domingo, 20 de dezembro de 2015

POR QUE PLANEJAR?

Planejar ou não planejar o ensino. Eis a questão que sempre repete a mesma história, sem que coisa alguma seja mudada. Planeja-se, projeta-se, prevê-se, realizam-se reuniões, tomam-se decisões, que fielmente são registradas em atas e habilmente arquivadas, mas tudo fica por isso mesmo.
A rotina se repete dioa a dia, ano após ano. Esta parece ser a lamúria que pervade a mente dos professores, já cansados de tanto planejamento e de poucas mudanças no ensino e na escola. E a descrença herética se difunde e se propaga de geração a geração.
Por que se constata este descrédito e descaso, que, por vezes, chega ao ridículo pedagógico, em se pensar a educação através de um profundo e realista planejamento da mesma? Por que os professores veem no planejamento uma ação desnecessária e, até mesmo, inútil em planejar? Por que sentem certa repulsa, relutância e resistência em planejar?
Quais seriam as causas que provocam este fenômeno antipedagógico em rejeitar a ação de planejar por parte de certos professores? Uma das causas não seriam o superficial conhecimento e o pouco preparo que os professores possuem sobre o planejamento e a sua validade científica, pedagógica e didática?Parece-nos que, de certa forma, algumas vezes, a rejeição ao ato de planejar reside no fato de que haja uma carência de objetivos claros e bem definidos sobre a importância de tal ato. desse modo, os professores passam a perceber que os planejamentos a eles solicitados não passam de exigências burocráticas ou de defessas de certos modismos pedagógicos. Tal procedimento, de acordo com a percepção dos professores, redundaria no envaidecimento pedagógico de certos setores da escola. A rejeição se dá porque, muitas vezes, são exigidos dos professores planejamentos um tanto sofisticados, mas de pouca funcionalidade na sala de aula. Sabemos que o ato de planejar deve estar destituído de sofisticação e para isso ele deve exigir objetividade, simplicidade, validade e funcionalidade.
O planejamento deve ser um instrumento para o professor e para o aluno, diríamos que, principalmente, para os alunos. Em segundo lugar visa, o atendimento aos objetivos da escola ou dos seus setores pedagógico-administrativos.
Ao defrontarmos com essa situação de pouca funcionalidade dos planejamentos que, de modo especial, acontece com as escolas, na realidade essa situação se torna complexa, pois sempre achamos que os professores seriam, justamente os professores, os grandes conhecedores em planejar e executar aquilo que foi planejado.
Por que é importante planejar o ensino? Sabemos que o homem para poder viver ou, até mesmo, para sobreviver se impõe a necessidade de pensar de forma consciente e crítica o seu agir. Pensar o viver é uma exigência existencial que provoca e obriga, constantemente, o homem atual.
São a educação e o ensino meios que se propõem ajudar o homem a enfrentar a sua problemática existencial para que tenha condições de aprender a viver melhor,. Sendo assim, a educação, o ensino e toda a ação pedagógica devem ser pensadas e planejadas de modo que possam propiciar melhores condições de vida à pessoa.
Por isso, o homem deve pensar sobre seu passado e o seu presente para poder definir o seu
futuro,sendo esta a realidade inquestionável com a qual o homem tem que se afrontar para poder viver no presente e no futuro. Decorrente disso, o homem sente a urgência de se situar perante a vida: mas, para isso, precisa pensar, repensar e planejar a sua vida.
A educação, a escola e o ensino são os grandes meios que o homem busca para poder realizar o seu projeto de vida. Portanto, cabe à escola e aos professores, o dever de planejar a sua ação educativa para construir o seu bem-viver.
Gravura ilustrativa/Google imagem

FONTE: Livro Por que plamnejar? Como planejar? / Maximiliano Menegolla