terça-feira, 16 de outubro de 2018

10 DICAS PARA PREVENIR A VIOLÊNCIA NA ESCOLA

Prover aos alunos um ambiente escolar seguro é essencial para que eles alcancem o sucesso social e acadêmico. Afinal, segurança é uma condição básica para o aprendizado, e a falta dela se reflete diretamente no desempenho escolar de crianças e jovens.
Mas não faltam exemplos de atitudes e comportamentos violentos em escolas do mundo inteiro: brigas entre alunos que podem envolver professores e funcionários, vandalismo e destruição do patrimônio escolar, bullying, agressões verbais e físicas e até consumo de drogas.
Casos envolvendo esse tipo de acontecimento ganham a mídia e representam grandes desafios para o corpo docente. Ainda que esse assunto seja do interesse dos pais e da sociedade em geral, normalmente a instituição se torna a principal responsável, tanto pela prevenção quanto pelo combate à violência na escola.
Embora se trate de um problema grave, o que se verifica em grande parte das instituições escolares (especialmente no território brasileiro) é o despreparo de alguns professores e funcionários para lidar com situações potencialmente violentas. Outro ponto importante é a falta de uma cultura voltada para a prevenção, destinada a manter o ambiente pacífico e livre de conflitos graves.
Há vários elementos que devemos considerar para estabelecer uma atmosfera na qual tanto estudantes quanto pais sintam-se protegidos. Através de procedimentos simples, é possível evitar a violência escolar e transformar a realidade dos alunos dentro e fora das salas de aula. Listamos abaixo 10 dicas para aumentar a segurança em sua instituição:

1. Forme um comitê de segurança

Escolas seguras trabalham com planejamento e organização. A melhor forma de cultivar uma atmosfera de prevenção e combate à violência é envolver a comunidade em projetos de longa duração voltados para a promoção da segurança no ambiente escolar.
Portanto, o primeiro passo para prevenir a violência na escola é organizar um comitê de segurança, composto por funcionários, pais e alunos interessados.
Esse grupo deverá identificar as necessidades de segurança de sua escola, por meio da observação contínua, do registro detalhado de situações de conflito e dos relatos voluntários de professores, funcionários e alunos.
Com base nesse levantamento, o comitê deverá criar estratégias diversas de combate à violência fazendo uso de recursos diversificados, como:
  • campanhas;
  • palestras;
  • atividades preventivas;
  • jogos colaborativos;
  • vivências entre os alunos;
  • rodas de conversa;
  • ações educativas.

2. Faça um projeto preventivo contra bullying

O bullying é um dos aspectos mais comuns — e mais preocupantes — no que se refere à violência na escola. As agressões verbais, físicas ou virtuais entre alunos têm caráter nocivo e causam danos irreversíveis à autoestima e autoconfiança dos estudantes, se refletindo em sua personalidade e em seu desempenho acadêmico.
A cada ano ou semestre, crie um programa de prevenção ao bullying. Esse programa deve incluir atividades em sala de aula envolvendo os alunos, bem como treinamentos para que funcionários e pais saibam identificar o problema e intervir quando for necessário.
As medidas preventivas devem envolver todo o ambiente escolar (como confecção de cartazes e supervisão intensa nos momentos de intervalo, por exemplo).

3. Previna-se contra a violência

Embora seja essencial reagir de forma assertiva em situações de violência na escola, nada melhor do que a prevenção para tornar o ambiente escolar mais acolhedor e seguro para todos. Com base na vivência e experiência profissional dos funcionários e professores, identifique quais os tipos mais comuns de violência escolar.
Uma boa forma de aprofundar-se nessa questão é descobrir se existem gatilhos para essas situações de violência — conversas e debates com os alunos podem ajudar muito nesse aspecto.
Com base nesse levantamento, estabeleça ações que você poderia ou deveria usar nessas situações hipotéticas. Dessa forma, caso essas atitudes agressivas realmente aconteçam, você já terá de antemão um modus operandi.

4. Aja imediatamente

Um dos maiores erros que podemos cometer em se tratando do combate à violência na escola é minimizar a importância de certos acontecimentos precursores de atitudes violentas. Pequenas brigas entre alunos, discussões, indícios sutis de bullying e queixas de professores e funcionários devem ser investigados, antes que saiam de controle.
Caso sejam verificados problemas de violência em sua instituição, não demore para tomar as providências necessárias. Identifique o problema, analise-o, discuta sobre qual procedimento adotar e implemente a ação necessária imediatamente.

5. Identifique os possíveis alvos de bullying

bullying é uma das formas mais comuns de violência na escola. Teoricamente, qualquer pessoa pode ser uma vítima, mas na prática alguns alunos tendem a sofrer mais bullying do que outros.
Crianças e adolescentes com baixa autoestima, introvertidos ou que possuem particularidades físicas costumam ser alvo fácil para agressões físicas e verbais praticadas por um ou mais colegas.
Esteja atento ao ambiente escolar, a fim de identificar possíveis alvos. Peça aos professores para informarem sobre mudanças extremas de comportamento entre os alunos. Estudantes que sofrem bullying podem apresentar queda no rendimento escolar, isolamento social e alterações visíveis na personalidade.

6. Estimule os alunos a praticar atividades extras

O ócio não é necessariamente um fator associado ao aumento da violência na escola, mas o excesso de tempo livre pode levar a situações de alerta e facilitar o comportamento violento entre os estudantes.
Porém, existem alternativas práticas e viáveis para contornar esse problema e promover o desenvolvimento saudável dos alunos nos momentos de intervalo e após as aulas.
Considere oferecer atividades extracurriculares nos períodos livres e incentive a participação de todo o corpo escolar. Algumas opções que não exigem altos investimentos e podem ter um retorno positivo são:

Prática de esportes

  • corrida/atletismo;
  • futebol;
  • vôlei;
  • basquete;
  • judô;
  • capoeira.

Jogos de tabuleiro

  • damas;
  • xadrez.

Trabalhos manuais

  • crochê;
  • tricô;
  • bordado;
  • pintura.

Aulas extras

  • culinária;
  • idiomas (inglês, espanhol);
  • música;
  • yoga / meditação;
  • teatro;
  • reforço escolar.

Atividades educativas

A prática de atividades extracurriculares faz com que os estudantes ocupem-se de forma saudável, o que pode ajudar a evitar a violência no ambiente escolar.

7. Estabeleça discussões sobre a fama

Em muitos casos, a mídia pode ter uma grande parcela de responsabilidade no que se refere à violência dentro e fora do ambiente escolar.
A valorização de ídolos e personalidades conhecidos por comportamentos inadequados e violentos, por exemplo, pode influenciar negativamente a percepção de crianças e jovens que estão em pleno processo de formação.
É importante que os alunos compreendam que há tipos diferentes de fama e que muitos deles não são positivos. Incentive o debate saudável a respeito do assunto e, por meio de trabalhos e atividades dentro e fora da sala de aula, apresente os perigos dos maus exemplos e os benefícios dos bons.

8. Identifique sinais de alerta

Ameaças, situações de intimidação, humilhação e exclusão do grupo social não deixam marcas visíveis como as agressões físicas, mas nem por isso são menos importantes. Porém, identificar esse problema pode ser um desafio para os educadores.
Ainda que essas atitudes não resultem em hematomas, alunos que estão causando ou sofrendo atitudes de violência ou bullying geralmente dão sinais de alerta. Alguns destes sinais são:
  • perda de interesse repentina;
  • obsessão por jogos violentos;
  • depressão e isolamento social;
  • queda na participação em atividades acadêmicas;
  • redações que demonstrem sentimentos de desespero ou desolação;
  • dificuldade em controlar a raiva;
  • violência contra animais;
  • conversa sobre morte ou instrumentos violentos.
Oriente os educadores para que estejam atentos a esses sinais, a fim de tomar medidas de precaução ou intervir imediatamente quando for necessário.

9. Seja uma presença visível

Um dos maiores erros de diretores e coordenadores escolares ao lidar com a violência na escola é acreditar que todas as providências necessárias podem ser tomadas no conforto de suas salas. A verdade é que uma das atitudes mais importantes que um educador deve ter é manter-se presente.
Ande por sua escola e torne-se uma presença conhecida e constante. Interaja com os alunos, a fim de conhecê-los e de que eles não temam procurá-lo quando necessitarem de você. Receba bem os pais dos estudantes nas reuniões escolares e visite as salas de aula de sua instituição.
O simples hábito de envolver-se com os alunos e demonstrar na prática a importância do respeito pode ser o que faltava para prevenir a violência e estabelecer a segurança no ambiente escolar.

10. Incentive pais e professores ao elogio

Muitas vezes prevenir a violência pode ser mais simples do que se imagina. Ainda que pareça clichê, amor, cuidado, elogio e palavras de apoio são os melhores remédios contra a violência. Crianças e adolescentes que se sentem amados e valorizados são menos passíveis de agir de modo violento.
Para incentivar essa atitude entre professores, educadores e até mesmo entre os alunos, promova a prática da empatia: se colocar no lugar do outro é o primeiro passo para evitar conflitos e conquistar um ambiente seguro e pacífico, favorável ao aprendizado e ao convívio social.
Embora muito se discuta sobre o papel da escola no combate à violência, a parceria entre educadores, família e sociedade é essencial pra prevenir e resolver conflitos dentro e fora das salas de aula e incutir em seus alunos, crianças e adolescentes, valores como respeito, solidariedade, tolerância, ética, justiça e amizade.
É preciso lembrar-se de que os estudantes são cidadãos em formação e as lições aprendidas na escola devem prepará-los não apenas para o vestibular e para a vida acadêmica, mas para ocupar seu papel na sociedade de forma positiva e saudável.
Promover a segurança na escola e combater a violência é uma das maiores responsabilidades do corpo docente e ainda há muito a se fazer nesse aspecto. Envolver pais, professores e os próprios alunos é fundamental para obter bons resultados e se tornar referência na formação de cidadãos conscientes.
FONTE:
EscolaWeb