quarta-feira, 31 de outubro de 2018

COMO TRABALHAR A EDUCAÇÃO ESPECIAL EM SALA DE AULA

Olá, leitor!
Cada vez mais a mídia dá destaque para a necessidade de inclusão de pessoas especiais em nossa sociedade, entretanto, sabemos que esse processo de inclusão não deve acontecer apenas em ruas, teatros e cinemas, mas sim no dia a dia, na convivência com aquele que precisa ser incluso, e não tem ambiente melhor para que esse processo ocorra do que dentro de sala de aula.
É em sala de aula que as crianças em fase de aprendizagem, aprendem a lidar, respeitar e viver de forma pacífica com outras crianças que possuem necessidades especiais. Vale ressaltar, que a compreensão das necessidades especiais ainda está muito limitada a algum tipo de deficiência física e algumas doenças neurológicas.
“Alunos com necessidades especiais também são aqueles que apresentam algum tipo de dificuldade de aprendizado devido a: TDAH, problemas de dicção, bloqueio e rejeição ao aprendizado de uma língua estrangeira (filtro afetivo) e/ou transtornos comportamentais. Alunos superdotados também são considerados alunos com necessidades especiais.”
Mas e o professor? Como ele precisa trabalhar a educação especial em sala de aula sem prejudicar os diferentes tipos de alunos?
O professor de educação especial, além de ser responsável por suas atividades já rotineiras como preparação de plano de aula, elaboração de atividades e provas, ainda precisa analisar cada um dos casos de seus alunos e observar quais as competências e limitações dos alunos em sala de aula. Essa é uma das maneiras mais eficientes de trabalhar a educação especial.
Por outro lado, é importante deixar claro, que o professor não é responsável por fazer um diagnósticos de seus alunos para determinar se ele tem ou não alguma necessidade especial, essa é função dos pais. O professor tem a função de identificar a melhor forma para facilitar o processo de aprendizagem desse aluno. Isso sim é trabalhar a educação especial.

Como trabalhar a educação especial em sala de aula?


Sempre manter a calma

Por mais que em alguns momentos, possa ser difícil, é fundamental que o professor mantenha a calma em sala de aula, pois, todas as vezes que ele se exalta os alunos tendem a se comportar mal, e o controle que esse professor tinha sobre a turma, pode ser prejudicado.
Além disso, há casos de pessoas com necessidades especiais que em momentos de estresse, ficam agressivas e isso pode gerar uma situação desagradável.

O professor de educação especial precisa ter múltiplas funções

Exatamente devido as possíveis crises de agressividade de alguns alunos especiais (lembrando que isso não é uma regra, é um exemplo), entre outros problemas, o professor de educação especial precisa assumir diversas funções, ou seja, ora ele é professor, ora ele é um orientador dos pais, ora ele é psicólogo que precisa acalmar os ânimos.
Trabalhar a educação especial vai muito além de dar aula, é ser uma pessoa capaz de lidar com todos os tipos de situações de forma tranquila e ao mesmo tempo racional.

O professor de educação especial precisa ser flexível

Devido as inúmeras dificuldades que seus alunos possam apresentar, o professor precisa ser flexível, ou seja, ele tem que se adaptar e adaptar a sua didática para que todos os alunos possam compreender e aprender o conteúdo dado em sala de aula.
Isso talvez seja o que mais estimule um professor de educação especial a continuar dando aulas, é ele saber que as aulas nunca serão as mesmas, é saber que cada aluno entende de um jeito e ter que estudar uma forma de fazer com que todos entendam o conteúdo.
Você já pensou que essas formas diferentes de passar um conteúdo novo, fazem com que os demais alunos fixem mais o conteúdo da aula, já que ele verá a explicação da matéria mais de uma vez e de maneiras diferentes?

Planeje aulas divertidas

Quando você for planejar suas aulas e principalmente quando for aplicar essas aulas, tente fazer de uma forma divertida e descontraída, assim, além de você conseguir chamar a atenção de todas as crianças para você, ainda vai conseguir tornar a aula mais ativa e menos maçante.
Uma aula mais divertida estimula o aluno a querer aprender mais sobre determinado conteúdo, principalmente, aqueles considerados mais complexos por alguns alunos, sejam eles com ou sem necessidades especiais.

Trabalhar o respeito em sala de aula

Esse talvez seja um dos maiores desafios dos professores de educação especial, isso porque, há muito alunos que chegam na escola com aquela ideia de preconceito em sua mente, e trabalhar o respeito aos alunos com necessidades especiais, fica mais difícil.
Sabemos que a responsabilidade do professor não é educar e sim ensinar, mas a nossa realidade é outra, é exatamente nesses momentos que o professor se torna um educador, literalmente.
No momento em que o professor ensina os alunos a tratar os alunos da educação especial com respeito e educação, é nesse momento que se cria a igualdade.

O debate da inclusão deve acontecer dentro da escola

Muitas escolas fazem a matrícula de alunos com necessidades especiais e deixam a responsabilidade apenas para o professor, sem se preocuparem com o desempenho desse aluno durante o ano letivo, e essa é uma grande falha da instituição.
Trabalhar a educação especial em sala de aula, significa que toda a equipe da instituição de ensino, deve estar atenta àquele aluno em especial, e sempre que houver algum problema, todos possam sentar e discutir qual a melhor alternativa para lidar com aquela situação.
Dessa forma, o professor consegue lidar com esse aluno de forma mais eficiente, a escola fica sabendo o que está acontecendo com seus alunos e os pais ficam mais tranquilos em saber que seus filhos estão sendo bem tratados.

Foque nas competências e não nas limitações de seus alunos

Muitas pessoas sempre observam a pessoa com necessidades especiais a partir de suas limitações, mas o que você professor, acha de observar seus alunos por meio de suas competências e trabalhar esses pontos fortes?
Muitas crianças com necessidades especiais tem uma inteligência acima da média, cabe ao professor saber para qual área esse aluno pode se destacar mais e trabalhar para que essa competência seja aprimorada. Certamente o aluno se sentirá mais empenhado a estudar e aprender, a ponto de “esquecer” suas limitações.

Desafios do professor de educação especial

Sabemos que falando dessa maneira até parece fácil ser um professor de educação especial, mas nós do Canal do Ensino, sabemos as inúmeras dificuldades que um professor de educação regular passa. Sabemos que as dificuldades que um professor de educação especial passa, são ainda maiores. Dentre as reclamações de professores, as principais são:
  • Salas de aula cheias;
  • Tempo limitado e aulas “corridas”, sem tempo suficiente para identificarmos problemas e pensarmos em soluções para lidar com o aluno e, às vezes, com a família do mesmo;
  • Achar estratégias para incluir e envolver essas crianças;
  • Descobrir seus pontos fortes e fracos, múltiplas inteligências, etc;
  • Instituições de ensino oferecendo opções a estes alunos;
  • Trabalhar com “testes prontos”, que não estão adaptados para estes alunos;
  • Prover condições de trabalho que permitam acomodação às necessidades do aluno;
  • Trabalhar com as expectativas de forma diferente, encontrando uma forma de envolver este aluno, mas ainda continuando nosso trabalho com os outros alunos;
  • Trabalhar com estes alunos em níveis mais avançados (aulas de idiomas);
  • Falta de compreensão de turmas que reclamam da “lentidão” de uma aula que favoreça um aluno com necessidades especiais;
  • Grande esforço para integrar o aluno à turma e à aula, seguido de avaliação que trata a todos como iguais;
  • Baixa autoestima destes alunos com necessidades especiais;
  • Livros excessivamente calcados no paradigma visual.
Apesar dessas dificuldades, sabemos que o professor se empenha ao máximo, e que esse profissional pouco valorizado, mas muito dedicado é a base para o futuro do nosso país, e ao desenvolver o trabalho de inclusão de alunos com necessidades especiais dentro da sala de aula, esse professor está tornando o nosso país mais inclusivo e com mais respeito a todos.
O que você acha da inclusão em sala de aula? Qual a melhor forma de trabalhar a educação especial na sua opinião? Você tem alguma experiência com pessoas especiais?
Até mais!