sábado, 2 de janeiro de 2016

A ESCOLA NÃO PODE FAZER TUDO SOZINHA

A SUPERAÇÃO DOS PROBLEMAS de nosso país não é tarefa de uma única instituição social, mas da Nação como um todo, através da definição de um projeto político, econômico e social que vise a melhoria das condições de vida da população e seu acesso aos bens socialmente produzidos, incluindo o conhecimento elaborado.

A ESCOLA NÃO PODE TUDO sozinha. Tem limites claros. Ela não existe isoladamente, mas faz parte de um sistema público que tem a responsabilidade de dar sustentabilidade para que possa cumprir sua função.

"DAR SUSTENTABILIDADE" à ação, no entanto, não que dizer tutelar a ação. A escola só pode cumprir seu papel de forma competente se tiver autonomia. Isto é, se os que nela atuam e os que dela se beneficiam puderem definir e construir seu próprio caminho pedagógico, condição fundamental para que se sintam comprometidos com ele.

MAS É PRECISO CUIDADO também para não cometer um outro equívoco. Não se pode confundir autonomia com abandono ou "vale-tudo".

É FUNDAMENTAL que o poder público estabeleça uma política educacional clara, com objetivos bem definidos, que garantam atendimento escolar de boa qualidade a toda população e, ao mesmo tempo, respeite as diversidades sócio-culturais. É preciso investir continuamente nessa política, garantindo infra-estrutura de funcionamento às escolas, condições dignas de trabalho e salário para os educadores e programas de capacitação constantes. Além disso, devem ser abertos canais de participação das escolas e da população na definição ou na reorientação dessa política.

PARA A IMPLANTAÇÃO dessas medidas, torna-se necessária uma revisão das estruturas burocrático-administrativas do sistema. , que muitas vezes inviabilizam a elaboração de projetos pelas escolas.

O DESENVOLVIMENTO DESSES PROJETOS permite uma ação pedagógica mais realista e democrática, na medida em que atende tanto às especificidades da comunidade local quanto às demandas da sociedade brasileira e do mundo de hoje.

ASSIM, É RESPONSABILIDADE de todos os segmentos sociais, adeptos de uma sociedade democrática, exigir o cumprimento pelo Estado, dos dispositivos legais referentes à educação. E é papel das comunidades locais participar nas decisões relativas aos rumos, diretrizes e organização de suas escolas, como forma de garantir uma educação de qualidade que possa ter continuidade, mesmo com as mudanças que ocorrem no quadro político.

FONTE: Coleção "Raízes e Asasa" / Vol. 1: A Escola e sua Função Social.