quinta-feira, 19 de novembro de 2015

GESTÃO DE SALA DE AULA

Gestão da sala de aula: você seguro em classe

O sucesso da aula depende da interação entre todos, além de sua capacidade de se antecipar e se preparar para imprevistos. Veja como se sair bem em 20 situações difíceis


Como você se sente na hora em que abre a porta da sala e entra para dar sua aula? Confiante ou apreensivo? Quem leciona sabe que a tensão vem quando não se está bem preparado. O planejamento é um pré-requisito para o seu trabalho - não há dúvida. Mas, na hora de colocá-lo em prática, o que fazer se um aluno não entende o que você pediu? E se faltou tempo para terminar a tarefa? Pior: se as crianças começam a brigar? Nem os educadores experientes estão livres de momentos como esses. "Ter uma boa gestão da sala de aula ajuda a contornar problemas desse tipo. O professor tem de dar conta do previsto, lidar com o inesperado e administrar a rotina para que todos aprendam", diz Rosaura Soligo, coordenadora de projetos do Instituto Abaporu de Educação e Cultura, em Salvador.

No livro Ensinar: Agir na Urgência, Decidir na Incerteza (208 págs., Ed. Artmed, tel. 0800-703-3444, 60 reais), Philippe Perrenoud diz que as particularidades da sala de aula fazem com que o professor enfrente uma série de impasses sobre como atuar e precise manter o equilíbrio entre fazer o planejado e não reprimir os alunos. "Esses dilemas não conseguem ser totalmente superados pela experiência nem pela formação. No entanto, a consciência de que eles ocorrem ajuda a conviver com a complexidade." O sucesso do ensino depende de vários fatores, como a interação entre as crianças e a relação delas com você e com o objeto de conhecimento. Para planejar levando em conta a personalidade e o nível de aprendizado de cada um, é preciso observar, fazer diagnósticos e analisar a produção deles com frequência.

"Toda semana, troco impressões e sugestões de atividades com os colegas que são ou já foram professores da minha turma e com os gestores", conta Carla Jandrey, professora de Matemática, Física e Química do 9º ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental Sagrada Família, em Santa Cruz do Sul, a 150 quilômetros de Porto Alegre. Informações valiosas como as levantadas por Carla servem de base para pensar nos objetivos de aprendizagem e eleger projetos e atividades desafiadores para todos.
Outra vantagem de conhecer bem a turma é conseguir antecipar situações que podem surgir durante a aula. Assim, você já leva na manga algumas intervenções alternativas para elas. "Além de escolher e preparar os recursos necessários, calcular o tempo do trabalho e saber como organizar a sala, o professor precisa prever como as crianças reagirão diante do que vai apresentar. Dessa forma, ele garante um preparo mínimo para resolver possíveis problemas", diz Andréa Patapoff Dal Coleto, docente do Programa de Educação Infantil e Ensino Fundamental (Proepre) da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Tem coisas que acontecem em toda sala, como um aluno ser bem mais rápido do que os colegas. Outras dependem de cada criança e atividade e pedem intervenções individuais. Por isso, passo nas mesas para atender todos", diz Valéria Aparecida Dutoit, professora do 3º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Comandante Gastão Moutinho, na capital paulista.

Às vezes, no entanto, não tem jeito. Mesmo quem faz um planejamento cuidadoso pode ser pego de surpresa. Para se sair bem dessas circunstâncias, a experiência conta muito. "Fazer registros e analisar a prática permitem saber o que deu certo e o que não foi bom e pensar nos motivos que levaram àquele resultado", diz Celso dos Santos Vasconcellos, diretor do Libertad - Centro de Pesquisa, Formação e Assessoria Pedagógica, em São Paulo. Essa prática faz parte da rotina de Marci de Flório Almeida, professora de Educação Infantil da Escola Municipal Educadora Yolanda Conti Bertoni, em Guaxupé, a 478 quilômetros de Belo Horizonte. "Anoto diariamente observações da aula, faço um relatório reflexivo semanal e mostro para a coordenadora pedagógica. Depois, conversamos sobre como aprimorar minha prática." 

FONTE: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/gestao-sala-aula-voce-seguro-classe-713785.shtml



DICAS IMPORTANTES PARA A GESTÃO DE SALA DE AULA
Inicio das Aulas
1.    Se possível chegue à sala antes do início da aula. Coloque o objetivo da aula no quadro, organize os recursos de ensino ou tecnologia que irá utilizar.
2.    Cumprimente os alunos na porta.
3.    Quando todos estiverem na sala, tente estabelecer um contato visual com todos e garantir o silêncio antes de “começar a aula”.
4.    Verifique o layout da sala de aula. O layout afeta as formas dos alunos interagirem. Fileiras de carteiras viradas para a frente da sala tendem a implicar um modelo de ensino centrado no professor e a interação principal ocorre entre alunos e professor.
5.    Os alunos devem ouvir as orientações/saudações iniciais do professor para que a aula seja bem encaminhada.
6.    Esta é também uma oportunidade de se estabelecer o CPC – Compromisso Pedagógico Compartilhado: rotinas, regras e orientações de sala de aula frente ao desenvolvimento da disciplina, para a movimentação em sala de aula, para a maneira de entrar e sair da sala de aula, para os momentos de perguntas e respostas orais (o arquivo do CPC está disponível para download, clique aqui).
7.    A chamada pode ser feita nesse momento, ajudando a estabelecer o controle da turma.

Desenvolvimento da aula 

8.    Seja claro quanto aos objetivos da aula.
9.    As aulas devem ser contextualizadas: o que foi feito no semestre passado? aula passada?  Ou: o que se fará nessa aula? onde isso levará o grupo e porque é importante nesta disciplina específica?
10.    Tente aprender e se dirigir aos alunos pelo nome. A gestão da sala de aula se torna mais fácil em vez de apresentar comentários vagos ao grupo de alunos. Podem ser realizadas dinâmicas de apresentação.
11.    Seja claro e conciso quando der instruções para atividades que você espera que os alunos realizem.
12.    O ritmo da aula deve ser rápido e marcado por um propósito definido.
13.    Ande pela sala para localizar os problemas potenciais. Ofereça ajuda se vir problemas ocorrendo, caminhe em direção a locais problemáticos.
14.    O desempenho esperado deve ser reforçado por elogios.
15.    Quando desejar mudar uma atividade, seja claro quanto ao modo como pretende que os alunos realizem a nova atividade e quanto tempo ela levará.
16.    É quase sempre melhor dar um “exemplo” para toda a sala a fim de verificar se todos entendem o que tem que fazer.
17.    Quando achar que o tempo que deu aos alunos para um exercício/tarefa esgotou, pense se um pouco mais de tempo ainda é necessário para que toda a sala consiga concluir.
18.    Seja flexível, mas pense se seus limites de tempo precisam ser alterados em atividades similares em planos de aula futuros.
19.    Use sua voz para ajudar a manter o controle e gestão da sala. Use toda a capacidade de sua voz para tornar interessante aquilo  que você diz e motivar os alunos a ouvir, varie o tom, o volume, a altura, a inflexão e o ritmo da fala para conferir-lhe interesse.

Conclusão da aula
20.    A aula deve ter um encerramento completo e tangível, da mesma forma que tem um início definido. O encerramento de uma aula provavelmente definirá as opiniões dos alunos com relação a suas experiências de aprendizagem com a sua disciplina. Informe-os daquilo que encontrarão na próxima aula.

FONTE: http://www.doctum.edu.br:8080/portal/newsletter-docentes/dicas-importantes-para-a-gestao-da-sala-de-aula/