sexta-feira, 1 de setembro de 2017

NEUROPEDAGOGIA

As primeiras observações do cérebro foram realizadas pelos gregos, quando o reconheceram como o centro das sensações humanas. Durante muitos séculos esse tão vital órgão foi observado e estudado anatomicamente.
Por volta do Século XIX foi à hipótese de Gall sobre a localização cerebral e os estudos de Broca e Wernicke, sobre as funções mais elaboradas do cérebro que nos fizeram chegar ao Século XX com conhecimentos que permitiram estabelecer uma conexão entre esse órgão e a aprendizagem, sendo hoje a base da Neuropsicologia.
Porém, para compreender o complexo humano, nenhuma Ciência basta por si só, surgindo a tão essencial e importante interdisciplinariedade com as Neurociências, ou Neurociências Cognitivas.
As Neurociências Cognitivas abordam temas relacionados à normalidade e alterações na: memória, atenção, linguagem, emoção, motivação, consciência, plasticidade cerebral, cognição entre outros.
Assim, atualmente diante dessa unificação das Ciências com disciplinas como a Física, a Fisiologia, a Matemática, entre outras, a Educação e a Psicopedagogia aproximaram-se desses estudos, trazendo-nos um novo campo de pesquisa e atuação frente às dificuldades de aprendizagem: a Neuropedagogia.
Como o objeto de estudo da Psicopedagagogia é a aprendizagem humana, é fundamental a compreensão da estrutura e funcionalidade cerebral.
A Neuropedagogia, confirma a importância do papel do professor no processo de ensino/aprendizagem. Os estudos da área, sobre a memória e o sistema límbico (hipófise, amígdala e hipotálamo), apontam à motivação como um dos fatores essenciais no aprender, uma vez que para isso é necessário armazenar os conhecimentos e as experiências na memória. E essas são formadas inicialmente no hipocampo por meio de experiências com carga emocional.
Naturalmente que não é suficiente o professor apresentar uma aula motivadora a seu aluno para que ele aprenda, existem outros processos e estratégias de ensino que aliadas favorecem o contexto, como a apresentação de conteúdos significativos, a relevância dos conhecimentos prévios desse aprendiz, a participação da vivência nas atividades e a oportunidade de rever os conceitos ensinados de maneiras diferenciadas.
Ainda temos muito a caminhar no processo educacional. A Educação Formal precisa ser revista e sair do mecanicismo, conforme Fonseca (2007)¹ é preciso “ensinar o indivíduo a aprender a aprender, a aprender a pensar, a aprender a estudar, a aprender a se comunicar, e não apenas reproduzir e memorizar informações, mas, sim, desenvolver competências de resolução de problemas”. Seguindo no mesmo pensamento, Taricano (2009)² ressalta a importância do ensino da lógica e do conhecimento de técnicas apropriadas de acordo com o funcionamento cerebral para tornar a aprendizagem mais eficaz.

Bibliografia
¹ Fonseca, V. Cognição, neuropsicologia e aprendizagem.2 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
² Taricano, I. Neuropedagogia e Fundamentos da Aprendizagem. São Paulo: Instituto Saber, 2009 – Anotações da aula do Curso de Especialização em Neuropedagogia e Psicanálise.

Para saber mais:
Fiori, N. As Neurociências Cognitivas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
Moraes, A. P O livro do Cérebro, 1, 2 e 3. São Paulo: Duetto, 2009 – ISBN 978-85-7902-041-4
Rotta, Newra Tllecha. Transtornos da Aprendizagem. Artmed, 2006.

Na Internet:
www.abpp.com.br/revista

Edilene Dal’Olio é educadora especializada em Psicopedagogia Clínica e Institucional. Atuou durante 10 anos como professora no Ensino Fundamental I. Especializanda em Neuropedagogia e Psicanálise pelo Instituto Aprender.


FONTE:
CAMINHOS DO APRENDER