sexta-feira, 16 de junho de 2017

O PORTEIRO DA ESCOLA: ELEMENTO FUNDAMENTAL

Humberto Gouvêa Figueiredo

 Quando se toca no assunto “escola”, sempre nos vem à mente a figura dos alunos, dos professores, dos pais e, no máximo a da direção do estabelecimento de ensino.
Se for feita uma pesquisa e se perguntar aos entrevistados com o que a escola tem a ver muito provavelmente a maioria deles responderá: alunos ou professores.
E de fato isso é verdade: a escola, em síntese, deve ser concebida como o ambiente sagrado onde comparecem (ou deveriam comparecer) dois grupos de pessoas com objetivos definidos: aprender e/ou ensinar.
Há, todavia, um elemento da escola que, infelizmente não existe mais na pública e, na privada, quase sempre passa despercebido, como se fosse um “ser invisível”.
Refiro-me ao Porteiro da Escola.
Sim, essa categoria profissional, em processo de extinção, na minha forma de enxergar tem um papel fundamental no controle e no bom andamento da rotina escolar.
Uma escola que tem um bom Porteiro já sai na frente, pois de pronto recebe cordialmente o seu cliente preferencial, o aluno: faz muita diferença ser recebido por um ser humano na porta da escola, com um “bom dia!”, “tudo bem?”, enfim, é bom já desde o começo, ser recebido como gente.
Quando a escola não oferece essa oportunidade de relacionamento humano já na sua porta ela começa a ser uma repartição pública comum, tal qual todas as demais instalações do poder público. Isso não pode acontecer nunca, sob pena de se contribuir para que se apague o brilho que a escola deve representar na vida de todos.
Mas um bom Porteiro não faz só o papel de relações públicas da escola – ele é também um mediador de conflitos: a sua presença na frente da escola e o reconhecimento e respeito que deve ter dos alunos o colocará numa posição de árbitro para questões conflituosas que se derem nas adjacências do portão.
As estatísticas policiais apontam que a maior parte das brigas entre alunos se dá nas proximidades do portão da escola – se houvesse um Porteiro em cada portaria das escolas muitos casos de agressões físicas ou verbais poderiam ser evitados.
O Porteiro poderia ainda atuar de forma a garantir segurança dos alunos, por exemplo, quando embarcam ou desembarcam dos veículos que os conduzem á escola e precisam atravessar a rua para entrar. Nas escolas privadas é muito comum verificar a atuação de Porteiros nessa missão e quase não se houve falar em acidentes ou atropelamentos onde são ativos tais profissionais.
O Porteiro poderia ainda ser usado como o “Porta-Voz” da Escola, aquele que se teria o papel de ser dirigir aos pais, aos responsáveis por transporte de alunos ou aos comerciantes para dizer-lhes o que interessaria ser dito pela Direção da escola.
Dizer enfim, o que pode e o que não pode, o que é bom e o que não é…
Um Porteiro devidamente treinado poderia se transformar num “braço” dos órgãos que atuam na área da segurança pública e auxiliaria muito na diminuição da violência nas escolas.
Todos esses argumentos, penso, dão sustentação à minha tese de que o Porteiro é elemento fundamental no contexto da escola: não há computador, câmera de vídeo ou qualquer outro sistema tecnológico que substitua essa figura tão especial!
Encerro rendendo minhas homenagens ao Porteiro do Colégio Objetivo, EDILSON, a quem confio meus filhos Ingrid e Cairê todos os dias, e ao mais famoso Porteiro de nossa cidade: não é de uma escola, mas é um exemplo a ser seguido por todos – o “Seu” LUIS, eterno Porteiro da Associação Ferroviária de Esportes.


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