Entre os
mecanismos que nós, diretores, temos para viabilizar uma gestão democrática e
participativa, está o conselho de classe. Durante esse momento, gestores e
professores reavaliam o desempenho e rendimento do aluno e também realizam
reflexões de grupo com a equipe escolar sobre as práticas educativas
utilizadas.
Depois de
compartilhar com vocês como eu formo
o conselho escolar e quais
decisões ele toma na
minha escola, achei interessante falar um pouco também sobre como eu percebo o
conselho de classe e o que eu e meus professores fazemos nesse momento. Isso
porque acredito que estamos vivendo um ranço de discutir somente o aluno, que
parece um condenado ao nosso olhar nesses encontros, em vez de refletir também
sobre nosso próprio trabalho.
A importância
do conselho de classe
Quando
estamos nos aproximando do encerramento do ano letivo, eu e os professores da
minha escola preparamos esse último encontro para analisar e discutir essas
ações que apontei acima. Isso implica na tomada de decisões e escolhas para que
o momento seja menos sofrível. “Sofrível?”, vocês podem me perguntar. Sim,
sofrível! Porque é nessa hora que discutiremos toda a história e a vida escolar
do aluno, as investidas dos docentes e dos pais que, mesmo com todos os
esforços durante os 200 dias letivos previstos no calendário, não conseguiram
atingir a meta proposta para que as crianças avançassem na série/ano.
Acredito que
é importante levantar quais foram as práticas educativas promovidas na escola e
quais investimentos foram feitos na instituição. Depois disso, é preciso
analisar o que disso tudo favoreceu e o que desfavoreceu o aluno e também o
próprio professor. Assim, saberemos se se faz necessário rever processos e
adequá-los na medida do possível.
Pensando numa
boa maneira para direcionar esse encontro e para que ele transcorra
tranquilamente, montamos um roteiro para nortear o que discutiremos
coletivamente. Ele tem nos ajudado a visualizar a nossa prática educativa e a
realizar uma leitura da realidade escolar com mais consciência e cumplicidade.
Abaixo, compartilho esse guia com vocês.
O que
analisar?
•
O nível de desempenho e rendimento (dificuldade e sucesso) inicial e final do
aluno, levando em consideração a participação na sala de aula, as devolutivas
de tarefas, os trabalhos de pesquisa individual e coletiva, o comportamento e a
frequência;
•
Participação dos pais na vida escolar do aluno (reuniões de pais, convocações
em horários para melhor atendê-los, a importância de eles estarem na escola);
•
Os investimentos no processo ensino-aprendizagem (como o professor articulou
sua aula?), nas atividades paralelas para reforço escolar e nos trabalhos de
pesquisa (portfólio), auxiliando o aluno na recuperação de conteúdos e
melhorias;
•
Ações coletivas como as trocas de experiências e as suas perspectivas de ensino
e de outros professores que deram resultados significativos;
Quais ações
devem ser executadas?
•
Análise do currículo da escola, levando em consideração a educação em período
integral;
•
Fazer autoanálise da prática educativa de ensino e aprendizagem;
•
Traçar metas de melhorias individuais e coletivas que sejam efetivamente
realizadas;
•
Rever políticas educacionais e de atendimento adotadas para atender melhor a
comunidade local, articulando ações dentro e fora do espaço escolar.
Aqui na minha
escola, o conselho de classe será realizada nesta sexta-feira, 6 de dezembro.
Nesse encontro, com certeza usaremos esse roteiro.
E você
diretor, como articula esse encontro, transformando-o numa reflexão coletiva?
Um grande
abraço, Sonia Abreu
FONTE:
http://gestaoescolar.org.br/conteudo/1053/conselho-de-classe-uma-reflexao-coletiva