Humberto Gouvêa Figueiredo
Quando se toca no assunto
“escola”, sempre nos vem à mente a figura dos alunos, dos professores, dos pais
e, no máximo a da direção do estabelecimento de ensino.
Se for feita uma pesquisa e se
perguntar aos entrevistados com o que a escola tem a ver muito
provavelmente a maioria deles responderá: alunos ou professores.
E de fato isso é verdade: a escola, em
síntese, deve ser concebida como o ambiente sagrado onde comparecem (ou
deveriam comparecer) dois grupos de pessoas com objetivos definidos: aprender
e/ou ensinar.
Há, todavia, um elemento da escola que,
infelizmente não existe mais na pública e, na privada, quase sempre passa
despercebido, como se fosse um “ser invisível”.
Refiro-me ao Porteiro da
Escola.
Sim, essa categoria profissional, em
processo de extinção, na minha forma de enxergar tem um papel fundamental no
controle e no bom andamento da rotina escolar.
Uma escola que tem um bom Porteiro já
sai na frente, pois de pronto recebe cordialmente o seu cliente preferencial, o
aluno: faz muita diferença ser recebido por um ser humano na porta da escola,
com um “bom dia!”, “tudo bem?”, enfim, é bom já desde o começo,
ser recebido como gente.
Quando a escola não oferece essa
oportunidade de relacionamento humano já na sua porta ela começa a ser uma
repartição pública comum, tal qual todas as demais instalações do poder público.
Isso não pode acontecer nunca, sob pena de se contribuir para que se apague o
brilho que a escola deve representar na vida de todos.
Mas um bom Porteiro não faz só o papel
de relações públicas da escola – ele é também um mediador de
conflitos: a sua presença na frente da escola e o reconhecimento e respeito que
deve ter dos alunos o colocará numa posição de árbitro para
questões conflituosas que se derem nas adjacências do portão.
As estatísticas policiais apontam que a
maior parte das brigas entre alunos se dá nas proximidades do portão da escola
– se houvesse um Porteiro em cada portaria das escolas muitos casos de
agressões físicas ou verbais poderiam ser evitados.
O Porteiro poderia ainda atuar de forma
a garantir segurança dos alunos, por exemplo, quando embarcam ou desembarcam
dos veículos que os conduzem á escola e precisam atravessar a rua para entrar.
Nas escolas privadas é muito comum verificar a atuação de Porteiros nessa
missão e quase não se houve falar em acidentes ou atropelamentos onde são
ativos tais profissionais.
O Porteiro poderia ainda ser usado como
o “Porta-Voz” da Escola, aquele que se teria o papel de ser dirigir aos pais,
aos responsáveis por transporte de alunos ou aos comerciantes para dizer-lhes o
que interessaria ser dito pela Direção da escola.
Dizer enfim, o que pode e o que não
pode, o que é bom e o que não é…
Um Porteiro devidamente treinado
poderia se transformar num “braço” dos órgãos que atuam na área da segurança
pública e auxiliaria muito na diminuição da violência nas escolas.
Todos esses argumentos, penso, dão
sustentação à minha tese de que o Porteiro é elemento fundamental no contexto
da escola: não há computador, câmera de vídeo ou qualquer outro sistema
tecnológico que substitua essa figura tão especial!
Encerro rendendo minhas homenagens ao
Porteiro do Colégio Objetivo, EDILSON, a quem confio meus filhos Ingrid e Cairê
todos os dias, e ao mais famoso Porteiro de nossa cidade: não é de uma escola,
mas é um exemplo a ser seguido por todos – o “Seu” LUIS, eterno Porteiro da
Associação Ferroviária de Esportes.
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