Desempenho
insuficiente no primeiro bimestre é recuperável com motivação e rotina de
estudos. Parceria entre escola e família é essencial
Notas baixas logo no primeiro bimestre indicam que o
aluno não iniciou bem o ano letivo. Um boletim com esses resultados assusta e
afeta a autoestima do jovem, mas é importante ter em mente que ainda há tempo
para reverter a situação. Em vez de os pais esbravejarem contra o estudante ou
rotular culpados, o que realmente pode melhorar o rendimento escolar é a
identificação dos motivos do baixo desempenho, a definição de uma estratégia de
estudos e o apoio constante da família.
Vários fatores podem levar a notas vermelhas e a
compreensão do problema começa no bom contato dos pais com a escola em que o
filho estuda. Comparecer às reuniões de pais e conversar frequentemente com
professores e diretor são medidas que evitam muitos problemas. Mas, quando a
nota baixa passa a ser um fato, uma visita à escola torna-se urgente.
Em algumas instituições, como no Colégio Expoente, a
comunicação entre pais e escola é viabilizada por ferramentas digitais. “Temos
um sistema pelo qual o pai pode acompanhar diariamente a frequência e o
rendimento do filho nas atividades”, conta a coordenadora pedagógica Fabiane
Stadler. Quando é possível notar que a perda de pontos ocorreu principalmente
por causa do não cumprimento de tarefas de casa – o que influencia diretamente
o desempenho nas provas –, é preciso dar atenção especial aos hábitos do estudante
em casa.
Fabiane alerta os pais que, mesmo com uma rotina
profissional agitada, é preciso se esforçar para saber como o filho estuda. “Em
muitas famílias, o aluno fica sozinho em casa enquanto os pais estão no
trabalho. Assim é fácil o estudante ficar disperso”, diz.
Rotina
Ajudar os alunos a encontrar a melhor forma de estudar
em casa é uma preocupação constante da coordenadora pedagógica Silvana
Fortaleza, do Colégio Decisivo. “Todo início de bimestre fazemos uma atividade
sobre como desenvolver o próprio método de estudo, no qual mostramos as
diferenças entre estudar uma disciplina e outra”, conta.
Para Silvana, o estabelecimento de uma rotina é
essencial. Nela devem constar um horário dedicado exclusivamente ao estudo e um
ambiente preparado para a leitura – elementos que fazem grande diferença,
inclusive, para a disposição do aluno durante as aulas. “Quando o estudante
adquire o hábito de anotar suas dúvidas enquanto estuda em casa para pedir
explicação na sala de aula, o envolvimento com a matéria é muito melhor”, diz.
Reforço
A fim de fortalecer as tentativas de recuperação, a
maioria das escolas oferece o chamado reforço escolar no contraturno das aulas.
Em geral, professores elaboram explicações e exercícios que tratam pontualmente
dos temas nos quais os alunos têm mostrado maior dificuldade. Nas escolas
particulares, ao informar-se sobre essa possibilidade, é importante que os pais
verifiquem se há taxas adicionais pelo serviço.
Problemas de saúde podem afetar o rendimento
Em alguns casos, a queda de rendimento escolar pode
não ter tanto a ver com a compreensão de conteúdos, mas estar relacionada a
problemas de saúde ou emocionais. Alunos que sempre tiraram boas notas e
apresentam um declínio repentino podem estar, por exemplo, com a autoestima
abalada por causa de algum desentendimento com colegas de classe. Nessas
situações, nada melhor do que um diálogo aberto e sem julgamentos com o
estudante para entender o que se passa.
Problemas de visão também influenciam muito no
acompanhamento das aulas. Nesses casos, os professores são os grandes parceiros
da família na identificação do problema. Crianças, em geral, não se dão conta
quando a miopia, por exemplo, começa a aparecer. É preciso estar atento a
comportamentos que sinalizam para a dificuldade de enxergar, como perguntar com
frequência o que está escrito no quadro-negro ou levantar-se da cadeira para
tentar enxergar melhor.
Há ainda os problemas que exigem o acompanhamento de
um psicopedagogo, como a dislexia, que afeta a interpretação de textos. Embora
mais complexo, o problema nem sempre impede uma melhora no desempenho. “Já
tivemos alunos diagnosticados com dislexia que foram acompanhados por um
profissional, alcançaram resultados satisfatórios e hoje estão na faculdade”,
conta a pedagoga Fabiane Stadler, do Colégio Expoente.
Investigação
Confira algumas dicas que podem ajudar a descobrir
o motivo das notas baixas:
- Converse com o jovem, sem
ameaças ou julgamentos. Na maioria das vezes, quando o problema for por falta
de estudo, os alunos sabem onde falharam. Quando for emocional, um convite para
conversar faz toda a diferença.
- Converse com o professor da
turma ou da disciplina em que há dificuldades e compare com o diagnóstico feito
pelo próprio aluno.
- Caso considere que o problema
está no professor, mais do que no aluno, procure pelo coordenador pedagógico ou
pelo diretor da escola e exponha o caso.
- Se o professor suspeitar de
alguma dificuldade para enxergar ou ouvir, procure um médico imediatamente.
Mais dedicação
Se o problema for a falta de estudo, veja o que
fazer para recuperar as notas no próximo bimestre:
- Reserve ao menos uma hora para
estudos em casa, todos os dias, mesmo quando não há dever de casa.
- Prepare um ambiente de estudo
para seu filho. Nada de televisão ligada ou bagunça ao redor.
- Se o computador for usado para
estudar, alerte o jovem sobre a facilidade de dispersão na internet e, se possível,
combinem algum compromisso para que o estudo não perca espaço para o
entretenimento.
- Procure saber como funcionam as
aulas de reforço no colégio em que seu filho estuda.
FONTE:
GAZETA DO POVO
GAZETA DO POVO