quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

ACOLHENDO A CRIANÇA NO AMBIENTE ESCOLAR

Educadores podem contribuir com o processo de adaptação da criança na escola
Uma das fases marcantes na vida da criança é a entrada na escola. O momento é tão novo para essa quanto para os pais que não estavam acostumados e verem seu filho no papel de aluno.

Quando se fala em uma fase tão nova como essa, pensa-se também no quanto o momento é difícil para a criança e para os pais. Por isso, é interessante que o professor proporcione um ambiente que transmita segurança ao aluno e confiança aos pais.


Atualmente, coordenadores e professores têm se preocupado em atenuar algumas dificuldades decorrentes da primeira separação da família. Como a escola é um contexto cheio de pessoas desconhecidas, especialistas apontam que o esforço do professor deve se concentrar em apresentar para a criança e para os pais que o ambiente é seguro.

Outra forma do professor estar contribuindo com o processo de adaptação da criança, consiste em manter a comunicação desde o início com os pais. Antes de planejar as atividades das primeiras semanas de aula, converse com os pais para conhecer o aluno, suas preferências, características. Especialistas afirmam ainda que essa comunicação pode ser orientada também à criança, no sentido do educador ser empático, observando o comportamento do aluno, e até mesmo perguntando sobre seus sentimentos, já que esse nem sempre consegue expressar o que está sentindo.

Outro aspecto para o qual especialistas chamam a atenção é quanto ao planejamento de atividades para as crianças de até quatro anos. Nessa faixa etária as crianças são egocêntricas, por isso o foco do professor deve estar em acolher a criança individualmente, uma vez que a integração desta ao grupo ocorre naturalmente, na proporção que ela se sente mais segura no novo ambiente.
Por Patrícia Lopes
Equipe Brasil Escola
FONTE:

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

DESAFIO VOLTA ÀS AULAS: AJUSTE PROCESSOS PARA INTEGRAR ALUNOS

O início de cada ano letivo é um desafio para os profissionais da educação. O momento volta às aulas exige da instituição de ensino muito trabalho, dedicação e atenção, pois, além de receber bem os alunos, ela precisa mostrar (a eles e aos pais) que pode agregar ainda mais valor na vida do estudante, com inovações no aprendizado e também nos processos de integração.
Receber os alunos da melhor forma faz parte do script básico de toda instituição, mas como fazer isso de forma que os estudantes se sintam integrados? O primeiro passo está em entender que o foco é manter uma relação de proximidade com o aluno – e a estratégia que você traçar deve servir para conquistar tanto os alunos quanto os pais. Portanto, transforme o primeiro dia/semana de aula em oportunidade e proporcione de cara uma abertura de diálogo e cooperação na instituição de ensino.
Estruture um momento de boas-vindas a todos. Muitos gestores organizam eventos de recepção, aulas inaugurais, palestras de apresentação de professores, reuniões iniciais, entre outras formas de apresentar a instituição da melhor forma. A proposta é abrir os canais de comunicação, transmitir os valores da instituição, integrar as pessoas e garantir um bom relacionamento ao longo do ano.
Pensando nisso, destacamos algumas medidas que podem ajudar a ajustar processos para integrar os alunos e manter a boa relação entre instituição, alunos (antigos e novos) e familiares:

1. Conquiste por meio da experiência dos veteranos

Essa é uma solução que pode ajudar os novos alunos a entender mais sobre a instituição e sobre como os estudantes antigos se sentem em relação a ela. É importante que o estudante conheça a experiência de um ex-aluno, pois, independente da faixa etária, série ou curso, saber como funciona a vida acadêmica (e conhecer a visão de alguém que já concluiu o curso que você deseja ingressar, por exemplo) pode preparar melhor os alunos para os desafios que estão por vir.

2. Esclareça regras e abra espaço para dúvidas

Ainda no período inicial do ano é preciso explicar aos alunos as regras institucionais e de avaliação, como normas de conduta, critérios de aprovação, entre outros aspectos. Assim você de cara conquista a confiança dos pais e alunos, de forma transparente e objetiva. Portanto, prepare um manual com o registro por escrito e não deixe de esclarecer as principais dúvidas dos pais e alunos já no primeiro contato.

3. Para começar bem o ano: planeje aulas inaugurais

Uma boa forma de receber os alunos é por meio de aulas inaugurais. Organize palestras de integração, que se destaquem na programação normal. É interessante também promover aulas inaugurais focadas em temáticas que interessem aos diferentes perfis de alunos.

4. Automação auxilia nos planos de volta às aulas

Os meses de férias acadêmicas servem, justamente, para o planejamento de novidades para os alunos e a instituição. Este planejamento leva em consideração os conhecimentos adquiridos, erros, acertos e insights surgidos durante o ano anterior. O objetivo é unificar ideias e construir o planejamento para o ano letivo e também um plano de negócios, lembrando das condições financeiras da instituição.
Mas, para que todo esse planejamento de volta às aulas seja eficaz, você pode (e deve) contar com soluções que permitam a criação de uma gestão voltada para o resultado e que otimize os processos acadêmicos e administrativos. O GVcollege, por exemplo, realiza a integração de todas as áreas da instituição e, com isso, é possível fazer uma análise e até mesmo monitorar o desempenho por meio de indicadores estratégicos. Isso facilita a construção de avanços e agiliza as tomadas de decisão, que passam a acontecer com maior precisão (e menor risco).

FONTE:

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

AS PRINCIPAIS FUNÇÕES DO COORDENADOR ESCOLAR

As funções de um coordenador escolar nem sempre estão bem demarcadas. Por conta disso, o coordenador acaba fazendo o trabalho que poderia ser delegado para outras pessoas, acumula tarefas e, consequentemente, não exerce suas principais funções com a excelência que gostaria.
Na escola, o coordenador é um profissional dinâmico que orienta o trabalho coletivo. Além disso, ele tem o papel de fazer a conexão entre todos indivíduos envolvidos no meio educacional.
É importante ressaltar que o coordenador é o profissional que aponta alternativas, reúne ideias, alavanca recursos e sugere modos para renovar e inovar a prática escolar. A melhoria das ações pedagógicas na sala de aula dependem da ação efetiva do coordenador.
Ainda assim, muitas pessoas ainda acreditam que a escola se resume em professores e alunos, deixando de atribuir a importância merecida a outros papéis fundamentais no funcionamento escolar, como a direção e a coordenação, por exemplo.
A propósito, a parceria entre esses dois profissionais é essencial para que não haja acúmulo de afazeres para ambos. Confira neste artigo quais são as principais funções do coordenador escolar e como praticá-las com eficiência e qualidade.
Boa leitura!

Quais as principais funções do coordenador escolar?

Até a década de 90, muitos coordenadores eram vistos como fiscais, que vigiavam os professores e controlavam as suas ações. Porém, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, decretada em 1996, essa concepção ficou para trás e deu espaço para outras competências mais relevantes, como o auxílio direto aos professores na sua prática escolar e o estreitamento da relação entre a família e a escola.
Dessa forma, as atribuições de um coordenador passaram a ser focadas na rotina pedagógica da instituição de ensino. Logo, suas funções também passaram a ser diretamente ligadas à sua atuação junto aos professores e, consequentemente, à aplicação de princípios que resultem em um ensino de qualidade aos alunos.
Isso não quer dizer que é função do coordenador escolar ir para a sala de aula quando um professor falta ou cuidar dos recursos financeiros da escola — dois erros muito comuns cometidos quando se reflete sobre a função do coordenador escolar. Resumidamente, seu trabalho consiste em manter a relação harmônica entre seus parceiros (alunos, professores, direção da escola e pais) com projetos que visem à integração da escola como um todo.
Mesmo assim, algumas funções não relacionadas ao cargo, como as citadas acima, ainda acabam nas mãos do coordenador. Por isso é tão importante que as suas principais funções sejam estabelecidas de forma clara no âmbito escolar.
Saiba mais sobre o papel desse profissional:

1. Garantir a formação continuada dos docentes

Primeiramente, com as novas diretrizes para a gestão da educação no Brasil, a relação do coordenador com os professores passou a ser de formador — ou seja, é ele quem dispõe de meios para que a formação continuada dos docentes aconteça.
É nesse processo de continuidade dos estudos que o professor tem a chance de aprofundar e atualizar seus conhecimentos. O coordenador pode incentivar essa prática oferecendo cursos online voltados para a formação continuada, como aqueles do PROFS, e trabalhando para implementar na instituição uma cultura que incentive e valorize a formação continuada dos docentes.
Dessa forma, ele também tem o papel de promover a formação continuada do corpo docente por meio de cursos e encontros focados na melhoria da prática pedagógica dentro da própria instituição.
Assim, a articulação entre teoria e prática acontece por intermédio desse profissional, sendo dele a função de refletir junto aos professores quanto às suas práticas diante das condições e necessidades de ensino-aprendizagem dos alunos.

Assista ao bate-papo: A Formação Continuada e o Planejamento Escolar

2. Verificar a conexão entre teoria e prática

É função do coordenador avaliar a conexão entre o currículo e a prática diária dos professores na sala de aula. É claro que ele deve fazer isso sem a pressão de um fiscalizador, no papel de observador. Agora, diferentemente do que acontecia antes dos anos 90, ele verifica com mais flexibilidade se os professores estão acompanhando o que foi decidido no projeto pedagógico da escola.
Nessa função ele também pode propor novas formas de lidar com a turma ou com alguns alunos que precisam de atenção especial, oferecendo soluções para problemas e dando o suporte necessário para as atividades que estejam relacionadas ao aprendizado.

3. Incentivar o trabalho em grupo

O trabalho em grupo também é incentivado por esse profissional, que busca motivar o desenvolvimento de atividades interdisciplinares. Por isso, a boa comunicação entre a coordenação e os professores é um meio eficaz de amarrar pontas que estejam soltas para a construção de um projeto alinhado.
A atuação do coordenador está vinculada tanto ao coletivo quanto ao individual. Por isso, ele tem o papel de articular as ideias. Logo, se o professor de português, por exemplo, tem uma ideia que, na visão do coordenador, pode ser utilizada por todos os outros docentes, ele provavelmente compartilhará essa ideia no intuito de agregar algo à prática do grupo.

4. Ouvir e guiar os professores

Como já foi dito, a atuação do coordenador se relaciona tanto à equipe escolar como um grupo, quanto a cada docente individualmente. Isso significa que é função do coordenador ouvir e guiar os professores, estimulando o engajamento com projetos coletivos e individuais.
Para isso, ele traça estratégias e ações focadas na melhoria do processo de ensino-aprendizagem, no desenvolvimento do conhecimento e no estreitamento das relações interpessoais.

5. Garantir a boa comunicação

O coordenador também está na escola para garantir uma boa comunicação entre a direção e os educadores, entre os alunos e os professores, e entre a família e a escola.
Com uma parceria afinada, em que todos conhecem as funções um do outro no ambiente escolar, o coordenador é capaz de dar o norte para as ações, visando sempre ao melhor desempenho do todo. Por isso, é dele a função de informar pais e responsáveis quanto à situação escolar de seus filhos, sobretudo em casos problemáticos.

6. Inserir novas formas de pensar às práticas escolares

Em tempos de novas tecnologias, todos os dias há alguma novidade inovadora no âmbito escolar. Nessa perspectiva, o coordenador tem o papel de articular as práticas escolares com as novas formas de pensar em uma escola conectada.
Enquanto os alunos estão por dentro de quase tudo o que envolve tecnologia, a gestão escolar não pode se fechar para as novidades. Portanto, novas formas de manter o aluno engajado nas aulas com a ajuda de ferramentas digitais devem ser pensadas pelo coordenador em conjunto com a comunidade escolar.
No intuito de garantir o trabalho pedagógico coletivo de qualidade, o coordenador deve levar a inovação para o âmbito escolar, principalmente por meio do incentivo ao uso de novas tecnologias educacionais, que, por sua vez, colaboram com a organização e com a escolha dos materiais necessários no processo de ensino-aprendizagem.

7. Ser líder

As pressões existem e surgem de todos os lados — dos pais, dos professores, do diretor e dos estudantes. Por isso, o coordenador se posiciona como um líder no espaço escolar. Contudo, uma boa liderança sabe que o diálogo é a base para conduzir e resolver conflitos.
Uma das principais características de um bom líder é a flexibilidade de saber ouvir, analisar e discutir de maneira profissional. Assim, o coordenador escolar que sabe liderar tem visão ampla e, por isso, consegue enxergar a escola como um todo, sendo capaz de buscar a melhor solução para os problemas existentes.

8. Avaliar o processo de ensino-aprendizagem

É o coordenador quem analisa, avalia e dá feedback para pais e professores em relação aos resultados de aprendizagem dos alunos. Portanto, ele é quem planeja formas de trabalhar as demandas dos discentes. Para cumprir a função de transformador, o coordenador fornece condições reais para a aprendizagem.
Isso significa que o coordenador é quem oferece a abertura do espaço pedagógico para questionamentos, intervenções e propostas colaborativas, em que todos os envolvidos possam opinar e trocar informações a fim de ter um clima de confiança mútua e um ambiente agradável para se trabalhar.

Qual é o peso estratégico das funções do coordenador escolar?

Os pensamentos distintos dentro da comunidade escolar podem gerar conflitos. Assim, é preciso que a escola tenha um profissional preparado para resolvê-los quando necessário. Essa é a função estratégica do coordenador escolar, que, como vimos, é o articulador, formador e transformador das relações.
Cada grupo tem sua função ligada a um setor da escola e, dessa maneira, os diretores ficam com a administração e os educadores com as práticas em sala de aula. O coordenador escolar, por sua vez, garante a boa relação interpessoal desses grupos, além da verificação da aplicação do currículo e do Projeto Político Pedagógico.
As alternativas para a elaboração do projetos que pensem e repensem as práticas escolares articulam-se com a capacidade do coordenador pedagógico em entender a realidade escolar e criar estratégias para implementar as melhorias necessárias — assim como para a manutenção daquilo que está dando certo.

Quais são os princípios da coordenação escolar?

É importante ressaltar que este artigo tem o propósito de detalhar as principais funções de um coordenador escolar, ou seja, as funções que regem os princípios de formador, articulador e transformador desse profissional. Nessa linha de raciocínio, as funções podem ser resumidas de acordo com cada um desses princípios:

Princípio formador

Dentro desse princípio, o coordenador escolar:
  • observa a conduta pedagógica dos docentes;
  • acompanha o processo de ensino-aprendizagem;
  • incentiva o trabalho interdisciplinar com projetos e meios para tal.

Princípio articulador

Para atingir os objetivos de seu princípio articulador, o coordenador:
  • faz trabalhos coletivos pedagógicos frequentes;
  • realiza encontros com os docentes;
  • atende aos professores individualmente;
  • estabelece a mediação entre direção, famílias, alunos e professores;
  • articula planejamento, currículo, avaliação de aprendizagem e a formação continuada da equipe docente.

Princípio transformador

Para formar professores e favorecer a construção de um ambiente harmônico e participativo para a comunidade escolar, o coordenador aplica o seu princípio transformador. É dele a função de transformar situações, que podem ser negativas ou estar ultrapassadas, por exemplo. Faz parte desse princípio as funções de:
  • inovar estudos e planejamentos;
  • mapear dados para prevenção de conflitos;
  • implementar tecnologias e inovações que auxiliem o processo de ensino-aprendizagem;
  • identificar necessidades dos docentes e alunos, transformando a realidade quando necessário.

Como essas funções influenciam nos processos operacionais de uma escola?

Para que essas funções de um coordenador escolar sejam realizadas com eficiência, alguns aspectos precisam ser considerados — principalmente na atual conjuntura escolar, em que novas tecnologias ganham espaço e otimizam os processos.

A aquisição de novos conhecimentos e habilidades

Para que a formação continuada dos docentes e projetos inovadores sejam pensados e aplicados pelo coordenador pedagógico, a atualização se faz necessária. Afinal, a sociedade muda constantemente e as formas de ver e pensar também são influenciadas e reformuladas.

A busca por soluções tecnológicas

A tecnologia é vista como uma ferramenta que agrega valor ao papel do coordenador que deseja ser cada vez melhor e ter mais eficiência na sua atuação. Com uma alta demanda e prazos curtos para cumprir todas as suas tarefas, o uso de tecnologias que otimizam o tempo são opções quase que indispensáveis.
Afinal, tarefas que antes gastariam parte da semana para serem feitas, como a compilação de resultados para análise do desempenho, podem ser realizadas em menos tempo com apoio de aplicativos e ferramentas — deixando espaço para que as principais funções de um coordenador escolar recebam a maior parte de sua atenção.

Adaptação de procedimentos de gestão

A gestão dos dados relacionados ao desempenho dos alunos em avaliações e outras informações referentes aos problemas administrativos e pedagógicos são avaliados pelo coordenador escolar. Com base nisso, ele refletirá, discutirá e compartilhará os resultados, associando-os aos objetivos da instituição.

Conclusão

Além de fazer o trabalho pedagógico e refletir sobre o desempenho da escola para criar maneiras de ver e fazer a prática educacional, as funções de um coordenador escolar favorecem a construção de um espaço democrático em que a participação de toda a comunidade escolar funciona como base para a produção de conhecimento — coletiva e individualmente.
FONTE;  PAR

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

POR QUE USAR O CICLO DE GESTÃO DE ENSINO NO PLANEJAMENTO ESCOLAR?

É consenso que o planejamento escolar é extremamente importante para promover a melhoria contínua do desempenho dos seus alunos e da qualidade do ensino da sua instituição. Além disso, é fato que esse planejamento é essencial para a constante evolução da equipe docente.
Construir esse planejamento é trabalhoso e exige muito cuidado, ainda que a elaboração desse documento já faça parte da rotina do gestor escolar. A parte mais delicada, porém, está em tirar tudo do papel e partir para a execução.
A grande dificuldade é que não basta apenas realizar as tarefas propostas. Para que os resultados esperados sejam realmente alcançados, além de executar o plano, é necessário medir a eficácia das ações planejadas e acompanhar de perto os trabalhos para que as intervenções pedagógicas cabíveis sejam aplicadas nos momentos corretos. Assim, um planejamento ainda mais assertivo poderá ser pensado para o ano seguinte.
Se você é gestor escolar e já percebeu que é sempre mais fácil planejar do que executar, este artigo é para você. Às vezes as coisas não saem como o planejado e o motivo é simples: não adianta olhar apenas para uma parte do processo, planejando ações, sem perceber que a obtenção de bons resultados depende de ir além.
Por isso, neste artigo você vai ler sobre o Ciclo de Gestão de Ensino (CGE)uma metodologia que ajuda a instituição a cumprir o que foi planejado e assim alcançar os objetivos propostos e uma qualidade pedagógica cada vez melhor.

O que é o planejamento escolar?

Antes de entender como o Ciclo de Gestão de Ensino pode contribuir com a execução do planejamento escolar, é válido reforçar o que de fato é o planejamento escolar. Trata-se um plano de ação elaborado de forma periódica com o objetivo de definir as atividades que serão realizadas pela escola ao longo do ano letivo.
Normalmente, além de estabelecer os objetivos que a instituição pretende alcançar, esse planejamento contempla o contexto da escola e o que será ensinado aos alunos, ou seja, o currículo programado para cada série. Tudo isso levando em consideração o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola e a recém homologada Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Um bom planejamento é aquele que leva em consideração a realidade da escola, é construído em conjunto com todos impactados pelas suas ações e que considera o histórico do que já foi feito nos anos anteriores. E o mais importante: o bom planejamento é criado com o objetivo de melhorar a qualidade de ensino e impulsionar os resultados pedagógicos.
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 O que é o Ciclo de Gestão de Ensino (CGE)?

Ciclo de Gestão de Ensino (CGE) é uma metodologia que têm como objetivo a melhoria continuada do ensino-aprendizagem. Ele foi desenvolvido a partir de processos de melhoria contínua e foi adaptado para a realidade da educação a fim de ajudar escolas em uma gestão de qualidade para alcançar bons resultados junto aos alunos.
O Ciclo de Gestão de Ensino funciona como um fio condutor que amarra as ações planejadas e mostra como está a execução daquilo o que foi pensado no início do ano. Para isso, o CGE compreende quatro etapas:

Planejamento

Esta etapa do ciclo compreende a escolha das prioridades da escola, o desenvolvimento de estratégias de ensino, a estruturação de projetos e da formação de professores - ou seja, a elaboração do planejamento escolar para o ano letivo. Aqui vai uma dica: sempre determine os prazos exatos para a execução das ações e o responsável por cada projeto, e faça um levantamento das ferramentasnecessárias para o sucesso da estratégia adotada.

Desenvolvimento

Uma vez traçado o planejamento, a escola deve colocar as suas estratégias em prática ao longo do ano letivo para alcançar seus objetivos, desenvolvendo os projetos que foram programados e executando as ações previstas. Lembrando que tudo o que foi executado deve ser registrado e preferencialmente compartilhado com toda a equipe envolvida.

Avaliação contínua

Muitas vezes negligenciada, esta etapa fornece dados muito ricos e que revelam se os processos pedagógicos e o aprendizado estão sendo efetivos. Assim, é possível acompanhar a aplicação das estratégias e verificar se estão de fato funcionando, se devem ser replanejadas ou se uma intervenção específica é necessária.
Ou seja, para que a escola garanta o aprendizado e não apenas transmita um conhecimento, é necessário avaliar de forma clara e contínua os resultados obtidos.
É indicado que a etapa de avaliação contemple ainda a visão de uma Assessoria Pedagógica especializada, que pode ajudar na análise do que foi feito ao longo do Desenvolvimento e apoiar a escola para um bom entendimento dos relatórios.

Intervenção pedagógica

Com base nos resultados apontados pela etapa de Avaliação Contínua, a escola deve estruturar as intervenções pedagógicas necessárias para calibrar ações e readequar o planejamento. Isso porque, ao longo do ano, a realidade da escola pode mudar e algum imprevisto pode acontecer, fazendo com que, eventualmente, ajustes sejam necessários para a boa execução do que foi planejado.

Como usar o CGE para colocar o planejamento escolar em prática?

Para começar a implementar um CGE na sua escola, quatro dicas são de grande valia:
1- Defina, na etapa de Planejamento, qual será o grande foco ou objetivo do colégio ao longo do ano letivo. Ainda que a escola tenha vários pontos relevantes que podem ser trabalhados ao mesmo tempo, o mais importante é manter o foco e não tentar resolver tudo ao mesmo tempo. Lembre-se: Roma não foi construída em um único dia.
2- Trace dois ou três planos de ação majoritários visando a alcançar esse grande objetivo. Mais uma vez, existem muitas possibilidades para se seguir e a escolha de dois ou três planos de ação claros ajuda a prevenir eventuais desvios ao longo da jornada.
3- É muito válido contemplar diferentes pontos de vista no processo, portanto envolva toda a equipe pedagógica na construção dos planos de ação. Assim, além de reunir boas ideias de quem conhece bem a realidade da escola, será mais fácil contar com o engajamento da equipe quando os membros participaram de todo o processo.
4- Para cada plano de ação, estipule um “dono” dentro da escola. Isso não significa que nem todos precisam estar a bordo, pelo contrário. A função dessa pessoa será muito mais de transmitir as informações e envolver os demais do que centralizar as ações em si mesmo. Tendo uma pessoa para agendar reuniões, acompanhar os trabalhos e facilitar a comunicação, a execução dos planos de ação se torna mais natural e tranquila.
Uma vez que os planos de ação foram bem traçados e discutidos, executá-los significa dar enormes passos rumo ao objetivo da escola daquele ano.

Por que usar o CGE no planejamento escolar?

Como foi apresentado ao longo do artigo, o CGE permite um controle muito maior das ações a serem executadas e um acompanhamento bem próximo daquelas que já estão em andamento. Ademais, ele tem papel fundamental para fazer com que o planejamento avance a cada ano e esteja cada dia mais ligado à realidade da escola.
Outro ponto importante é que quando toda a equipe se envolve em todas as etapas, o grupo se sente mais motivado e impelido a cumprir e a avaliar o que foi planejado no início do ano.
E então, entendeu como o CGE tem muito a contribuir com a constante evolução da sua escola e dos seus alunos?


FONTE:  PAR

domingo, 27 de janeiro de 2019

VOLTA ÀS AULAS: COMO RECEBER BEM PROFESSORES E ALUNOS?

O momento de volta às aulas define a relação entre familiares, professores e alunos, além de ser a melhor oportunidade para proporcionar uma abertura de diálogo e cooperação na instituição de ensino. Por essas razões, essa é também uma ocasião que exige planejamento e dedicação.
Afinal, como receber professores e alunos? Quais as melhores estratégias nesse momento? Pensando nessa temática, preparamos algumas dicas que você deve ter em mente ao planejar a volta às aulas em sua escola. Confira!

1. Pense em um evento para receber alunos

O começo do ano em sua instituição de ensino pode ser marcado por algum evento de recepção, especialmente para alunos e professores. Ainda que esse público seja recebido em momentos distintos, é importante pensar em uma recepção especial, que renova a relação com a escola e que marca o início das atividades escolares.
Por essa razão, muitos gestores de instituição de ensino organizam eventos como aulas inaugurais, palestras de apresentação de professores e pessoal administrativo, reuniões iniciais, entre outros. O objetivo principal é abrir os canais de comunicação, transmitir os valores da instituição, integrar as pessoas e garantir umbom relacionamento ao longo do ano.

2. Estimule apresentações iniciais

Professores também fazem parte desse momento de início do ano escolar. Recepcioná-los bem envolve, entre outras coisas, reuniões de apresentação para integração dessa equipe que trabalhará junta nos meses que seguem. De preferência, as apresentações iniciais podem ser organizadas levando em consideração as divisões por séries de sua escola, já que esses profissionais terão o desafio de trabalhar em conjunto durante o ano.
Incentive apresentações individuais, especialmente se há membros novos na instituição, para que todos se conheçam. Além disso, é uma boa ideia contar com o compartilhamento de experiências pessoais, métodos de ensino, dicas de gestão de tempo, desafios e histórias de sucesso relacionadas ao ensino nos anos passados. Dividir com os colegas esse conhecimento adquirido promove o desenvolvimento conjunto de professores e, consequentemente, dos alunos.

3. Tenha um calendário pronto e bem definido

É imprescindível já começar o ano com uma organização bem definida do ano escolar. De preferência, atividades, feriados, eventos especiais e qualquer outro acontecimento relevante deve ser pré-agendado em um calendário escolar. Pais, professores, alunos e a própria administração da instituição de ensino se beneficiam dessa estratégia, porque podem planejar suas atividades a partir dessa programação.
Os pais que desejam programar viagens com os filhos já podem verificar as melhores datas para isso. Professores, por outro lado, têm a possibilidade de agendar a entrega de trabalhos, organizar atividades extracurriculares e dividir o cronograma de suas disciplinas de acordo com o número de aulas disponíveis, por exemplo.

4. Planeje tempo de início e de término de um evento de recepção

Independentemente da natureza de seu evento de recepção - seja para alunos, familiares ou professores - é imprescindível contar com horários bem definidos de início e de término. Assim como qualquer reunião, ter uma pauta preestabelecida e um planejamento de atividades torna esses eventos mais produtivos.
Caso contrário, seus participantes podem se sentir frustrados pelo atraso na conclusão, ou até mesmo pela indefinição em relação a seu tempo de duração. Lembre-se que, por mais importante que seja a educação dos seus filhos, os pais possuem compromissos e responsabilidades diversas. Fica difícil engajar um público sem essas definições prévias. Por isso, planeje bem os horários de seus eventos.

5. Busque tutorias e depoimentos de veteranos

Essa é uma solução muito interessante para a recepção de alunos. Como suas experiências são diversas, especialmente quando consideramos divisões etárias e por série, vale a pena contar com depoimentos de alunos veteranos. Esse compartilhamento de experiências individuais pode contribuir para que os alunos se preparem melhor para os desafios que estão por vir, conheçam mais técnicas de estudo, além de gerar uma relação de maior empatia e integração com o grupo.
Relações de tutoria também são essenciais, sobretudo para que os alunos saibam quem devem procurar em caso de dificuldade. Organize as funções e divisões de responsabilidade de monitores em sua escola de acordo com o número de alunos e de pessoas disponíveis para realizar essa função, que podem ser professores em treinamento, ex-alunos e até mesmo veteranos.

6. Esclareça regras escolares e abra espaço para dúvidas

Tanto para responsáveis, quanto para professores e alunos, é imprescindível que todos aqueles envolvidos na relação de ensino estejam cientes das regras escolares. Normas de conduta, formas de avaliação de desempenho, penalidades, práticas inaceitáveis, critérios de aprovação, entre outros, devem ser divulgados e discutidos desde o início do ano escolar.
Afinal, você quer que as relações transcorram da melhor maneira possível. Para isso, nada melhor do que garantir a máxima transparência das regras escolares. De preferência, prepare um manual com o registro escrito delas. Aproveite também os eventos de recepção para esclarecer dúvidas! 

7. Planeje aulas inaugurais para começar o ano

Uma boa forma de receber alunos no início do ano escolar é por meio de aulas inaugurais. Em vez de cada turma começar suas próprias salas e horários regulares, por que não contar com uma palestra especial, diferente da programação normal do ano? É possível, por exemplo, convidar algum ex-aluno que tenha se destacado no mercado de trabalho e que possa compartilhar sua experiência de sucesso com os estudantes.

8. Programe atividades diagnósticas

O início do ano letivo também é um ótimo momento para programar atividades diagnósticas. Essas atividades são importantes para identificar quais conteúdos fundantes foram aprendidos e quais dificuldades devem ser trabalhadas com prioridade. A partir dos resultados de avaliações diagnósticas, é possível programar intervenções pedagógicas mais assertivas e acompanhar melhor o desenvolvimento do aluno ao longo do ano letivo.

9. Divulgue contatos importantes

Essa é uma sugestão especialmente relevante para melhorar o relacionamento entre familiares e a instituição de ensino. Quando são estabelecidos canais apropriados de comunicação e transparência nessa relação, todos se beneficiam. Isso porque manter esses canais claros para todos ajuda os pais e os responsáveis a saber com quem entrar em contato no caso de dúvidas burocráticas, financeiras, pedagógicas, entre outras.
Também pode ser divulgado o e-mail institucional dos professores de cada disciplina, de forma a melhorar a comunicação sobre o desempenho de alunos, por exemplo. Muitas instituições de ensino também disponibilizam o contato de orientadores vocacionais, psicólogos e outros profissionais que contribuem para a formação de seus alunos.


FONTE:  PAR

sábado, 26 de janeiro de 2019

BNCC: TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem sido um dos assuntos mais falados na educação ultimamente. Trata-se do documento que mais recebeu sugestões e contribuições na história do país! Isso já mostra a importância que possui, não só para os educadores, mas para o país inteiro.
BNCC para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental foi aprovada e homologada em dezembro de 2017. Por sua vez, o documento para o Ensino Médio foi aprovado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) em dezembro de 2018 e agora aguarda homologação do Ministério da Educação.
Quer saber mais sobre o assunto? Então descubra aqui algumas informações relevantes sobre esse documento que separamos neste artigo. Vamos lá?

O que é a BNCC?

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que visa a nortear o que é ensinado nas escolas do Brasil inteiro, englobando todas as fases da educação básica, desde a Educação Infantil até o final do Ensino Médio. Trata-se de uma espécie de referência dos objetivos de aprendizagem de cada uma das etapas de sua formação. Longe de ser um currículo, a Base Nacional é uma ferramenta que visa a orientar a elaboração do currículo específico de cada escola, sem desconsiderar as particularidades metodológicas, sociais e regionais de cada uma.
Isso significa que a Base estabelece os objetivos de aprendizagem que se quer alcançar, por meio da definição de competências e habilidades essenciais, enquanto o currículo irá determinar como esses objetivos serão alcançados, traçando as estratégias pedagógicas mais adequadas.
Sendo assim, a BNCC não consiste em um currículo, mas um documento norteador e uma referência única para que as escolas elaborem os seus currículos. De acordo com o ex-Ministro da Educação Mendonça Filho, “os currículos devem estar absolutamente sintonizados com a nova BNCC, cumprindo as diretrizes gerais que consagram as etapas de aprendizagem que devem ser seguidas por todas as escolas”. A imagem abaixo ilustra bem essa relação da Base Nacional Comum Curricular e o currículo das escolas:
bncc-base-nacional-comum-curricular
“A Base é um documento normativo que define o conjunto orgânico progressivo das aprendizagens essenciais e indica os conhecimentos e competências que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade. Ela se baseia nas diretrizes curriculares nacionais da educação básica e soma-se aos propósitos que direcionam a educação brasileira para formação integral e para a construção de uma sociedade melhor.” - Maria Helena Guimarães, ex-Secretária Executiva do Ministério da Educação.
Visando a unificar as influências e referências de cada instituição de ensino, a BNCC surge para solucionar um problema muito comum no Brasil. Quando analisam-se os currículos escolares espalhados pelo país, é possível encontrar discrepâncias muito grandes.
Apesar de ter sido colocada em prática nos últimos anos, a ideia de uma base curricular comum às escolas de todo o Brasil já existe desde a promulgação da Constituição de 1988, cujo artigo 210 prevê a criação de uma grade de conteúdos fixos a serem estudados no Ensino Fundamental. Veja abaixo o trecho retirado do documento oficial:
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.
Fonte: Constituição da República Federativa do Brasil,consultada em 21/02/2017, às 08:05
Com a BNCC, os direitos de aprendizagem de todos os alunos passam a ser assegurados. Dessa forma, o principal objetivo da Base é garantir a educação com equidade, por meio da definição das competências essenciais para a formação do cidadão em cada ano da educação básica.

O que existia antes da BNCC?

Certamente não é a primeira vez que as escolas brasileiras se veem diante de diretrizes curriculares elaboradas pelo governo. Entre os anos de 1997 e 2000, segundo estabelecido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), foram criados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para os Ensinos Fundamental e Médio. Somente mais tarde, por meio do Programa Currículo em Movimento, incluiu-se uma proposta para o desenvolvimento de uma grade também para a Educação Infantil.
Embora tenham o objetivo de criar condições que permitam o acesso aos conhecimentos necessários ao exercício da cidadania dos jovens, os Parâmetros Curriculares Nacionais não eram tão detalhados ou tampouco tão objetivos quanto almeja ser a BNCC.

Como a BNCC foi elaborada?

Depois da definição dos profissionais que fariam parte da comissão de especialistas para a elaboração da proposta da Base Nacional Comum Curricular, em junho de 2015, e do lançamento do Portal BNCC, em julho do mesmo ano, o texto preliminar da Base foi divulgado.
Assim, em setembro de 2015, abriu-se espaço para as contribuições do público. Inicialmente programado para receber feedbacks até o dia 15 de dezembro, esse prazo acabou sendo prorrogado até 15 de março de 2016, quando a consulta pública da primeira versão foi concluída.
O portal recebeu mais de 12 milhões de contribuições e, a partir delas, o documento foi revisado.
Em maio de 2016, a segunda versão da Base Nacional Comum Curricular foi publicada, dando início aos Seminários Estaduais realizados em todas as unidades da federação. Os 27 Seminários foram organizados e articulados pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED) e pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), entre os meses de junho e agosto.
O objetivo desses Seminários foi receber contribuições relevantes de alunos, professores, especialistas, coordenadores e instituições para melhorar ainda mais o documento. No total, houve participação de mais de 9 mil pessoas.
Em setembro de 2016 o documento preliminar que sistematizou os Seminários realizados foi entregue ao Ministro da Educação, Mendonça Filho. Contendo as principais observações feitas pelos educadores, esse documento apresentava preocupações, como a linguagem confusa e genérica do documento, que na teoria deveria ser claro e conciso.
Após a entrega do documento ao Ministro, foi anunciada pelo MEC uma medida que separava a Base Nacional Comum Curricular em duas partes, uma referente à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental e a outra relativa ao Ensino Médio.
No dia 06/04/2017, foi anunciada a terceira versão da Base da Educação Infantil e Ensino Fundamental. O documento passou por mais uma rodada de discussões e ajustes e uma nova versão foi aprovada pelo CNE e homologada pelo Ministro da Educação em dezembro de 2017.
O documento relativo ao Ensino Médio, por sua vez, foi divulgado pelo MEC no dia 03/04/2018 e atualmente está sendo debatida pelo Conselho Nacional de Educação.

Competências do século XXI na BNCC

Conforme foi dito pela ex-Secretária Executiva do MEC, Maria Helena Guimarães, em apresentação no dia 06/04/2017, a BNCC tem como objetivo garantir a formação integral dos indivíduos por meio de desenvolvimento das chamadas competências do século XXI.
“As competências do século XXI dizem respeito a formar cidadãos mais críticos, com capacidade de aprender a aprender, de resolver problemas, de ter autonomia para a tomada de decisões, cidadãos que sejam capazes de trabalhar em equiperespeitar o outro, o pluralismo de ideias, que tenham a capacidade de argumentar e defender seu ponto de vista. (...) A sociedade contemporânea impõe um novo olhar a questões centrais da educação, em especial: o que aprender, para que aprender, como ensinar e como avaliar o aprendizado.” Maria Helena Guimarães, ex-Secretária Executiva do Ministério da Educação.
Sendo assim, as competências do século XXI preveem a formação de cidadãos críticos, criativos, participativos e responsáveis, capazes de se comunicar, lidar com as próprias emoções e propor soluções para problemas e desafios. Essas competências guiaram a elaboração da BNCC e implicam em uma desvinculação da escola do passado, que valoriza a memorização de conteúdos.

Como ficam as diferenças regionais do ensino na BNCC?

Após a aprovação da versão final da Base Nacional Comum Curricular, a Secretaria de Educação de cada estado e município poderá incluir em seus currículos conteúdos específicos (como a História e a Geografia da região ou as tradições específicas dos povos indígenas daquele estado, por exemplo), configurando a chamada base diferencial.
Isso está de acordo com uma estratégia do Plano Nacional de Educação, que visa a “desenvolver tecnologias pedagógicas que combinem, de maneira articulada, a organização do tempo e das atividades didáticas entre a escola e o ambiente comunitário, considerando as especificidades da educação especial, das escolas do campo e das comunidades indígenas e quilombolas.
Dessa forma, a Base Nacional Comum Curricular pretende unificar conteúdos básicos, que devem ser ensinados em todo o país e que correspondem ao currículo mínimo obrigatório de todas as escolas. Ao mesmo tempo, pretende que os ensinamentos tradicionais e regionais continuem sendo passados aos alunos, correspondendo à parte diversificada do currículo escolar.
Portanto, as escolas poderão acrescentar ao seu Projeto Político Pedagógico (PPP) o que for característico de cada comunidade, sem deixar de lado os direitos dos alunos previstos na BNCC.

As competências gerais da BNCC

A nova versão da Base prevê que os estudantes devem, ao longo da educação básica, desenvolver competências cognitivas e socioemocionais para sua formação. São 10 as competências gerais determinadas pela BNCC e consideradas fundamentais para os estudantes:
1) Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
2) Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
“Nós entramos na escola, aos seis anos, com 98% de índice criativo saímos da faculdade, aos 23 ou 24 anos, com apenas 2%.” - Luís Rasquilha, especialista em futuro.
3) Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
4) Utilizar diferentes linguagens - verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital -, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5) Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
6) Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
7) Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8) Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9) Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
10) Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos,democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Essas competências serviram de referência para estruturação de toda a Base, desde a Educação Infantil até o fim do Ensino Médio.

BNCC para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental

terceira versão da BNCC para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental foi divulgada no dia 06/04/2017 em apresentação realizada em Brasília. Essa versão foi discutida em audiências públicas realizadas em todas as regiões do país, que resultaram em 619 colaborações enviadas ao Conselho Nacional de Educação (CNE). A versão final foi aprovada e homologada em dezembro de 2017.
A Educação Infantil é organizada por campos de experiências e se baseia em seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento:
1) conviver;
2) brincar;
3) participar;
4) explorar;
5) expressar;
6) conhecer-se.
 e em cinco campos de experiências:
1) o eu, o outro e o nós;
2) corpo, gestos e movimento;
3) traços, sons, cores e formas;
4) escuta, fala, pensamento e imaginação;
5) espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
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O Ensino Fundamental, por sua vez, parte de cinco áreas do conhecimento definidas pela LDB:
1) Linguagens (Língua Portuguesa, Artes, Educação Física e Língua Inglesa);
2) Matemática;
3) Ciências da Natureza (Ciências);
4) Ciências Humanas (Geografia e História);
5) Ensino Religioso.
definindo unidades temáticas e habilidades que devem ser aprendidas em cada ano, observando-se a progressão dos alunos.
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BNCC para o Ensino Médio

O documento referente à BNCC para o Ensino Médio foi divulgado no dia 03/04/2018, quando foi entregue pelo Ministério da Educação para o CNE. Desde então, a sociedade participou com sugestões e críticas até a formulação da versão final.
No dia 4 de dezembro de 2018 foi aprovada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) a Base Nacional Comum Curricular referente ao Ensino Médio. Agora, o documento segue para o Ministério da Educação para homologação.
O principal desafio da implementação da BNCC para o Ensino Médio se relaciona à qualidade e equidade do ensino, o que é muito importante até mesmo para a realização justa e igualitária do Exame Nacional do Ensino Médio.
Em relação à construção dos novos currículos, será necessário pensar na organização e equilíbrio da parte comum a todas as séries com os itinerários formativos, propostos pela Reforma do Ensino Médio.
FONTE: