ATENÇÃO,

ATENÇÃO,

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

SÍNDROME DO IMPOSTOR: COMO FUGIR DESSA CILADA?

O que é síndrome do impostor?
síndrome do impostor pode ser definida como um sentimento dominante de “não sou bom o suficiente”, “não estou a altura disso que está acontecendo em minha vida”, e derivados dessa sensação que podem afetar não só a sua vida pessoal, como também trazer graves consequências na sua vida profissional. 
Essa sensação constante de que todas as suas conquistas foram meramente acaso e que em algum momento alguém vai descobrir que você é uma fraude e vai te “desmascarar”, pode acontecer por diversos motivos, como questões sociais, referentes a classe, traços da sua criação familiar, questões econômicas, ligadas a desigualdade, alguma vivência, que pode ter resultado em um trauma, inseguranças e cobrança em excesso e também com qualquer pessoa. 
Entretanto, aqui vale mencionar que a maioria dos estudos realizados por psicólogos aponta que as mulheres são mais afetadas por essa síndrome do que os homens. Um exemplo disso é uma pesquisa realizada pela psicóloga Gail Mattewa, na Universidade Dominicana da Califórnia, na qual 70% dos profissionais bem-sucedidos apresentam esses sintomas, principalmente as mulheres.
É claro que todas essas possíveis causas que listamos acima podem aparecer combinadas, já que não se trata de uma questão isolada, mas sim algo que está presente no seu dia a dia. Portanto, o intuito deste post é falar um pouco sobre a síndrome do impostor, como ela pode afetar o trabalho e, mais importante, te dar algumas dicas para que você consiga lidar melhor com os efeitos e evitar que isso te prejudique no ambiente profissional.  
Se quiser compartilhar alguma experiência sua com os leitores do blog, é só deixar nos comentários 🙂

Como a síndrome do impostor pode afetar o seu trabalho?  

No trabalho, a síndrome do impostor pode refletir tanto na insegurança que você deixa transparecer para o seu time, como também na sua produtividade, na maneira com que você administra as demandas que recebe e no esforço que faz para entregá-las. Abaixo, vamos listar os 5 principais pontos que podem ser afetados pela síndrome do impostor no seu trabalho. 

1. Perder oportunidades

Geralmente, um dos momentos da sua vida profissional que podem ser responsáveis por fomentar a síndrome do impostor é quando as suas responsabilidades no trabalho aumentam, seja porque você assumiu uma posição de liderança ou porque algumas atribuições do seu cargo o colocaram em maior evidência. 
Entretanto, quando você acredita que tudo que você conquistou foi fruto da sorte e que na realidade você não tem as habilidades necessárias para ocupar tais posições na empresa, você está deixando de aproveitar oportunidades que poderiam ser importantes para a sua carreira. Ou seja, o medo de ser, eventualmente, “desmascarado”, acaba por te paralisar, diante de um desafio e de uma exposição como essa. 

2. Não saber dizer não

A princípio, essa relação pode não estar muito clara, entretanto, é só pensarmos que se você sofre com a síndrome do impostor, para que, em tese, ninguém descubra a sua fraude você precisa estar sempre disponível e nunca recusar um pedido. Do contrário as outras pessoas podem achar que você realmente não sabe o que está fazendo. Complexo, não é mesmo? 
Pois nesse caso, ao invés de fazer uma administração do tempo priorizar as suas demandas, você se coloca disponível para fazer tudo aquilo que os outros pedem, mesmo que não haja tempo hábil para isso e que existam outras coisas de maior urgência e que precisariam da sua atenção. 

3. Comprometer a sua produtividade

Bom, agora fica claro como o item 2 pode interferir diretamente aqui, no tópico 3, quando falamos sobre produtividade. Isso porque, além de se esforçar para cumprir as próprias demandas, você não sabe dizer não e vai apenas adicionando itens ao seu checklist, se preocupando cada vez mais em dar conta de tudo, e claro, tudo isso com um padrão de qualidade acima da média, para que ninguém note que você é uma fraude. Ufa! Exaustivo, não? 
Muita gente acaba confundindo produtividade com entregar cada vez mais e, na realidade, ser produtivo é a capacidade de fazer mais coisas em menos tempo. Dessa forma, esse padrão de trabalho que descrevemos acima é, na realidade, uma bola de neve que vai acumulando resultados negativos ao longo do tempo.  

4. Nunca se satisfazer com um resultado alcançado

É claro que ninguém gosta de entregar um trabalho mal feito, ou já sabendo que haverá retrabalho. Entretanto, o ponto que queremos chamar atenção aqui é que pessoas que sofrem com a síndrome do impostor raramente ficam felizes, ou mesmo satisfeitas, com os resultados que foram alcançados. 
Dessa forma, ao finalizar um trabalho, sempre fica aquela sensação de “poderia ter feito melhor”, “não sou bom o suficiente, deixei de fazer várias coisas nesse projeto”. Não ser capaz de celebrar pequenas conquistas no trabalho pode prejudicar a sua autoestima e a sua capacidade crítica de avaliar se um trabalho é realmente bom ou se ele ainda precisa de ajustes.

5. Esgotamento mental ou burnout

Todas as consequências que mencionamos acima, culminam em um ponto que não é interessante do ponto de vista profissional e também para a saúde mental das pessoas que colocam o tempo e a energia se esforçando para mostrar que estão trabalhando. 
esgotamento mental, ou burnout, pode acontecer por vários motivos e já afeta cerca de 30% dos brasileiros e pode ser ainda mais severo nos casos em que as pessoas gostam do trabalho que fazem, já que para realizá-los, elas estão dispostas a enfrentar condições precárias.
Ou seja, todo esforço, o trabalho em excesso e a falta de reconhecimento dos próprios resultados alcançados podem levar o profissional a um nível de estresse profundo e real esgotamento de energias e da criatividade e vontade de trabalhar. 

5 perfis psicológicos de síndrome do impostor 

A especialista em síndrome do impostor, Valerie Young em seu livro “The Secret Thoughts of Successful Women: Why Capable People Suffer from the Impostor Syndrome and How to Thrive in Spite of It, categoriza 5 subgrupos com características padrão de pessoas que sofrem com o sentimento de “ser um (a) impostor (a)”. São eles: o perfeccionista, o super homem ou a super mulher, o gênio ou criança prodígio, o solitário e o especialista. 
Antes de falarmos um pouco mais especificamente sobre esses 5 subgrupos, é importante deixar clara uma observação, também feita por Valerie neste artigo da FastCompany, de que a síndrome do impostor está relacionada a altos cargos, porque é nessa posição em que não há muito zona de conforto. 
Ou seja, se uma pessoa ocupa um cargo confortável e desempenha funções confortáveis para ela não existe confronto, nem necessidade de se provar cada vez melhor na função que ela desempenha e também não existe o sentimento de fraude. Quando somos tirados da nossa zona de conforto, é que as nossas inseguranças tem mais chance de aflorar e acabarem por evoluírem para uma síndrome do impostor, fazendo com que deixemos de acreditar em nosso potencial. 

1. O perfeccionista 

Para os perfeccionistas, o trabalho deve ser 100% perfeito, o tempo todo. Não há espaços para erros, as expectativas para os resultados acabam sendo tão altas que se tornam irreais e nenhuma conquista é digna o suficiente de ser celebrada. 
Além disso, eles possuem dificuldades para delegar tarefas, mesmo quando podem fazer isso, porque acreditam piamente no lema “quer bem feito? então faça você mesmo”. Entretanto, as consequências desse tipo de atitude são altos níveis de estresse, burnout e queda da autoconfiança, já que o trabalho que ele mesmo desempenha nunca é bom o bastante. 

2. O super homem ou a super mulher

Nesse casos, pessoas que estão nesse subgrupo podem ser consideradas “workaholics”. Acreditam que qualquer tempo não dedicado ao trabalho é uma perda, fazem incontáveis horas extras, e se esforçam para mostrar que estão produzindo, na tentativa de provar que são dignos da posição ou do cargo que eles conquistaram. 
Eles buscam a validação do trabalho através de outros e não conseguem medir por si mesmos o impacto de suas ações. Ou seja, o que os atrai no trabalho não é o prazer de realizá-lo em si, mas o reconhecimento que vem de outras pessoas, enquanto eles tentam fazer de tudo para provar que não são farsas. 

3. O gênio ou a criança prodígio 

Nesse caso, estamos lidando com pessoas que possuem expectativas tão altas quanto os perfeccionistas, porém, eles medem a própria competência, baseado no quão rápido eles podem aprender algo ou se conseguem acertar algo de primeira. 
Caso isso não ocorra, o sentimento de vergonha faz com que eles deixem de tentar algo pela primeira vez, acreditando que não serão bons naquilo e porque não querem admitir a “derrota”. 

4. O solitário

Realizar seu trabalho de forma independente é muito importante para que você ganhe confiança em si mesmo e para que entenda o quanto as suas habilidades foram desenvolvidas e o quanto ainda precisa aprender. Entretanto, no caso do solitário, estamos falando de um subgrupo que se recusa a pedir ajuda, já que acredita que deve provar o seu valor sozinho e que o envolvimento de outros pode apontar uma fraqueza dele.

5. O especialista

Neste subgrupo, os especialistas medem valor baseados no que e no quanto eles sabem sobre algum assunto, vivendo constantemente com o medo de serem expostos como inexperientes ou com conhecimento insuficiente. Ou seja, apesar de estarem sempre buscando por aperfeiçoamento e por mais informações, nunca é o suficiente e não saber algo pode ser considerado uma quebra, que culmina no sentimento de impostor. 

5 dicas para superar a síndrome do impostor 

Se você se identificou com as características dos subgrupos listados acima e a sua vontade lendo esse post é sair correndo e se descabelando, fique calmo! Agora, vamos trazer 5 dicas para que você possa começar a superar a síndrome do impostor. 

1. Fale sobre o assunto

Muitas vezes, os assuntos ficam girando em nossa cabeça, virando uma verdadeira paranóia e ao invés de procurarmos os familiares, amigos, ou até mesmo um profissional para falarmos sobre o assunto, guardamos tudo para nós e ficamos com o sentimento de que aquilo acontece única e exclusivamente conosco.
Portanto, a troca de experiências e angústias pode ajudar a entender que o colega que trabalha ao seu lado pode estar passando pela mesma coisa que você e que vocês podem se ajudar nesse processo. 

2. Reconheça pequenas vitórias 

Na maioria dos subgrupos traçados por Valerie Young, nos deparamos com uma característica em comum: a dificuldade de comemorar pequenas conquistas. 
Agora, esse ato pode até parecer banal. Entretanto, essas celebrações são fundamentais para a nossa autoconfiança e para a nossa capacidade de conseguir olhar para um projeto que completamos no trabalho dizendo “eu fiz um bom trabalho, eu mereço tudo que conquistei”. 

3. Desconstrua a ideia de perfeição

Talvez uma das dicas mais complexas seja essa, de desconstruir o ideal de perfeição, quando estamos cercados por ela na televisão e nas redes sociais. Porém, difícil não significa impossível. 
Algo prático que você pode adotar para a sua vida é seguir pessoas e acompanhar conteúdos de entretenimento feitos por pessoas com as quais você se identifica ou se inspira. Ou seja, se o seu sonho é ser CEO de uma empresa, comece a seguir as pessoas que falem sobre isso, dão dicas e compartilham experiências de modo saudável.

4. Não se compare com outros colega

Uma injustiça que praticamos com nós mesmos é nos comparar com outras pessoas. Isso porque, cada ser humano possui uma vivência, um histórico familiar, habilidades e competências únicas que foram desenvolvidas ao longo da vida. 
Por isso, ao invés de se comparar e lamentar pelas qualidades que um colega seu tem e você não, procure aprender com ele. Existem algumas empresas que, inclusive, adotam alguns programas, como o de mentoria reversa para fomentar o aprendizado no trabalho, melhorando a autoestima e a produtividade dos colaboradores. 

5. Reconheça a importância dos feedbacks

Por vezes, consideramos feedbacks injustos, ou mesmo levamos as críticas para o lado pessoal e deixamos que as palavras ditas por alguém que nos avalia nos consumam e afetem a nossa produtividade. 
Esse comportamento, além de não ser saudável, a longo prazo pode ser prejudicial para o seu trabalho, já que você não consegue filtrar aquilo que é dito para você e mudar alguns hábitos ou comportamentos que são ruins e afetam o seu trabalho. 
Portanto, se recebeu um feedback positivo, celebre a sua conquista. Se recebeu uma crítica, não ache que é o fim do mundo e que você não sabe o que está fazendo no trabalho, mas sim que aquilo é um oportunidade de aprimoramento.
Isso também vale para o gestor (a), tanto no momento em que ele vai dar feedback para alguém quanto na hora de receber um retorno de um superior, ou mesmo da própria equipe, em avaliações 360º. 
>> Leitura recomendada: O que não dizer quando se é um líder

Produtividade e equilíbrio na gestão 

A síndrome do impostor pode afetar a sua produtividade e o equilíbrio na forma com que você lida com seu trabalho e sua vida pessoal. Para te ajudar nesse quesito, você pode usar uma ferramenta de gestão, como o Runrun.it. Em nossa plataforma você tem a visão do todo e consegue saber o que cada um está fazendo. Dessa forma, pode dar feedbacks mais precisos, facilitando a sua interação com o time, para que ninguém se sinta como um impostor. Gostou? Então teste agora: https://runrun.it 
CRÉDITOS: Runrun.it