Aferir o aprendizado dos alunos é essencial
para que os gestores da escolas possam atuar de forma mais acertiva e para que
os professores possam fazer intervenções que levem os alunos a avançarem em seu
processo de aprendizagem. Para isso, é preciso que cada escola tenha clareza de
quais são as expectativas de aprendizagem para cada ciclo.
No último artigo da série sobre o papel do
coordenador pedagógico nas escolas (veja aqui o primeiro, o segundo e o terceiro), feito com base no estudo da pesquisadora
Silvana Tamassia, que relata a experiência na formação de gestores no curso de Gestão para a Aprendizagem, realizado pela Fundação
Lemann em parceria com a Elos Educacional, vamos abordar a terceira frente de
atuação desse profissional: o acompanhamento do resultado das aprendizagens dos
alunos por meio das avaliações internas e externas.
1- Faça uma avaliação
institucional
Para acompanhar o processo e
saber se as expectativas de aprendizagem foram alcançadas uma avaliação
institucional é um ótimo recurso. Veja abaixo uma sugestão de como planejar e
executar uma avaliação institucional.
Esta organização deve ser feita
em conjunto com os professores, de modo que ela se baseie nas expectativas de
aprendizagem para determinado ano e para que se tenha um parâmetro sobre como
os alunos estão em relação à essas expectativas, independente do que o
professor já tenha trabalhado.
“A avaliação
institucional serve para que o coordenador pedagógico tenha um olhar macro
sobre a escola e elementos para que no dia das reuniões possa ter propostas
concretas para discutir com o grupo, assumindo o papel de quem orienta e apóia
o professor neste processo.”
2- Tenha um instrumento de monitoramento
Ele é importante para que se
possa acompanhar os resultados e observar de forma sintetizada o desempenho de
cada turma da escola. Esta síntese permite que se obtenha um panorama geral da
escola e que seja possível analisar os resultados para saber quais as melhores
estratégias e ações.
“Uma gestão
baseada em resultados faz com que o trabalho da equipe esteja mais focada onde
realmente deve estar – na aprendizagem dos alunos – e se baseia em situações e
condições concretas e não em “achismos” que muitas vezes acabam desviando a
equipe das reais causas dos problemas.”
Veja um pequeno exemplo
apresentado no curso Gestão para a Aprendizagem, que mostra como podemos ter
uma síntese dessas aprendizagens para o monitoramento das ações na escola:
- É possível observar por meio das cores que na linha horizontal
temos o rendimento dos alunos, permitindo perceber se eles já avançaram
com relação aos conteúdos e se precisa de maiores desafios; já nas linhas
verticais é possível verificar quais os conteúdos que precisam ser mais
aprofundados em sala de aula.
- Na comparação dos meses de março e
agosto, é possível observar que existem dois momentos diferentes da
avaliação. No primeiro, percebe-se que as habilidades relacionadas à
localização de informações implícitas no texto era uma dificuldade da
maioria dos alunos, enquanto que o segundo mostra que essa dificuldade foi
superada por boa parte deles.
“Com estas
informações em mãos fica mais fácil para o coordenador sugerir e planejar os
momentos formativos na escola, pois este mapeamento demonstra também onde o
coordenador pedagógico precisa atuar de maneira mais propositiva para trazer
elementos que possam contribuir com a formação do professor e, assim, melhor
trabalhar com estas habilidades em sala.”
3- Fique atento a indicadores externos
Neste papel de olhar macro da
escola, o coordenador também precisa estar atento aos indicadores externos,
como o Ideb e seus componentes (fluxo ou rendimento e aprendizado ou
proficiência).
“Eles não
substituem as avaliações internas, pois não indicam o que cada aluno precisa
melhorar, mas sim como está cada escola em relação às habilidades avaliadas,
comparando-a com outras em todo o Brasil, dando parâmetros para que a escola
saiba o quanto está avançando em relação a ela mesma e em relação às outras de sua
região ou do país.”
É importante o coordenador
pedagógico se apropriar destes dados, para que possa analisar os resultados de
sua escola e busque entender o que levou àquele resultado, para que junto ao
grupo procure novas estratégias que possam revertê-lo e superá-lo a cada ano.
No QEdu, os dados de Ideb, Fluxo e Aprendizado são apresentados em detalhes
para permitir ao coordenador planejar os momentos formativos na escola
com base nestas informações, instrumentalizando o professor para o uso de novas
estratégias em sala de aula.
“Só assim, com base em dados, em evidências, o
coordenador poderá fugir do papel de ‘bombeiro’, que passa a maior parte do
tempo ‘apagando incêndio’, para que possa agir na causa dos problemas,
garantindo assim a aprendizagem de seus alunos e, consequentemente, a melhoria
dos indicadores de sua escola.”
FONTE: http://blog.qedu.org.br/blog/2015/05/01/o-papel-do-coordenador-pedagogico-nas-avaliacoes-de-aprendizado/