus fins,
em todas as esferas de suas atividades.
A sociedade
moderna assiste a um processo tecnológico jamais imaginado, que ultrapassa as
previsões dos mais perspicazes futurólogos. O extraordinário progresso técnico
- cientifico e o avanço econômico-social, não são suficientes para deter no
homem contemporâneo certa angustia, que o afasta de si, do outro e da auto
realização.
Segundo
Garrafa (1996, p.5), a massificação, através dos meios de comunicação e da
informática que por sua vez traz uma desagregação de certos valores que de
certa forma vinham conduzindo a maioria das pessoas e grupos humanos nos seus
posicionamentos morais básicos.
4.5.2 A
consciência
A
consciência é a mola das ações e das aferições da conduta humana. A consciência
é antes de tudo um estado de espírito, ela legisla o individuo na busca do bem,
quando também o premia e o pune quando do erro e o faz retornar o caminho
do bem.
A ética tem
sido entendida como a ciência da conduta humana perante os seus semelhantes,
etimologicamente, o termo do grego êthos que significa modo de ser, caráter.
Designa, dessa forma, filosófica sobre moralidade, isto é, sobre as regras e os
códigos morais que norteiam a conduta humana.
4.5.3
Elementos subjetivos
Sabemos que
a ética baseia se em dois elementos essencialmente subjetivo: A consciência e a
liberdade. Assim, cada pessoa tem o poder de decidir e praticar suas ações e
ser por elas responsáveis. Só que estas ações no campo ético têm uma
abrangência bem maior porque a ética visa o comportamento em relação ao outro.
Construir-se ou perder-se depende do rumo que ele imprime as suas decisões e
ações ao longo de sua vida. No espaço da ética só há lugar para dois atores: eu
e o outro.
Cuvillier (1997, p.358-359), destaca:
É pela profissão que o
individuo se destaca e se realiza plenamente, provocando sua capacidade,
habitualidade, sabedoria e inteligência, comprovando sua personalidade para
vencer os obstáculos. Através do exercício profissional, consegue o homem
elevar seu nível moral. É na profissão que o homem pode ser útil a sua
comunidade e nela se eleva e destaca, na pratica dessa solidariedade orgânica.
Considera-se,
diante da importância da escola enquanto formadora de cidadãos é necessário que
se pense na formação ética e moral do educador, no que se refere à negligência
praticada no trabalho:
Segundo Mardem, (1924, p.210),
Um trabalho mal feito pode
causar sérios desastres. Mesmo quando se sabe como fazer, se o trabalho não for
executado de acordo com este conhecimento, também se comete uma infração ética,
ocorrendo, no caso a negligencia, como bem classifica e exemplifica.
Diante dos
acontecimentos que envolvem todos os seguimentos de nossa sociedade, todos os
dias divulgados na mídia, percebe se que os princípios éticos e morais
estão longe de serem praticados nesse país.
5. O QUE MUDA COM O NOVO PENSAR E FAZER DO COORDENADOR
O que muda
com o novo pensar e fazer do coordenador, tudo, pois agora nós temos uma base,
ou seja, uma formação teórica que nos auxiliará no cotidiano escolar.
5.1 Plano de
trabalho
O primeiro
passo é montar um bom plano de trabalho onde as ações devem ser coordenadas e
flexíveis de acordo com a realidade escolar,estimular o trabalho em
equipe,lembrar que temos um novo papel e por mais que estejamos ligados por
laços de efetividade com os colegas temos deveres a cumprir ou seja nosso
trabalho deve ser voltado para orientação e cobranças de resultados
satisfatório da aprendizagem. A primeira tarefa do Coordenador é tentar
mobilizar os colegas a desenvolver um trabalho de equipe,pois essa é uma
condição essencial para a melhoria do fazer pedagógico em sala de aula, deixar
claro os objetivos comuns da escola, rememorando o compromisso assumido na
elaboração do Projeto Pedagógico e do "Plano Escolar".
5.2 Em busca
de melhores resultados
Para que se
ter melhores resultados é primordial analisar o desempenho de professores e
alunos nos dois primeiros bimestres e ao lado da direção propor ações efetivas
para melhorar esse desempenho, pois os índice de aprendizagem nas escolas é
ruim.
Com os
indicadores da escola em mãos é possível montar um plano de ação visando a
melhoria e a recuperação de aprendizagem em várias disciplinas é preciso
discutir esses resultados insatisfatório em conjunto ou individualmente com os
professores. A troca de informações com os professores envolvidos com os baixos
índices de aproveitamento se mostra imprescindível a fim de que conheçam
em profundidade as características desses docentes, entre as quais sua
inclinação e vontade em remodelar seu trabalho, o grau de interesse pela
aprendizagem do alunado, com vistas ao melhor desempenho nos bimestres que se
seguirem. Isso contribuirá na implementação de ações necessárias a melhoria do
trabalho em sala de aula, ou seja, novas metodologias devem ser adotadas, pois
as utilizadas até o momento mostraram-se ineficazes frente aos resultados, até
o momento, obtidos. Sabemos que não é fácil pois do lado do professor sempre
haverá justificativas, da falta de pré-requisitos à conduta negativa do aluno
em sala de aula, justificativas essas que são um convite ao imobilismo e a manutenção
da ”mesmice” não aceitando uma auto avaliação do seu trabalho arcaico.
O Professor
Coordenador precisa reestimular o docente envolvido com maus resultados para o
compromisso de tentar novas formas de trabalho capazes de alterar os rumos do
processo.Para que isso aconteça será preciso acompanhar essas ações para que
tudo o que se replanejou, não se perca somente com falácias (muito comum nas
escolas públicas).
Discutir a
questão da assiduidade e buscar razões do excesso de falta de muitos às aulas é
uma tarefa árdua pois a falta de continuidade dos conteúdos provoca nos alunos
o desinteresse por determinadas disciplinas.
Acompanhar o
processo de aplicação dos conteúdos planejados, não só baseá-lo no registro
existente nos diários, mas também louvar-se no caderno dos alunos, fonte
essencial para saber como andam as classes em relação àquilo que o docente se
comprometeu a desenvolver. Essa não é um procedimento fácil na maioria das
vezes é considerado como fiscalização.por isso deve ser acordado com os
professores.A aprendizagem se da de forma cumulativa,e o não cumprimento do
planejamento pode causar dano na aprendizagem do aluno.
Nós podemos
também em um processo de formação continuada em reuniões pedagógicas estar
direcionando estudos para o aperfeiçoamento dos docentes selecionando textos,
normalmente os que tratem de metodologia para o desenvolvimento dos
conteúdos,podemos oferecer tanto quanto possível material para a leitura do
grupo, que será tanto mais eficaz quando se relacionar ao dia-a-dia dos
professores nas diferentes áreas e disciplinas.Na verdade seria mesmo um
treinamento por meio dessas leituras e discussões e acompanhar se esta dando
resultados.
Organizar,
previamente a pauta das reuniões pedagógicas para evitar improvisações para
evitar criticas da parte dos envolvidos, procurar chamar a atenção de todos pra
que ninguém fique disperso nesse momento pedagógico tão importante.
Acompanhar e
analisar as avaliações que serão aplicadas aos alunos e os critérios das mesmas
pois as avaliações devem medir a eficiência dos métodos aplicados em sala na
prática as provas constituem um mero amontoado de questões nas quais os
objetivos não se expressam claramente, nas quais os conceitos básicos e
habilidades a serem avaliadas não ganham relevância.Lutar para que a avaliação
deixe ser uma arma e passe a ser diagnóstica.Para eventuais recuperações,que
elas não se constitui em repetição dos conteúdos não apreendidos, mas um novo
momento no qual se aplicarão métodos diferenciados para atingir os objetivos
propostos pelo professor.Para que a escola obtenha resultados satisfatórios é
preciso que todos os de a sua contribuição à melhoria do ensino-aprendizagem.
Enfim um coordenador
pedagógico sabe o que deve, e como fazer para atuar o seu papel, mas vale
lembrar que na teoria é muito bonito, que nem sempre na pratica é possível a
execução de um bom trabalho, precisamos de apoio, não conseguimos melhorar
índice de aprendizagem, com tantos problemas que as escola vem enfrentando
atualmente como: os socioeconômicos, cultural, familiar, violências de todas as
espécies entre outros, a escola esta perdendo a sua função e abraçando outras
causas, por isso é preciso mais investimento em profissionais que possam estar
contribuindo nesse processo, já que a crise na educação é proveniente de
mudanças na nossa sociedade.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A prática
pedagógica requer que se pense de forma dialética e que se faça educação para
toda a sociedade, ainda que, através de diferentes meios e em diferentes
espaços sociais. À medida que esta sociedade se torna tão complexa, há que se
expandir a intencionalidade educativa para diversos outros contextos,
abrangendo diferentes tipos de formação necessária ao exercício pleno da
cidadania. Espera-se, pois, que o Coordenador Pedagógico conheça plenamente o
seu espaço de trabalho, compartilhe idéias e conhecimentos, construa o seu
papel na escola, tornando-se assim, a ligação fundamental, traçando o seu
caminho transformador, formador e articulador. Certamente que a inexistência de
respostas prontas, acabadas e definitivas fazem com que o trabalho pedagógico
do coordenador seja uma reelaboração do caminho e a apresentação de algumas das
pistas possíveis para a continuação desse “caminhar”.
“Tem de
todas as coisas. Vivendo, se aprende;Mais o que se aprende mais é Só o fazer
outras maiores perguntas."
(Guimarães Rosa - Grande Sertão: Veredas)
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Publicado por: Marcia Regina
Venancio
FONTE: http://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-importancia-coordenador-pedagogico-na-escola.htm