ATENÇÃO,

ATENÇÃO,

terça-feira, 19 de março de 2019

4 MOTIVOS PARA INSERIR A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NA ESCOLA

A contação de histórias para crianças é, com certeza, uma das primeiras maneiras de transmitir conhecimento e estimular a imaginação dos alunos. Por essa razão, a prática de contar histórias pode – e deve – ser usada nas escolas, principalmente no segmento da educação infantil.

A atividade colabora com a reformulação do espaço de sala de aula, incentiva a criatividade e a manifestação de diversas formas de expressão. É uma prática pedagógica que colabora para o desenvolvimento da escrita e da oralidade, além de desenvolver a percepção de representações simbólicas.

Confira os benefícios da contação de histórias para a expressão, criatividade e interação dos alunos na escola!

Contação de histórias: manutenção da cultura

A arte de contar histórias está presente na sociedade há muito tempo. A oralidade é um mecanismo antigo de propagação cultural. Por meio dela expressamos sentimentos, conhecimentos e experiências.

A contação de histórias, em seu sentido mais amplo, é  um mecanismo muito importante de manutenção de histórias e costumes.

A maneira como as histórias são contadas também colabora para seu impacto nas pessoas. A entonação da voz, por exemplo, pode definir a forma como a informação será recebida e repassada.

Na cultura africana temos os Griôs: mestres que há séculos preservam e transmitem as históriasdo seu povo e da formação de sua sociedade. 

Qual a importância da contação de histórias para a educação infantil?

Associação de vivências

Ao ouvir ou ler uma história a criança pode fazer associações das suas próprias vivências. O processo de identificação com as situações presentes nas histórias faz com que a criança desenvolva meios de lidar com suas dificuldades, sentimentos e emoções.

Esta ação é um estímulo à memória, porque resgata as experiências de cada aluno. Seja por meio da bagagem cultural ou de vida, o aluno consegue relacionar o texto com as histórias que atravessam sua família.

É o primeiro passo para que a criança encontre na leitura um espaço para relações de memórias e afetos, além das possibilidades criativas.

Incentivo à leitura

A leitura é algo enriquecedor na formação do indivíduo. Além de ampliar o vocabulário e os campos de conhecimento, a leitura é um grande exercício para a imaginação.  Ao ouvir uma história com atenção a mente humana tende a projetar no campo da imaginação o enredo da mesma. O mesmo acontece com leitura.

A convivência com a oralidade desde de muito cedo pode aguçar o desejo pela leitura. E, nesse sentido, o universo de criatividade e curiosidade é expandido.

A contação de histórias envolve o objeto suporte livro e demonstra, na prática, os caminhos infinitos que a leitura abrem à mente.

Liberdade de expressão

Engana-se quem acha que ouvir histórias é um ato de recepção. As reações que temos ao ouvir histórias contribuem, por exemplo, para trocas de visões de mundo.

A contação de histórias está sempre aberta para o compartilhamento de opiniões e vivências de cada um. E, nesse sentido, ela invoca as formas individuais de expressão e observação do mundo.

Além de conduzir a leitura, o professor pode incentivar a participação dos alunos, com a leitura interpretativa e desenvolvimento de expressões diversas. O uso de recursos dramáticos e cenográficos pode dar ainda mais liberdade para que a história esteja por toda a sala de aula e para que os alunos embarquem na narrativa.

A própria temática da história pode abrir espaço para que os alunos falem sobre temas que envolvam sua vida escolar, como o bullying. Nas turmas mais novas, a possibilidade de expressão e de interação com assuntos caros às relações humanas pode evitar problemas de convivência.

Uma dica é apostar em recursos sonoros ou visuais que possam instigar os alunos. Pequenos objetos que façam barulhos, alteração de iluminação, adereços e elementos de cenário podem colaborar com a tradução do texto escrito para sua interpretação.

Assimilação de linguagens

Como uma história pode ser contada e o que a compõe?
A contação de histórias permite , desde cedo, o contato com as diversas linguagens e formas de narrar um acontecimento.

Se as experiencias pessoais de cada criança colabora para  forma como elas percebem ou valorizam cada situação numa história, elas também colaboram com a construção do imaginário.

O mesmo acontecia nas radionovelas, na forma como as pessoas projetavam os cenários e a aparência  das personagens.

Você pode com os alunos para que percebam as diversas formas de contar e entender uma história. Aguce os sentidos e estimule a participação ativa deles na contação.

Esse processo é muito importante para a interpretação textual dos alunos. Com a expressão de um texto, podemos perceber as diversas informações guardadas nas entrelinhas e as diversas maneiras de expressá-las.

Quebrando barreiras na contação de histórias

É importante quebrar algumas barreiras na contação de histórias. Precisamos constantemente relembrar as diversidades de cada aluno e partilhar dessas vivências.

Busque a inclusão dos alunos na maneira como percebem e contam histórias!
Partilhe das experiências! Conte uma história com os olhos fechados, estimule a imaginação dos alunos e peça para que eles retratem a sensação gerada durante a história.

Fale todas as línguas! Faça atividades de contação de histórias em inglês, espanhol e em Libras! A segunda língua oficial do Brasil é muito expressiva e colabora para a inclusão linguística do aluno surdo. Chame o intérprete de Libras para apresentar uma poesia ou uma história. Você pode ver um exemplo nesse link.

A Libras é interessante para demonstrar a forma mais antiga de fala que o homem carrega: a expressão corporal. Use as potências da nossa comunicação integrando as diversas maneiras de falar: com a boca, com as mãos e com o corpo.
A ludicidade pode (e deve) ser inclusiva!

Você já utiliza a contação de histórias na sua escola? Conte nos comentários como os alunos responderam à atividade.

Post escrito por Janine Rodrigues, da Piraporando

Atualizado pela WPensar em 20 de fevereiro de 2019.

FONTE: