quarta-feira, 28 de junho de 2017

CONSELHO DE CLASSE: UM ESPAÇO DE REFLEXÃO

As reuniões do do conselho, quando bem conduzidas, possibilitam a revisão das estratégias docentes

O conselho de classe é uma das poucas oportunidades em que é possível reunir os docentes das diversas disciplinas de um mesmo ano com o objetivo de analisar os processos de ensino e de aprendizagem sob múltiplas perspectivas. Quando as discussões são bem conduzidas, elas favorecem aspectos como a análise do currículo, da metodologia adotada e do sistema de avaliação da instituição. Dessa forma, possibilitam aos professores uma interessante experiência formativa, permitindo a reavaliação da prática didática.

Entretanto, se o conselho é mal planejado, ele se transforma em um desabafo coletivo e em uma cascata de queixas, que mais se assemelha a um tribunal onde o aluno é o réu. Infelizmente, em vez de deter a análise sobre o que o estudante produz, muitas vezes as discussões giram em torno daquilo que ele não faz - não realiza as lições de casa, não traz o material, falta em muitas aulas, não entrega as atividades - ou que faz inadequadamente - conversa muito durante as aulas, copia o trabalho dos colegas, é desrespeitoso com o professor.

A função do conselho - que deve contar, sempre que possível, com a participação do diretor, do coordenador pedagógico e do orientador educacional, além dos professores - não é julgar o comportamento dos alunos, mas compreender a relação que eles desenvolvem com o conhecimento e como gerenciam a vida escolar para, quando necessário, propor as intervenções adequadas.

Para tanto, a contribuição do orientador educacional é essencial, visto que ele pode ajudar a equipe a compreender como questões cognitivas, afetivas e sociais afetam a aprendizagem. Juntos, o orientador e os docentes devem definir os encaminhamentos que levem à melhoria da qualidade da produção dos estudantes. Nesse sentido, é fundamental o grupo socializar práticas bem-sucedidas que possam ser replicadas - considerando que, muitas vezes, os bons resultados na aprendizagem aparecem apenas após a mudança nas estratégias de ensino.

Para esses momentos se tornarem produtivos, é fundamental que os professores tenham clareza das finalidades de cada reunião. Muitas escolas organizam pré-conselhos durante o ano para a divulgação dos resultados parciais das avaliações. Já o encontro do fim do ano tem o objetivo de decidir sobre aprovações ou retenções. O responsável pela organização desse evento - geralmente o orientador educacional ou alguém da equipe gestora - deve definir previamente com o grupo quais alunos apresentam maiores problemas e, por isso, terão as suas produções analisadas. Assim, ao longo dos meses ou das semanas que antecedem o encontro, os professores podem se preparar, observando o trabalho desses estudantes e identificando a natureza de suas dificuldades. Essas são informações preciosas a serem compartilhadas e discutidas com os demais docentes. Posteriormente, cabe ao orientador comunicar aos alunos e suas famílias o que foi discutido durante a reunião.

Tudo isso só será possível se os gestores planejarem um conselho de classe que ajude os docentes a ampliar o olhar sobre o desempenho da turma e a própria prática, propiciando assim a melhoria da qualidade do ensino.

Catarina Iavelberg
É assessora psicoeducacional especializada em Psicologia da Educação.

COMO FAZER O CONSELHO DE CLASSE

Introdução:

Muitos não sabem para o que ele serve. Outros nunca participaram de um. A grande maioria nem quer ouvir falar nele. E é quase um consenso geral de que ele não serve para nada ! Você sabe do quê estou falando ?  Se respondeu: Conselho de Classe, acertou !
Agradeço a todos os Professores que colaboraram postando comentários no nosso blog e compartilhando suas experiências no que refere-se a participação nos Conselhos de Classe, inclusive com algumas sugestões muito pertinentes e interessantes. Espero que todos tenham lido. Afinal é esta a ideia do SOS Professor, ser um espaço colaborativo, um ambiente onde possamos compartilhar aprendizados e enriquecer nossa prática.

Conselho de Classe que não resolve nada:

O vídeo “ Conselho de Classe” que é um trecho do filme Entre os Muros da Escola, reflete bem a realidade da grande maioria das nossas Escolas, excetuando pela participação das alunas representantes de sala, o vídeo é uma cópia, sem tirar nem por, do que vivenciamos nos Conselhos de Classe pelo Brasil afora.
O grupo reúne-se e então  os Professores sentem-se livres para manifestarem-se sobre os alunos. Os diálogos versam sempre sobre o comportamento e problemas de indisciplina do aluno, tendo seu desempenho e sucessos desconsiderados.  São diálogos entrecortados de comentários, opiniões, juízos de valor, julgamentos, preconceitos e achismos. Onde todos buscam o apoio e anuência uns dos outros como que para validar as afirmações feitas.
 Muitas vezes o fracasso do aluno é atribuído a causas psicológicas e então são emitidos juízos de valor  baseados no senso comum e não em laudos diagnósticos ou fonte segura que o ampare. Ao invés de avaliar o processo de aprendizagem, a interação pedagógica, e a eficiência da prática pedagógica do professor, o Conselho presta-se apenas para apontar e julgar comportamentos.
Neste modelo de  Conselho de Classe, nada de fato é discutido e de fato nada é solucionado. Todos desabafam, todos discorrem livremente suas angústias, alguns nem falam pois não são apoiados nas suas colocações, então tudo fica na mesma.

Qual a finalidade do Conselho de Classe :

Antes de debatermos como deve ser realizado um Conselho de Classe, preciso esclarecer qual é a finalidade do mesmo. É preciso saber o porquê deste tipo de Reunião, para quê ela é realizada, e qual é o papel das pessoas que lá estão.
A palavra “ conselho” vem do latim  consiliu e, conforme o Dicionário Michaelis da Língua Portuguesa tem os seguintes significados: 1 Juízo, opinião, parecer sobre o que convém fazer. 2 Aviso, ensino, lição, prudência. 3 Tribunal. 4 Reunião ou assembléia de ministros. 5 Corpo coletivo, com função consultiva ou deliberativa. 6 Reunião de pessoas que deliberam sobre negócios particulares. 7 Reunião do corpo docente da universidade, escolas superiores ou secundárias, presidida pelo reitor ou diretor, para tratar das questões do ensino.
Assim, é correto afirmar que quem aconselha deve ser uma pessoa prudente, ter bom senso, discernimento, domínio próprio, autoridade e notório saber na questão consultada. Desta forma fica claro que ninguém consultará a vizinha sobre um investimento na Bolsa de Valores, ou a Merendeira se um aluno necessita de tratamento Psiquiátrico. É preciso ter competência e conhecimento da questão para emitir declarações.
Daí a importância da Educação Continuada, pois , especialmente no nosso caso, enquanto Educadores, não podemos resvalar no senso comum, achismo é coisa de gente que não está preparada devidamente para argumentar. Devemos ter bases sólidas e seguras, não apenas na nossa área de atuação, mas dentro do possível estarmos atualizados sobre o que ocorre em áreas correlacionadas a nossa. Buscar o conhecimento tem de ser um estilo de vida, e não apenas a busca de um certificado.
Fiz esse recorte para que você compreenda que um Conselho é composto de pessoas, e estas exercerão o papel de Conselheiros, que terão o objetivo de ponderar, aconselhar, orientar, propor, discernir as melhores intervenções e soluções para uma determinada questão. Mas quais questões esses “ Conselheiros” terão de ponderar e aconselhar ?
Bem, o Conselho de Classe  é uma reunião avaliativa em que diversos especialistas envolvidos no processo ensino-aprendizagem discutem acerca da aprendizagem dos alunos, o desempenho dos docentesos resultados das estratégias de ensino empregadas, a adequação da organização curricular e outros aspectos referentes a esse processo, a fim de avaliá-lo coletivamente, mediante diversos pontos de vista.
Reflita por um momento: um Conselheiro preparado poderá ser justo, sábio e ponderado no momento de deliberar. Já um Conselheiro despreparado, relapso com suas funções, incompetente na sua área de atuação e negligente com suas tarefas jamais poderá contribuir com soluções para o crescimento dos Alunos, da  Equipe ou da  Instituição.
Que tipo de Conselheiro você desejaria ter ao seu lado no  próximo Conselho de Classe ?

 Sugestões para um Conselho de Classe eficaz:

A grande maioria das Escolas está utilizando um modelo de Conselho de Classe que não funciona, ou que não atende totalmente aos objetivos de um Conselho de Classe, o qual  não se restringe apenas a discutir notas  ou comportamentos dos alunos.
O modelo eficiente deve contemplar como já foi dito anteriormente as seguintes questões a serem discutidas no Conselho de Classe:
  1. Aprendizagem dos alunos
  2. Desempenho dos docentes
  3. Resultados das estratégias de ensino empregadas
  4. Adequação da organização curricular
  5. Outros aspectos referentes a esse processo
Abaixo algumas sugestões para você estruturar seu próximo Conselho de Classe:

. Pré-Conselho com a Turma:

  – Rendimento Turma: logo após as provas realize com a Turma um Pré-Conselho, selecione os itens que deseja medir o avaliar com a turma tais como: rendimento da classe (media geral da sala), comportamento, participação, comprometimento, etc.
 – Rendimento Professor: peça para a turma Avaliar o seu Desempenho  no que refere-se a: Metodologia utilizada, Atividades, Ritmo da Aula, Práticas de Ensino, Organização dos Espaços da sala, etc.
– Metas/Combinados: discutam intervenções para implementar as mudanças que forem necessárias para a correção dos problemas levantados por ambos os lados

. Diagnóstico da Turma:

  Você já elaborou o diagnóstico de cada aluno no início do ano. Então transcreva esses dados em uma única Ficha e leve para os Conselheiros apenas com os casos mais delicados para serem discutidos.  Aborde o rendimento pedagógico, comportamento, resultados alcançados, outras questões que estão interferindo na vida do aluno. Lembre-se Você conhece o seu aluno, porém os demais Conselheiros talvez não estejam totalmente a par de determinados detalhes, e isso pode fazer toda a diferença na hora de ponderar a melhor intervenção.

. Conselho em 2 Atos:

Neste caso o Conselho seria realizado em 2 momentos distintos, onde no 1º. Momento contaria com a presença de Representantes de Classe, e no 2º. Momento apenas com os Professores.
Obs: Caso a Turma já tiver realizado o Pré Conselho com o Professor em Sala de Aula não haveria a necessidade de realizar o Conselho de Classe em 2 Atos.

1º. Ato: Participação Representantes de Turma  (debate de questões relativas a Turma)
Neste momento ocorreria a participação de Representantes de Turma, pois os Representantes discorreriam sobre  as mudanças e/ou problemas que gostariam que fossem solucionados no que refere-se a didática do Professor, metodologia, postura, etc.
Os Professores, por sua vez, colocariam as questões que estariam enfrentando com aquela Turma . Todos debateriam algumas proposições, e já ficaria definido as intervenções a serem adotadas. Seria registrado em Ata para as Representantes assinarem e então este momento seria finalizado.

2º. Ato: Conselho apenas com Professores
Neste momento o Conselho seria realizado apenas com os Professores, sem os Representantes de Turma, onde seriam discutidos os casos individuais dos alunos, bem como os demais assuntos.

CONCLUSÃO:
O Conselho de Classe é uma oportunidade de reunir os  professores com o objetivo de refletir sobre a  aprendizagem os alunos e o processo de ensino.
Pedir que os alunos se avaliem, reflitam sobre suas falhas, sobre sua atuação é fácil, o difícil é os professores fazerem o mesmo. Para exercitar essa difícil prática é que o conselho deve começar com a autocrítica dos professores.
O que o professor diz na autocrítica deve servir como elemento para a coordenação ajudá-lo a superar as dificuldades apresentadas, confrontar o problema com os que os outros professores também apresentam para, juntos, buscarem a superação. A coordenação dever ter claro que, também, a avaliação, não é para classificar o professor e sim ajudá-lo a desempenhar melhor o seu trabalho.
Ao fazer o Conselho de Classe contemplando seus reais objetivos a Escola atinge os seguintes resultados:
• Promove uma visão  abrangente do papel da avaliação no processo ensino-aprendizagem;
• Valoriza o progresso individual do aluno, seu  comportamento cognitivo, afetivo e social ;
• Reconhece o contexto familiar em que o aluno está inserido;
• Incentiva a auto-análise e auto-avaliação dos profissionais de ensino;
• Propicia  mudanças tanto na prática  docente,  no  curriculo e na dinâmica escolar;
• Traça metas para que as mudanças sugeridas sejam efetivamente realizadas.
Há outros problemas sérios que contribuem para o fracasso escolar, tais como a negligência da família, a capacitação deficiente, a falta de estrutura,  a indisciplina, etc, etc.
Por outro lado não podemos cair na armadilha de que tudo é a estrutura, a lei, o sistema e ninguém assume nada. Pois há condições às vezes de mudanças significativas, com as reais condições de um instrumento  que a escola  já apresenta e que está em nossas mãos fazer uso: o Conselho de Classe.

terça-feira, 27 de junho de 2017

AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DO MODELO DE ENSINO "SALA DE AULA INVERTIDA"

Descubra quais são as vantagens e desvantagens de usar sala de aula invertida; GEN Educação, em parceria com a Universia, traz a primeira FLIPCON Brasil


O modelo de ensino das salas de aula invertidas propõe que o ensino seja encarado de uma forma diferente: os alunos absorvem o conteúdo passivamente em casa, por meio de livros e aulas gravadas, e realizam atividades em grupo e resolvem exercícios em sala de aula. Essa inversão está sendo implantada em salas de aula de todos os graus de educação.
Para saber se ele poderia funcionar na sua sala de aula, veja as principais vantagens e desvantagens dele:


VANTAGENS

A principal vantagem do modelo da sala de aula invertida é que quando o aluno está usando a maior parte da sua energia (tentando resolver problemas, responder perguntas ou trabalhar em grupo), o professor está lá para oferecer ajuda.
Como disse a professora de matemática Michelle Rinehart para o New York Times, o modelo é bom porque “recupera tempo valioso de aula para ser usado em atividades que exigem mais do aluno. Os estudantes gostam de ter mais ajuda e colaboração com esse modelo”.
Ao invés de mandar os estudantes para casa com problemas para eles resolverem por conta, eles vêm para a classe com questões que eles mesmos desenvolveram ao assistir a uma aula gravada. Isso também ajuda educadores a perceber onde a compreensão de um aluno está falhando.
Inverter sua sala de aula também oferece outras vantagens. Como o fato de que, se um aluno assiste à gravação da aula em casa, eles podem aprender no próprio ritmo, pausando e assistindo novamente quando for necessário. Isso é especialmente útil para estudantes que podem se sentir deixados para trás durante as aulas, como é o caso de estudantes com dificuldade em aprendizado.
Além disso, usar o tempo da aula para trabalhar com projetos em grupo melhora as suas habilidades de aprendizado de colega para colega. Muitos estudantes temem projetos em grupo porque uma pequena parte das pessoas acaba sendo responsável por boa parte do trabalho, mas quando o tempo de aula é dedicado a projetos, o trabalho extra desses estudantes deve ser retirado e todo mundo pode aprender melhor.


DESVANTAGENS

Educadores pensando em adotar o modelo da sala de aula invertida devem estar cientes de que existem alguns pontos negativos. O primeiro deles é que é um desafio pedir para professores que eles dediquem o tempo necessário para gravar aulas com antecedência e fazer com que elas sejam divertidas e de qualidade suficiente para prender a atenção dos estudantes em casa.
Do lado dos estudantes, eles devem ter os equipamentos apropriados para assistir às aulas de casa. Isso inclui um computador ou celular e uma internet confiável. Por isso, estudantes mais pobres podem ser prejudicados.
Outro problema é que os alunos podem sentir que, se já aprenderam o conteúdo em casa, eles podem faltar nas aulas. Num nível de ensino superior, relatórios da EDUCASE mostram que alguns estudantes podem sentir que não estão recebendo pelo que pagam, já que sentem que poderiam obter as mesmas informações pela internet. Para combater isso, é importante que as atividades em sala de aula sejam envolventes e engajadoras, ou os alunos vão sentir que estão perdendo seu tempo indo às aulas.

FONTE:
Universia



7 PREMISSAS PARA UMA NOVA EDUCAÇÃO

Fundadora do Instituto Alpha Lumen, Nuricel Agulera lista as sete premissas para uma nova educação

educação, assim como qualquer área, necessita se manter atualizada e estar renovando sua forma de interagir com o mundo o tempo todo. Para isso, algumas premissas podem ser seguidas para trazer um novo meio de ensinar aos alunos. A fundadora do Instituto Alpha Lumen (IAL)Nuricel Aguilera, listou as sete premissas para uma nova educação, confira:
1. INVESTIMENTO
A solução para a maioria dos problemas estruturais em sociedade é investir em educação. No Brasil, por exemplo, nem todo mundo enxerga a questão dessa forma – o que é em si um grande obstáculo para o crescimento do país como um todo.
2. VALORIZAÇÃO
Quem trabalha com educação precisa ter orgulho e saber a real importância de sua atuação – e inspirar os outros com este pensamento. E agregar valor passa por ampliar cada vez mais o conhecimento acadêmico e do mundo, apreendendo as conexões entre a teoria e a realidade.
3. PERSEVERANÇA
Teimosia é uma característica importante para quem gosta de ensinar e aprender: é a atitude de transformar sonhos em realidade independentemente das dificuldades. Priorizar o foco nas soluções, e não nos problemas pensando: o que fiz para sair de uma situação adversa? O que eu fiz de bom, para mudar, para construir? E com base nas respostas reinventar-se!
4. INSPIRAÇÃO
O processo educacional baseia-se em instigar no outro (seja um colega professor, ou, um aprendiz) a buscar o autoconhecimento, a autonomia, a articulação e a apropriação do saber de forma aplicável no dia a dia. Inspirá-los, por exemplo, a utilizar aquele aprendizado em matemática em uma situação real – para crianças, uma divisão de brinquedos.
5. CIDADANIA
É função primária do educador balancear os aprendizados para que o aluno se torne, acima de tudo, um bom cidadão, com noções éticas e de boa convivência em grupo. O estudante tem que ser capaz de enxergar o que está nas entrelinhas de seu cotidiano e colocar seu talento a serviço da sociedade.
6. DETERMINAÇÃO
É claro que quem se aventura na jornada do saber – para ensinar ou aprender – precisa estar ciente dos riscos e dificuldades pelo caminho. No caso dos docentes, a falta de reconhecimento e de uma remuneração mais adequada, e, para os jovens, a responsabilidade na tomada de decisões que podem definir seu futuro. Mas só dessa forma é possível enfrentá-los com ainda mais vontade.
7. FOCO
A verdade é que Educação (assim, com E maiúsculo) é muito mais do que formar um estudante para que ele seja bom em uma ou duas matérias, que cresça com um simples objetivo do passar no vestibular – sem saber, na verdade, qual profissão seguir ou mesmo se as regras sociais vigentes se aplicam a ele. É preciso elucidar sobre os caminhos a serem seguidos.

FONTE:
Universia

8 DICAS PARA LER MAIS LIVROS E DEIXAR O SMARTPHONE DE LADO

Veja como se livrar do vício na internet e ler mais livros durante o ano

Quando você está em casa sem fazer nada ou sentado na sala de espera de um consultório médico, é praticamente instintivo pegar o smartphone para dar uma olhadinha nas redes sociais ou tentar passar uma nova fase daquele jogo on-line. Na era digital, as opções de entretimento para as horas vagas são imensas, indo desde as séries do Netflix até uma caçada por um novo Pókemons no aplicativo Pókemon Go.
O problema é que as diversas tecnologias disponíveis acabaram ganhando força e deixando os passatempos mais analógicos, como ler um bom livro, de lado. No entanto, é possível driblar todas essas distrações digitais e retomar o hábito e a paixão pela leitura. Veja como:
Um livro de cada vez
Sair lendo mais livros do que você é capaz é garantia de criar um bloqueio de leitura. Apesar de algumas pessoas conseguirem se revezar entre diversas obras ao mesmo tempo, para quem está retomando a prática agora, é preciso evitar essa tentação. O leitor pode ficar intimidado e ter a impressão de que a leitura é algo muito difícil e nada prazeroso. Por isso, foque em uma única história por vez e se não gostar do livro que estiver lendo, não hesite em deixá-lo de lado e começar um novo. O importante é ir com calma e manter o interesse pela prática.
Desconecte-se para se dedicar à leitura
Se você está passando por uma crise de leitura, em a visão da capa de um livro já te deixa apavorado, então parte desse fenômeno pode estar ligada ao imenso tempo que passa on-line. A internet, apesar de seus memes de gatinhos fofos e vídeos engraçados, é a maior ferramenta de procrastinação do mundo. Você começa com a intenção de passar alguns minutinhos olhando o Facebook, mas quando se dá conta já está sentado há horas em frente ao computador ou com o smartphone em mãos.
Uma forma de reverter esse processo é reservar um tempo para se desconectar e passar algumas horas curtindo um bom livro. Mas para que isso funcione, é preciso ter disciplina. Reserve os dias da semana que estiver mais tranquilo e programe um alarme no celular para saber a hora de fazer log off do mundo digital.
Revisite os clássicos
Você se lembra qual foi o primeiro livro que motivou o seu gosto pela leitura? Provavelmente ele foi especial e conquistou a sua atenção com uma boa história. Por isso, quando estiver passando por uma crise de leitura, abra o seu armário, vasculhe as prateleiras e tente encontrar a obra que te inspirou desde o começo, para mergulhar em sua história mais uma vez.
Passeie pela livraria
Pode parecer algo muito simplista, mas se aproximar desse universo pode resolver a crise com os livros. Por isso, reserve um tempo para passear por sua livraria favorita, tomar um bom café e conhecer as novidades. Depois de algumas horas admirando as capas dos livros e conversando com os vendedores, sem dúvida você retomará sua inspiração e gosto pela leitura.
Compartilhe o hábito com um amigo
Ler é uma atividade que, geralmente, é praticada por uma única pessoa, mas ter uma companhia em momentos de crise pode ser a solução para os seus problemas. Fale com amigos que também estejam querendo ler mais livros e monte um clube de leitura e discussões. Essa tática estimulará o grupo como um todo.
Leia o livro depois do filme
O que é considerado um verdadeiro pecado por algumas pessoas pode ser a solução para a crise de leitura de outras. Se você foi ao cinema e adorou um filme baseado na história de um livro, corra para a livraria ou biblioteca mais próxima e tente encontrá-lo. Por ser uma história interessante, as chances de você se envolver na leitura são ainda maiores. Mas para quem simplesmente não consegue lidar com essa ideia, aposte em um livro inédito, mas de uma série que você já conheça e que já tenha outros capítulos adaptados para as telonas.
Ouça o seu livro
Se sentar e folear as páginas de um livro parece angustiante para você, então aposte nos audiolivros. Atualmente, uma extensa variedade de gêneros e autores estão disponíveis nesse tipo de plataforma, que é prática e barata e pode ser utilizada em casa, no carro ou até mesmo no smartphone.
Experimente novos gêneros
Apesar de você ser apaixonado por uma determinada série de livros, ler suas histórias por diversas vezes pode ser muito cansativo. Para evitar que você se canse da leitura e também tenha a chance de conhecer coisas novas, tente explorar gêneros diferentes do que está acostumado. Nessa aventura, você pode descobrir uma nova série favorita.
FONTE:
Universia

segunda-feira, 26 de junho de 2017

GÊNERO CRÔNICA EM SALA DE AULA

Os diversos gêneros devem ser contemplados nas aulas de Língua Portuguesa. A crônica em sala de aula pode ser abordada de maneira interessante e produtiva com os alunos.

Professor, o trabalho com os diversos gêneros literários em sala de aula é muito importante. Muitas vezes privilegiamos um tipo de texto em detrimento de outro, o que em pouco contribui para a formação literária de nossos alunos. Sendo assim, alguns gêneros podem ser ricamente trabalhados. Utilizar a crônica em sala de aula, por exemplo, pode trazer resultados positivos para o processo de ensino e aprendizado.
A palavra crônica denuncia as características do gênero: do grego Chronikós, advém de Cronos, deus grego que simbolizava o tempo. No início da era cristã, a palavra chronica nomeava a narração de histórias cujos acontecimentos se davam em ordem cronológica, sendo assim, um breve registro de eventos. O molde perpetuou-se, e é imediata a associação da crônica aos fatos do cotidiano, contados de maneira breve, relatando curtos períodos de tempo, geralmente sucedidos em não mais que um dia. Por apresentar características bem demarcadas, dificilmente lemos um texto desse gênero sem o perceber, suas particularidades são notáveis, o que pode ajudar os alunos em seu reconhecimento. Por serem curtas, podem ser contempladas sem prejuízo de tempo, além do mais, representam situações ligadas ao cotidiano das pessoas, estabelecendo uma sintonia interessante com a turma, já que seu objeto é próximo às questões triviais do dia a dia.
(...)
Ao trabalhar a crônica em sala de aula com seus alunos, eles deverão ser informados dos pontos de contato existentes entre a crônica e o gênero jornalístico, formando assim o que chamamos de gênero híbrido, por apresentar características próprias tanto do jornalismo quanto da Literatura. Faça a interpretação do texto sugerido e peça que a turma identifique os principais elementos que o classifiquem como uma crônica. Lembre-se de que na crônica há espaço para o humor, a crítica social e política, assim como para as digressões líricas do autor, visto que ela não precisa estar necessariamente vinculada a um tempo historicamente determinado e à narração sucessiva dos fatos.
(...)
Por Luana Castro
Graduada em Letras

INTERCLASSE FILOSÓFICO

Sugerimos uma atividade integradora entre as turmas: um jogo instigante de perguntas e respostas que chamamos de Interclasse Filosófico.

A atividade que chamamos de “Interclasse Filosófico” é um jogo de perguntas e respostas referente ao conteúdo ministrado em sala de aula. É uma ótima maneira de subverter o preconceito que os estudantes costumam ter com a Filosofia, que os leva a considerá-la algo cansativo, chato e distante de suas realidades. Além disso, é uma ótima forma de integrar os estudantes de turmas diversas e proporcionar a eles uma oportunidade de estudarem juntos. Do ponto de vista do conteúdo, os estudantes poderão fixar os temas trabalhados, em sala e nas séries anteriores, e ter uma primeira aproximação com assuntos nos quais se aprofundarão nos anos seguintes.
Vamos lá:
1) Preparação
Todo o projeto é construído a partir do seguinte objetivo: estimular a capacidade de relacionar-se criativamente com o conteúdo de Filosofia.
Por isso, todas as atividades propostas serão articuladas de uma forma que respeite a liberdade dos estudantes em traçar seus percursos e permita a expressão de suas ideias.
As atividades consistem em:
a) Elaboração de perguntas (objetivas e discursivas) e respostas a respeito de uma bibliografia básica;
b) Produção de um material audiovisual de até 7 minutos;
c) Produção de um pôster a respeito de um conteúdo escolhido pelos estudantes;
d) Escrita de um texto de, no mínimo, 30 e, no máximo, 75 linhas;
e) Realização de um debate a respeito de um texto filosófico.
O professor/A professora tem a responsabilidade de deixar explícitos os objetivos de cada etapa, os critérios avaliativos e a importância da realização da atividade para a aquisição de conhecimento. O professor/A professora não desempenhará um papel prescritivo, ou seja, não indicará formas e métodos; sua função é a de um orientador participativo que facilita o percurso, auxilia a reverter dificuldades e mostra opções para que os alunos cheguem ao destino que escolheram.
Na primeira atividade, por exemplo, o professor/a professora pode mostrar exemplos de perguntas que são mais interessantes ou sugerir que elaborem perguntas em diferentes níveis de dificuldade. Para elaborar boas questões, os estudantes precisam conhecer o conteúdo e elaborá-lo.
Na segunda atividade, o professor/a professora pode orientar os estudantes a diversificarem suas produções audiovisuais: podem ser produzidos, por exemplo, um pequeno documentário, uma videoaula, um curta de ficção, uma simulação de telejornal etc.
Na terceira atividade, o professor/a professora pode orientar a respeito de uma forma de sintetizar o conteúdo e de escolher imagens que dialoguem com ele. Também pode propor temas, se os estudantes estiverem com dificuldade.
Na quarta atividade, o professor/a professora pode, além de oferecer uma bibliografia para que o estudante se aprofunde no tema que escolheu, sugerir alterações na estrutura do texto, contribuir para a seleção de vocabulário, apontar problemas em relação à norma culta da língua portuguesa e ajudar a desconstruir ambiguidades, contradições e imprecisões conceituais. O cuidado que o professor/a professora deve tomar é o de não alterar a narratividade do estudante e furtar dele a autoria da escrita. O estilo pode variar entre carta, conto, dissertação e quaisquer outros gêneros textuais – não nos esqueçamos de que a Filosofia tem várias formas escritas.
Na quinta atividade, o professor/a professora pode antecipar temas que serão discutidos e até mesmo realizar simulações em sala de aula para que os estudantes percam o receio e sintam-se mais confiantes. Também pode orientar a leitura do texto estabelecido como tema do debate, solucionando dúvidas e dificuldades conceituais. Pode, inclusive, criar um roteiro de leitura para contribuir para que os estudantes percebam os pontos mais importantes.
2) Organização
a) Formação dos grupos:
Para que a atividade se torne mais interessante e cumpra, de fato, um papel integrador, o professor/a professora pode formar grupos com estudantes de turmas e séries diferentes. Por exemplo, se houver duas turmas de cada série do Ensino Médio, pode formar um grupo com seis estudantes – um de cada turma. A depender do número de estudantes matriculados, o grupo pode ter mais ou menos estudantes, tomando o cuidado para que não se forme um grupo grande demais, que abriga o risco de alguns componentes ficarem sem atividade a desempenhar, ou um grupo pequeno demais, que abriga o risco de sobrecarregar os componentes e prejudicar o rendimento.
Um grupo de diversas faixas etárias e níveis de escolaridade é um desafio que contribuirá para que os estudantes desenvolvam habilidades de trabalho em equipe. Além disso, poderão rever assuntos estudados em anos anteriores e dos quais já não se lembram com tanta profundidade. Para os alunos do Primeiro Ano, é uma excelente oportunidade para ter contato com temas da filosofia nos quais se aprofundarão nos anos seguintes.
O professor/a professora pode formar esses grupos a partir de um sorteio ou pode, se conhecer bem as turmas, mesclar estudantes com níveis de dificuldade diferentes para que possam contribuir uns com os outros e solucionar entre eles as dúvidas a respeito do conteúdo que não conseguiram solucionar a partir das aulas.
b) Escolha dos temas:
Depois da composição dos grupos, o professor/a professora terá que se preocupar em estabelecer o conteúdo que será o objeto de estudo para que os estudantes possam começar a elaborar as questões. Se o professor/a professora usar um livro didático, pode indicar as páginas que compreendam o programa de cada uma das séries.
No entanto, o professor/a professora pode eleger uma obra filosófica a ser estudada por todos os estudantes ou, ainda, eleger uma bibliografia básica com títulos diversos. Certamente, o contato com a obra filosófica é mais interessante, tudo depende da disponibilidade de tempo do professor/da professora para fazer a leitura com os alunos.
Quanto mais diversificada for a bibliografia, mais enriquecida será a atividade, mas o professor/a professora precisa verificar fatores como a disponibilidade de tempo dos estudantes para a realização das leituras e se todos terão acesso aos livros – se estão disponíveis em bibliotecas, na internet ou se os estudantes têm condição financeira de adquiri-los. Sem tomar esse cuidado, a atividade pode ficar comprometida e funcionar em sentido oposto ao objetivo, gerando mais resistência em relação ao estudo de Filosofia.
O professor/a professor pode também optar por uma terceira via: usar o livro didático e acrescentar trechos de obras filosóficas para que os estudantes tenham contato com a escrita filosófica.
c) Elaboração das perguntas:
Formados os grupos e escolhido o conteúdo a ser trabalhado, os estudantes serão orientados na elaboração de um número de perguntas determinado pelo professor/professora, mesclando níveis de dificuldade. Os estudantes podem variar também a forma da pergunta: um pedido de comentário sobre uma frase ou conceito filosófico e perguntas objetivas com opções, por exemplo.
O professor/a professora ficará com uma cópia das questões, que também devem ser respondidas pelos estudantes.
d) Produção do material audiovisual e do pôster:
Tanto para o material audiovisual quanto para a produção do pôster, cada grupo precisará definir um tema que esteja dentro do conteúdo indicado. Para a produção audiovisual, os estudantes podem fazer uso de aparelhos celulares ou webcam. Se o nível econômico dos estudantes impossibilitar a realização de um produto audiovisual, o professor/a professora pode pedir auxílio para a secretaria da educação e/ou cultura ou ainda suprimir essa etapa.
O pôster pode ser produzido com cartolinas ou papel de scrapbook, com o conteúdo manuscrito e imagens coladas de revistas e jornais.
Para a avaliação dessas duas atividades, o professor/a professora pode contar com a ajuda dos professores de artes da instituição.
e) Escrita do texto:
Cada grupo deverá entregar um texto ao professor/à professora sobre um tema relacionado com o conteúdo. O grupo pode eleger um componente para responsabilizar-se por essa atividade ou podem todos escreverem um texto para que o professor/a professora eleja o texto que representará o grupo na concorrência com outras turmas.
O professor/a professora deve ficar atento à produção do texto, pedindo para que os estudantes entreguem versões, ainda que inacabadas, dentro do cronograma que estabeleceu para a realização da atividade. Por exemplo, se segundo o cronograma do professor/da professora, os estudantes terão dois meses para se prepararem, podem entregar uma versão do texto a cada quinze dias, versão que será lida e devolvida para os estudantes com sugestões de escrita e indicações bibliográficas.
Para a avaliação dos textos, o professor/a professora pode pedir a ajuda de colegas professores da instituição que também lecionem Filosofia ou áreas afins, como Sociologia e História. Os professores de Língua Portuguesa e Literatura, sem dúvida, podem oferecer boas contribuições também. Nesse caso, é preciso pedir a ajuda dos colegas com antecedência para que eles possam organizar seus cronogramas.
f) Preparação para o debate
O professor/a professora pode selecionar uma obra filosófica ou um ensaio filosófico como ponto de partida para o debate. Esse texto deve ser estudado em sala de aula para certificar-se de que os estudantes sentem-se preparados para pensarem a partir dele. O debate pode ter um tema geral, como “O que me faz pensar?”, “Qual a importância da Filosofia para o mundo de hoje?”, “Qual vida vale a pena ser vivida?” etc. É importante que os estudantes desenvolvam a habilidade de relacionar o conteúdo do texto, suas vivências e as outras leituras e estudos que realizaram para a construção dos argumentos.
3) Realização
A professora/o professor de Filosofia pode organizar a realização em três etapas e distribuir a apresentação das atividades em cada uma delas:
a) Seletivas - Apresentação do material audiovisual e exposição dos pôsteres.
Para selecionar os grupos a se enfrentarem, a professora/o professor pode usar como critério a atribuição de nota para os trabalhos audiovisuais e para os pôsters. Pode separar um dia para a exibição dos filmes feitos pelos estudantes e convidar a comunidade para participar. Pode ser distribuída uma ficha avaliativa a todos os que assistirem às produções para que a professora/o professor possa ter mais um critério na composição da nota.
No entanto, o professor pode definir os grupos que se enfrentarão por meio de um sorteio e determinar que essa etapa de exibição e exposição seja apenas classificatória, atribuindo uma nota diferente para cada grupo que será computada ao final.
b) Semifinais – Jogo de perguntas e respostas
Divididos os grupos que se enfrentarão, a professora/o professor fará uma distribuição com base em seu cronograma. Talvez seja preciso dedicar a isso, no mínimo, o período equivalente a dez aulas de 45 minutos.
Pode-se usar o seguinte critério de eliminação:
1) Os grupos se enfrentarão fazendo um para o outro dez perguntas objetivas. Se a resposta dada por um for errada, o grupo autor da pergunta pontua e ganha o direito de fazer uma nova pergunta. Depois de cinco erros consecutivos, o grupo perde automaticamente a disputa. É importante, no entanto, que a professora/o professor atribua pontuação mesmo para os grupos que tenham perdido.
2) Se, por exemplo, forem 20 grupos participantes, depois dessa fase, restarão apenas dez.
3) Os dez enfrentam-se agora propondo perguntas discursivas, e restam cinco grupos.
Todos os eliminados até então se enfrentam novamente em pares, ou seja: dois grupos enfrentam-se a cada vez, para ser feita a repescagem de um grupo que poderá concorrer a uma vaga na final.
Os seis grupos enfrentam-se em pares e restam os três grupos que participarão do debate.
c) Final: Debate e Texto.
Os três grupos participarão do debate e suas intervenções serão pontuadas pela professora/pelo professor. A soma dos pontos obtidos em cada etapa e dos pontos atribuídos pela banca ao texto definirá o grupo vencedor.
4) Autoavaliação
A fim de ter um critério a mais para formar a nota, a professora/o professor pode pedir que cada grupo faça uma avaliação do próprio desempenho, relatando o desempenho de cada integrante do grupo, as atividades de que foram incumbidos e de como as realizaram. Esse processo de autocrítica é muito importante para que os estudantes percebam a responsabilidade que têm na nota da disciplina – que a nota não é um conceito atribuído arbitrariamente pela professora/pelo professor, e sim o resultado de suas decisões individuais ao longo do percurso.
5) Premiação
Se for viável, a professora/o professor pode premiar os três finalistas com livros de filosofia, um grande incentivo para se empenharem cada vez mais em seus estudos.

Por Wigvan Pereira
Graduado em Filosofia

domingo, 25 de junho de 2017

O QUE É O ESPAÇO ESCOLAR?

O espaço escolar é, ao mesmo tempo, o conjunto de materialidades que compõem os variados
ambientes freqüentados por educadores e estudantes e o “espaço sentido”, o espaço de
consciência onde se realizam as atividades de ensino e aprendizagem.
Ele é campo da arquitetura escolar, tratada no Módulo 10, que é projetada e executada (o
que se focaliza nas técnicas de construção do Módulo 16) e permanentemente sujeito aos
cuidados dos funcionários de conservação e manutenção dos prédios, dos terrenos, dos
equipamentos escolares e dos materiais didáticos, estes dois últimos também objetos de um
módulo específico.
O que seria um “bom espaço escolar” ou um bom prédio escolar? A resposta a essa questão
nos remete ao último conceito.
O que é um espaço educativo?
Para um leigo, um bom prédio escolar é o bonito, o bem construído, sólido, cujas paredes
não racham, cujo telhado não tem goteiras, cujo piso tem uma cobertura moderna. Além disso,
ele precisa ser bem conservado, ter uma manutenção constante de seus equipamentos,
ter renovada a pintura, ambientes arejados ou com ar climatizado.
Isso tudo pode valer para um prédio, mas para o espaço escolar o essencial é que seus componentes
se articulem com o projeto político-pedagógico, que contribuam para se alcançar
os objetivos educacionais. Por exemplo: numa escola militar, que forma oficiais da cavalaria,
são necessários componentes diferentes de outra que forma oficiais da aeronáutica ou da
marinha. Outro exemplo, mais próximo de vocês, funcionários e funcionárias: se o objetivo
dos primeiros anos do ensino fundamental é a alfabetização ou o letramento dos alunos, e
essa aprendizagem depende da atenção das crianças e de eles verem com clareza o que está
escrito no quadro de giz, são necessários uma temperatura adequada na sala e uma lousa em
perfeito estado de conservação.
Numa escola democrática, é fundamental haver um auditório ou uma quadra coberta para
reunir a assembléia escolar. Numa sala de aula de uma escola democrática, as carteiras podem
ser dispostas em círculo, o que favorece o diálogo. Na escola tradicional, as “bancadas”
eram umas atrás das outras, às vezes fixadas no piso, e o professor ficava na “cátedra”, num
estrado acima dos alunos. Assim se cultivava o valor da hierarquia, da obediência. O espaço
“educava” em consonância com o discurso do professor.
Por isso, para um espaço escolar tornar-se um espaço educativo, faz-se necessário que seus
componentes materiais sejam adequados à proposta pedagógica. Mais ainda, que os funcionários
se assumam como educadores em plenitude, “vestindo a camisa” do projeto pedagógico
da escola, no seu cotidiano e no trato de suas funções “técnicas”, que se transformam
em educativas e pedagógicas.
Para tanto, além da conscientização pelo Profuncionário, é fundamental rever as funções
correspondentes a cada habilitação e pautar na prática profissional supervisionada uma série
de exercícios que não só formem o novo técnico como o transformem em educador profissional.
Quem é este novo técnico? É o técnico em meio ambiente e infra-estrutura escolar. Não se
trata de uma profissão regulamentada, nem mesmo de uma ocupação catalogada. É uma
nova identidade profissional de educador que parte de funções tradicionais exercidas pelo
funcionário(a) (vigia, agente de limpeza, motorista, porteiro, zelador e outras) e se amplia para
um feixe de competências em torno da relação do educador com o meio ambiente e com a
infra-estrutura espacial da escola. Terminado o curso, caberá ao projeto político pedagógico
da escola e da gestão do sistema de ensino definir melhor as funções efetivas pelas quais irá
se responsabilizar o funcionário profissionalizado. O importante é que ele ou ela se capacitou
para dominar e gerir um conjunto de atividades mais amplo e mais conectado com a tarefa
educativa da escola.
Outra atitude necessária a se cultivar durante o curso é a participação do funcionário na administração
colegiada da escola, na gestão democrática. O grande risco do Profuncionário é
mudar as cabeças, mas não as práticas dos cursistas. Se a direção, os membros do conselho
escolar e os educadores da escola não acompanharem o progresso intelectual e político dos
funcionários, estes podem se tornar seres “sem espaço”, utópicos, como Dom Quixote, ou
melhor, Sancho Pança...

FONTE:
Cursos Profuncionário/Teorias do Espaço Educativo

sexta-feira, 23 de junho de 2017

A SITUAÇÃO DO PROFESSOR BRASILEIRO

A educação brasileira atravessa uma crise, várias são as supostas causas que provocam essa crise, muitos acreditam que a baixa qualidade do ensino está ligada à deficiência do professor. 

Frequentemente são divulgadas pesquisas de diferentes órgãos que emitem informações acerca da atuação do professor brasileiro, além disso, inúmeros informes, artigos, reportagens afirmam que a maioria dos professores não desempenha de forma eficiente o seu trabalho. No entanto, essas pesquisas não verificam os fatores que afetam a qualidade do trabalho do professor. Esse profissional, em geral, vive cansado diante de tantas atividades que a função requer; o excesso de tarefas ligadas à função de professor causa um esgotamento físico e intelectual. Comportamento resultante do sistema de ensino extremamente burocrático adotado no país. O importante é verificar o que causou essa transformação.


O professor brasileiro é cercado de um arsenal de burocracias, como: diários, planos de aula, fichas avaliativas, formulários, entre outros. Incluindo ainda a imensa quantidade de trabalho que o professor leva para casa, tais como: plano de aula, elaboração de atividades, provas, trabalhos, correções, testes, projetos etc. Esses não são os únicos agravantes, o professor tem que enfrentar o problema da indisciplina escolar difundida na maioria das escolas brasileiras, como excesso de conversa, bagunça, uso indevido de aparelhos eletrônicos que invadiram as escolas, isso, aliado ao baixo salário, praticado na maioria das vezes. A defasagem salarial não supre todo o trabalho realizado fora da escola, nos finais de semana e feriados. 

Somado a tudo o que foi citado acima, o professor ainda se submete aos vários tipos de violências ocorridas na sala de aula, dentre as principais estão: violência verbal ou assédio moral (palavras ofensivas direcionadas ao professor no momento do intervalo), violência moral (diferenciações entre níveis de ensino e professores). Além de pressões exercidas por parte da coordenação por melhorias de notas, perseguições, fiscalização semelhante à vigilância nas salas. Enfim, esses são alguns dos motivos que levam o professor a entrar em tal condição. O conjunto de situações apresentadas exerce grande influência na qualidade de vida e no trabalho do docente. 

Comumente, milhares de professores entram em depressão ou sofrem de doenças ligadas ao estresse. Em suma, a deficiência do professor existe, porém é preciso verificar o que provoca as limitações profissionais dos mesmos.


Por Eduardo de Freitas
Equipe Brasil Escola

ABORDAGEM DA TEORIA À PRÁTICA TRABALHO DOCENTE

A sociedade atual por ser social e historicamente construída pelo homem necessita de linguagens plurais para dialogar e interagir com a diversidade. Nesse sentido, a educação reproduz a sociedade por também ser social e historicamente construída pelo homem e, em conseqüência disto, historicamente sempre teve a obrigatoriedade de dar respostas e interferir nas demandas que os contextos depositaram e colocam. 

Ao analisarmos as práticas pedagógicas, cabe-nos inquietarmos com a dicotomia que existe entre a teoria e a prática, como se elas não fossem as duas faces de uma mesma moeda. Constatamos, através de estudos feitos que, a formação docente é construída historicamente antes e durante o caminho profissional do docente, e que, se faz também no social. Cria-se então um círculo vicioso, onde a formação docente depende basicamente, tanto das teorias, quanto das práticas desenvolvidas na vida escolar. De acordo com o currículo por competências, a nova ênfase educacional baseia-se na mobilização dos saberes construídos para solucionar problemas específicos. Não podemos enfatizar a teorização em detrimento da prática. 

Quando o docente se apropria do conhecimento e se beneficia das contribuições teóricas referentes às compreensões de aprendizagem, escolhe as melhores formas de trabalhar, vence as dificuldades e vê com clareza as novas possibilidades de uma atuação com qualidade. Assim sendo, as probabilidades de reflexão e crítica sobre as práticas docentes surgem com maior coerência. 

Pimenta (2005, p.26) afirma que o saber docente não é formado apenas da prática, sendo também nutrido pelas teorias da educação. Mediante esta afirmação fica claro que, a teoria tem importância fundamental, pois ao nos apropriarmos de fundamentação teórica nos beneficiamos de variados pontos de vista para uma tomada de decisão dentro de uma ação contextualizada, adquirindo perspectivas de julgamento para compreender os diversos contextos do cotidiano. A interação dialógica entre saberes gera o desenvolvimento de uma prática pedagógica autônoma e emancipatória. 
Nós, professores, precisamos refletir sobre a constituição e interação dos saberes, que ratificam a prática do fazer docente. 

O desafio fundamental para o profissional da educação é distinguir e compreender as teorias subentendidas na sua própria prática e, originar condições para que diante das teorias, modifique seus pontos de vista, atitudes, posturas e atuação no exercício educacional. 

“O nosso saber é o sentido que damos à realidade observada e sentida num dado momento. Existe no tempo, como uma paragem, uma etapa. Está em constante transformação, em perpétuo movimento, tal como uma sinfonia inacabada”. Barth , (apud FIORENTINI; SOUSA Jr.; MELO). 

Por Amélia Hamze
Colunista Brasil Escola

FONTE:
Brasil Escola

A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

São muitos os problemas que estão presentes na educação brasileira, especialmente na educação pública. São diversos os fatores que proporcionam resultados negativos, um exemplo disso são as crianças que se encontram no 6ºano do ensino fundamental e não dominam habilidade de ler e escrever.

Esse fato é resultado direto do que acontece na estrutura educacional brasileira, pois praticamente todos os que atuam na educação recebem baixos salários, professores frustrados que não exercem com profissionalismo ou também esbarram nas dificuldades diárias da realidade escolar, além dos pais que não participam na educação dos filhos, entre muitos outros agravantes.

As avaliações implantadas pelo governo para avaliar a educação brasileira apresentam números desanimadores, isso se tornou uma situação insustentável que não pode continuar.
Em setembro de 2006, um grupo de empresários e políticos, com a participação dos meios de comunicação em massa, firmou um compromisso denominado de Todos pela Educação. Nessa mobilização ficaram definidas algumas metas a serem alcançadas até 7 de setembro de 2022. São elas:

- Todo indivíduo com idade entre 7 e 17anos deverá estar na escola.
-Todo indivíduo com idade de 8 anos deverá dominar a leitura.
- Os alunos deverão ter acesso a todos os conteúdos correspondentes a sua série.
- Todos os alunos deverão concluir as etapas de estudo (fundamental e médio).
- Garantia de investimentos na Educação Básica.

Números que retratam os problemas da educação brasileira

• Hoje, no Brasil, de 97% dos estudantes com idade entre 7 e 14 anos se encontram na escola, no entanto, o restante desse percentual, 3%, respondem por aproximadamente 1,5 milhão de pessoas com idade escolar que estão fora da sala de aula.

• Para cada 100 alunos que entram na primeira série, somente 47 terminam o 9º ano na idade correspondente, 14 concluem o ensino médio sem interrupção e apenas 11 chegam à universidade.

• 61% dos alunos do 5ºano não conseguem interpretar textos simples. 60% dos alunos do 9ºano não interpretam textos dissertativos.

• 65% dos alunos do 5ºano não dominam o cálculo, 60% dos alunos do 9º ano não sabem realizar cálculos de porcentagem.


Medidas que possivelmente poderão combater os índices acima apresentados:

• Mobilização da sociedade para a importância que a Educação exerce.

• Direcionamento de recursos financeiros para escolas e professores.

• Valorização do profissional da educação.

• Implantação de medidas políticas educacionais a longo prazo.


Por Eduardo de Freitas
Equipe Brasil Escola