quinta-feira, 23 de agosto de 2018

5 METOLOGIAS DE ENSINO QUE VOCÊ DEVERIA CONHECER

Praticamente todas as pessoas conhecem de perto as metodologias de ensino tradicionais. É provável que você esteja acostumado a provas, testes e notas numéricas. A divisão de conteúdos em várias disciplinas e a separação de alunos por séries, por exemplo, também podem te parecer muito naturais.
Entretanto, o ensino não precisa necessariamente ser assim. Há escolas que apostam em outras metodologias e desenvolvem práticas diferentes dessas às quais estamos mais acostumados.
A diversidade de métodos de ensino bastante positiva para pais e responsáveis, pois estes podem escolher uma instituição de ensino mais compatível com seus ideais e mais adequada ao perfil de seus filhos.
Algumas dessas metodologias já são bastante conhecidas e postas em prática por várias instituições. Porém, outros métodos de ensino menos divulgados também apresentam propostas interessantes. Nesse artigo explicamos 5 metodologias educacionais que você precisa conhecer. Confira!

Metodologia de ensino Construtivista

Adotado por um bom número de escolas brasileiras, o construtivismo é uma corrente baseada na obra do biólogo e pensador suíço Jean Piaget. que propôs que o conhecimento é adquirido através da interação da criança com o ambiente em que ela vive.
O construtivismo assume que o aluno é a peça central na aprendizagem. Por essa razão,  ele deve ser estimulado a conquistar independência, resolver problemas e elaborar hipóteses e perguntas.
Nesse método o professor passa a ser um mediador para auxiliar os alunos na absorção de novos conteúdos e criar condições para que o estudante vivencie situações e atividades enriquecedoras.
Considerando que no modelo construtivista o aluno participa ativamente de seu aprendizado, trabalhar em salas de aula com menos alunos é muito positivo. Em turmas menores o professor pode acompanhar de perto os alunos, entendendo as necessidades de cada um deles.
No construtivismo as avaliações são diagnósticas, ou seja, são instrumentos para que o professor entenda os desafios e desenvolva ações para melhorar o aproveitamento dos alunos nas disciplinas. A  sala de aula também é organizada em círculo, pois esse posicionamento igualitário favorece a interação entre os alunos.
Uma linha do construtivismo é o sócio-interacionismo, pedagogia baseada nos conceitos do psicólogo bielorrusso Lev Semenovitch Vygotsky, que considera que a aprendizagem se dá a partir da interação do sujeito e a sociedade ao seu redor. Ou seja: o homem modifica o ambiente e o ambiente modifica o homem. No contexto da educação, o professor assume o papel de mediador para estimular avanços que não ocorreriam espontaneamente.

Metodologia de ensino Montessori

Criado pela educadora italiana Maria Montessori na passagem do século XIX para o século XX, o método Montessori tem como pilares a valorização da autonomia do aluno dentro da escola e o respeito pelo tempo de desenvolvimento de cada criança ou jovem.
Em escolas montessoriana, os materiais didáticos ficam à disposição dos alunos, que podem escolher trabalhar temas que os interessem mais. Além disso, os estudantes também escolhem em que local desejam realizar suas atividades e por quanto tempo desejam se dedicar ao mesmo trabalho.
No método Montessori, o papel do professor é guiar e observar os estudantes, entendendo as necessidades deles e se disponibilizando para auxiliá-los, sem impor um ritmo e interferindo apenas o necessário.
Outra particularidade deste método é que as classes não são divididas da maneira convencional. As turmas são compostas por alunos de diferentes idades para que estes possam trocar experiências e ajudar uns aos outros.
A corrente montessoriana também defende que educar significa muito mais que ensinar conteúdos prontos. Para os adeptos dessa pedagogia, a educação vai desde o desenvolvimento da segurança e da criatividade do aluno até o amadurecimento social, emocional e intelectual dele. Por isso, até mesmo objetos da vida cotidiana devem ser inseridos no ambiente escolar com fins pedagógicos.

Metodologia de ensino Waldorf

Adotada por mais de 1200 escolas pelo mundo, a pedagogia Waldorf é uma abordagem desenvolvida em 1919 pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner. Segundo ele, a educação deve permitir o desenvolvimento harmônico do aluno, estimulando nele a clareza do raciocínio, equilíbrio emocional e a proatividade. O ensino deve, portanto, contemplar aspectos físicos, emocionais e intelectuais do estudante.
Por essas razões, a pedagogia Waldorf dá muito valor ao contato com a natureza, à prática de atividades físicas, à realização de trabalhos manuais (como o tricô, por exemplo)  e ao desenvolvimento das habilidades artísticas dos estudantes.
contação de histórias, as brincadeiras com bonecos e o uso de imagens no ensino também são recursos muito empregados pelas escolas Waldorf, já que estimulam a imaginação e a memória das crianças, evitando o estímulo excessivo ao pensamento abstrato.
O método Waldorf  prevê que o currículo escolar deve ser individualizado para levar em conta apenas as necessidades de aprendizado do aluno em cada fase da sua vida. Cada classe tem um tutor responsável por todas as atividades, que acompanha a mesma turma durante sete anos. Já no período correspondente ao Ensino Médio, as classes ganham professores especialistas, mas continuam com um tutor.
Nesse modelo o ensino é dividido em ciclos de sete anos e não há repetência, para que as etapas de aprendizagem possam estar de acordo com o ritmo biológico próprio de cada idade. Além disso, não há provas, as avaliações são baseadas nas atividades do dia-a-dia e resultam em boletins descritivos sobre o comportamento, a maturidade e o aproveitamento do aluno.

Metodologia de ensino Pikler

Focada na Educação Infantil, a abordagem desenvolvida pela médica húngara Emmi Pikler prevê o desenvolvimento da criança em seu próprio ritmo, sem ser apressada pelos pais ou educadores. Desse modo, a técnica pode ser utilizada no ambiente doméstico e também no âmbito escolar.
A abordagem Pikler prega que não se deve forçar a criança a situações nas quais ela não consegue se colocar sozinha, Assim, segundo essa abordagem, não se deve pôr de pé o bebê que ainda não sabe andar ou pressionar a criança para que ela deixe de usar fraldas, por exemplo.
Segundo Pikler, ao colocar bebês e crianças em situações forçadas, acaba-se por gerar insegurança neles e compromete-se o desenvolvimento saudável. A construção da autonomia por meio do brincar livre também é um dos principais pontos dessa abordagem, que defende que os brinquedos devem ser deixados à disposição da criança e que deve-se intervir o mínimo possível nas atividades delas.
Os momentos de cuidados com o bebê (troca de fraldas, banho e  alimentação, por exemplo) também devem ser aproveitados para conversar com a criança e explicar a ela o que está sendo feito. Assim, ela começa ter uma consciência sobre si própria e aprende a lidar com isso de maneira natural.

Metodologia de ensino Freiriana

Desenvolvida inicialmente para a alfabetização, a metodologia do pedagogo brasileiro Paulo Freire foi testada pela primeira vez no Rio Grande do Norte em 1963. Seu princípio básico é a “pedagogia libertadora”, ou seja, a ideia de que cada indivíduo é agente da própria libertação à medida em  que adquire conhecimento.
Por isso, as escolas que adotam a pedagogia criada por Paulo Freire tem como objetivo educar respeitando as condições socioculturais dos alunos e desenvolver neles um senso crítico.  Para Freire, o grande objetivo da educação é formar um cidadão livre, capaz de fazer questionamentos e agir para transformar o mundo.
Ao contrário da escola tradicional, em que o professor deposita seu conhecimento sobre a classe, o papel do professor nessa metodologia é escutar todos os alunos para entender a realidade em que eles vivem e ajudá-los a criar confiança para produzir o conhecimento.. O método freiriano costuma não prever provas para os estudantes, mas em algumas escolas isso pode acontecer.