sábado, 2 de janeiro de 2016

A ESCOLA NÃO PODE TUDO SOZINHA, MAS ESTÁ FAZENDO TUDO O QUE PODE

A FALTA DE CLAREZA sobre os pontos de partida e de chegada da ação educativa pode gerar dispersão de esforços e ações desarticuladas da equipe escolar.

POR RAZÕES HISTÓRICAS, os educadores não se veem como sujeitos do seu trabalho, capazes de interferir nos rumos da educação que produzem. Afinal, alguém sempre decidiu por eles, cabendo-lhes apenas a execução das decisões.

NO INTERIOR DAS ESCOLAS, raramente se discute sua função social e o papel dos professores enquanto grupo e enquanto pessoas condutoras do processo pedagógico.

MAS, REFLETIR é preciso... REFLETIR SOBRE A AÇÃO e seus limites é o começo da possibilidade de mudança.

CONTINUANDO A REFLEXÃO CONJUNTA, na escola...
Sobre a escola e sua função:

# A que serve a escola em que trabalhamos?
# Quem são nossos alunos? Que experiências, vivências e conhecimentos têm?
# Que objetivos temos proposto para eles, considerando a realidade de suas condições de vida e a realidade da vida contemporânea?
Como é a comunidade a que nossa escola presta serviço: Quais seus costumes, seus valores e os problemas enfrentados?
# Como nossos alunos podem interagir com ela, com cidadãos, enquanto crianças e jovens?

SOBRE A PRÁTICA PEDAGÓGICA e sua relação com a função social da escola.

# O trabalho que desenvolvemos no dia-a-dia da sala de aula está contribuindo para formar que tipo de homem, mundo e sociedade?
# Por que, em nossas disciplina, trabalhamos as atividades e os assuntos do jeito que trabalhamos? Como pensamos que os alunos aprendem?
# Na nossa escola o aluno tem voz? Tem vez? Tem espaço para colocar suas opiniões na sala de aula? No pátio? Na diretoria? Na secretaria?
# E os pais, participam das decisões da escola? Quais? Como?

POR QUE tantas questões? Há necessidade, realmente, de nos fazermos tantas perguntas para dar aula?

MESMO SEM PERCEBER com clareza, sempre tomamos posição a favor ou contra ideias, fatos, valores. Por isso, nossa ação, queiramos ou não, é sempre política. Tomar consciência e questionar nossa posição é sair do lugar de sujeito passivo e ocupar o lugar de sujeito que escolhe, com conhecimento, também, das nossas reais possibilidades e das possíveis consequências de nossas escolhas, pois qualquer ação nossa, individual ou coletiva, sempre tem uma consequência para nós mesmos, para os outros e para a sociedade.

À PRIMEIRA VISTA pode parecer que as ações individuais não tem efeitos positivos ou negativos sobre a sociedade. No entanto, refletindo um pouco, verificamos que as ações sociais mais amplas se sustentam nas ações individuais. É através das relações entre as pessoas, no dia-a-dia, que se cristalizam ou se modificam hábitos, atitudes, valores. Daí a importância de pensar como são essas relações e o que se quer com elas.

FONTE: Coleção "Raízes e Asas" / Vol. 1: A Escola e sua Função Social.