segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

INDISCIPLINA ESCOLAR INFANTIL: CAUSAS, CONSEQUÊNCIAS E COMO COMBATÊ-LA.

A indisciplina escolar infantil é um dos grandes desafios no universo escolar, tanto para alunos quanto para professores e família. Saiba como lidar com ela.

A indisciplina escolar infantil é um dos grandes desafios no universo escolar, tanto para alunos quanto para professores e família. Além de dificultar o processo de aprendizagem, esse tipo de comportamento pode afetar a construção das relações e se tornar um pesadelo.
Lidar com a indisciplina, seja em casa ou em sala de aula, é uma tarefa difícil, mas não impossível.
Por isso, indicamos alguns pontos importantes para entender as causas desse problema, as consequências e um plano de ação para prevenir e lidar com a questão. Confira!

Entendendo a indisciplina escolar

Seja qual for o ambiente, é necessário que esteja preservado por regras e combinados que regularizam o comportamento e a convivência daqueles que nele estão inseridos. A quebra dessas regras ou o descumprimento dos combinados traduz a indisciplina.
As causas para a indisciplina são inúmeras. Porém, antes de qualquer julgamento, é preciso avaliar todo contexto em que a criança vive.
Qual a realidade que a escola apresenta para esse estudante? Como é o ambiente familiar? De que forma ele lida com suas emoções? Qual o seu contexto social? Todos esses aspectos podem influenciar direta e indiretamente no comportamento dos alunos.
Brigar, gritar ou apenas repreender não é o melhor caminho para enfrentar a indisciplina. Agir com autoritarismo pode criar um ambiente desconfortável e desfavorável para a criança e levá-la a quebrar ainda mais regras.
Estabelecer uma relação de respeito, que promova um processo de aprendizagem coeso e produtivo, no qual criança e adulto criem um vínculo de confiança e admiração mútuos, auxilia a minimizar os conflitos e a manter a harmonia do ambiente.

Verificando as principais causas da indisciplina escolar

Como mencionado, são muitas as causas para a indisciplina escolar, entre as quais costumam se destacar:

Dificuldade do professor em exercer sua autoridade

A dificuldade do professor em exercer sua autoridade em sala de aula pode dar margem para que os alunos fiquem indisciplinados, pois muitos passam a se sentir desamparados quando colegas atrapalham a aula ou quebram regras sem serem devidamente chamados a responderem sobre sua conduta.
Uma didática muito monótona, por exemplo, também costuma contribuir para a perturbação da aula. Isso porque os alunos se sentem entediados, ansiosos e podem desviar seu foco com barulhos, brincadeiras, conversas paralelas etc.
Tais comportamentos, ainda que traduzam indisciplina (de acordo com o combinado em sala de aula), são sintomáticos de um desejo por uma experiência escolar mais estimulante.
Para lidar com esse tipo de comportamento, é fundamental buscar apoio da instituição para adotar meios mais lúdicos e criativos de ensinar, que mobilizem o interesse das crianças nos conteúdos ministrados.
Hoje em dia, existem incontáveis exemplos de professores que propõem aulas dinâmicas, ao ar livre, não só para combater a perda de concentração e engajamento, mas também para aumentar o nível de assimilação dos alunos.

Dificuldade em dosar ações contra a indisciplina

Quando o pacto da aula não é respeitado, cabe ao professor dosar as medidas de conscientização conforme a gravidade das ações.
Por isso, podem-se estabelecer critérios e níveis segundo os atos de indisciplina, pois a falta de referência na hora de abordá-los pode gerar injustiças ou medidas excessivas.
Por exemplo, xingamentos e agressões entre colegas precisam de maior intervenção e cuidado do que comportamentos como usar boné em sala de aula.
Se o professor trata todas essas ações de maneira uniforme, aqueles que praticaram as mais leves podem se revoltar e responder pela indisciplina de maneira ainda mais pronunciada.
Resumindo: analise a verdadeira gravidade dos problemas para evitar maiores consequências.

Violência gerada por violência sofrida

A falta de medidas preventivas ou de conscientização em casos de violência ou bullying pode nutrir um sentimento de injustiça e abandono por parte das crianças que são alvo dessas ações.
Da mesma forma, aqueles que as praticam podem mais facilmente naturalizá-las e repeti-las. Isso poderá ser um gatilho para a violência generalizada entre as crianças, gerando um círculo vicioso de indisciplina e hostilidade.
Para evitar isso, as medidas de conscientização são o caminho mais efetivo. Por meio de atividades que estimulem o senso de cooperação e igualdade, é possível dissolver conflitos.
Palestras e ações educativas, com o engajamento da família, podem ir à raiz do problema, buscando as razões que podem motivar a indisciplina e a violência em uma criança.
Ao reagir pela autoridade amada, ou seja, pela afetividade combinada à energia em conscientizar os alunos de que comportamentos dessa natureza comprometem a vida de todos, o professor amplia o sentimento de justiça, aumenta a segurança e fortalece o convívio harmonioso entre todos.

Conhecendo as consequências do problema no ambiente escolar

O primeiro a sofrer com a indisciplina é o próprio aluno. O rendimento escolar fica comprometido, na medida em que a sala de aula não é mais um lugar de conhecimento e prazer, mas de conflito e medo.
As notas podem cair, as relações na escola e em casa ficam abaladas, e a criança pode passar a rejeitar e temer o convívio social.
Outra consequência é o comprometimento da aprendizagem do resto da turma. Um aluno indisciplinado geralmente rouba toda a atenção na sala de aula, tirando o foco das outras crianças.
Aliás, muitas delas podem não só ter aprendizado menor, como passar a responder também pela indisciplina, já que não conseguem acompanhar a aula.
Quem também sofre com esse tipo de comportamento é o professor, pois a relação com os alunos fica desgastada e, assim, ele encontra cada vez mais dificuldades em exercer seu papel em sala de aula. Isso pode se transformar em estresse, desmotivação e até prejudicar seu desempenho.

Combatendo a indisciplina escolar

Antes de querer combater a indisciplina, é importante que o professor construa com seus alunos quais serão os combinados de convivência dentro da sala de aula.
Dessa forma, eles estarão cientes da lógica de funcionamento do ambiente, assim como de seu papel no conjunto.
envolvimento das crianças no levantamento das regras é fundamental para que se sintam parte dessa construção e não venham a desafiá-las no futuro.
Os professores devem explicar as regras que regem o espaço, justificar o motivo de elas existirem e por que devem ser respeitadas.
É interessante também elaborar atividades educativas e lúdicas que ensinem sobre bons hábitos. Uma outra estratégia é envolver os alunos em atividades em que a descontração, o riso e a autoexpressão sejam as tônicas.
Já a família deve estar atenta ao comportamento das crianças. É importante conversar sobre dia a dia escolar delas e identificar as questões emocionais que as afligem.
O lar deve ser um espaço acolhedor, em que a criança se sinta à vontade para manifestar seus sentimentos e opiniões.
É importante lembrar também que a família é o exemplo central das crianças. Elas aprendem eminentemente pelo exemplo, isto é, secundarizam o discurso.
Portanto, desenvolvermos uma comunicação e relação pautadas no amor e no carinho favorece um comportamento semelhante nas crianças.
Por isso, é vital avaliar suas próprias atitudes e buscar aconselhamento e orientação quando necessário.